Leia
sobre a cidade chinesa Nanjie, que segue princípios maoístas
A Manipulação
do Tio Sam - A China Fora da ONU
Depois da
vitória de Mao Tsé-tung, Chiang Kai-chek se refugiou na ilha de Formosa
(Taiwan). Pois os EUA conseguiram qua a ONU (Organização das Nações Unidas -
Altamente Corrompida pelos Estados Unidos) reconhecesse Formosa (China
Nacionalista) como a única representante do povo Chinês! A gigantesca China
Popular, socialista, ficou de fora. Um absurdo não? Somente em 1971 com a
aproximação diplomática entre a China e os EUA, a China foi admitida na ONU.
A Revolução na
China
No começo do
século XX, a China era só uma sombra do seu glorioso passado. Retalhada e
humilhada pelo imperialismo, havia se tornado um país atrasado, com centenas de
milhões de famintos. Suas riquezas pertenciam à elite e aos exploradores
estrangeiros. O povo cultivava arroz e contava os grãos que podia comer.
Em 1911, os
nacionalistas chineses, liderados por Sun Yat-sen, chefiaram uma revolta
que proclamou a república. Este homem fundou o Kuomintang (KMT), partido
nacionalista que propunha criar um Estado moderno, dinamizador do capitalismo.
Acontece que o
país não encontrou estabilidade política: estava mergulhada nas disputas dos senhores
da guerra. Eles eram latifundiários que reuniam um bando de capangas
armados pra dominar uma região. É óbvio que, enquanto suas disputas dividissem
o país, a China continuaria frágil diante do imperialismo.
O Partido
Comunista Chinês (PPC) foi fundado em 1921. Seguindo o Kormintern
(Internacional Comunista, sediada em Moscou. Orientava os Partidos Comunistas
no mundo inteiro), o P.C. da China não lutava diretamente pelo socialismo. A
idéia era apoiar a burguesia nacionalista para vencer os senhores da guerra,
fortalecer o governo central e desenvolver a economia, tirando o país do atraso
e da submissão. Assim, o P.C. da China aliou-se ao Kuomintang na luta
por reformas democráticas.
Após a morte
de Sun Yat-sen (1925), o KMT passou a ser liderado pelo traiçoeiro e
inescrupuloso Chiang Kai-chek. Este homem ambicioso e sem escrúpulos,
que não hesitou em vender-se ao imperialismo, ordenou o Massacre de Xangai
(1927), no qual milhares de comunistas foram trucidados pelos soldados do KMT.
A partir daí, começava a gerra civil entre o PCC e o KMT.
Chefiado por Chiang
Kai-chek, por volta de 1927, o KMT já tinha conseguido um razoável controle
do país, mas não tinha destruído totalmente os comunistas.
Derrotados no
Sul, os comunistas tiveram de fugir em direção às montanhas de Kiangsi. Lá,
controlando uma pequena área, fundaram a República Soviética da China
(1931). No mesmo ano, os japoneses invadiram a região da Manchúria. Chiang
Kai-chek declarou: "Os japoneses são uma enfermidade da pele, e os
comunistas são uma doença do coração". Então enviou meio milhão de
soldados, apoiado por 500 aviões para expulsar os vermelhos de Kiangsi. Os
revolucionários tiveram de fugir. Foi a Longa Marcha (1934), liderada
por Mao Tsé-tung, uma verdadeira epopéia de 6000km de caminhada,
desafiando rios, pântanos, deserto, neve, montanhas, em mais de 200 combates
contra tropas do KMT. Finalmente os sobreviventes chegaram a uma região
distante, a noroeste da China, praticamente inacessível ao inimigo.
A Segunda
Guerra chegou mais cedo à China: em 1937 o Japão declarou guerra total, com o
objetivo de dominá-la completamente.
Para enfrentar
os invasores japoneses, o PCC e o KMT estabeleceram uma trégua. Entretanto,
enquanto o KMT, dominado pela corrupção, pouco fazia contra os violentos
ocupantes estrangeiros, o PCC mostrava ao povo que era o mais dedicado,
vigoroso e leal combatente do imperialismo. Na luta contra os japoneses foi
criado o Exército Vermelho, e, em pouco tempo, ser patriota era sinônimo de ser
comunista.
Os japoneses
agiram com selvageria, matando e desruindo o que viam pelo caminho. Os
latifundiários, para não perderem suas riquezas, colaboravam com os invasores e
exploravam mais ainda os camponeses. Os soldados do KMT, embriagados pela
corrupção, roubavam descaradamente seus compatriotas. Diferente mesmo era o
Exército Vermelho. Em cada região libertada por ele, os camponeses eram
tratados como irmãos. Os revolucionários confiscavam as terras dos poderosos e
distribuíam-nas para os trabalhadores. Montavam escolas e hospitais. E, na
época da colheita, ajudavam a pegar o arroz. Afinal, era um exército de
camponeses, trabalhadores, do povo chinês. Quando o Exército Vermelho seguia
adiante, levava junto milhares de novos integrantes voluntários.
