Capítulo I
CARBOIDRATOS
Conceitos Gerais:
Os Carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza. Para muitos Carboidratos, a fórmula geral é: [C(H2O)]n, daí o nome "Carboidratos", ou "Hidratos de Carbono". Alguns Carboidratos possuem em sua estrutura: Nitrogênio, Fósforo ou Enxofre, não se adequando, portando, à formula geral. São moléculas que desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas:
§
Fonte de energia
§
Reserva de energia
§
Estrutural
§ Matéria prima para a biossíntese de outras biomoléculas
Os Carboidratos
são divididos em três grandes grupos: Monossacarídeos,Dissacarídeos e
Polissacarídeos.
Monossacarídeos:
São os Carboidratos
mais simples que não podem ser hidrolisados, dos quais derivam
todas as outras classes. Possuem a fórmula geral dos Carboidratos, isto
é, o número de átomos de oxigênio é igual ao número de átomos de carbono, e o
número de átomos de hidrogênio é igual ao dobro do número de átomos de carbono.
Quimicamente
è São Polihidroxialdeídos
(ou Aldoses) - ou Polihidroxicetonas
(ou Cetoses), ou seja, compostos orgânicos, com pelo menos
três carbonos, onde todos os carbonos
possuem uma hidroxila, com exceção de um que possui a carbonila primária (grupamento
aldeídico) ou a carbonila secundária (grupamento cetônico).
Grupamento Aldeídico Grupamento Cetônico
Feita
exceção à Dihidroxicetona, todos os outros Monossacarídeos , e por extensão, todos os outros Carboidratos, possuem centros de assimetria (ou
quirais), e fazem isomeria óptica.
Carbono assimétrico é aquele que esta ligado a
quatro radicais diferentes entre si.
O carbono
assimétrico é o que está ligado a 4 radicais diferentes e representa o centro quiral da molécula.
A classificação dos Monossacarídeos também pode ser baseada no número de carbonos de suas moléculas. Esse número varia de três a oito, assim sendo, as TRIOSES são os Monossacarídeos mais simples, seguidos das TETROSES, PENTOSES, HEXOSES, HEPTOSES e OCTOSES. Desses, os mais importantes para os organismos vivos são as Pentoses e as Hexoses.
As Pentoses mais
importantes são:
§ Ribose
(ocorre no RNA e tem função estrutural)
§ Desoxirribose (ocorre no DNA e tem função estrutural)
§
Arabinose
§ Xilose
As Hexoses mais
importantes são:
§
Glicose (ocorre no sangue e mel e tem função energética)
§
Galactose (ocorre no leite e tem função energética)
§
Manose
§ Frutose (ocorre nas frutas e tem função energética)
Em
solução aquosa, os Monossacarídeos estão presentes na sua forma aberta (cadeia
linear) em uma proporção de apenas 0,02% .O restante das moléculas está
ciclizado na forma de um anel hemiacetal de 5 ou de 6
vértices. O anel de 5 vértices é chamado de anel furanosídico (ciclização feita através da ligação do
grupamento aldeídico com o carbono 4). O anel de 6 vértices é chamado de anel
piranosídico (ciclização feita através da ligação do grupamento aldeídico
com o carbono 5).
Na estrutura do anel, o carbono onde ocorre a formação do hemiacetal (ciclização) é denominado "Carbono Anomérico", e sua hidroxila pode assumir 2 formas:
§
Alfa
è Quando ela fica para baixo do
plano do anel
§ Beta è Quando ela fica para cima do plano do anel
As
outras hidroxilas da molécula, quando representadas na forma em anel, seguem a
seguinte convenção:
§ Se estiverem para a direita, serão consideradas para
baixo do plano do anel
§ Se estiverem para a esquerda, serão consideradas para cima do plano do anel.
