Por Jade e Pérola
Ja estava anoitecendo, o trem que saia do centro e ai para o interior de Toquio se movia rapidamente sobre os trilhos de metal. As pessoa sentadas olhavam para a paisagem de concreto que ia desaparecendo, dando lugar a uma pequena extensão de floresta.
Shun olhava fixo para o comprido pêlo prateado entre seus dedos absorto nos mais estranhos e assustadores pensamentos. No laboratório da Fundação Graad concluíram ser um pêlo de um tipo de mamífero desconhecido semelhante a raposa embora o tamanho sugerisse um animal muito maior do que este, talvez um lobo ou um cachorro. Lembrou da cara ansiosa dos cientistas discursando a sua frente, o enchendo de perguntas sobre a origem daquele pêlo entre termos técnicos e lendas antigas. Não conseguiu compreender muito, somente que poderia pertencer a uma lendária raça de raposas considerada extinta a mais de mil anos atendendo pela denominação mitológica de Youko cujo o misticismo japonês associava a demônios. Era um daqueles raríssimos animais mais lenda do que realidade, com poucas monografias concretas sobre o assunto além de relatos históricos dispersos de viajantes e camponeses, sonho dourado de qualquer pesquisador em busca de fama.
Foi preciso a interferência de Saory para os homens da ciência deixarem de telefonar para sua casa em busca de mais informações do suposto Prêmio Nobel antes de despertar a curiosidade de Hyoga. Onde, por Atena, Shuichi encontrara aquele animal? Pelo que sabia a área preferida do amigo era botânica e não zoologia... Seria algum projeto universitário da ala de pesquisas? Eles sempre tinham algum aluno destacável como bolsista nestes projetos, mas ele não sabia se Shuichi possuía uma destas bolsas. Corou ao lembrar do último telefonema onde o técnico de desenvolvimento de uma indústria cosmética prometeu uma pequena fortuna pela patente dos estudos dos poderes afrodisíacos contidos na secreção oleosa que envolvia os pêlos.
Shun pensava que aquele cheiro de rosas e almíscar era algum tipo de perfume floral usado pelo amigo, nunca imaginara ser uma secreção animal. Shuichi vivia uma eterna fascinação por rosas sempre tirava uma ninguém sabe de onde para dar a professora ou alguma admiradora mais afoita, naturalmente esse seria o seu perfume preferido. Após se despedirem extasiados naquela tarde avassaladora, Andrômeda encontrou um enorme bouquet em sua cama e muitas pétalas espalhadas no lençol e no tapete. Guardou as pétalas numa caixa e o bouquet num vaso perto da cama. O topor mágico da aventura vespertina perdurou por muito tempo suplantando o medo de ser descoberto pelo namorado, só abandonando-o próximo a meia-noite quando resolveu esclarecer as coisas com Shuichi. Queria sentir remorsos ou envergonhar-se dos seus atos naquela tarde totalmente selvagem, mas não conseguia. No dia seguinte, livre de todo o cansaço e de volta a sua rotina sentia pela casa inteira e pelo corpo aquele odor enlouquecedor a provocar pequenos arrepios de prazer, preso a sua pele. Não se lembrava de Shuichi ter esfregado nada em seu corpo apesar de sentir uma pelúcia longa balançar-se as costas e podia jurar que aquele perfume estava preso ao suor deles no auge do momento. Sua mente estava nebulosa e ele não fazia questão de ter certeza de nada.
Fez coisas inimagináveis aquela tarde e sua consciência pesava nãopelo fato de ter feito, mais sim de ainda se deliciar com o cheiro, melhor relegar tudo ao esquecimento. Jogou as flores fora e tomou vários banhos. Não adiantou aquele odor afrodisíaco de traição o perseguiu durante mais de duas semanas até extinguir-se totalmente.
- No que está pensando? - Ikki sentado a frente do irmão estava incomodado com o silêncio e o olhar perdido do irmão a observar o brilhante fio prata em suas mãos... às vezes vislumbrava até uma suposta sombra lasciva passear no verde profundo daqueles olhos inocentes e românticos.
Shun encarou o irmão e depois timidamente virou o rosto para apreciar a paisagem da janela do trem sem coragem de expressar seus pensamentos frente a frente.
- Ikki você já ouviu falar de algum tipo de guerreiro místico capaz de te virar a cabeça por um breve momento e te deixar totalmente encantado com sua doçura a ponto de se esquecer de todo o resto do mundo.
