CINCO GRANDES COISAS QUE A TV NÃO PODE FAZER PELOS SEUS FILHOS

V. Gilbert Beers

Não muito tempo atrás, três de nossos netos ficaram conosco até tarde da noite. Nós gostamos de fazer isto de vez em quando para nos ajudar a gastar mais tempo de qualidade com cada um deles. No dia seguinte, eu senti urgência em fazer um trabalho. Meu primeiro instinto foi colocar uma fita no vídeo e colocar meus netos na frente da TV.

Você conhece o sentimento, não? Quantas vezes nesta semana você tem olhado para a TV como se ela fosse uma babá eletrônica? Quantas vezes você tem respirado com alívio quando as crianças querem ver a TV e assim, dando a você algum tempo de descanso?

Onde está o limite entre o suficiente e o muito? Eu não posso responder esta questão pra você. Você tem que julgar por você mesmo e pela sua família. Mas ambos sabemos que há perigo suficiente onde a TV se torna um pai adotivo.

Considere algumas estatísticas: Mais casas na América (98%) têm mais TV do que banheiros dentro de casa. A típica classe média americana tem no mínimo 3 TVs e gasta 230 horas cada ano vendo TV. Comparando com 2000 horas gastas cada ano provendo o sustento (40 horas por semana X 50 semanas). A média de crianças americanas que vêem TV é de 6 horas por dia. O mesmo tempo que gastam na escola. Quando a criança entra no jardim de infância, ela já viu em média, 8000 horas de TV.

Para por isto grosseiramente, o tempo gasto com a TV pelas crianças é maior do que o tempo gasto pelo adulto no trabalho e as horas que as crianças passam na escola. Compare isto com o tempo que nós gastamos como Igreja, atividades cristãs, culto familiares ou estudo pessoal da bíblia, e nós facilmente nos envergonhamos. Quem entre nós gasta mais do que 4 ou 5 horas semanalmente em tudo isto, a não ser que estejamos totalmente envolvidos na obra de Deus?

Vários anos atrás, uma pesquisa importante foi conduzida entre evangélicos e fundamentalistas para determinar hábitos de assistir TV. O resultado da pesquisa foi que a população evangélicos-fundamentalistas tinha os mesmos hábitos de TV que a grande sociedade. Se mamãe e papai são como os demais em seus hábitos com a TV, por que eles devem se queixar, se seus filhos são como os demais em seus hábitos com a TV? Com nossos filhos, nosso exemplo sempre falará acima dos nossos "sermões".

Então, por que eu devo me importar se meus filhos vêem TV da mesma maneira que seus amigos da escola fazem?

Primeiro, considere aquelas 2000 horas que seu filho "investe" cada ano na telinha. Este é o melhor uso de 2000 horas? Se seus filhos gastam aquelas muitas horas com a telinha, qual o tempo que sobra para:

  1. Conversa em família
  2. Cultos familiares
  3. Boa leitura
  4. Tempo de lazer
  5. Desenvolvimento criativo através de boas atividades
  6. Tempo tranqüilo, tempo para crescer sem as atrações e brilhos deste mundo

Segundo, você está certo de que você sabe o que seu filho está vendo? Enquanto a telinha está "tomando conta", está também doutrinando, instruindo. Está ensinando seu filho algum valor severamente distorcido. Quase tudo que você crê como cristão é, nesta hora, ridicularizado e falsificado ou feito para ser visto sem importância na TV. Ocasionalmente nós vemos saudáveis valores imergirem, mas isto tem se tornado mais exceção que regra. Nós crescemos acostumados a distorcer idéias que estão realmente erradas acima de tudo.

Terceiro, muitas vezes você transfere seu dever paternal para um alto grupo de estranhos e você pode esperá-los fazer da maneira deles. Eu, realmente, não quero um produtor, que está faminto por audiência, criando meus filhos ou netos.

