Casos de Sucesso
Muitos dos que se arriscam e se dispõem a enfrentar os intermináveis e os quase intransponíveis obstáculos para realizar o sonho de ter seu negócio, de ser seu próprio patrão, param no meio do caminho e desistem. Outros, mais destemidos e audaciosos, conseguem montar o negócio e sobreviver às sucessivas crises econômicas que chegam sem aviso prévio. Alguns empreendedores que estão entre os vitoriosos não fazem questão de ampliar o negócio e preferem mantê-los quase no mesmo estilo, depois de dezenas de anos, como é o caso da sapataria A Jato, no centro de Vitória e o Bar dos Coroas, em Jardim da Penha.
Há, no entanto, aqueles que não se contentam em resistir às crises e optam por diversificar e ampliar o ramo de atuação, em busca de mais espaço no mercado, como a Di Ferolla, Lei Básica, Giulia Taffner e Oficina da Mamãe. Os que buscaram a ampliação do negócio e os que optaram por manter a tradição consideram-se vitoriosos e satisfeitos pelo espaço conquistado, apesar das dificuldades e dos novos desafios que enfrentam a cada dia.
Trocando zíper
Em 1980, Ângela Maria da Escossia Martins criou coragem e foi fazer na rua o que já vinha fazendo em casa: trocar zíper de roupas femininas e masculinas. abriu uma pequena loja na Praia do Canto e, então, surgiu a Oficina da Mamãe. Os clientes pediam e ela, além da troca de zíper, passou a fazer conserto nas roupas que eram danificadas pela máquina de lavar, como toalhas de banho e rosto, cobertores e outros.
Novamente, para agradar os clientes, ampliou o ramo de atividade e passou a fazer bainha em roupas, consertar gravatas, lençóis de elástico, ajustar roupas novas. Hoje sua loja é uma espécie de "faz de tudo" e a maior dificuldade é encontrar mão-de-obra que dê conta do recado, com eficiência.
Lá são entregues roupas de lojas e butiques para os ajustes necessários antes da entrega aos clientes, roupas novas levadas pelos donos para os acertos antes do uso e roupas usadas que necessitam de reparos. Pessoas de todas as classes sociais e de ambos os sexos levam suas roupas na Oficina da Mamãe, explica Ângela Martins.
A microempresa tem cinco funcionários e, recentemente, foi aberto um ponto de coleta na galeria do andar térreo do Hiper Roncetti. A proprietária diz que gostaria de abrir uma filial em outro bairro da cidade, mas reconhece que seu negócio é daquele tipo que "precisa ter a mão do dono", para prosperar.
Alça de silicone
Da produção de langerie em casa e da venda de porta em porta às pessoas conhecidas para a ousadia da alça de silicone no sutiã, criação que conquistou o Brasil, Portugal e Espanha. Esse foi o salto dado, em nove anos, pela Guilia Taffner, que hoje tem lojas na Glória e Praia do Canto. Com 32 funcionários e produção mensal de 18 mil peças — a meta é chegar a 25 mil em novembro — a microempresa vende para São Paulo, Alagoas, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Minas Gerais, e exporta para Portugal e Espanha.
Antes da alça de silicone, a empresa, explica o proprietário Orlando Sérgio Prezentino, diversificou a linha de produção incluindo roupas de dormir aos modelos de langerie. O pulo do gato veio no ano passado com a idéia de colocar nos sutiãs alças de silicone, para que fiquem transparentes. A criação foi aprovada pelas mulheres e as vendas triplicaram. Hoje, os sutiãs com alças transparentes respondem por 50% da produção da empresa, informa Prezentino. O sucesso é tanto que já existem pedidos de franquias.
Orgulho do capixaba
A pequena malharia começou, há 28 anos, nos fundos de uma pensão, em Colatina. Foi se expandindo e virou uma fábrica de confecção, que, aos poucos, conquistou espaço no mercado. Na década de 80, veio a parceria com a Dijon, que era, uma das principais grifes de jeans no país. A parceria da então Mimo com a Dijon durou sete anos e proporcionou à empresa capixaba tecnologia e know-how.
Com o fim do casamento, surgiu a Lei Básica que tem quatro lojas no Espírito Santo: duas em Vitória, uma em Vila Velha e uma em Colatina; três lojas em Belo Horizonte, uma em Campos (RJ) e, brevemente, uma em São Paulo. Desde 1990, parte da produção da Lei Básica é exportada para vários países da América Latina.
Com 800 empregos diretos e 300 indiretos a empresa deverá fechar o ano com a produção de 1 milhão de peças, tendo o jeans como carro-chefe, informa o diretor Wallace Vieira. Hoje a grife é conhecida e aceita nacionalmente e a principal ambição da empresa é que a marca seja, em curto prazo "o orgulho do capixaba".
Fonte: Jornal A Gazeta - ES