Todos nós sabemos a importância da comunicação.

Quando na pré-história o Homem não sabia ainda como escrever, se comunicava usando sons e desenhos. A prova disso são os desenhos de animais e hieroglifos feitos nas paredes das cavernas.

Depois o ser humano curioso passou a querer conhecer o mundo e organizaram as grandes expedições. Na equipe para estas grandes viagens ao desconhecido, sempre tinha um desenhista para que registrasse o que iam encontrando, lembre-se que neste tempo não havia máquina fotográfica.

Desenhavam os peixes, plantas, mamíferos, insetos, pessoas, suas vestimentas e seus costumes, pois só com palavras era difícil explicar e o desenho mais uma vez surge por necessidade de expressão. E até hoje é assim. Mesmo com toda tecnologia, computadores e máquinas fotográficas sofisticadas o desenho científico registra de forma muito especial e detalhada tudo que se queira.

Estes registros gráficos podem ser feito em preto e branco ou colorido com pincéis e tintas.

Eu sou desenhista botânica e tenho que desenhar as plantas com todo rigor os detalhes do caule, folhas, flores, frutos até algo mais que foge à observação normal e só o pesquisador, familiar à espécie em estudo, é capaz de perceber e me indicar. Detalhes menores são ampliados em separado no desenho e passam a medir 2 vezes, 3 vezes, o quanto for necessário para ficar bem claro.

Tambem mostrar uma seção da flor por dentro, o ovário, sépalas etc. Tudo que tem imenso significado ao estudo daquela espécie. Diga-se de passagem que é fascinante passar a perceber características das plantas que no dia a dia nem notamos. A natureza se torna mais bonita ainda!

O papel do ilustrador botânico é esse: apresentar em uma prancha todas as informações que dizem respeito à planta e esclarecer situações as vezes difíceis como por exemplo um emaranhado de longos estames que tenho que desenhar um a um deixando bem claro seu início, meio e fim. Depois destribuir na prancha de papel tudo que faz parte da planta em questão e que é importante para identificar a espécie, isto compondo com harmonia.

A ilustração botânica é usada além de apoio nas pesquisas e teses, em livros,na divulgação das espécies, em quadros em exposições para o público apreciar e aprender, etc. Porém acima de tudo está a preocupação científica e em segundo lugar ficar a preocupação com a estética. Jamais pode-se desenhar uma folha que não exista ou uma cor mais forte para a composição ficar mais atraente, porque aí passa a ser um desenho artístico e não científico.

A honestidade com a realidade estará dentro de cada profissional ao lembrar que o que produz no momento é um documento que vai dirigir ou desviar um pesquisador que, impossibilitado de ter a planta viva,as vezes mesmo por já estar extinta, terá somente este desenho para consultar .

Galleottia negrensis
Galleottia negrensis

Mormodes sp
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