A PRODUTIVIDADE DE SCHUBERT
Um executivo que depois de semanas de espera conseguiu dois ingressos na primeira fila, de
um concerto onde seria executada a Sinfonia Inacabada de Schubert.
Impossibilitado de comparecer por uma inadiável viagem de negócios que
surgira inesperadamente, passou o disputado convite para seu Gerente de
Métodos e Processos. Curioso para medir o efeito de sua ação sobre a
motivação do gerente, logo na manhã seguinte, pelo correio eletrônico da
filial, perguntou se ele tinha apreciado o programa. De pronto, recebeu via
e-mail a mensagem que tinha como título: Relatório Schubert. E dizia:
1. Por período considerável de tempo, os músicos com oboé não tinham nada
para fazer. Sua quantidade deveria ser reduzida e seu trabalho
redistribuído pela orquestra, evitando estes picos de inatividade;
2. Todos os doze violinos tocavam notas idênticas. Isto parece ser uma
duplicidade desnecessária de esforços. O contingente dessa seção deveria
ser drasticamente reduzido. Se o auto volume de som é um requisito, isso
pode ser obtido através de um amplificador;
3. Muito esforço foi envolvido em tocar semitons. Isto parece um
preciosismo desnecessário e seria recomendável que todas as notas fossem
arredondadas para o tom mais próximo. Se isso fosse feito, poder-se-ia
utilizar estagiários em vez de músicos profissionais, reduzindo assim
significativamente o custo operacional da orquestra;
4. Não havia utilidade prática em repetir com os metais a mesma passagem já
tocada pelas cordas. Se toda esta redundância fosse eliminada, o concerto
poderia ser reduzido de duas horas para apenas vinte minutos.
Em Tempo : O maestro, que em uma enorme demonstração de falta de respeito,
descaso e insegurança no trabalho de sua equipe, o tempo inteiro deu as
costas ao público, seus clientes. Nem assim se deu conta de detalhes tão
óbivios. Como não o fez, deu uma clara demonstração de gestão ineficaz.
Sugerimos portanto a simples reavaliação da necessidade dessa função ou no
mínimo, à luz da simplificação anteriormente feita, a sua substituição por
alguém mais jovem com pretensões salariais provavelmente menores.
Sumariando as observações anteriores, podemos concluir que, se Schubert
tivesse dado um pouco mais de atenção a estes pontos, talvez tivesse tido
tempo inclusive de acabar sua sinfonia.