EU ODEIO A ESTUPIDEZ POPULAR texto1 Se o povo fosse esperto não seria povo. Seria elite ou seria governo. Sim, eu odeio a estupidez popular. Primeiro porque é estúpida, segundo porque é popular. Olhem os ídolos do povo: a Xuxa até outro dia estava atracada com um moleque de 13 anos num filme de chanchada, aí vira rainha das crianças, com suas ninfoajudantes em shortículos. Aí surgem as clones da Xuxa e neguim também adora. Pior, adora as clones da que são namoradas do Roberto Justus. Se bobear, o povo gosta do Justus. E esses grupos de axégode que o povo paga para ver não tocarem nada? E nada em playback! Os malandros das "bandas" empregam a família toda para fingir que tocam pandeiro e fazem corinho de "aê, uê, amô" no Programa do Gugu. E o povo compra o disco. Sim, tem o Gugu. Aquele que toda semana faz uma nação inteira cantar: "O pintinho amarelinho cabe aqui na minha mão." Depois enche uma banheira de gostosas e o povo acha que o biquíni delas vai cair. NUNCA CAI. Musas...alguém acha que um dia vai pegar uma mulher dessas? Tiazinha? Feiticeira? Sheilas? O povo só gosta do que não pode consumir. Inventam essas supermulheres, espécies evoluídas de fêmea (os cérebros foram sacrificados em função daqueles corpaços, mas o povo não tá nem aí) e agora não tem homem que à altura para procriar e perpetuar a espécie. O povo acha que o Ronaldinho é craque, que é o novo Pelé. E que o Ronaldinho Gaúcho é o novo Ronaldinho. O povo vota no Collor e no Efeagá. Assiste novelas inverossímeis. E é só o Agnaldo Rayol cantar na novela pro povo achar bom. O povo gosta de cadáver de artista no jornal, de duplas caipiras e padres desafinados, de chiquitita, de teletubbie, de Mister M, do locutor do Mister M, do Mister M de sunga na Caras. O povo adora ficar espremido com um monte de gente suada atrás de um carro de som esporrento tocando música com letras idiotas, mas que ninguém consegue ouvir mesmo. E isso em pleno feriado. Não resta dúvida, meus queridos, o povo gosta de sofrer. O povo também se odeia. O povo é foda. Por Enéas Malaquias |
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texto 2 Antes de mais nada, eu sou povão. eu GOSTO de música brega, da feira atrás da Central, dos trapalhões nos anos 70, do dogão completo a 1 real. não gosto é de gente burra e acomodada que espera as coisas caírem do céu. Brasileiro é um povo acomodado. vota errado, vota errado de novo, e depois ainda quer tentar consertar. impeachment? ah, vão se fuder. a culpa é toda da maioria idiota que elegeu esse cretino neoliberal, seduzida por uma falsa promessa de progresso, como se o progresso fosse necessariamente bom. evolucao das sociedades? balela. quanto mais materialistas nos tornamos, mais involuímos e nos distanciamos do ideal de sociedade "sem problemas". e ainda conseguimos dar audiência a programas de tv e pseudo-artistas que exploram o grotesco. vivemos um freak-show todo santo dia. como se não bastasse a realidade. Também não engulo imbecis sem vida própria, que depositam todas as suas esperanças em semi analfabetos que aprenderam a correr atrás de uma bola, mulheres gostosas e burras que vivem de rebolar - quero ver aos 40, quando cair tudo, onde fica o talento? - e com isso enchem o rabo de dinheiro. fazer alguma coisa por vocês, fudidos, recém-formados desempregados e mal pagos, ou por pessoas que nunca terão acesso ao ensino superior (superior a que, me pergunto?), isso que é bom eles não fazem. e quando fazem, é pra abater do imposto de renda. e o que dizer dos pusilânimes que abandonam suas namoradas aos domingos para prestigiar o árduo trabalho desses imbecis em vez de tentarem construir uma vidinha calma e tranqüila ao lado de quem amam? E se não