O gosto do tempo
Adormece minha mente
Na sombra galopante
Do ar corroído,
Diante das luzes da cidade
Com sua vegetação
De mariposas.
Os defuntos adormecidos
Que declaram ser
Loucura o Amor
Das bocas
Que trazem as línguas
Com sabor
Que o néctar desconhece.
Abre-se o azul do céu,
Quando abrem as coxas.
E os sexos,
rijos e doces,
vibram
Em Cânticos sublimes.
Dizem os homens,
De pouca fé, que
Este Amor
É o mesmo que condenar-se
Aos suplícios eternos,
Devido aos pecados puros,
Mas imperdoáveis.
Porém é o Amor
Que nasce em beijos,
Manhãs e pão.
Amor que rompe
As correntes
Para voltar a amar.
Por que querem
aprisioná-Lo
no tempo e no espaço!?
Eu morrerei
Com Ele.
Morrerei nessa Prisão.
E enlouquecerei perante
A civilização correta
Que desvia-se
Das Paixões.
Paixões que purificam
As almas.
Morrerei
Porque vale a pena
Dar o último suspiro
Na Cidade da Paixão,
No movimento incerto
Do coração.
Vale o Amor!
Sentir a força
Secreta do bem e
Do mal.
Sentir a flor
No vaso de porcelana
Indo em busca
Da luz,
Mesmo longe do campo
Donde foi arrancada.