Espanha e Portugal são paises amigos que tem história comum, língua aproximadamente igual, tradições idênticas e pontos de contacto da cultura e civilização freqüentes e ao conhecermos melhor a história da Espanha se compreende melhor a história de Portugal.
Era filho de Fernando I que recebeu o trono de Leão por herança direta do seu pai e Castela por morte de seu irmão Dom Sancho II e apoderou-se do reino da Galiza ao mandar prender o seu irmão Garcia, e ao conquistar Toledo acabou estabelecendo a sua corte ali, ao tomar a cidade mediterrânica de Valença, Dom Afonso VI o abandonou após reconhecer que não havia vantagem em sustentar uma praça de guerra encravada em território inimigo, e ao se confrontar com o celebre Cid o Campeador, ele acabou sendo derrotado nas batalhas de Zalaca e Uclés. Dom Afonso VI foi um dos reis que maior influencia exerceu na gestada reconquista do território de Portugal quando chamou alguns fidalgos e aventureiros europeus para tomarem parte na luta.
Dom Afonso VII
(1126 a 1157 ) Na história da Espanha ele e chamado de O Imperador por ter estendido em larga escala o seu território com as vitórias alcançadas sobre os Mouros e a sua mais famosa conquista foi à cidade de Almeria que se constituía em um importante porto ao sul da Espanha, e em 5 de Outubro de 1143 ele reconheceu a independência de Portugal pelo tratado de Samora, e com a sua morte os seus reinos foram repartidos entre os seus filhos conforme o costume das monarquias peninsular da época, com isto Dom Fernando II ficou com o território de Leão onde instituiu a Ordem de Santiago de Compostela que tornou vulgarmente conhecida como Santiago da espada e que foi introduzida em Portugal por Afonso Henrique, e Dom Sancho III com o reino de Castela.
Dom Afonso VIII ( 1158 a 1214 ) Era filho de Dom Sancho II e que ao herdar o trono era muito jovem, por este motivo no inicio de seu reino ocorreram sangrentas batalhas pela posse do poder que foram travadas em famílias rivais dos Castros e dos Laras, e ao atingir a maioridade Dom Afonso VIII afastou a tutela e a influencia de ambas as famílias sobre o seu reino.
E no momento em que Dom Afonso IX se uniu aos Mouros eles atacaram os reis católicos de Aragão, Castela e Portugal que tinham as mesmas indulgências concedidas aos cruzados do oriente pelo sumo pontífice, e com a celebração da paz através do tratado assinado Dom Afonso IX comprometeu-se a casar com Dona Berengária filha do rei de Castela, porém em razão de consangüinidade o casamento acabou sendo anulado.
Dom Henrique I ( 1214 a 1217 ) Foi elevado ao trono em virtude da morte de seu irmão Dom Fernando herdeiro presuntivo ao trono a batalha de Alarços, e durante o seu curto reinado o país foi governado pela sua irmã e sucessora Dona Berengária.
Dona Berengária ( 1217 a 1217 ) Foi coroada como rainha de Castela na cidade de Valhadolid por ter herdado o trono em virtude da morte de seu irmão Dom Fernando e Dom Henrique e na oportunidade o seu ex-marido o rei leonês Dom Afonso IX que se encontrava separado em virtude da anulação do casamento, não aceitou a coroação de Dona Berengária em virtude de querer ocupar o lugar de monarca castelhano. Dona Berengária na oportunidade não acedeu às exigências e ainda sustentou as pretensões de seu filho Dom Fernando III ao reino de Leão, contra os hipotéticos direitos de Dona Dulce e Dona Sancha filhas de Dom Afonso IX e de Dona Tereza de Portugal. E para isto em vez de se entregar às lutas estéreis e destruidoras, Dona Berengária pagou as filhas de Dona Tereza uma avultosa pensão para garantir a sucessão de seu filho Fernando III ao trono de leonês.