Quarto, você realmente gostaria que seus filhos crescessem num padrão de vida, descrito ou retratado num telinha? Você realmente gostaria de ver seus filhos envolvidos diariamente numa vida sangrenta; violência, sexo, linguagem grosseira, imagens familiares distorcidas, valores vãos e pensamentos anti-cristãos?

Você e eu não pensaríamos em expor nossos filhos a todas estas coisas na vida real. Mas nós, descuidadosamente envolvemos nossos filhos numa projeção destas coisas dentro de um impacto maior que a vida.

Quinto, compare o comportamento na TV com o andar que você deseja na sua vida familiar. Parafraseando uma pequena canção: "Como você os mantém na fazenda, depois que eles tenham visto TV?" E sobre nossas urgentes necessidades, como crianças e adultos, por tempo tranqüilo, tempo para refletir ou meditar sobre Deus, tempo para cheirar as flores, para ser criativo, tempo encontrar Deus? Nossos filhos não podem fazer nada dessas coisas enquanto o telinha está destruindo neles o que foi construído, nem você pode.

Sexto, você está satisfeito com o típico personagem da TV, como modelo para seus filhos? O que será, se seu filho se tornar esse tipo de pessoa? Você ficará satisfeito, ou você tem um alvo diferente para seu filho?

É fácil pensar que a TV tem tanta atração e brilho, que nós pais nunca podemos competir com ela: Nossas crianças estão viciadas, então nós também devemos desistir. Isto é um mito; Isto simplesmente não é verdade! Seus filhos estão famintos por você como uma pessoa. A TV não pode mesmo, começar competir com você, se você está desejoso e pronto para se envolver pessoalmente com eles e conversar com eles.

 

  1. A TV não pode falar o nome de seus filhos (ou o seu), a não ser genericamente por acidente. A TV não tem, absolutamente, interesse pessoal em seu filho e nem mesmo sabe que ele existe. Seu filho é impessoal, é uma mera estatística, ele é apenas mais um na audiência total. A TV está totalmente desinteressada em quem é seu filho; o que ele pensa, como ele age, o que ele aprendeu na escola hoje, se ele ama a Deus ou o odeia, se ele ama a você ou o odeia. Nada mais que uma estatística de marketing. A TV não tem qualquer conceito para seu filho.
  2. Mas você, querido pai, tem a oportunidade; não, o privilégio de sussurrar o nome de seu filho para ele centenas de vezes cada dia. E com isto você pode transmitir vibrações que a TV não pode enviar; conceitos pessoais e interesses que seu filho está confiante para assimilar.

  3. A TV não pode aninhar seu filho no colo e ler um livro para ele. A TV não tem colo, como minha mãe e meu pai tinham, como minha esposa e eu temos, como você tem e qualquer que abrace seu filho. A TV não está interessada em contato de carne e sangre, em tocar; no calor pessoal. Não tem calor de respiração nem som do coração da mãe batendo; nem o piscar dos olhos, olhando dentro da face dele, nem doce sorriso dirigido àquele único, sentado em meu colo, nem comunicação pessoal um a um.
  4. O que a TV disse a seu filho esta manhã, não foi realmente dito para seu filho. Isto foi dirigido para uma imagem de marketing lá fora. Seu filho foi incluído somente como uma estatística, não como uma pessoa com necessidades pessoais. O que você disse para seu filho esta semana, veio de um coração de amor e cuidado, um desejo para aquele sucesso individual, um vivo desejo que aquela pessoa venha a conhecer a Deus.

    A TV nunca substituirá o ouvir um bom livro enquanto senta no colo dos pais, a não ser que nós pais, abdiquemos de nossos reais direitos e privilégios e os deixemos para estranhos com objetivo radicalmente diferente do nosso.