A
interconversão entre estas formas é dinâmica e denomina-se Mutarrotação
Observar que o Carbono Anomérico do anel
furanosídico é o 4, enquanto que no anel piranosídico é o carbono 5
Para a molécula da glicose, em solução aquosa, as proporções são as seguintes:
§
b - D -
Glicopiranose: 62%
§
a - D -
Glicopiranose: 37%
§ a - D -
Glicofuranose: menos de 0,5%
§ b - D - Glicofuranose: menos de 0,5%
§ Forma aberta: menos de 0,02% .
São Chamados Monossacarídeos
Epímeros aqueles que diferem entre si na posição de apenas uma hidroxila.
Exemplos:
§ Glicose e Galactose são epímeros em C4
§ Glicose e Manose são epímeros em C2
Dissacarídeos:
São Carboidratos
hidrolisáveis, ditos Glicosídeos, formados pela união de duas
moléculas de Monossacarídeos através de uma ligação química especial
denominada Ligação Glicosídica, com liberação de molécula de
água.
A
Ligação Glicosídica ocorre entre o carbono anomérico de um Monossacarídeo
e qualquer outro carbono do Monossacarídeo seguinte, através de suas
hidroxilas, e com a saída de uma
molécula de água.
O tipo de ligação Glicosídica
é definido pelos carbonos envolvidos e pelas configurações de suas hidroxilas.
Exemplos:
§ Na Maltose è Gli a
(1,4)-Gli . A maltose é formada pela
união de duas moléculas de glicose. Apresenta função energética, estando
presente no trigo e na batata.
§ Na Sacarose è Gli a (1,2)- b
-Fru . A sacarose é formada
pela união de uma molécula de glicose e
uma de frutose. Apresenta função energética, estando presente na
cana-de-açúcar e na beterraba.
§ Na Lactose è Gal b
(1,4)-Gli . A lactose é formada pela
união de uma molécula de glicose e uma de galactose. Apresenta função
energética, estando presente no leite.
§ Na Celobiose è Gli b
(1,4)-Gli . A celobiose é formada
pela união de duas moléculas de
glicose. Apresenta função estrutural, já que é um produto de degradação
parcial da celulose, polissacarídeo integrante da parede celular dos vegetais.
§ Trealose è glicose
+ glicose a (1-1).
Estrutura molecular dos três dissacarídeos mais
importantes na dieta humana. A maltose possui um isômero a (1 - 6), iso-maltose formada durante o processo
digestivo do amido e glicogênio.
Polissacarídeos:
São os Carboidratos
complexos, também chamados de Glicanas, constituídos de
macromoléculas formadas por milhares de unidades monossacarídicas (Hexoses)
ligadas entre si por ligações Glicosídicas na forma a ou b.
Alguns
funcionam como reserva de carboidratos, outros atuam na morfologia
celular.
Os Polissacarídeos
mais importantes são os formados pela polimerização da Glicose, em
número de três:
1- Amido è É o Polissacarídeo de reserva energética da
célula vegetal . É formado por moléculas de glicose ligadas entre si através de
numerosas ligações a (1,4) e poucas ligações a (1,6), ou
"pontos de ramificação" da cadeia. A molécula sem pontos de
ramificação é denominada amilose, enquanto aquela que se apresenta com
ramificação recebe o nome de amilopectina.
Sua molécula é muito linear, e forma hélice em solução aquosa. Encontra-se
armazenado em grandes proporções em raízes tuberosas como a mandioca, caules,
tubérculos, como a batata inglesa, e em certas sementes como o milho. A
hidrólise total do amido forma
moléculas de glicose, enquanto a
hidrólise parcial produz moléculas de maltose.
2- Glicogênio è
É o Polissacarídeo de reserva energética da célula animal .Muito
semelhante ao amido, possui um número bem maior de ligações a (1,6), o que confere um alto
grau de ramificação à sua molécula. Os vários pontos de ramificação constituem
um importante impedimento à formação de uma estrutura em hélice. Encontra-se armazenado sobretudo no fígado
e nos músculos. A hidrólise total do glicogênio forma
moléculas de glicose, enquanto que a hidrólise parcial produz moléculas
de maltose.
