Na senda da excelência europeia
Por:
Robert HellerN
ovos gestores e novos métodos são as armas que as empresas americanas e japonesas estão a usar para vencerem a competição no próximo século. Esta é uma revolução silenciosa, que está a chegar à Europa. Nos negócios, o Velho Continente deixou-se ultrapassar pelos eternos rivais americanos e japoneses. As suas empresas têm sido lentas a explorar as novas tecnologias, assim como as novas filosofias organizacionais. Mas os seus líderes já começam a reestruturar as suas empresas, a expandir-se para novos mercados e a formar novas e inesperadas alianças, numa tentativa de recolocar a Europa no rumo da excelência.
Estrategia 1 |
Desenvolver a liderança sem perder o controlo nem o rumo
. A principal razão que explica a queda de muitos dos colossos empresariais — embora muitas vezes escondida ou mesmo negada — é a sua dimensão.
Estrategia 2 |
Efectuar mudanças radicais em todo o sistema
. Os tão apregoados processos de downsizing, que marcaram a década de 80 e o início da de 90, provocaram, acima de tudo, a diminuição da dimensão das empresas. Não foi o excesso de colaboradores que originou o mau desempenho das empresas, mas sim a sua falta de competitividade à escala global. Eliminar o excesso, por si só, não dá origem a uma melhoria duradoura do desempenho. Na maioria das empresas, a solução de longo prazo não reside na eliminação dos custos, mas sim na procura de inovadoras dinâmicas de crescimento. Criar novos negócios e novos empregos é o verdadeiro desafio da Europa.
Estrategia 3 |
Reinventar a cultura para atingir o sucesso no longo prazo.
Os processos de reengenharia nada teriam de prejudicial, desde que fossem aplicados à empresa como um todo e não a subprojectos, como se verifica habitualmente. O custo é a ineficácia de resultados, quando analisados de uma óptica global. O erro foi atacar o sintoma e não a doença, que geralmente se instala na própria cultura corporativa.
Estrategia 4 |
Dividir para reinar, estimulando a criação de pequenas empresas autónomas.
Uma das principais fontes de inovação tecnológica americana está nas pequenas e fulgurantes jovens empresas. Elas são criadas por grupos de técnicos altamente capazes e motivados para ter sucesso por conta própria, que decidem abandonar as empresas rígidas onde trabalhavam. Já na Europa, este tipo de movimentações é mal visto.
Estrategia 5 |
Aprender com os erros, explorando novas abordagens de gestão.
Para aumentar o valor da empresa é vital maximizar a utilidade dos seus recursos, criando uma cultura empresarial que aceite o erro, aprendendo desta forma como atingir os objectivos que se propõe. Cada vez que o erro não negligente, fruto de uma ideia coerente, é perdoado dá-se um passo em frente na maior rapidez de inovação e de resposta ao mercado.
Estrategia 6 |
Usar as vantagens competitivas onde as velhas receitas já não funcionam.
A Europa tem vantagens competitivas que pode potenciar. A sua pluralidade de estilos de gestão devido à diversidade nacional, o seu elevado sentido de responsabilidade social, a sua capacidade de negociação e a sua orientação para as pessoas permitem-lhe realizar a síntese entre os estilos de gestão americano e japonês.
Estrategia 7 |
Apostar na renovação constante, evitando o sucesso construído em bases frágeis.
A inovação é um dos pontos fundamentais para as empresas europeias. Mas para inovar é preciso ter apetência pelo risco, o que vai contra a sua cultura.
Estrategia 8 |
Mobilizar os motivadores, pois só eles sabem estimular os outros.
A motivação é uma ferramenta disponível para qualquer empresa, embora, paradoxalmente, dificilmente integrável nas europeias. O fosso existente entre os desejos da gestão de topo e a realidade é o principal obstáculo. Qualquer empresa deverá ter na motivação dos seus colaboradores um factor essencial para assegurar o cumprimento integral dos seus objectivos.
Estrategia 9 |
Usar o trabalho em equipa como a mais útil ferramenta.
Com quem se deve a empresa preocupar em primeiro lugar: com os accionistas, com os empregados ou com os clientes? A resposta condiciona a postura de qualquer empresa no mercado e está enraizada na sua cultura. Na Europa as opiniões dividem-se entre as duas últimas, embora com maior tendência para os últimos.
Estrategia 10 |
Atingir a qualidade total gerindo tudo melhor.
Tal como em relação a outros jargões e teorias da gestão, a gestão para a qualidade total (TQM) sofreu fortes críticas, especialmente vindas daqueles que a experimentaram sem verificarem as suas tão apregoadas qualidades.Fonte: Executive Digest