- Hum... Sim! Você! - Shun riu à perspicácia de Fênix. Comparando bem. Tinha sentido, ele e Shuichi tinham muita coisa em comum, até os olhos verdes. Mas não era paixão ou qualquer tipo de amor que sentiram um pelo outro, era sim uma atração aventureira a qual se quer imaginava ser capaz de existir. Uma forma narcisista de gostar de si mesmo.
- Não é esse tipo de encantamento... E um tipo mais... você sabe... um que possa ser produzido por um instinto animal. Você conhece algum tipo de guerreiro que manipule cães, raposas ou lobos de maneira... sexual? - baixou a cabeça vermelho.
Ikki encarou-o confuso. Que tipo de conversa era essa? Shun parecia disperso quando estava com ele, não era algo perceptível ou diferente em seu comportamento, era mais seu pressentimento fraternal para problemas.
- Algum problema com Hyoga? Ah se aquele pato tiver aprontando alguma eu...
- Não! Não é nada disso! - Shun sorriu divertido - Nós estamoos muito bem juro!
- Tem certeza?
- Sim! Esquece é que eu me lembrei de um amigo meu da faculdade... Um parecido comigo... Ah, só esquece tá!
Ikki franziu o cenho. Odiava quando Shun ficava dando essas voltinhas no assunto. Podia ser coisa séria e o irmãozinho dele era tão indefeso...
- Porque não contou ao Hyoga dessa missão?
- Porque ele é muito esquentado e o Santuário pediu discrição. E principalmente porque eu queria essa missão e ele não ia concordar. O Templo aonde vamos é muito antigo e a mestra de lá uma exímia conhecedora de mitos e lendas. Eu quero saber mais sobre esta senhora, o templo, as lendas, em especial o mito do Youko...
- Youko? O que é isso?
- Um tipo de raposa-demônio, eu acho...
Aquilo não fazia o mínimo sentido. Se Hyoga era esquentado, ele muito mais. Então porque Shun o trouxe para essa aborrecedora pesquisa histórica, falando pra Hyoga que ia ajuda-lo a decorar o novo apartamento que comprara? Tinha medo de descobrir o que? Estava a ponto de por o irmão contra a parede para esclarecer tudo de vez quando o outro mudou de assunto.
- Você alguma vez percebeu que aqueles ditados: "os opostos se atraem" e "os semelhantes se atraem" aplica-se direitinho nos nossos destinos? - Shun sorriu a cara zombeira do irmão - mas é verdade! Veja só nós dois, totalmente diferentes e nos damos muito bem. Somos pessoas complementares. E também somos iguais, posso apostar que minha cunhada vai ser uma linda loira de cabelos compridos e olhos azuis e com um espírito ligeiramente gélido.
Ikki arregalou os olhos. Seria possível Shun saber sobre Shaka? Não era bem um romance nem nada assumido, mas os dois andavam ultimamente muito juntos... Odiava fofocas. Se alguém tivesse insinuado alguma coisa sobre si... as chamas de Fenix iriam brilhar!
- O que quer dizer com cunhada? O que andaram te falando por aí? - Shun riu.
- Falando? Nada! Tem alguma coisa que eu deva saber? Eu só supus que você gosta dos loiros como eu... - Piscou alegre ao irmão.
Fenix ficou impressionado e aborrecido ao mesmo tempo. Seu irmãozinho tinha razão. Eles apreciava os loiros e eram muito apreciados por eles também. Visualizou safado Virgem com toda a sua beleza. Porém havia alguma insinuação no "gosta de loiros como eu" que o fazia pensar de forma incômoda em Hyoga. Cisne era bonito. Talvez não tanto quanto Shaka. Mas era de uma beleza tentadora. Não era à tôa a paixão de Shun por ele. Porque cismava em fazer essas insinuações? Pior porque cismava em fazer convites absurdos como aquele de 2 meses atrás onde pediu para que fosse morar com eles? Ele entendeu muito bem o pedido do irmão e deixou bem claro ao choroso Shun que pretendia morar sozinho. Eles se complementavam muito mais do que se fossem gêmeos, mas não eram um. Cada um teria de ficar com seu loiro escolhido, por isso fazia questão de manter uma distância segura da vida daqueles dois. Seus hábitos gregos de cavalheiros terminavam aqui.
- Vamos parar de falar baboseiras e nos concentrar na missão. Que informações precisamos tomar dessa velha antes de irmos as brigas?
