Servidores Públicos, Presidenciáveis e Renato Russo

por Boanerges Cezário*

O nosso país está na reta final do processo de escolha do próximo Presidente da República.
Muitas são as promessas, afinal elas precisam existir.
Executar compromisso de campanha é outro negócio desafiador.
Hoje tudo depende da conjuntura mundial, do Oriente Médio, da China, e agora da Coréia do Norte e por aí vai.
As declarações dos candidatos, junto aos meios de comunicação, objetivam sempre a busca constante pelo desenvolvimento.
As reformas e atualizações do mundo legal e jurídico não farão sentido e não "pegarão" se o Estado continuar gerindo mal os recursos financeiros, destroçando seu aparato e faltando com a boa prestação de serviços públicos.
Por um lado, os tucanos advogam o chavão desatualizado de que o tamanho do Estado deve diminuir. No outro matiz, se advoga que o Estado deve ser mais presente, antiprivatizações etc.
Duas visões assim evidenciam a miopia dos candidatos e de suas equipes, que poderiam pelo menos ser mais realistas e evitar discursos que mais parecem comícios de corredores de Diretórios Acadêmicos das nossas universidades.
Não que tais discursos sejam fracos, é porque são eivados de pura paixão. Só isso.
Não falam muito os candidatos em dar mais eficiência aos Serviços Públicos, o que aliás é princípio constitucional incrustado na Carta Magna desde 1998.
Assim, não se trata de diminuir o tamanho do Estado, pois ele [o Estado] é omisso e vem deixando o cidadão ao deus-dará, abandonado nas UTIs, na fila do INSS.
Encher os órgãos públicos de servidores através de concursos públicos também é outra falácia, porque são abandonados depois sem engajá-los num Planejamento Estratégico de Gestão de Pessoas ..
A definição de critérios de planos de capacitação de pessoal é sem dúvida um ponto a ser questionado e cobrado dos candidatos.

É necessário questionar:

01) Os serviços públicos observarão a utilização das competências adequadas em atendimento às demandas organizacionais?
02) O Planejamento da carreira do servidor será vinculado a tais demandas?
03) Os talentos existentes serão melhor aproveitados, evitando-se o êxodo dos servidores para melhores colocações na iniciativa privada?
04) A prioridade do serviço público será pelo resultado?
05) A busca pelo perfil multidisciplinar do servidor será implementada?


Ou como questionava Renato Russo, que este mês completa dez anos de desaparecimento: "será que nada vai acontecer?"

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* Boanerges Cezário, Pós-graduando em Planejamento e Gestão Pública / Oficial de Justiça da 6ª. Vara Federal em Natal (RN).