Dom Afonso X ( 1252 a 1284 ) Como infante entrou em Portugal à frente de um exercito para defender a soberania e os direitos de Dom Sancho II, e se indispôs com os guardiões dos conventos franciscanos da Guarda e de Covilha, e com os bispos das dioceses de Braga e Coimbra para impedir o cumprimento da bula pontifica contra Dom Afonso III, e no ano de 1267 Dom Afonso X que em muito se interessava pela restauração da diocese de Silves, concedeu a Dom Afonso III na pessoa de seu neto Dom Dinis a posse das terras Algarvias com o trato de serem entregues após a sua morte. No entanto, quando Dom Dinis visitou Dom Afonso X para ser armado cavaleiro acabou concedendo a efetiva e imediata posse das terras homejada pelo monarca, fato este que causou profundo desgosto a sua mãe que acabou abandonando Portugal ao se retirar para a corte castelhana, e sob o seu governo e que foi dado à existência jurídica ao principio da hereditariedade real em Castela que até então era simplesmente consuetudinária e foi quando as ordens militares de Alcântara, Calatrava e Santiago conseguiram grandes prestígios e expansão e no ano de 1268 Dom Afonso X extinguiu o tributo simbólico que Portugal deveria pagar ao rei de Leão, com isto completou a independência de Portugal.
Era conhecido como o Empresado, em virtude da lenda de dois fidalgos que haviam sido injustamente condenados à morte, e que profetizaram no momento em que iam sendo conduzido ao local do suplicio que o rei morreria dentro de um mês. E ao se realizar a profecia a rainha viúva Dona Constança de Portugal ficou com o encargo de regência do reino em virtude da menoridade de seu filho Dom Fernando IV, e devido as suas poucas qualidades para o desempenho da função ele se viu envolvido pelos perigos das lutas internas, que provocadas pelos elementos da nobreza logo se transformaram em uma guerra civil.
A menoridade deste soberano foi
violentamente perturbada por inúmeras convulsos, e ao pacificar os seus turbulentos
vassalos e reinar em paz, embora por vezes tivesse de aplicar duras e cruéis justiças e
em conseqüência da pressão exercida pelos maometanos os reis católicos congregaram-se
e derrotaram os infiéis na famosa batalha de Tarifa com a ajuda do exercito de Dom Afonso
XI.
E um dos monarcas castelhanos mais
duramente tratado pela história em virtude de ter se manchado de sangue das inúmeras
vitimas, e que devido aos seu desejo de vingança contra alguns fidalgos castelhanos
refugiados em Portugal, ele negociou com o rei Dom Pedro I de Portugal que era o seu tio,
o escambo dos perseguidos em troca de dois culpados pela morte de Dona Inês de Castro.
Dom Henrique de Transtâmara filho bastardo de Dom Afonso XI e de Dona Leonor de Gusmão ao assassinar o seu irmão Dom Pedro I em Montiel para vingar a morte de sua mãe e de seu irmão Dom Fradique ele se apoderou do trono e concedeu muitos privilégios aos nobres que o apoiaram, com a intenção de atrair a sua causa outros elementos influentes.
Quando herdou o trono de Castela Dom Henrique III ainda mantinha a menoridade e nesta época instalou-se nos seus reinos um ambiente de terror e anarquia devido aos constantes combates entre Portugal e Castela e ao tomar conta do governo Dom Henrique III conseguiu dominar a situação ao impor a sua autoridade de forma enérgica ao obrigar muitos nobres que se tinham locupletado com bens da coroa a restituir tudo aquilo que haviam subtraído ao domínio régio, com isto começou a se manifestar o absolutismo dos monarcas que tinham no carrasco um valioso auxiliar, e ao estabelecer nas Ilhas Canárias um ponto de apoio para novas empresas guerreiras na África, os estados peninsulares começaram a olhar com interesse para o mar!
Herdou o trono de seu pai Dom Henrique III no próprio amo de seu nascimento, e o seu reinado caracterizou-se por continuas desordens, tuburlencias e abusos de todas as espécies em virtude da fraqueza do rei perante a arrogância da nobreza e a fraca administração de seu ministro Álvaro de Luna que veio a ser decapitado em virtude da interferência de Dona Isabel de Portugal rainha de Castela que mandou que ele fosse detido e julgado. E na época da assinatura em Medina Del Campo do tratado de paz firmado entre Portugal e Castela chegou ao fim a guerra da independência travada entre os dois paises e falecia o grande herói desta guerra o General Dom Nuno Álvares Pereira.