- Não vai ter briga. A ordem é somente fazer uma coleta de informações sobre estranhos acontecimentos no Japão envolvendo poderes místicos. Alguns citam-nos como demônios. O Santuário acredita que deve haver alguém cuidando desses assuntos porque da mesma forma que surgem desaparecem. Nós precisamos descobrir quem são e observar secretamente. A velha Mestra Genkai desse templo é a nossa melhor fonte sobre o assunto, se ela concordar em ajudar.
- Sem brigas??? - Ikki fez cara feia. - Tá me achando com cara do que?
- Ah... Esqueci de dizer... É um templo de treinamento também... Genkai é conhecida por ser mestra rigorosa e ter poucos aprendizes. Podemos aprender alguma técnica nova de luta por lá! - Shun acrescentou rápido suando frio. - Veja! Chegamos! Vamos lá? - Andr&oocirc;meda arrastou Ikki antes deste explodir de vez.
Yukina parou de alimentar os pássaros diante da aproximação dos dois rapazes subindo as escadas do Templo. Alguma coisa neles era diferente deixando-a temerosa. Seriam demônios? Não era incomum um ou outro aparecer por ali em busca de encrenca. A mestra, Yusuke e Kuwabara estavam em treinamento num dos bosques da região. Não poderiam socorrê-la em imediato e seus fracos poderes seriam insuficientes caso fossem poderosos. Olhou para as árvores procurando a sombra querida de Hiei. Nada.
- Não precisa ficar com medo. Nós não pretendemos lhe causar nenhum mal. - o rapaz de cabelos e olhos verdes sorriu amigavelmente percebendo o medo da garota - Meu nome e Shun e esse é o meu irmão Ikki. - disse apontando para o rapaz moreno e alto com cara de poucos amigos. - Viemos aqui em nome do Santuário de Atena e queríamos saber se é possível falar com a Mestra Genkai. Imagino que deva estar nos esperando, embora não tenha conseguido confirmação da parte dela.
Yukina ficou alguns minutos analisando os dois. Eles pareciam familiares. Pareciam muito Kurama e Hiei. Sorriu e para sua surpresa, viu Ikki sorrir gentil porem discreto pra ela deixando-a feliz ao imaginar se o sorriso do seu irmão seria igual ao daquele moço.
- A Mestra deve voltar daqui a pouco. Ela está em treinamento. Sinto muito, não temos telefone e ela não deve saber que viriam hoje. Importam-se em esperar? Posso servir um chá pra vocês?
- Aceitamos, se não for incômodo - Shun respondeu a pequena garota a sua freente ouvindo o bufo de Ikki atrás de si. Simpatizara com ela. - Qual o seu nome?
- Yukina.
- Aceitamos, se não for incômodo, Yukina.
A moça de gelo sorriu conduzindo-os para dentro do templo e indo providenciar o chá.
- Mocinha simpática, gostei dela! Me lembra você... - Ikki falou distraido ao ver a menina afastando-se.
- Sério?!?! Eu ia dizer isso também. Porém acho que ela me lembra mais o Hyoga...
- Hyoga?
- É ela transmite alguma coisa gélida. E há traços seus escondidos nela ...algo quente. Ah! Já sei! Os olhos! Os olhos vermelhos são iguais ao do Hiei e ele se parece muito com você em versão menor!
- Quem?
- Hiei! Ele é amigo do Shuichi aquele meu amigo de faculdade que é parecido comigo...
- Shun é melhor você parar de vez com esta história de comparações, opostos, semelhantes senão eu te interno! Isso já tá ficando muito chato...
Yusuke e Kuwabara estavam quase entrando no templo aos socos e pontapés como sempre quando a mestra os deteve.
- Temos visitas.
Os dois olharam defensivos para dentro onde 2 rapazes desconhecidos tomavam chá com Yukina.
- Parecem com Hiei e Kurama... Sabe quem são velha? - perguntou Yusuke.
- Sei. Cavalheiros. - disse dirigindo-se a eles enquanto Yusuke e Kuwabara entreolhavam-se tentando entender quem eram - Se não me engano são Ikki dde Fênix e Shun de Andrômeda. Vi vocês na TV. São ótimos lutadores. O que desejam de mim?
- Ah!!!! Eles são do show business!!! São aqueles famosos do Torneio Galáctico! - responderam animados Yusuke e Kuwabara. - Foi divertido, pena a gente não ter dinheiro pra ir. Quando vai ter o próximo? Cês não arranjam uns ingressos grátis não?
