Este é um exemplo interessante de quebra de paradigma. A família possuía uma fazenda perto de Vitória. Parte da fazenda era ocupada por uma mata. Era numa área imprópria para agricultura e até mesmo criação de gado. Por isso a mata era preservada.

O forte da fazenda era a produção de café e a recria de gado.

Um dia um dos membros da família, o filho mais novo, que nunca havia trabalhado na fazenda, pediu para cuidar da mata. Queria desenvolver um negócio nesta parte do terreno. Um dos seus irmãos ofereceu para ele parte do pasto, uma vez que a região da mata não era adequada à agricultura ou pecuária, mas ele quis justamente a mata.

Estudando o assunto, por conta própria, o filho mais novo começou a formar colmeias. O suporte técnico veio com a filiação a uma associação de apicultores. Ele mesmo passou a comercializar sua produção. Utilizava embalagens de vidro, dos mais diversos tamanhos. Isto foi uma descoberta dele, por que quando comercializava estava em contato direto com os clientes. Ele percebeu que diversos compradores preferiam, adquirir embalagens menores e ter mel fresco todos os dias, do que comprar um vidro por mês.

Após dois anos existiam 120 colmeias, distribuídas pela mata. O lucro da criação de abelhas na mata, anteriormente imprestável, era significativo. O custo de construção das caixas onde se desenvolviam as colmeias, foi baixíssimo.

Os que conviviam com o dia a dia da fazenda não eram capazes de perceber uma utilização comercial para a mata, pois sempre que olhavam para ela pensavam em cortar e aproveitar como pasto.

Pense nisso, existem matas na nossa frente, mas somos incapazes de percebe-las.

Os paradigmas são normalmente quebrados por pessoas que estão próximas das fronteiras dos sistemas, e não dentro deles.

Boa sorte.