amam, estão juntos por quê? e se amam, por que largam sem mais nem menos? burros. alguma coisa contra ser feliz? autopiedade, talvez - estou fudido no trabalho, em casa, já sei, vou deixar minha vida logo uma merda, e a de quem convive comigo, coitado de mim. idiotas, e pensam que todo mundo pensa como eles. autopiedade é burrice, quem já passou por uma crise sabe que o melhor a fazer é fazer alguma coisa, em vez de ficar esperando inutilmente. E eu aqui, esperando inutilmente o povo tomar jeito. e você aí, seu inútil, lendo isso. tire essa bunda flácida da cadeira e vá fazer alguma coisa. |
texto 1 texto 2 texto 3 texto 4 | SOCIEDADE INJUSTA OU IMBECIL? (texto enviado por email por Mariana Monteiro) Será que a opiniao pública está tao interessada assim na visao que Narcisa Tamborindeguy ou Adriane Galisteu tem da vida? A julgar pelo espaço que a mídia dedica a esse tipo de formador (?) de opiniao, o Brasil virou um imenso castelo de Caras. Adriane Galisteu, após o seu casamento relâmpago, falou às páginas amarelas de Veja e deu aula magna de insensibilidade, egoísmo e sinceridade! Estranha mistura, mas a moça tem razao quando se diz sincera. Ela nao engana, revela-se de corpo (e que corpo!) inteiro, e o retrato que aparece é assustador! Adriane teve uma infância atribulada, perdeu o pai aos 15 anos, ainda pobre, e um irmao com AIDS quando já nao era tao pobre. "Eu nao tinha um tostao, nao tinha dinheiro para comprar um pastel. Meu irmao estava doente. Minha mae ganhava 190 reais do INSS, meu pai já tinha morrido. Eu sustentava todo o mundo e nao tinha poupança alguma." Peço licença a Adriane, mas vou falar de outra infância triste de mulher, a de Rosa Célia Barbosa. Seu perfil admirável surgiu em reportagem recente da Vejinha sobre os melhores médicos do Rio.Alagoana, pequena, 1m50cm, começou a sua odisséia aos sete anos,largada num orfanato em Botafogo. Rosa chorou durante meses. "Toda a mulher de saia eu achava que era a minha mae que vinha me buscar, depois de um tempo desisti...". Voltemos a Adriane. Ela é rica, bem sucedida, e "nem na metade da escada ainda". A escada, boa imagem para alguém que - como uma Scarlet O'Hara de tempos neoliberais resolveu que nunca mais vai passar fome. Até aí, tudo bem; mas é desconcertante ver como o sofrimento pode levar à total insensibilidade. Pergunta a repórter a Adriane se ela faria algo para o bem do outro: * Para o bem do outro? Nao, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar sem cobrar, dar sem pedir nao existe. Depois, você acaba jogando isso na cara do outro. * Você nunca cede entao? * Cedo, claro que cedo. Já cedi em coisas que nao afetam a minha vida. Ele gosta de dormir em lençol de linho e eu gosto de dormir em lençol de seda. Aí dá pra ceder... Rosa Célia fez vestibular de medicina, morava de favor num quartinho e trabalhava para manter-se. Formou-se e resolveu dedicar-se à cardiologia neonatal e infantil, quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Sem saber inglês, meteu na cabeça que teria que estudar no National Heart Hospital, em Londres, com Jane Sommerville, a maior especialista mundial na área. Estudou inglês e conseguiu uma bolsa e uma carta da Dra.Sommerville. Em Londres era gozada pelos colegas ingleses por causa de seu inglês jeca. Ganhou respeito geral quando acertou um diagnóstico difícil numa escocesa, após examiná-la por oito horas seguidas. "Ela falava um inglês ainda pior do que o meu", lembra divertida. Adriane está rica mas nao confia em ninguém, salvo na mae. Nem nos amigos. Vejam: "Eu nao posso sair confiando nas pessoas. Nao tenho motorista, nem segurança, por isso mesmo. É mais gente para te trair. Eu confio mais nos bichos do que nas pessoas. Ainda existem pessoas que acham que eu tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo hoje já me viraram a cara quando estava por baixo. Mas você pensa que eu as trato mal? Trato com a maior naturalidade. Porque elas podem até me usar, mas eu vou usá-las também. É uma troca." De Londres, Rosa Célia ia direto para Houston, nos Estados Unidos. Fora escolhida para a Meca da cardiologia mundial. Futuro brilhante a aguardava. Uma gravidez inesperada mudou seus planos. Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, voltando ao Rio. Reassumiu seu cargo no Hospital da Lagoa e abriu consultório, mas todos os anos viaja para estudar. Passa pelo menos um mês no Children's Hospital em Boston, trabalhando 12 horas por dia. * Você gosta de dinheiro (Adriane) ? * Adoro dinheiro e detesto hipocrisia. Gasto, gosto de gastar, gosto de nao fazer conta, de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: esse dinheiro que ganhei eu vou doar. O meu eu nao dôo nao. O meu eu dôo é para a minha conta. Eu adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha casa, minha família. Primeiro vou ajudar quem está mais próximo. Mas faço minhas campanhas beneficentes. Rosa chefia um centro sofisticadíssimo, a cardiologia pediátrica do Pró Cardíaco. Lá sao tratados casos limite, histórias tristes. O hospital é privado e caríssimo, mas ela achou um jeito de operar ali crianças sem posses. Criou uma ONG, passa o chapéu, fala com amigos,empresários. O Projeto Pró Criança ( http://www.procrianca.com.br ) já atendeu mais de 500, e 120 foram operadas. "Sonhei a vida inteira e fiz. Nao importou ser pobre, mulher, baixinha e alagoana. Eu fiz." Voltemos a Adriane e esbarraremos, brutalmente, na frustraçao: "Já tive vontade de viajar e nao podia. Queria ter carro e nao tinha. Eu queria ter feito faculdade e nao tive dinheiro. Nao que eu sinta falta de livros, porque livro a gente compra na esquina, e conhecimento a gente adquire na vida. Eu sinto falta de contar para os amigos essas histórias que todo o mundo tem, do tempo da faculdade". Duas vidas, dois perfis fora da normalidade, matéria-prima dos órgaos de imprensa. Mas qual é o mais valorizado pela mídia hoje em dia? É fácil constatar e chegar à conclusao de que há algo muito errado com a nossa sociedade. Pode ser até que o leitor tenha interesse mórbido em saber o que as louras e morenas burras ou muito espertas andem fazendo, mas a mídia nao deve limitar-se a refletir e a conformar-se com a mediocridade, o vazio, o oportunismo e a falta de ética. Os órgaos de imprensa devem ter um papel transformador na sociedade e, nesse sentido, estaríamos melhor servidos se houvesse mais Rosa Célias nos jornais, nas revistas e TVs que nos cercam. Voltando ao castelo de Caras, as belas Adrianes, Narcisas, Lucianas, Suzanas ou Carlas, certamente encontrarao lá um espelho mágico. Se for mesmo mágico dirá que Rosa Célia é mais bela do que todas vocês !! Fritz Utzeri |
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Eu Odeio a Veja! Eu Odeio a Isto é! Já prestaram atenção nas capas das revistas Veja e IstoÉ nos últimos tempos? As fantasias sexuais dos brasileiros, Copa do mundo, Defenda seu filho, O corpo perfeito e por aí vai... Em que país eles pensam que estão vivendo? Deixem esse lixo pra Caras! E a distorção da informação? quando eu leio uma dessas revistas, tenho a impressão de ter em mãos um panfleto inimigo. Será que não tem nada de mais importante acontecendo? Não, não está tudo bem! Eu não concordo com a lógica vigente! A capital do meu mundo não é Nova York! Eu não sou esse cidadão para quem se dirigem essas revistas! Por Família Gomes |
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