|
6. Império Bizantino |
Parte oriental do Império Romano, que sobreviveu à queda do Império do Ocidente no século V d.C. Sua capital era Constantinopla (a atual Istambul) que foi convertida na capital do Império Romano do Oriente no ano 330, depois que Constantino I o Grande, fundou-a no lugar da antiga cidade de Bizâncio, dando-lhe seu próprio nome. Foi a capital das províncias romanas orientais, ou seja, daquelas áreas do Império localizadas no sudeste de Europa, sudoeste da Ásia e na parte nordeste de África, que também incluíam os países atuais da península Balcânica, Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Chipre, Egito e a região mais oriental da Líbia.
Uma característica marcante da civilização bizantina era o papel do imperador, que comandava o exército e a igreja, sendo considerado representante de Deus e possuindo grande poder. Era auxiliado por um número enorme de funcionários, o que tornava a burocracia parte importante da organização administrativa e social. Buscou em Roma grande parte de suas tradições, seus símbolos e suas instituições.
O imperador Justiniano (527-564) foi o mais célebre governante do Império Bizantino, tentou restaurar a antiga suntuosidade e os limites geográficos do Império Romano, promoveu expedições que chegaram a península Itálica, península Ibérica e norte da África. Todavia o aparecimento de árabes na península Ibérica e na África acabaram com essas conquistas. A obra de Justiniano é muito importante no plano interno. Entre 533 e 565 por sua iniciativa realizou-se a compilação do Direito romano organizado em partes: Código (conjunto de leis romanas desde o século II), Digesto (comentários dos grandes juristas a essas leis), Institutas (princípios fundamentais do Direito romano), Novelas ( novas leis do período de Justiniano). |
A corte de Justiniano I Neste mosaico aparece a corte de Justiniano I, imperador bizantino responsável pela primeira codificação do Direito romano. O Código de Justiniano constitui a base do código civil de muitos países europeus. |
O conjunto desses trabalhos resultou num dos maiores legados do mundo romano: o Corpo do Direito Civil ( Corpus Juris Civilis) que serviu de base aos códigos civis de diversas nações nos séculos seguintes.
O Império sobreviveu às migrações e incursões dos godos e dos hunos durante os séculos V e VI. No século VII, o imperador Heráclio I acabou com um grande período de guerras com os persas, recuperando a Síria ocupada pelos persas, a Palestina e o Egito. Constantinopla agüentou grandes cercos por parte dos árabes na década de 670 e durante os anos 717 e 718.
Contudo a partir do século XIII, as dificuldades do Império se multiplicaram, já não existindo um Estado suficientemente forte e rico para enfrentar as constantes investidas estrangeiras. No final da Idade Média, por sua posição estratégica, foi o ponto mais ambicionado pelos turcos-otomanos, que em 1953 finalmente derrubaram as muralhas de Bizâncio pondo fim ã existência do Império Romano do Oriente. A queda de Constantinopla serve de marco cronológico para o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
A Cidade era tão rica que aos visitantes só era mostrada a parte pobre da capital, para não despertar a cobiça de povos invasores.
Cisma do Oriente –Em 717, diante das tentativas árabes de tomar Constantinopla, o imperador sírio Leão III, o Isauro (675?-741?) reorganiza a administração. Influenciado pelas seitas iconoclastas orientais, pelo judaísmo e pelo islamismo, proíbe, em 726, a adoração de imagens nas igrejas, provocando uma guerra religiosa com o papado. Em 867, a desobediência da Igreja Bizantina a Roma coincide com nova tentativa de expansão de Bizâncio, com a reconquista de Síria, Jerusalém, Creta, Bálcãs e norte da Itália. O Império Bizantino consolida a influência grega e intensifica a difusão do misticismo, em contraposição às determinações católicas. A Igreja oriental rompe finalmente com a ocidental, denominando-se Igreja Ortodoxa, em 1054, no episódio conhecido como Cisma do Oriente.