Quando os
japoneses foram vencido em 1945, a luta entre o PC e o KMT recomeçou. Mas
agora, a esmagadora maioria da população estava com os comunistas. Nem a ajuda
dos EUA pôde manter o KMT no poder. Chiang Kai-chek raspou os cofres e partiu
para a ilha de Formosa onde criou um novo Estado, protegido pelos EUA.
No ano de 1945, Mao Tsé-tung entrava vitorioso em Pequim. Os comunistas
acabavam de tomar o poder no país mais populoso da terra.
Hong Kong - O
Reduto Capitalista na China
Hong Kong é um
território inglês tomado da China na Guerra do Ópio (1942). Um cordo
diplomático previu a devolução de Hong Kong à China em 1997. Entretanto, foi
acertado que o governo comunista chinês respeitará o capitalismo do território
por mais 50 anos.
Hong Kong é um
dos Tigres Asiáticos. Os japoneses fizeram investimentos pesados e hoje o
território é um dos grandes exportadores mundiais de produtos eletrônicos.
A Construção
do Socialismo na China
Stálin,
dogmático como sempre, não acreditava na possibilidade dos comunistas tomarem o
poder na China. Achava que o melhor a fazer era o PCC se aliar ao KMT para
empreender uma revolução democrático burguesa. O velho esquema etapista,
ou seja, como se os países fossem obrigados a cumprir as mesmas etapas na
evolução histórica. Mao Tse-tung não deu ouvidos a Stálin e liderou a revolução
socialista.
Logo depois da
tomada do poder, o governo comunista fez importantes reformas: distribuiu terra
aos camponeses, acabou com a poligamia (um sujeito que tem várias esposas
oficiais) e com o casamento forçado pelos pais, controlou a inflação,
reconstruiu o país e ampliou os direitos sindicais. Entretanto, desde 1940
permanecia a Nova Democracia, isto é, a China continuava a ter
empresários capitalistas. A idéia era uma Revolução Ininterrupta, ou
seja, avançar em direção ao socialismo. É óbvio que esses empresários fizeram
de tudo para boicotar o governo. Assim, a partir de 1952, começaram as grandes
transformações. Com enormes manifestações operárias de apoio ao governo
comunista, as grandes empresas foram encampadas pelo Estado e, pouco depois,
não havia mais burgueses na China.
Desde o começo
da revolução, a China recebeu bastante ajuda soviética: dinheiro, armas,
tecnologia, médicos, engenheiros e pesquisadores. Os chineses tentavam
construir o socialismo de acordo com as receitas da URSS. Distribuíram terras
para os camponeses, criaram cooperativas rurais e fazendas do Estado,
alfabetizaram milhões de adultos e deram prioridade para a indústria pesada. No
primeiro Plano Quinquenal (1953-1957) os pequenos proprietários camponeses
uniram-se em cooperativas rurais e a indústria teve um razoável crescimento.
Entretando os
Chineses sempre foram originais e conscientes de que deviam seguir seus
próprios caminhos.
No ano de 1957
o PCC lançou a campanha Cem Flores, concedendo grande liberdade para
debates públicos. Mao Tsé-tung disse: "Deixai que as flores desabroxem
e que floresçam as discuções". As críticas foram maiores do que se
esperava. Os camponeses reclamavam que recebiam pouca atenção, operários diziam
que tinham aumentos menores que a ampliação da produtividade. Alertava-se
contra o crescimento do poder do Partido e sua burocratização. Preocupado com a
estabilidade, o PCC censurou as críticas. A liberdade não seria total.
Em 1958, Mao
Tsé-tung lançou o projeto Grande Salto Para a Frente. Toda a China foi
mobilizada para que em poucos anos o país se tornasse uma potência econômica.
Foi dada prioridade para o campo, estimulando as Comunas Rurais. O que é uma
comuna chinesa? Uma grande fazenda com autonomia financeira, grande igualdade
de salários, espécie de minimundo comunista, com escolas e hospitais gratuitos
e até oficinas e pequenas fábricas. Para desenvolver a indústria, trabalhava-se
sem parar. Inclusive nas aldeias camponesas construíram-se pequenas fornalhas
onde se jogava no fogo todos os pedaços de metal encontrados. O ensino procurou
levar milhares de estudantes a trabalhar na agricultura, ao mesmo tempo em que
o aprendizado técnico era ligado à educação ideológica ("A política do
Comando").
O Grande Salto
foi um fracasso, a indústria cresceu muito pouco e as tais fornalhas no campo
só serviram para desprediçar matéria prima. Muitos hospitais e escolas rurais
não puderam se sustentar por falta de recursos. Pra piorar, houve terríveis enchentes.
Como se isso não bastasse, a China perdeu a ajuda da URSS.
Vale tudo -
China x URSS
A China passou
a acusar a URSS de social-imperialismo. A partir daí valia tudo contra os
soviéticos. Assim, em 1971 a China aproximou-se diplomaticamente do EUA e em
1973 apoiou a ditadura militar do general Pinochet no Chile. Quando a URSS
ocupou o Afeganistão em 1979, a China aliou-se aos EUA para fornecer armas para
os guerrilheiros muçulmanos afegãos que combatiam os ocupantes soviéticos.