O seu reinado ficou conhecido pela anarquia que se registrou em virtude de sua fraqueza e desmando que permitiu que seu nome e de sua mulher Dona Joana de Portugal fosse enxovalhado tanto em vida como em memória que deles ficou ao serem destronados em efígies na cidade de Ávila pelos arrogantes nobres castelhanos que na ocasião ofereceram o trono ao seu irmão Dom Afonso e sua irmã Dona Isabel.
Assumiu o reino após afastar do trono dos seus antepassados a conhecida beltraneja Dona Joana de Castela ao aproveitar o pretexto corrente de que ela era filha adulterina e na época Dom Henrique IV desejava que ela se cassasse com o rei de Portugal Dom Afonso V e que sua filha Dona Joana se unisse em matrimonio com o futuro rei Dom João III, porem Dona Isabel que era extremamente voluntariosa acabou se casando com príncipe aragones Dom Fernando V e que receberem a designação corrente de os reis católicos. E ao derrotarem os Mouros e conquistarem a cidade de Granada, eles afetaram os Árabes e expulsaram os Judeus da península ibérica, com isto deram um passo importante para unificação espanhola ao introduzirem o tribunal da inquisição cujas ação religiosa e o poder civil empregava métodos de atuação muitos cruéis que acabaram por restringir os privilégios da nobreza e estabeleceram o absolutismo régio na Espanha sob relativa forma moderada ao fundarem um instituição designada por La Santa Hermandad que tinha como objetivo a perseguição de malfeitores e assegurar a ordem publica e para dar assistência e combate a miséria.
Teve no Padre Adriano Dedel como seu preceptor o deão de Lovaina, e no inicio de seu reinado considerava a Espanha como uma dependência da Flandres, fato este que causou sérios aborrecimentos quando teve que enfrentar algumas desordens e revoltas onde a principal foi a dos Comuneros que acabaram sendo derrotados em Valhadolid e com o correr do tempo Dom Carlos I foi se integrando ao modo de vida dos espanhóis que passaram a estimar e o respeitar, com isto ele se tornou o mais poderoso dos monarcas espanhóis quando levou os domínios espanhóis a uma extensão quase ilimitada de seus domínios geográficos, e por não querer que a Espanha e a Alemanha estivessem unidas sob a mesma coroa, acabou levando a Dom Carlos I a abdicar o trono imperial a favor de seu irmão Dom Fernando I e do trono espanhol em favor de seu filho Dom Filipe II, e o seu reinado ficou seriamente marcado em virtude do célebre assalto a cidade de Roma que sofre as maiores afrontas, pois quando da morte do comandante das tropas imperiais a soldadesca praticou os maiores abusos e destinos na cidade eterna, e quando da morte de sua mãe Dona Joana em 1555 ele entrou para o convento de Yuste.
Neto do rei Dom Manuel I de Portugal e filho de Dom Carlos I da Espanha que nasceu no dia 21 de Maio de 1527 em Valhadolid, e durante o seu reinado sustentou uma terrível guerra contra a França que suspeitava que um hipotético filho do rei da Espanha e de Maria Tudor chegasse a ser rei comum na Inglaterra, Espanha e Paises Baixos então sob o domínio da coroa espanhola, e nesta guerra se travou a célebre batalha de São Quintino, e par selar a paz foi assinado o tratado de Câteau-Cambresis no qual ficou acertado que Dom Filipe II se casaria com Isabel de Valois, filha de Henrique II da França. E para comemorar a vitória alcançada na Batalha de São Quintino o rei Dom Filipe mandou construir o mosteiro de Escurial e através de seu irmão Dom João da Áustria o exército espanhol venceu a famosa batalha de Lepanto e no ano de 1587 a armada inglesa destruíram a esquadra espanhola que se encontrava fundeada no porto de Cadís, e por este motivo o rei organizou com auxilio da frota naval portuguesa a celebre armada invencível que foi destruída pela incompetência do Duque de Medina Sidónia que era o chefe da armada espanhola e pela astúcia do almirante britânico com a ajuda de fortes temporais, e na época os Países baixos se revoltaram contra o jugo espanhol em virtude das divergências de mentalidade e as diferenças de religião, com isto eles se manifestaram com tal vigor que se formaram em dois blocos e conseguiram a independência quando à parte norte formou a Holanda com uma republica protestante e a parte sul se constituiu na Bélgica com uma monarquia católica.