- Infelizmente não participamos mais desse tipo de espetáculo... - Shun ficou ligeiramente constrangido de ser reconhecido. Todo o pessoal do Santuário estava fazendo o máximo para aquela divulgação cinematográfica cair o mais rápido possível no esquecimento. - Queríamos tratar de assuntos particulares com a senhora, Mestra Genkai.
- Claro! - Genkai empurrava os 2 alunos em direção a porta sob protestos. - Yukina pode acompanhar esses dois lá fora e ver se fazem mil flexões cada um?
- Sim, mestra! - disse a garota da janela a qual tinha se aproximado. - Acho que Hiei vem vindo aí... Quer que dê alguma recomendação a ele também?
- Hiei? - exclamou Shun espantado.
**
Hyoga tinha chegado em casa nem ele mesmo sabia como. Estava deitado no sofá, as pernas cruzadas, cabeça, braço, mãos e pernas enfaixadas para estancar o sangue que saia dos varios cortes feitos por garras ou chicotes.
Não fora facil sair daquela luta vivo. Nunca vira coisas tão estranhas em toda a sua vida como cavaleiro.. e quando ele fora para o inferno, literalmente falando, ele tinha visto muita coisa estranha. A começar pelo seu atacante. Kurama Youko era o nome dele. Ele tinha dito algo como " Você vai aprender a não brincar com o que pertence a um Youko" e depois havia falado o nome Kurama. Cisne ja tinha ouvido alguem chamar alguem de Kurama, só não se lembrava onde, nem quando. Fora o monte de plantas que pareciam voar e surgir dos lugares menos prováveis.
Levou um dos braços aos rosto e cobriu o olhos. Esticou a mão e pegou de cima da mesa a pequena joia em forma de perola. Hyoga sorriu.
Pensou no que tinha acontecido naquela tarde em que Shun tinha estudado com Shiuchi. Hyoga gostaria de se sentir mal, mais não era seu feitiu. Sempre fora atraidos por um tipo de homem bem diferente de Shun, um tipo de homem como Ikki. Briquento, manhoso, mais acima de tudo misterioso. Os olhos sempre enigmanticos, transmitindo um poder muito maior do que qualquer um poderia pensar.
E ele era assim mesmo, gostava da parte da sedução, era a sua preferida. Traçar devagar os caminhos e depois pegar sem pedir licensa, seja lá de quem fosse, tinha seduzido Hiei e tinha gostado do jogo. O unico problema é que não se mantinha ligado a essa pessoa por muito tempo. Tinha sido assim com Ikki e agora se mostrava ser assim com Hiei.
Por mais ilógico que parecesse, ja que todos os seus instintos se aguçavam perto de alguem como esses dois, a unica pessoa para quem ele ja tinha aberto seu coração gelado tinha sido Shun.
Hyoga se remexeu no sofa tentando soltar um pouco os musculos do ombro ainda tensos pela luta. Depois mais relaxado continuou a pensar meio caindo no sono de cansaço pela luta mal resolvida.
Shun era diferente de tudo que ele imaginava quando conheceu Andromeda. Era a mais pura verdade que Shun sempre fora um doce, preocupado com tudo e todos, mais na primeira vez que os dois transaram as coisas foram alem do que Hyoga imaginava. Ele imaginava um garoto temeroso, passivo e sem grandes misterios, mais estava muito enganado. Era como se houvesse um outro Shun dentro de Andromeda. Hyoga viu os olhos doces se fecharem e se tornarem famintos, desejosos, as faces coradas e os cabelos soltos davam a ele a forma de um anjo caido, branco e divinamente adoravel. Mas era só olhar dentro de seus verdes olhos por alguns instantes que anjo de tornava um demonio, sedendo por prazer e luxuria, quente e dotado de um gosto para o que poderia se chamar de animal que nem mesmo o mais fogoso amante teria.
Cisne sorriu um pouco mais, sentiu seu baixo ventre reagir a lembrança de Andromeda deitado sob seu corpo e da sensação de estar entre aquelas pernas que ele chupava ate deixar pequenos roxos, com os pés delicados sobre seus ombros,pés que ele lambia no maximo que a veneração de um ser pelo outro pode chegar, enterrado por inteiro naquele buraquinho tão apertado e quente, que Shun fazia questão de comprimir mais para que seu gozo fosse alem do que ele poderia sonhar, ouvindo-o falar coisas que nem Ikki em seus piores, ou melhores, dias diria. Era tudo que ele queria naquele momento. Mesmo com o corpo dolorido do ataque, Hyoga queria sentir a boca de Shun entre suas pernas, sugando sua carne com tanta paixão que o levava a loucura com algumas chupadas, os dedos o invadindo enquanto ele o invadia com seu sexo duro, pedindo por mais um orgasmo alucinante, pedindo para depois ouvir baixinho, quase como um sussuro infantiu a voz de Shun formar uma pequena mas vital frase: "Eu te amo."
