Dados do Regional Sul I

Amigos Pejoteiros:

Em julho de 1998 CERIS (Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais) realizou a primeira etapa da pesquisa: ''O Rosto da Igreja do Sul1''. Existe uma quantidade enorme de dados significativos sobre as pastorais, grupos de catequese e liturgia, movimentos pentecostais católicos e uma série de outras. Quando o Pe. Carmine apresentou os dados na nossa Assembléia do Sub-Regional SPII, fiquei muito interessado e escrevi pro CERIS pedindo uma cópia e, gentilmente eles me deram uma. Quem quiser eu posso mandar também.

Aliás, alguém aqui se habilita a passar um informe da assembléia pros pejoteiros da lista? Aqui vão alguns dados que achei interessantes:

A partir da complementação do número de CEBs, enviada pelas Dioceses, pôde-se chegar ao total de 7.189 CEBs no Regional, aproximadamente 1.000 a mais do total contabilizado na pesquisa anterior.

As comunidades se encontram distribuídas no Regional como no quadro abaixo. Os Sub-Regionais São Paulo II e Botucatu possuem, em termos absolutos, o maior número de CEBs.

Sub-Regional Nº de CEBs %

Aparecida 550 7,6

Botucatu 1595 22,2

Campinas 934 13,0

Ribeirão Preto 1175 16,3

São Paulo I 466 6,5

São Paulo II 1681 23,4

Sorocaba 788 11,0

TOTAL 7189 100,0

 

Sobre a pesquisa dos grupos e pastorais existentes nas dioceses se concluiu o seguinte:

· Preponderantemente se destaca o número de grupos de pastorais litúrgico-catequéticas. Trata-se, de longe, do grupo mais desenvolvido;

· Dentre os setores específicos, destacam-se os jovens e as crianças como destinatários privilegiados dos grupos pastorais. Em seguida, encontramos a família. Como setor emergente, encontra-se o dos idosos, setor este cada vez mais necessitado de uma pastoral específica, visto que a tendência da população brasileira, com a redução da taxa de natalidade e elevação da esperança de vida, é de aumentar progressivamente o grupo etário chamado "3ª idade". Salta aos olhos o pequenos número dos grupos dedicados às mulheres e aos negros. Dados que teriam que ser avaliados com cuidado pastoral, uma vez que as mulheres constituem maioria em termos de participação e trabalho eclesial e que os negros constituem sabidamente o grupo étnico-social mais violentado em seus direitos de cidadania.

· Número relativamente baixo de grupos de pastorais sócio-políticas e de apoio aos excluídos e marginalizados. Como estes grupos estão diretamente relacionados à dimensão do serviço da Igreja à sociedade, percebe-se aí uma lacuna pastoral.''

Eu: acho que isso reflete também a reorientação da Igreja nos últimos anos para posturas mais moderadas e conservadoras, deixando o seu lado mais profético.

Aqui reproduzo os dados sobre os Grupos de Jovens por Sub-Regional:

Sub-Regional N° de Grupos de Jovens Animadores de Gr. de Jovens

Aparecida 213 265

Botucatu 174 430

Campinas 863 1245

Ribeirão Preto 220 838

São Paulo I 241 710

São Paulo II 1039 1662

Sorocaba 136 511

TOTAL 2886 5661

Percebemos que o nosso Sub, o SPII, é o que tem maior número de grupos de jovens com 36 % do total, seguido de Campinas com 30%. Se fosse proporcional a população o SPI deveria estar em segundo. Se fosse levado em conta o número de CEBs, o segundo teria que ser Botucatu. Mas como se pode ver, a quantidade de grupos de jovens não segue necessariamente esta lógica. Creio que a historia da PJ nessas regiões é um fator fundamental na análise. Outra coisa é que os grupos de jovens não estão separados por especifica, e não dá pra saber quem é quem. Sequer quais grupos se articulam como PJ ou não. Mas já dá pra ter uma idéia de quanto trabalho temos pela frente.

Em todo caso, é a primeira vez que temos um número que não é apenas um chute sobre a quantidade de grupos de jovens. Antes se imaginava que pra cada duas CEBs existia um grupo de jovens. Agora sabemos que a proporção não é bem essa, mas não se errou por muito. Com uns três mil só em São Paulo dá pra imaginar que existam uns vinte e cinco mil pelo Brasil. Mesmo assim não dá pra saber ao certo se somos mesmo a ''esmagadora maioria''.

Quanto a São Paulo, não há dúvidas, já que há apenas 15 núcleos de PJMP e mais uns 20 de PJE, mas seria necessário ter informações dos outros estados pra ter uma visão de conjunto. Pode ser que a realidade do nosso estado seja uma distorção ao invés de representar um reflexo do que acontece no resto do país.

Outra coisa que aparece na pesquisa mas que não reproduzi aqui. É que os grupos da RCC são em menor número que os grupos de jovens. Se considerar que na pesquisa a RCC não distinguiu quais os grupos são só de jovens e quais não dá pra imaginar que a quantidade de grupos da RCC exclusivamente de jovens é bem menor do que imaginávamos. Também não é tão grande a presença de outros movimentos de juventude. Ela soma 2770 grupos espalhados de maneira não homogênea pelas dioceses. Se contar que a maioria deles não trabalham com jovens, são menos que os grupos de jovens sem contar outras pastorais da Igreja. Acho que se faz muita propaganda dos carismáticos pra desqualificar a PJ. Mas os números mostram que eles têm menos organização e trabalho que nós. Mesmo com a falta de apoio de setores do clero, temos muito mais potencial de crescimento que a RCC, nosso desafio não é superá-los, mas superar a nós mesmos.

Quem quiser a pesquisa na íntegra é só pedir.

Um abraço,

Josué.

josil@zaz.com.br

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