A quem os espanhóis chamaram de apático e que ao assumir ao trono espanhol decretou a expulsão dos Mouros que haviam sido forçados a disseminar-se pelos reinos de Castela, Galiza e Andaluzia com a intenção de diminuir a densidade da população mourisca na região de Granada onde se manifestavam as tendências separatistas com o desejo da independência, e devido ao seu forte apoio pela canonização da rainha Santa Isabel o mesmo veio acontecer em 1625.
Por ter herdado o trono ainda muito jovem, ele teve em seu irmão bastardo
Dom João da Áustria como seu regente em seu governo. Com fraca qualidade de governante e
com um temperamento muito difícil ele encontrou a morte ainda cedo, com isto estourou uma
guerra de sucessão pela disputa do trono da Espanha entre os pretendentes Filipe de Anjou
que tinha como opositor o Arquiduque Carlos da Áustria, e neste período confuso na
Espanha os ingleses ocuparam o morro de Gibraltar e os paises baixos aumentaram a sua
autonomia em virtude da autoridade da Espanha ser simplesmente nominal por faltar um valor
real em virtude de uma carência de influencias efetivas, e através do tratado de Utreque
mais tarde confirmado pela paz de Rastadt e que teve fim à guerra de sucessão e o
reconhecimento de Filipe de Anjou como rei da Espanha em virtude de o Arquiduque Carlos de
Áustria ter sido aclamado imperador por morte de seu irmão, pois não convinha às
grandes potências européias restaurar o império de Carlos V.
Firmou-se no trono espanhol em virtude do resultado da guerra de sucessão com epíteto de animoso pela intrepidez demonstrada durante o conflito, e que teve como sua primeira esposa Dona Maria Luisa de Sabóia e em segundas núpcias Dona Isabel Farnésio que dominou os acontecimentos políticos da Espanha em virtude de Dom Filipe V não ser dotado de grandes qualidades para governar, e por este motivo o monarca teve como regente a rainha Dona Isabel Farnésio e o político José Patiño, e no ano de 1724 Dom Filipe V resolveu abandonar o governo ao abdicar o trono a favor de seu filho Dom Luis, porém a morte prematura do jovem rei obrigou-o a voltar a interessar-se pelos assuntos da administração publica da Espanha que se levantou da letargia em que tinha caído e começou a progredir sob diversos aspectos e deu-se um grande desenvolvimento a difusão da cultura e a instrução com a fundação das academias de história, língua e medicina.
Ao herdar o trono de seu pai, ele elevou a Espanha a um alto grau de prosperidade ao chefiar o país com grandes prestígios e competentemente ao ser rodeado por pessoas honestas e de grandes valores. Com isto o seu governo foi de paz e tranqüilidade e para isto ele recusou a todo custo a entrar nas atividades bélicas da guerra dos sete anos da qual a política européia queria arrasta-lo, e por suas nobres atitudes ele foi chamado de O Pacificador.
Diz-se dele que quem na verdade governava a Espanha era a sua esposa Dona Maria Luiza de Parma e o príncipe da paz Manuel Francisco Domingos de Godoy y Álvares de Farias Rios Sanchez Zargosa que como ministro espanhol intrometeu-se demasiadamente nos negócios políticos da França através da monarquia e pela republica e devido a sua política dúbia ele entrou em Portugal à frente de um exército na qualidade de capitão general durante a campanha do rousilhão quando se apoderou da cidade de Olivença e mais um indenização de guerra através do tratado de paz de Badajoz, e ao participar como um dos negociadores da assinatura do tratado de Fontaineblau que deu poderes para que a França invadisse Portugal, Napoleão Bonaparte serviu-se dele para arrasar Portugal e praticamente dominar toda a península ibérica. E o povo espanhol que estava cansada do governo inepto do rei e de seu ministro que tantas desilusões causava, e ao recearem que a família real espanhola se mudasse para alguma das cidades da América a exemplo da corte portuguesa, teve em 1808 as suas esperanças redobradas, quando o príncipe herdeiro e futuro Dom Fernando VII promoveu uma revolta em Aranjuez ao colocar a coroa sobre a sua cabeça, com isto Napoleão Bonaparte abraçou a idéia de uma mudança no trono espanhol e para isto sugeriu a abdicação de Dom Fernando VII. E em cerimônia realizada no palácio régio da vila de Aranjuez Dom Carlos IV assumiu o trono espanhol, com o povo sublevado tentando linchar o ministro Manuel de Godoy que teve que se esconder para escapar da morte, e devido à desastrosa política praticada em todo o território espanhol e pelas numerosas intrigas diplomáticas posta em ação, acabaram colocando a independência da pátria que os reis católicos haviam criada em grande perigo quando o monarca espanhol em Baiona se viu obrigado a entregar-se a Napoleão Bonaparte ao curvar a cabeça a todas as suas imposições ao acusar de desleais as personagens desta farsa, e em 10 de Maio de 1808 Napoleão Bonaparte tomava legalmente em suas mãos os destinos da Espanha, cuja política ele manobrava há muito tempo em conseqüência das abdicações de Dom Carlos IV e Dom Fernando VII. E para governar o trono espanhol, Napoleão Bonaparte elevou o seu irmão José como rei da Espanha durante o período de 1808 a 1813.
