Howard Gardner
O AUTOR
Howard Gardner nasceu em Scranton, PA, em 1943, filho de Ralph Gardner e Hilde Weilheimer Gardner, refugiados do nazismo. Foi uma criança estudiosa, tinha muito prazer em tocar piano, diz que a música sempre teve grande importância em sua vida. Fez pós-graduação na Universidade de Harvard, especializando-se em psicologia e depois em neuropsicologia. Em 1986 começou a ensinar na Escola de Graduação em Educação de Harvard, é professor de didática e professor de psicologia na Universidade de Harvard, professor de neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Boston e vice-diretor do Projeto Zero de Harvard, um grupo de pesquisa sobre a natureza da atividade simbólica humana. É casado com Ellen Winner, psicóloga desenvolvimentista que leciona no Colégio de Boston, têm quatro filhos: Kerith (1969), Jay (1971), Andrew (1976) e Benjamin (1985).
Sua família e seu trabalho são suas paixões, ele também adora diferentes formas de arte e viajar. Por muitos anos conduziu duas correntes de pesquisas sobre o cognitivismo e o uso de capacidades simbólicas: a primeira com crianças "normais" e "especiais" (termos empregados por ele) e a segunda com adultos apresentando problemas cerebrais. Seu esforço em sintetizar essas duas linhas de trabalho o levou à teoria das Múltiplas inteligências, introduzida no livro Estruturas da Mente, 1983. Só obteve reconhecimento entre os colegas psicólogos quando publicou A nova ciência da mente (1985), livro no qual apresenta a ciência cognitiva, após dez anos de pesquisa sobre o campo. Começando então a ser convidado com grande freqüência para participar de eventos divulgando seu trabalho, percebeu que sua "teoria das IM" (como ficou conhecida) era apreciada principalmente pelos educadores, passou a dedicar-se mais especificamente à área educacional.
Crítico implacável dos testes de QI, pesquisador e escritor incansável, conhecido por ter desenvolvido a Teoria das Inteligências Múltiplas, recebeu muitos prêmios e homenagens, entre os quais:
· Doctor of Music, honoris causa, Ithaca College, May 1999.
· Doctor of Science, honoris causa, Connecticut College, May 1999
· Doctor of Science, honoris causa, McGill University, June 1999.
· Golden Plate Award, American Academy of Achievement, Washington D.C., June 1999.
· Samuel T. Orton Award from the International Society of Dyslexia, November 1999.
· Doctor of Humane Letters, honoris causa, Princeton University, June, 1998.
· Doctor of Philosophy, honoris causa, Tel Aviv University, May, 1998.
· Doctor of Humane Letters, honoris causa, Macalaster College, May, 1997
· Doctor of Humane Letters, honoris causa, Long Island University, May, 1997.
· Doctor of Music, honoris causa, Cleveland Institute of Music, OH (1996)
· Doctor of Humane Letters, honoris causa, Salem State College, MA (1996)
· Doctor of Humanities, honoris causa, Moravian College, PA (1996)
· Presidential Citation, American Educational Research Association (1996)
· Outstanding Service to the Field of Education Award, Lehigh University, PA (1995)
· Doctor of Humane Letters, honoris causa, Indiana University, IN (1995)
· Teachers College Medal for Distinguished Service to Education,
· Teachers College, Columbia University (1994)
· Governor's Award for Excellence in the Humanities, Pennsylvania (1994)
· Excellence in Family Issues Award for The Unschooled Mind, Child Magazine (1993)
· Children's Theater Foundation of America, Medallion Award (1993)
· Doctor of Music, honoris causa, New England Conservatory of Music (1993)
· Doctor of Education, honoris causa, Curry College (1992)
· University of Louisville Grawemeyer Award in Education (1990)
· William James Award, American Psychological Association (1987)
· MacArthur Prize Fellowship (1981-1986)
·Claude Bernard Science Journalism Award (1975)
Esteve no Brasil em 1997 a convite do Colégio Galileu Galilei em São Paulo, onde deu uma série de palestras. É considerado um dos principais pedagogos deste final de século. Gardner disponibiliza seu e-mail para maiores informações sobre seu trabalho, porém avisa que convites para palestras, etc. devem ser agendados com "alguns anos" de antecedência. Costuma dizer que gostaria que fosse escrito na lápide de seu túmulo: "Ele expandiu a idéia que se tinha da mente." Ocupa as seguintes posições atualmente: Diretor do Harvard Project Zero (desde 1995) Professor de Psicologia, Harvard University (desde 1991) Professor de Neurologia, Boston University School of Medicine ( desde 1987) Co-Diretor do Harvard Project Zero (1972-present) Posições já