Competição & Competitividade
Conta a história, que em 1994, houve uma competição entre as equipes de remo do Brasil e do Japão. No início da prova a equipe japonesa começou a distanciar-se e completou o percurso rapidamente. A equipe brasileira chegou ao fim uma hora depois.
De volta ao Brasil, o Comitê Executivo se reuniu para avaliar as causas de tão desastroso resultado e concluiu:
Estava mais que clara a razão de tal fiasco. As conclusões foram passadas para a esfera do Planejamento Estratégico, com vistas a se realizar uma radical reestruturação da equipe para as competições do ano seguinte.
Em 1995, logo após a largada, a equipe japonesa distanciou-se tanto que dessa vez a equipe brasileira só cruzou a linha de chegada 2 horas depois.
Nova análise das causas desse fracasso foram efetuadas pelo Comitê Executivo que apresentou as seguintes conclusões:
Afinal, as atividades de suporte eram por demais necessárias para serem preteridas e o Comitê organizador da prova havia negado a abertura para mais lugares no barco. Assim não mais que um remador fora escalado, evidentemente cumprindo rigoroso perfil de seleção e recrutamento. Ao que parece, a despeito do inquestionável esforço da equipe de entrevistadores, fisicultores, médicos e psicólogos que atuaram como consultores nesse processo, a margem de erro possível e tolerada havia infelizmente sido atingida e concluiu:
"O REMADOR É UM INCOMPETENTE !!! É o único responsável pelo nefasto insucesso de um esforço tão brilhante da equipe de Planejamento e Apoio Técnico Administrativo".
Em 1996, uma nova oportunidade de competir, com os japoneses se apresentou. O Departamento de Tecnologias e Negócios do Brasil pôs em prática um plano destinado a melhorar a produtividade da equipe. Com a introdução de novos conceitos e que implicariam em mudanças baseadas nas mais recentes descobertas cientificas e de gestão, sem dúvida nenhuma os efeitos haveriam de ser significativos nos resultados de melhoria na eficiência e eficácia da equipe.
Centraram os pontos principais de mudanças nas teorias mais modernas tecnologias de gestão. Sem dúvida os brasileiros humilhariam os japoneses.
Ledo engano. Os resultados mais uma vez foram catastróficos. O barco brasileiro cruzou a reta de chegada nada mais nada menos que três horas depois da chegada dos japoneses . Dessa vez, as conclusões revelaram dados aterradores:
Transcorreram dias e dias de reuniões para análise da situação e, por fim o Comitê Executivo decidiu finalmente castigar o Remador e, para tanto, aboliu todos os benefícios e incentivos em função do fracasso. Na reunião de encerramento, o Comitê Executivo, prestigiado pela presença dos principais acionistas decidiu:
"Ao retornarmos das férias coletivas, bem merecidas por todos os 250 integrantes da organização, vamos contratar um novo Remador. Dessa vez vamos utilizar o moderno meio de contratação por terceirização que não gera vínculos nem encargos trabalhistas, para sermos obrigados a lidar com sindicatos, podendo substituir o indivíduo a qualquer tempo sem constrangimentos para o restante da equipe que ficará isenta de queda no moral por questões sentimentais que, sem dúvida nenhuma, degradam a atitude profissional, a eficiência e a produtividade dos Recursos Humanos."