No inicio de seu reinado o povo madrileno se revoltou contra o domínio francês e as vinganças impostas pelos seus opressores com os famosos fuzilamentos de Moncloa, e quando da prisão sob as ordens de Napoleão Bonaparte em diversos castelos e palácios da França do infante Dom Carlos Maria Isidro que nunca havia cedido as imposições imperiais, começou a guerra da independência com a cidade de Saragoza sofrendo um horrível cerco, assim como Gerona. E em 1810 a guerra começou a ser favorável aos espanhóis com as vitórias nas batalhas de Buçaco e de Fuentes de Oñoro e em Ciudad Rodrigo que se defendeu valorosamente ao cerco que lhe foi posto e com a vitória alcançada na batalha de Arapil perto de Salamanca em 1812 a guerra praticamente teve o seu fim, embora as atividades bélicas prosseguissem moderadamente por algum tempo em ritmo moderado.
Dona Isabel II ( 1833 a 1868 ) Quando seu pai Dom Fernando VII morreu, Dona Isabel II era muito pequena e por este motivo a sua mãe Dona Maria Cristina de Bourbon ficou como sua regente no governo do trono espanhol, onde defendeu corajosamente os direitos e interesses de sua filha contra o pretendente do trono Dom Carlos Maria Isidro de Bragança e Bourbon que havia sido afastado da Espanha por ser considerado como um obstáculo à revogação da lei sálica. Após ter afastado o seu contendor, a rainha viúva que apesar de contar com as dedicações incondicionais daqueles que a cercava, não conseguiu vencer as dificuldades levantadas pela política liberal que mobilizavam uma enorme multidão que pediam a sua morte, e por este motivo à mesma teve que abandonar a capital espanhola em segredo e no dia 30 de Setembro de 1868 Dona Isabel II teve de abandonar o território espanhol e partir para o exílio ao atravessar a fronteira em Hendaye em virtude dos sobressaltos revolucionários. E com a saída da rainha Dona Isabel II foi nomeado como regente do trono espanhol o general Francisco Serrano que encaminhou para estudo a votação da assembléia constituinte vária hipótese para a escolha do regime e eleição do chefe de estado, e da votação realizada subiu ao trono espanhol o Duque de Aosta Dom Amadeu de Sabóia, e durante o seu reinado foi fundada a Cruz Vermelha Espanhola, construiu-se o primeiro barco a vapor utilizado na Espanha e que recebeu o nome de El Delfin e foi criada a primeira via férrea entre Barcelona e Mataró e iniciou-se a construção da linha férrea para ligação entre Madrid e Lisboa.
Era filho do unificador da Itália o rei Vitor Manuel que em 16 de Novembro de 1870 foi eleito como rei da Espanha e que em 2 de Janeiro de 1871 entrou em Madrid um dia após o assassinato do primeiro ministro o General João Prim y Prata, e devido às dificuldades encontrada para governar com dignidade, acabou abdicando em 11 de Fevereiro de 1873.
Estanislau Figueras y Moragas foi empossado em fevereiro de 1873 e
durante o seu curto governo foi proclamado o Estado Catalão independente de Madrid embora
federado a republica espanhola, e em Junho de 1873 ele abdicou o governo.