3- Celulose è
É o Carboidrato mais abundante na natureza. Possui função
estrutural, sendo o principal componente da parede celular dos vegetais,
responsável pela extrema resistência de alguns caules. .Possui um tipo de
ligação glicosídica b (1- 4),
que confere à molécula uma estrutura espacial muito linear, o que possibilita a
formação de fibras insolúveis em água e não digeríveis pelo homem. Somente os animais que possuem bactérias e protozoários
simbióticos em seus aparelhos digestivos (herbívoros) são capazes de
digeri-la. A hidrólise total da celulose forma moléculas de glicose,
enquanto a hidrólise parcial produz moléculas de celobiose.
Além dos três exemplos de Polissacarídeos mencionados, podem ainda ser citados:
a)-Heparina è Substância de ação anti-coagulante nos vasos
sanguíneos dos animais, produzida por células do tecido conjuntivo propriamente dito, denominadas mastócitos.
b)-Quitina
è Substância nitrogenada com
função estrutural, presente na parede celular dos fungos e no
exoesqueleto dos artrópodes.
c)-Ácido
Hialurônico è Substância
presente no material intracelular dos tecidos conjuntivos, com função estrutural
importante na parede celular.
Os Glicosídeos podem ser formados também pela
ligação de um carboidrato a uma estrutura não-carboidrato, como
uma proteína, um lipídio ou um ácido, recebendo os nomes de glicoproteínas,
lipoproteínas e polissacarídeos ácidos, respectivamente.
As células animais têm um revestimento externo (glicocálix)
macio e flexível formado por cadeias oligossacarídicas ligadas a lipídios
(lipoproteínas) e proteínas (glicoproteínas). As glicoproteínas
possuem um ou mais carboidrato em sua composição molecular, sendo que a maioria
das proteínas da superfície celular são glicoproteínas.
Os tecidos conjuntivos dos animais possuem vários mucopolissacárides
ácidos (p.ex.: o ácido hialurônico), formados por unidades de
açúcar alternadas, uma das quais contém o grupamento ácido. Essas estruturas,
nas quais a porção polissacarídica predomina, são chamadas proteoglicanas.
Outro
polissacarídeo ácido importante é a heparina, formada por glicosamina + ácido urônico + os aminoácidos serina
ou glicina.
Após a hidrólise e absorção dos carboidratos
nos intestinos, a veia porta hepática fornece ao fígado uma quantidade
enorme de glicose que vai ser liberada para o sangue e suprir as
necessidades energéticas de todas as
células do organismo.
As concentrações normais de glicose plasmática (glicemia)
situam-se em torno de 70 a 110 mg/dl,
sendo que situações de hiperglicemia tornam o sangue concentrado, alterando os mecanismos de troca da água do Líquido
Intracelular com o Líquido Extracelular, além de ter efeitos
degenerativos no Sistema Nervoso Central. Sendo assim, um sistema
hormonal apurado entra em ação para evitar que o aporte sangüíneo de glicose
exceda os limites de normalidade.
Os hormônios pancreáticos, insulina e glucagon, possuem ação regulatória sobre a glicemia
plasmática. Não são os únicos envolvidos no metabolismo dos carboidratos, os
hormônios sexuais, epinefrina, glicocorticóides, tireoidianos, etc. também têm influencia na glicemia, porém,
sem dúvida, são os mais importantes.
A Insulina é produzida nas células b das ilhotas
de Langerhans e é armazenada em vesículas do Aparelho de Golgi em
uma forma inativa (pró-insulina). Nessas células existem receptores
celulares que detectam níveis de glicose plasmáticas (hiperglicemia) após
uma alimentação rica em carboidratos. A insulina é ativada e liberada na
circulação sangüínea. Como efeito imediato, a insulina possui três efeitos
principais:
1.