Os musculos da barriga retezados ao pensar em como seria bom ter os dedos de Shun passeando pelo seu abdomem, descendo e provocando, brincando com os pelos loiros abaixo de seu umbigo, sempre acompanhados pelos olhos, famintos com as pequenas gotas brancas que escorriam de Hyoga bebado de prazer.
Shun o amava e ele amava Andromeda, com todo o coração e com toda a alma, mais não tinha conseguido deixar de lado aquela deliciosa aventura. Não quando achava que Shun estava traindo-o com Kurama.
Hyoga levantou de um pulo só, os olhios arregalados e a boca seca. Era isso, tinha ouvido Hiei chamar Shuichi de Kurama, uma vez no bar onde se encontraram a primeira vez e depois, quando foram só os dois beber.
- Raposa.. ele disse raposa!- Hyoga se lembrou do estranho apelido que Hiei tinha dado ao amante - Então a tal Kurama é o Shuichi? Eu sabia, sabia que havia algo de errado.
Hyoga pulou do sofá, vestindo as calças por cima da ereção que o pensamento em Shun tinha lhe causado. Precisava achar Andromeda antes que algo de muito ruim acontecesse.
**
Kurama entrou debaixo do chuveiro quente, seu corpo ja era o de um ningen, mas por mais que quisesse sua mente não deixava de ser a da raposa.
Foi um combate dificil, para ambos. As mãos cruzadas, entrelaçadas deixavam as energias escaparem, transformando tudo ao redor em terra congelada. Kurama fechou os olhos tentando se lembrar dos detalhes mantidos em sua mente Youka.
Os dois lutadores pularam para tras, as mãos de ambos dilaceradas pelo frio ou pelas garras. Estavam ofegantes, cabelos soltos na pouca luz do dia que ainda restava. Kurama novamente fizera o chicote aparecer em suas mãos, seus movimentos estavam comprometidos não só pela perna machucada mais tambem pelo ar que ficava cada vez mais gelado e parecia prende-lo. Ele olhou para Hyoga que estava tão mal quanto, sem a armadura seu corpo parecia ficar mais vuneravel a seus proprios ataques, se Cisne não fosse tão forte ja teria caido a muito tempo.
Foi como um raio, os dois avançaram juntos, olhando um no olho do outro, prontos a se defender como fosse, sem medo do que poderia ocorrer se o outro conseguisse um golpe certeiro. Uma explosão de energias. Kurama só se lembrava disso. Uma grande explosão e ele sendo jogado para longe de Hyoga assim como o cavaleiro era jogado para longe dele.
Sentiu seu corpo mudando, estava voltando a forma de Minamino, a pouca energia que tinha já não sustentava sua forma youka. Ele se levantou devagar, com a perna dolorida. Hyoga parecia desacordado. Kurama sentiu o ki de alguem se aproximar. Não queria encontrar detetives espirituais aquela hora e daquele jeito. Colocou sua parte racional no comando de suas ações e por mais que desejasse o ningem morto saiu dali. Talvez ele não sobrevivesse ao impacto da propria força sem a armadura.
Agora Shuichi estava mergulhado em um banho muito quente tentando aquecer as partes semi-congeladas de seu corpo. Ele esfregava a perna ferida pelo frio, e as mãos queimavam ao encontro da agua.
Kurama sentiu um frio maior ainda lhe percorrer a espinha. Hiei não ficaria com alguem só por ele ser poderoso, era um demonio auto suficiente demais para isso, mais no fundo ele sempre desejou ser um koorime, e Hyoga era como um demonio do gelo, uma relação com o passado que poderia se tornar tão forte quanto sua irmã. Uma forma dele voltar aa raizes e de conviver com um ningen que podia ser mais parecido com ele do que o proprio Kurama.