Dom Afonso XII ( 1875 a 1885 ) Foi proclamado pelo exército espanhol como rei da Espanha em Sagunto por iniciativa do General Martinez de Campos num dos muitos pronunciamentos de que é fértil a história da Espanha. E ao entrar na Espanha através da cidade de Barcelona em 9 de Janeiro de 1875, ele julgou que com sua aclamação as lutas partidárias acabariam e que os carlistas se submetessem, em virtude de seu temperamento muito popular e feitio afável e pelos seus dotes de simpatia e dedicação pelo seu povo, no entanto as condições sociais e políticas que o envolveram não lhe foram favoráveis apesar do seu desempenho à frente do encargo com muita dignidade, competência e rara dedicação, como na conferencia de Berlim quando se desinteressou de defender os direitos que podia sustentar sobre certas zonas da África, onde ficou com apenas alguns diminutos territórios deste continente até então disputado por meios bélicos entre diversas potências, e apesar de tudo Dom Afonso XII foi alvo de dois atentados que ocorreram na Calle Mayor e na Basílica de Atacha em Madrid e no dia 25 de Novembro de 1885 o monarca faleceu de tuberculose no palácio do Pardo.
Herdou o trono espanhol antes de seu nascimento e durante a sua menoridade a Espanha foi governada por sua mãe Dona Maria Cristina de Habsburgo, e no transcurso de seu reinado ele deu acolhimento aos monárquicos portugueses após a implantação da republica em Portugal, e no dia 5 de Outubro de 1910 ele teve que conter algumas incursões militares que pretendiam restaurar o antigo regime e entre elas a mais famosa ocorreu em Junho de 1912 chefiado pelo celebre oficial monárquico Henrique Mitchel de Paiva Couceiro, e ocorreu a perda de Cuba, América, Filipinas e Oceania as ultimas terras que possuía e em 26 de Julho de 1909 ocorreu uma grande atividade subversiva que ficou conhecida como semana trágica de Barcelona, e o exército espanhol sofreu diversas derrotas em vários lugares e, sobretudo em Marrocos durante a primeira grande guerra mundial, e no dia 13 de Setembro de 1923 o General Primo de Rivera realizou o golpe de estado que lhe entregou o poder. Com isto teve inicio o período de governo que ficou conhecido como ditadura que após algumas revoltas acabou caindo em 29 de Janeiro de 1930, e no dia 12 de Abril de 1931 se realizou as eleições municipais que resultaram no exílio do Rei Dom Afonso XIII e na proclamação da segunda republica em 14 de Abril de 1931.
Foi fértil em acontecimento a história da segunda republica espanhola, pois dois governos reivindicaram para si o caráter de representante autentico do povo espanhol, o movimento chefiado por Francisco Franco e a frente popular encabeçada por Manuel Azaña e que com a proclamação da republica em 11 de maio de 1931 a guerra civil espanhola rebentou, com a famosa queima dos conventos em Madrid e em outras cidades espanholas e na oportunidade foram destruídos e danificados cerca de oitenta edifícios religiosos, em 31 de Dezembro registrou-se os assassinatos de Castiblanco perto de Badajoz e no dia 8 de Julho de 1932 os de Villa Fradique na zona de Toledo quando foi proclamado o regime comunista local e em Janeiro de 1933 os de Casas Viejas na Andaluzia meridional e no mês de Outubro de 1934 ocorreu à sublevação das Astúrias que foi reprimido pelo poder publico com excessivas violências sangrentas, e no momento em que o General Sanjurjo tentou dominar o poder na Espanha que era manobrado por agitadores profissionais e anarquistas, ele acabou fracassando com seu golpe de força ao ser preso e julgado por um tribunal marcial a morte, pena esta que veio a ser comutada em prisão perpetua e mais tarde em exílio na cidade de Estoril em Portugal, aonde veio encontrar a morte quando se preparava para retornar à Espanha a fim de tomar o comando da sublevação militar que deu poder a Francisco Franco. E com o assassinato do deputado católico e monárquico José Calvo Sotelo na noite de 13 de Julho de 1936 precipitou os acontecimentos e lançou a Espanha nos horrores da guerra em virtude das mensagens dirigidas ao povo espanhol por Dom Carlos Maria Isidro da cidade de Abrantes, e em virtude de Dom Miguel ter reconhecido Dom Carlos como soberano, Portugal cortou as suas relações diplomáticas com a Espanha e Dom Carlos se fortificou em Marvão junto aos liberais portugueses que haviam se refugiado na Espanha e atacaram a vila com um grupo que se designaram como Legião Patriótica do Alentejo, e com as investidas das tropas que saíram da cidade do Porto sob o comando de Dom Pedro IV, acabou obrigando que o pretendente ao trono espanhol se retirasse para a cidade de Viseu de onde seguiu para a cidade da Guarda para estabelecer a sua corte na Vila Real de onde seguiu com auxilio de algumas tropas para a Espanha onde foi acolhido pelo seu povo, e ao regressar a Portugal em 14 de Abril de 1834 para sair em definitivo em 1 de Junho da cidade de Montijo a bordo do navio Donegal com rumo a Grã-Bretanha após ter sido assinada a convenção de Évora Monte que fixou no trono a rainha Maria II.