Estimula a captação de glicose
pelas células (com exceção dos neurônios e hepatócitos)
2.
Estimula o
armazenamento de glicogênio hepático e muscular (Glicogênese).
3.
Estimula o
armazenamento de aminoácidos no
fígado e músculos) e, ácidos graxos nos adipócitos.
Como resultado dessas ações, ocorre a queda gradual
da glicemia (hipoglicemia) que estimula as células b-pancreáticas
a liberar o Glucagon. Esse
hormônio possui ação antagônica à insulina, com três efeitos básicos:
1.
Estimula a mobilização
dos depósitos de aminoácidos e ácidos graxos;
2.
Estimula a Glicogenólise
3.
Estimula a
Neoglicogênese.
Esses efeitos hiperglicemiantes possibilitam
nova ação insulínica, o que deixa a glicemia de um indivíduo normal em
torno de 70 a 110 mg/dl .
A captação de glicose pela célula se dá pelo encaixe
da insulina com um receptor específico
existente na membrana celular. Esse complexo sofre endocitose,
permitindo a entrada de glicose, eletrólitos e água para a célula. A
glicose é, então, metabolizada
(através da Glicólise e Ciclo de Krebs). A insulina sofre degradação pelos enzimas intracelulares e o receptor é
regenerado, reiniciando-se o processo.
Quanto mais o complexo insulina/receptor é
endocitado, mais glicose entra na célula, até que o plasma fique hipoglicêmico.
Essa hipoglicemia, entretanto, não é imediata, pois a regeneração do receptor é
limitante da entrada de glicose na célula, de forma a possibilitar somente a
quantidade de glicose necessária, evitando, assim, o excesso de glicose
intracelular.
Nos músculos, a glicose em excesso é
convertida em glicogênio, assim como a glicose que retorna ao fígado.
A grande maioria das células do organismo são
dependentes da insulina para captar glicose (o neurônio e os hepatócitos são
exceções, pois não têm receptores específicos para insulina, sendo a glicose
absorvida por difusão).
A
deficiência na produção ou ausência total de insulina ou dos receptores
caracteriza uma das doenças metabólicas mais comuns, o Diabetes Mellitus
Glicogênese
Corresponde
a síntese de GLICOGÊNIO que ocorre no fígado e músculos (os
músculos apresentam cerca de 4 vezes mais glicogênio do que o fígado, em
razão de sua grande massa).
O
glicogênio é uma fonte imediata de glicose para os músculos, quando
ocorre a diminuição da glicose sangüínea (hipoglicemia).
A primeira reação no processo de formação do GLICOGÊNIO
é a fosforilação da glicose. A glicose recebe o radical fosfato e se
transforma em glicose-1-fosfato. Sob ação enzimática, a glicose-1-fosfato
se isomeriza, transformando-se em glicose-6-fosfato. A partir daí, ocorre a incorporação da uridina-tri-fosfato,
a qual promove a ligação entre o C1
de uma molécula com o C4 de outra molécula, resultando na formação
de uma maltose inicial que logo
será acrescida de outras. Está assim iniciado o processo de polimerização da glicose,
cujo produto final será o GLiCOGÊNIO
Glicose
Glicose-1-Fosfato
Glicose-6-Fosfato
Maltose
Glicogênio
O glicogênio fica disponível no fígado e
músculos, sendo consumido totalmente cerca de 24 horas após a última
refeição.
Na Tabela abaixo, pode-se observar a quantidade de
glicose disponível para o ser humano, levando em considerações as reservas
hepáticas e musculares de GLICOGÊNIO:
|
Peso Relativo |
Massa Total |
Glicogênio Hepático |
4,0 % |
72 g (1) |
Glicogênio Muscular |
0,7 % |
245 g (2) |
Glicose extracelular |
0,1 % |
10 g (3) |
TOTAL |
- |
327 g |
Armazenamento de carboidratos em homens adultos
normais (70 kg).