  5. A TV nunca abraça sua criança quando ela fere seu dedo ou seu amigo faz piada dela. Neste momento de ferida e necessidade pessoal, sua criança nunca pode correr repentinamente, lançar-se para dentro do quarto, se voltar para a TV e ter o consolo que precisa. Isto não está lá! Mas você está lá! É o seu caloroso abraço que conta numa hora como aquela. Todas as produções 5 estrelas de Nova Iorque são indignas, não valem nada num momento como este. Mas um simples e amoroso abraço de mamãe ou papai é tudo.
  6. Lembre-se do poder que você possui num abraço. Todos os eletrônicos no mundo nunca podem competir com um abraço amoroso dos pais. Um carinhoso abraço para uma pequena pessoa ferida. Nós adultos precisamos disto também. Nós, alegremente, negociaríamos vastos recursos para um genuíno abraço de uma pessoa cuidadosa quando a vida golpeia o admirador.

    A TV nunca dará um abraço porque ela não tem coração para se importar por sua criança ferida. Atualmente a telinha não tem cérebro para reconhecer as feridas de seu filho e certamente não tem braços para abraçá-lo.

  7. A TV nunca ouve seu filho. Entre os muitos presentes que uma criança quer de seus pais é que sejam ouvintes atenciosos. Mas a TV não tem ouvido. Ela não pode nem ouvirá quando ela correr porta a dentro excitada sobre uma pequena participação numa apresentação da escola. Ela não pode nem ouvirá quando ela quer contar a você sobre um novo amigo na escola, ou que entrou num time de crianças. A TV ignorará sua criança quando ela quiser fazer uma simples pergunta: "Você ainda me ama?"
  8. A TV me faz lembrar de um esgoto que vi após uma tempestade. De algum lugar o cano é cheio e mantêm seguindo o curso, a correnteza fluindo, se gostamos ou não. Você nunca pode enviar nada de volta através do cano. Todo ele é um único caminho. A TV cospe as palavras e imagens, e se você está lá, você se assusta. Mas tente fazer uma simples pergunta. Tente contar à TV o que está em seu coração. Ela não tem ouvidos para ouvir, nem coração para se importar se poderia ouvir. Você é ninguém e seu filho é ninguém. É só outro ouvido em que a TV pode descarregar num rio de corrente única. Mas você tem um maravilhoso privilégio: Ver seu filho surgir através da porta com excitantes notícias. Você pode ouvir! Neste momento você é mais importante para seu filho do que todas as TVs do mundo; se você verdadeiramente ouve. Mais que todas as coisas neste momento, seu filho quer um ouvido atento, uma direta conexão para um atencioso coração.


    A TV nunca pode substituir um pai ouvinte. Ela nunca fará isto a não ser que você abandone o seu dever de ser um pai ouvinte! Então, para onde mais seu filho pode se voltar, senão para a antipática caixa com industriosa enxurrada de desprezíveis palavras? E se nós pais não ouvirmos, como podemos convencer nossos filhos que Deus ouve?

  9. A TV nunca pode colocar seu filho na cama à noite e orar com ele. Nunca! Mas você pode! Você tem a única, em um milhão de oportunidades, para fazer um simples ato de amor que todos os produtores de TV no mundo não podem enviar através dessas pequenas caixas.

A TV não pode falar com seu filho sobre as coisas boas e as não tão boas que aconteceram para ele hoje. Ela não porá uma mão macia na sua testa e perguntará como ele se sente. Ela não lhe porá um termômetro e não pegará um pouco de água para ele. A TV não pegará a mão de seu filho gentilmente e dirá: "Eu amo você". A TV nunca dará um beijo de boa noite a seu filho.

Caso você não saiba, você é a estrela do show. A TV nunca pode competir com o que você tem para oferecer a seu filho. Você terá mais brilho do que a TV aos olhos de seu filho, a não ser que você transfira a sua responsabilidade paternal para a telinha.

 


 

Traduzido do original: Keeping Your Kids Christian – páginas 255 a 260

por Eneida Verli Fernandes – Salvador – Bahia – Brasil – 18/04/1999