Era filho de Dom Carlos V e ao ser pressionado por Napoleão Bonaparte a renunciar os seus direitos a coroa, ele não aceitou as exigências impostas, por este motivo esteve cativo durante alguns anos nos castelos de Marrac e no de Valençay e no ano de 1845 abdicou o trono espanhol e transferiu todos os seus direitos e pretensões ao seu filho Dom Carlos VI.
Em seu reinado ele tentou unir por casamento as duas coroas reais, mas o seu projeto não pôde ser realizado, e no dia 13 de Janeiro de 1861 Dom Carlos VI morreu vitimado por epidemia de febre tifóide.
Era irmão de Dom Carlos VI que ao morrer não deixou descendentes ao trono espanhol, por este motivo Dom João III passou a ser o legitimo representante da causa, porém sem a confiança dos partidários do tradicionalismo espanhol que tinha em seus seios a sua mãe adotiva Dona Maria Tereza de Bragança que por não confiar em Dom João III em razão de sua vida desregrada e pelo seu estranho temperamento, e devido as permanentes desavenças, ela fez publicar a famosa carta aos espanhóis na qual defendia a hipótese de a sucessão passar diretamente para Dom Carlos VII. E ao sentir que todos estavam contra ele, em 3 de Outubro de 1868 Dom João III abdicou o trono espanhol a favor de seu filho Dom Carlos VIII.
Após receber o documento das mãos de seu pai na cidade de Paris, imediatamente ele passou a receber o auxilio da rainha Dona Isabel em virtude de Dom Amadeu I querer ocupar o trono espanhol, e após os carlistas terem intensificado a luta pela conquista do poder, onde os resultados foram na sua generalidade desfavoráveis aos requetes, e em Fevereiro de 1876 ele abandonou a Espanha para fixar a sua residência em Paris de onde foi expulso sob a acusação de se dedicar a atividades políticas incompatíveis com a sua situação de acordo com as autoridades francesas de tendências liberais, e ao se transferir para Londres ele seguiu para Veneza onde sua mãe colocou um suntuoso palácio a sua disposição e aonde recebeu do grande pontífice Pio IX a crisma.
Ao estudar na Academia Militar de Viena na Áustria, Dom Jaime III não usava o respectivo uniforme da academia por ser o pretendente à coroa da Espanha, e ao se encontrar com seu primo o Rei Dom Afonso XIII que se encontrava exilado, ele manteve uma forte relação amistosa que o ajudou muito, e ao se aproximar pela princesa Dona Matilde da Baviera, Dom Jaime III sofreu uma profunda decepção quando o pai de Dona Matilde da Baviera se opôs ao casamento e com isto Dom Jaime III nunca mais pensou em casar e vindo a falecer solteiro em 2 de Outubro de 1931.
Deu grande satisfação a sua tia avó quando se alistou como simples soldado no exército dos estados pontifícios, que em 1870 combateram as tropas do Rei Vitor Manoel no assalto a Porta Peia por ocasião da tomada Roma, e durante a primeira guerra mundial dedicou-se a auxiliar os feridos e doentes nos hospitais, e com a morte de seu sobrinho Dom Jaime III ele recebeu os direitos e pretensões ao trono espanhol em 1931 aos oitenta anos de idade durante o período da segunda republica.
|