(1) Peso do fígado: 1.800g;
(2) Massa muscular: 35kg:
(3) Volume total: 10 litros.
Glicogenólise
É o processo em que o glicogênio
sofre degradação e transforma-se em várias moléculas de GLICOSE.
Sempre que
há necessidade de GLICOSE, o glicogênio
é mobilizado a partir de uma seqüência de reações que não é o inverso da glicogênese, mas uma via
metabólica complexa que se inicia a partir de estímulos hormonais reflexos da
hipoglicemia, a cargo, principalmente,
dos seguintes hormônios: glucagon, adrenalina e glicocorticóides.
O processo se realiza com a hidrólise da molécula de glicogênio em várias moléculas de GLICOSE -1-FOSFATO que são liberadas para entrar na via glicolítica.
Glicólise: Catabolismo da Glicose
É a degradação da Glicose
em uma série de reações enzimáticas a 2 moléculas de Piruvato, .
durante a qual a energia liberada é conservada na forma de ATP.
No interior da célula, sob ação enzimática, a Glicose,
proveniente dos alimentos ou do glicogênio, passa por uma série de
transformações até chegar a Piruvato. O Piruvato é então oxidado
e se transforma no Acetil-Coenzima A. Isso ocorre em células sob condições
aeróbicas.
A maioria das células eucariotes e muitas bactérias
normalmente são aeróbicas e oxidam completamente seus compostos
orgânicos em CO2 e H2O. Na ausência de Oxigênio
o Piruvato formado na via glicolítica sofre fermentação e é reduzido
a Lactato ou Etanol . O Lactado provoca intensa contração na célula
muscular (câimbra).
Chegando ao estágio de Acetil-CoA, a via glicolítica
passa a apresentar dois papéis::
1- Gerar ATP.
2-
Fornecer componentes
para a síntese de ácidos graxos e outras substâncias lipídicas e seus
derivados (Triglicérides,Fosfolípides,Pigmentos Carotenóides, Colesterol e
seus ésteres , Ácidos Biliares, Vitamina K e Hormônios Esteróides).
Para
gerar ATP, o Acetil-CoA entra no Ciclo de Krebs, que é a seqüência de reações
enzimáticas que ocorrem durante o
processo de respiração celular, no interior da mitocôndria.
Na
primeira reação do Ciclo de Krebs, a Acetil-CoA doa seu grupo Acetil
a um composto de 4 carbonos, denominado Oxalacetato, para formar um
composto de 6 carbonos, o Citrato. O Citrato é então transformado
em Isocitrato, também uma molécula de 6 carbonos, o qual é desidrogenado
com perda de CO2 para produzir um composto de 5
carbonos, o a-Cetoglutarato. Este último submete-se a perda de uma molécula de CO2
e adição de uma molécula de CoA (coenzima A) para produzir um composto
de 4 carbonos o Succinil-CoA. . Este é então convertido em Succinato a partir da liberação da CoA e
produção de GTP. O Succinato formado sofre outro processo de
desidrogenação com formação de FADH, como aceptor dos prótons, formando o Fumarato. O Fumarato
é hidratado sendo convertido em Malato que, por sua vez, será
desidrogenado com formação de NADH e Oxalacetato, reiniciando-se
o Ciclo.
Ciclo
de Krebs
Alimentos ou Glicogênio
Glicose
Glicose
Fosfatada
Frutose Fosfatada
Gliceraldeído Fosfatado e Hidroxicetona Fosfatada
Fosfoglicerato
Piruvato
Acetil-CoA
Ciclo de Krebs
H2O +CO2 + ATP
A energia liberada no
Ciclo de Krebs é conservada em carreadores de elétrons reduzidos
denominados NADH (Nicotinamina-Adenina-Dinucleotídeo Hidrogenada) e FADH
(Flavina-Adenina-Dinucleotídeo). Esses
cofatores reduzidos são oxidados produzindo prótons (H+) e
elétrons. Os elétrons são
transferidos para o O2 ao longo de uma cadeia de
moléculas carreadoras de elétrons, conhecida como Cadeia Respiratória,
onde haverá a formação de H2O.