Não se sentia nem umpouco culpado pelo que tinha feito, e não tinha feito aquele escandalo todo por causa da traição de Hiei apesar de se sentir mal com aquilo. Tinha feito aquele circo somente pela insegurança que tomava conta de seu coração. Kurama sempre soube que era o unico, aquele que tinha consequido um lugar no coração de Hiei. Estava seguro disso, se sentia dono daquele pequeno demonio, ele era possessivo sim, e tinha Hiei como sua posse mais preciosa. Então, o tapa na cara. Hiei não era dele. Era de quem bem entendesse. E não era só isso. A relação dos dois sempre foi cheia de brigas e atritos,o passado de Kurama não ajudava em nada e o fato de Hiei ser muito reservado a seus sentimentos tambem não. Eles se amavam, mais pela primeira vez Kurama achou que só aquilo não era o suficiente. Havia muito mais contra ele que a favor, e sua unica forma de sobreviver era se agarrando ao fato de que ele era o unico.
- Não mais. Pensou embaixo da agua quente ainda fazendo o sangue voltar a circular normalmente pela pele. Ele começou a se lembrar de quantas vezes tinha estado ali com Hiei.
Sentiu a agua percorrendo seu corpo da mesma forma que o youkai fazia, deslizando por entre suas pernas, acariciando o cabelo e molhando os labios semi abertos, deixando a sensação quente e escorrendo algumas gotas para a lingua.
Kurama sentou no chão do banheiro, ainda embaixo da agua, abraçando os joelhos e deixando a cabeça entre eles. Precisa de Hiei como do proprio ar que respirava. Precisava ver seu rosto livre de tudo o passado enquanto ele gozava em sua boca, ou de sentir o gosto doce que aquele liquido branco tinha descendo pela sua garganta, ao mesmo tempo que ele segurava o corpo menor pela cintura não o deixando desabar por entre os espasmos involuntarios.
Queria ser tocado no fundo, ouvir Hiei o mandando rebolar, com a voz grossa e ao mesmo tempo doce, quente. Ser preenchido por inteiro, sua boca tomada, seu cabelo puxado, suas coxas apertadas e abertas com força, seu grito abafado pela lingua quente como aquela agua, descendo da boca para o pescoço e depois para cada um dos mamilos, sugando e deixando que a saliva escorresse enquanto provava o gosto da pele da raposa.
Kurama sentiu seu sexo começar a reagir. Queria Hiei, precisava dele para fazer a dor em seu peito parar, para poder continuar a viver como um humano e um demonio.
Kurama levantou esfrinado um pouco a agua para sentir o calor em seu corpo diminuir. Sua perna e mãos ja estavam melhor. Ele jogou o cabelo molhado pra tras, tirando todos os fios vermelhos do rosto e decidiu.
- Eu tenho que falar com Hiei antes que eu fique louco.
Minamino, saiu do box, se enrolando na toalha e procurando uma roupa para vestir. Ia atras de Hiei e ia agora.
**
Hiei entrou no pequeno templo onde a Genkai morava. Olhou para Yusuke e Kuwabara fazendo flexões sobre os olhos de Yukina que ria de alguma coisa que aquele gorila de cabelos alaranjados dizia. Viu a menina correr para ele com um subito aperto no coração. Era sempre assim que ficava quando estava perto dela. Teve que se controlar para não esboçar o sorriso que se formou dentro de sua alma quando sua mão foi segurada e ele trazido para perto dos outros pela pequenina moça!
- Nós temos visitas, a mestra pediu que eu viesse recebe-lo.
- Visitas?
- É sim Hiei.-Yusuke respondeu meio ofegante pelos exercicios. - São os cavaleiros do Zodiaco. São lutadores de um torneio que teve a pouco tempo, uns dois ou tres anos. Mais você ainda não tinha vindo pro Ningenkai.
- É sim. - Kuwabara quase nem respirava. - Eles tem umas armaduras legais e tem um aai muito parecido com o Kurama.não é mesmo Yukina?
- Sim! A menina sorriu concordando.
Hiei arregalou os olhos vermelhos diante das afirmações, correu para a casa de madeira pensando que não poderia ser outra pessoa. Assim que deslizou a porta de bambu e papel encontrou Shun e mais um home alto ajoelhados em tatamis conversando com Genkai.
- Hiei? - A velha olhou para o Youkai parado na porta.- São seus amigos não? - Ela disse apontando para Shun que o olhava serio, não sorrindo do jeito habitual. - Eles vieram perguntar sobre...
Hiei olhou para as mãos de Shun que deslizavam para lá e para cá em compridos fios pratas,brilhantes e sedosos.
- Kurama.... - Ele disse encarando Shun que olhava
para o chão!
Continua
Jade Suiyama e Pérola J.
Essa fics foi escrita em conjunto por mim (Jade) e pela Perola... acho q nós temos futuro com fics escritas em conjunto ^__^