ocupadas: Professor de piano (1958-1969) Professor de primeiro grau , Newton, MA; em classes de 50 alunos de cinco a sete anos de idade (1969) Pesquisa clínica, Boston Veterans Administration Medical Center (1975-1978) Pesquisas psicológicas, Boston Veterans Administration Medical Center (1978-1991) Consultas psicológicas, Boston Veterans Administration Medical Center (1991-1993) 2.OBRAS Título: The mind's new science : a history of the cognitive revolution Publicação: New York : Basic Books,c1985. Tradução: A nova ciência da mente : uma história da revolução cognitiva por Claudia Malbergier Caon. Publicação: São Paulo : USP,1996. Este é o livro através do qual Gardner começou a obter reconhecimento na área da psicologia. Nesta obra ele apresenta os resultados do seu grupo de pesquisa da Escola de Graduação em Educação de Harvard sobre a ciência cognitiva, situando-a no contexto histórico: "interessa-me saber se questões que intrigavam nossos ancestrais filosóficos podem ser definitivamente respondidas, ilustrativamente reformuladas, ou permanentemente abandonadas." (Howard Gardner, 1996). Ele atribui à ciência cognitiva 5 aspectos determinantes: 2 considerados como crenças centrais 1º) Deve-se fazer análise separada dos aspectos biológicos, neurológicos, sociológicos e culturais. 2º) O auxílio dos computadores é indispensável para tal estudo, sobretudo quanto à compreensão do funcionamento da mente. 3 considerados como características metodológicas (ou seja, variam de acordo com o método adotado) 3º) Não deve-se incluir fatores desnecessários, como a caracterização do contexto. 4º) Pressupor a idéia de interdisciplinaridade. 5º) Herança da tradição filosófica da Antigüidade Clássica, visto que retomam as mesmas questões. Nesta caracterização, Gardner apresenta a história da ciência cognitiva, que remonta aos questionamentos da Antigüidade, afirmando que seu passado é extenso, porém sua história é curta, visto que só foi reconhecida como ciência por volta de 1950. Gardner, H. (1999). Intelligence reframed. New York: BasicBooks. Gardner, H. (1999). The Disciplined Mind: What All Students Should Understand. New York: Simon & Schuster. Gardner, H. (1997). Extraordinary Minds: Portraits of Exceptional Individuals and an Examination of our Extraordinariness. New York: BasicBooks. Gardner, H., Kornhaber, M., & Wake, W. (1996). Intelligence: Multiple perspectives. Fort Worth, TX: Harcourt Brace. Williams, W. M., Blythe, T., White, N., Li, J., Sternberg, R. J., & Gardner, H. (1996). Practical intelligence for school. New York: HarperCollins College Publishers. Gardner, H., with the collaboration of Laskin, E. (1995). Leading Minds: An anatomy of leadership. New York: BasicBooks. BasicBooks Paperback with a new introduction, 1996. Gardner, H. (1993). Multiple Intelligences: The theory in practice. Publicação: New York: BasicBooks. Tradução: Inteligências múltiplas : a teoria na prática por Maria Adriana Veríssimo Veronese. Publicação: Porto Alegre : Artes Medicas,1995. Gardner, H. (1993). Creating Minds: An anatomy of creativity seen through the lives of Freud, Einstein, Picasso, Stravinsky, Eliot, Graham, and Gandhi. New York: BasicBooks. Tradução: Mentes que criam : uma anatomia da criatividade observada através das vidas de Freud, Einstein, Picasso, Stravinsky, Eliot, Graham e Gandhi. por Maria Adriana Veronese. - Publicação: Porto Alegre : Artes Médicas,1996. Gardner, H. (1991). The Unschooled Mind: How children think and how schools should teach. New York: BasicBooks. Gardner, H. (1990). Art education and human development. Los Angeles: The Getty Center for Education in the Arts. Gardner, H. (1989). To Open Minds: Chinese clues to the dilemma of contemporary education. New York: BasicBooks. BasicBooks Paperback with new introduction, 1991. Gardner, H. (1983). Frames of Mind: The theory of multiple intelligences. New York: BasicBooks. BasicBooks Paperback, 1985. Tenth Anniversary Edition with new introduction, New York: BasicBooks, 1993. Tradução:Estruturas da mente : a teoria das inteligências múltiplas Traduzido por Sandra Costa. Publicação: Porto Alegre : Artes Médicas,1994. Gardner, H. (1982). Art, Mind, and Brain: A cognitive approach to creativity. New York: BasicBooks. BasicBooks Paperback, 1984. Gardner, H. (1980). Artful Scribbles: The significance of children's drawings. New York: BasicBooks. BasicBooks Paperback, 1982. Gardner, H. (1978). Developmental Psychology: An introduction. Boston: Little Brown, International Edition. Second Edition, 1982. Gardner, H. (1975). The Shattered Mind. New York: Knopf. Vintage Paperback, 1976. Gardner, H. (1973). The Quest for Mind: Jean Piaget, Claude Levi-Strauss, and the Structuralist Movement. New York: Knopf. Vintage paperback, 1974. Second Edition, 1981, University of Chicago Press. Gardner, H. (1973). The Arts and Human Development. New York: Wiley. Second Edition, 1994, New York: BasicBooks. Grossack, M., & Gardner, H. (1970). Man and Men: Social psychology as social science. Scranton, PA: International Textbook. 3. TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS Uma menina passa uma hora com um examinador. Faz-se a ela algumas perguntas que investigam o seu cabedal de informações ( Quem descobriu a América? O que o estômago faz?), seu vocabulário ( O que significa absurdo? O que significa campanário?), suas habilidades aritméticas ( A oito centavos cada, quanto custarão três doces?), sua habilidade de lembrar uma série de números (5,1,7,4,2,3,8), sua capacidade de identificar a similaridade entre dois elementos (cotovelo e joelho, montanha e lago). Pode-se também pedir-lhe que desempenhe algumas outras tarefas por exemplo, resolver um labirinto ou organizar um grupo de figuras de modo que relatem uma história completa. Algum tempo depois o examinador pontua as respostas e chega a um número único o quociente de inteligência (QI) da menina. Este número ( comunicado à menina) tende a exercer um considerável efeito sobre seu futuro, influenciando a maneira como seus professores pensarão sobre ela e estabelecendo sua elegibilidade para determinados privilégios. A importância vinculada ao número não é inteiramente inadequada: afinal, o escore em um teste de inteligência de fato prevê a habilidade da pessoa de haver-se com matérias escolares embora preveja pouco sobre o sucesso na vida posterior. A cena precedente é repetida milhares de vezes ao dia no mundo, porém muitos observadores não se mostram satisfeitos com este estado de coisas. Deve haver mais na inteligência que respostas curtas para perguntas curtas. Deve-se avaliar os diferentes desempenhos das diferentes pessoas sem levar em conta apenas o acadêmico. Segundo estudos sobre inteligências e cognição ( estudos esses neurobiológicos, neurais e etc.) obteve-se um poderoso indício sobre os possíveis "tipos naturais" da inteligência humana. Foi então que um grupo de pesquisadores da Universidade de Harvard, liderados pelo psicólogo Howard Gardner, nos anos 80 elaboraram a teoria das inteligências múltiplas, onde este psicólogo enumerava sete tipos diferentes de inteligências humanas. Mas a ciência não é feita sobre indícios, é necessário avançar uma hipótese ou uma teoria e então testá-la. Apenas quando os pontos fortes e limitações da teoria tornam-se conhecidos, a plausibilidade do postulado original torna-se evidente. Porém, nem a ciência jamais produz uma resposta totalmente correta e final. Portanto não há e jamais haverá uma lista única, irrefutável e universalmente aceita de inteligências humanas e a lista das sete inteligências de Gardner pode ser alterada e acrescentada dependendo de novos estudos. Mas como Gardner chegou a esta lista? Levando em consideração pré-requisitos que são um meio de assegurar que uma inteligência humana deve ser genuinamente útil e importante. E esses pré-requisitos são um conjunto de habilidades de resolução de problemas, ou seja, capacitando o indivíduo a resolver problemas ou capacidades genuínos que ele encontra; e também deve apresentar o potencial para encontrar ou criar problemas. Assim, um pré-requisito para uma teoria de inteligências múltiplas, como um todo, é que ela capte uma gama razoavelmente completa dos tipos de competência valorizados pelas culturas humanas. Deve-se levar em conta as habilidades tanto de um xamã e de um psicanalista quanto as de um yogue e de um santo. As sete inteligências são: A inteligência lingüística Os componentes centrais da inteligência lingüística são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. É o tipo de habilidade que teria o poeta, um escritor ou um orador. Em crianças, esta habilidade se manifesta através da capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas. O perfil dessa inteligência aponta para: entendimento da ordem e do significado das palavras capacidade de convencer alguém sobre um fato capacidade de explicar, ensinar e aprender senso de humor memória e lembrança análise meta-linguística A inteligência lógico-matemática Os componentes centrais desta inteligência são descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade de lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. Como diz o nome é a habilidade que encontramos em um matemático ou cientista lógico. Porém, embora o talento científico e o matemático possam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que levam as ações dos cientistas e dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos desejam criar um mundo abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a natureza. A criança com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio. O perfil dessa inteligência aponta para: reconhecimento de padrões abstratos raciocínio indutivo e dedutivo discernimento de relações e conexões solução de cálculos complexos A inteligência musical Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. É a habilidade dos compositores, concertistas, em alguém que consegue pensar musicalmente. A criança pequena com habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e, freqüentemente, canta para si mesma. O perfil dessa inteligência aponta para: reconhecimento da estrutura musical esquemas para ouvir música sensibilidade para sons criação de melodias / ritmos percepção das qualidades dos tons habilidade para tocar instrumentos A inteligência Espacial Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade de para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade para quebra cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais. O perfil dessa inteligência aponta para: reconhecimento de padrões abstratos raciocínio indutivo e dedutivo discernimento de relações e conexões solução de cálculos complexos A inteligência corporal cinestésica Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo, como a mão ou a boca. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. É o caso dos bailarinos, atletas, cirurgiões, artesãos. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada. O perfil dessa inteligência aponta para: funções corporais desenvolvidas habilidades miméticas conexão corpo/mente alerta através do corpo (sentidos) controle dos movimentos pré-programados controle dos movimentos voluntários A Inteligência Interpessoal Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade para entender e responder adequadamente a humores, temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas. É o tipo de habilidade que se encontra nos professores, clínicos, terapeutas, políticos, atores e vendedores bem sucedidos. Na sua forma mais primitiva a inteligência interpessoal se manifesta em crianças pequenas como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais avançada, como a habilidade para perceber desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças especialmente dotadas demonstram muito cedo a habilidade de lidar com outras crianças, uma vez que são extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos dos outros. O perfil dessa inteligência aponta para: funções corporais desenvolvidas habilidades miméticas conexão corpo/mente alerta através do corpo (sentidos) controle dos movimentos pré-programados A inteligência intrapessoal Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É ter uma compreensão viável de si mesmo, quem é você, que capacidade tem, que necessidades, que tipos de inteligência e como usá-las para solucionar problemas ou para fazer alguma coisa. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações lingüísticas, musicais ou cinestésicas. O perfil dessa inteligência aponta para: concentração total da mente preocupação metacognição percepção e expressão de diferentes sentimentos íntimos senso de auto-conhecimento capacidade de abstração e de raciocínio Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, tem a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Segundo Gardner, as pessoas dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Essa teoria contrapõe-se ao behaviorismo, vista a não concreticidade de seu objeto de estudo ( a inteligência). No entanto, Gardner é favorável ao pensamento piagetiano, observando que partem dos mesmos princípios, mas Gardner vai além das inteligências lingüísticas e lógico-matemáticas de Piaget. Em seu livro: Mentes que Criam: uma anatomia da criatividade humana observada através das vidas de Freud, Einstein, Picasso, Stravinsky, Eliot, Graham e Gandhi Gardner usa esses sete exemplos para exemplificar os tipos de inteligência e suas combinações. Tendo o cuidado de que esse grupo de indivíduos fosse mais ou menos da mesma época, sendo contemporâneo (Freud nasceu em 1856, Martha Graham em 1894 e os outros entre essas duas datas) e influenciados pela civilização da Europa.