Durante esse processo
de transporte de elétrons, energia é liberada e conservada na forma de ATP, em
um processo chamado de Fosforilação Oxidativa .
Como foi visto
anteriormente, na presença de
oxigênio o Piruvato formado na via Glicolítica será convertido em
Acetil-CoA e CO2. Essa conversão é um processo de
oxidação irreversível onde o grupo carboxílico do piruvato (composto por 3
carbonos) é removido na forma de CO2 e os dois carbonos
remanescentes tornam-se o grupo Acetil da acetil-CoA. Nessa reação, ocorre ainda a desidrogenação do Piruvato
(perda de H) com formação de NADH. O NADH formado
nessa reação pode então doar seus elétrons para a cadeia respiratória onde
ocorrerá a transferência de elétrons para o oxigênio e a formação de 3
moléculas de ATP. Essa reação de descarboxilação e desidrogenação do
Piruvato é conhecida então como Descarboxilação Oxidativa.
Energia Química
É
a energia contida em ligações
químicas das moléculas de nutrientes especiais. Quando essas ligações quebradas
durante a degradação de um nutriente, a energia química é liberada.
Os compostos de transferência de energia
mais utilizados pelas células são aqueles capazes de transferir grande
quantidade de energia, chamados compostos de transferência de alto nível
energético . O mais importante é a Adenosina Trifosfato (ATP).
A decomposição
da Glicose a Ácido Pirúvico apresenta algumas importante
características:
1.
Duas moléculas de ATP são necessárias para converter
a glicose em frutose 1,6-difosfato
2.
Um total de quatro
moléculas de ATP são produzidas por fosforilação do
substrato
3.
A produção líquida de ATP por molécula de
glicose é igual a dois.
4.
No processo geral, 1 molécula de glicose resulta em duas
de ácido pirúvico
5.
Duas moléculas de NADH são formadas
6.
A célula possui quantidade
limitada de NAD - utilizada para oxidar as moléculas de gliceraldeído-3-fosfato.
Assim, deve existir um meio de regenerar continuamente o NAD
(Nicotinamina-Adenina Dinucleotídeo) a partir de NADH , para
permitir que a glicólise continue.
Os seres vivos usam 2 métodos para
regenerar o NAD a partir de NADH :
1- Fermentação : É um
processo pouco eficiente na produção de energia pois os produtos finais ainda
contêm grande quantidade de energia química.
2- Respiração: É um processo
de regeneração de NAD, utilizando o NADH2 como doador
de elétrons para um sistema de transporte de elétrons. Se o O2
é o aceptor final de elétrons, então tem-se uma RESPIRAÇÃO AERÓBIA. E se
o NO3 ou SO4 forem os aceptores finais de
elétrons, então tem-se a RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA
Gliconeogênese: Anabolismo da Glicose
É a síntese de novas moléculas de glicose a partir de compostos não-carboidratos.
Os precursores mais importantes são:
§
Piruvato
§
Lactato
§
Intermediários do
Ciclo de Krebs
§
Muitos aminoácidos
§ A conversão do Piruvato em Fosfoenolpiruvato,
§ A desfosforilação da Frutose-1,6-difosfato
§ A desfosforilação da Glicose-6-fosfato
A Gliconeogênese
gasta 4 ATPs e 2 GTPs para sintetizar uma molécula de Glicose a
partir do Piruvato .
Durante a
recuperação de um exercício físico intenso, a gliconeogênese é um
processo muito ativo, resultando na conversão de Lactato em Glicose
e Glicogênio.