Revelações
Por Jade e Pérola


Capitulo Quatro
 
 

A velha senhora ajudava Seiya com as compras animada. Não tinha netos e gostava de jovens. Escassos por ali. A pequena cidade litorânea vivia da pouca pesca e do parco turismo ao templo, única fonte de renda da região. A maioria da população era composta de velhos. Como ela e o marido, donos do pequeno posto e mercadinho local. Novos aprendizes? Tomara. Desde a chegada daquele chamado Yuusuke, eles pareciam estar aumentando e trazendo os amigos junto! Sorriu. Gostava em particular, do simpático ruivo de olhos verdes. Ganhara uma rosa dele a semana passada e o irmãozinho era muito fofinho. Pena ser tão indiferente. Indiferente até provar sua torta especial de maçã... pensou satisfeita. Porque as crianças cismam em ser punks hoje em dia? Haveria de o ver vestindo roupinha de marinheiro até o próximo verão e chamando-a de vovó! Quem sabe uma negociação com um bolo floresta negra?

Verificou receosa se tinha posto bastante comida para os gentis rapazes. Verdadeiros cavalheiros. Abençoadas mães os educaram bem, não eram como estas de hoje em dia, as moderninhas. Eram grandes e fortes. Deviam comer bem. Foi uma surpresa inesperada e extremamente agradável!

Acrescentou peixe frito, sushi e frutas da sua própria despensa aos pacotes de miojo e salgadinhos, como presente de boas-vindas. E seus deliciosos biscoitos caseiros também. Genkai poderia não ter o suficiente com tantos jovens lá. Eles poderiam ficar magoados e não voltar mais... Tinha de ser hospitaleira!

Hyoga após dar mais detalhes para Shiryu esperava

nervoso a volta de Seiya, o qual apareceu somente uma hora depois acompanhado de uma destas velhas senhoras interioranas acenando sorridente para eles ao entregar os pacotes a Pegasus e despedindo-se com um beijinho na bochecha do rapaz.

* Meia hora depois... * Pararam ao lado do carro para se ver em complicações. Ele havia sido deixado pelo proprietário devido a queda de um pinheiro. Os outros cavalheiros saíram do carro para examinar. *

Batidas na porta tiraram Kurama do seu estado letárgico. Quem poderia ser nesta tempestade? Tinha a esperança de serem seus amigos e correu para a porta. Era um rapazinho de cabelos espetados e olhos castanhos. Piscou. O que estaria fazendo ali? Seria algum enviado de Inari? Na sua atual situação acreditava em qualquer coisa.

Kurama esfregou os olhos entorpecidos. Turistas? Não era possível. Não nessa época. Deveriam ser alguns lutadores procurando treinamento. Iam ficar decepcionados, conhecia o temperamento de Genkai. Olhou para os outros; um moreno de cabelos longos e lisos, procedência chinesa e... *

Choveu a noite toda e boa parte da madrugada. Tiveram de jantar as compras da mercearia com pão, chá e uma garrafa de sakê barato do Yuusuke para esquentar. A cabana era um espécie de galpão grande com alguns armários e sacos de dormir, uma pequena cozinha e banheiro. Hyoga e Kurama encaravam-se hipnotizados como duas serpentes prestes a dar o bote. Comeram pouco e foram dormir em lados opostos sem pronunciar uma palavra desde a interferência de Shiryu. Por precaução o Dragão e Pegasus resolveram dormir no meio.

Pouco antes do sol nascer a chuva tinha parado e Hyoga levantou indo para a cozinha. Precisava de um pouco de chá com sakê. Kamus e Milo deviam estar os procurando furiosos.

Tinha de encontrar Shun e resolver as questões com o doido por fantasias infantis de bichinho de pelúcia. Ainda precisava falar com o Ikki e parar toda aquela loucura...

Hyoga concordou desgostoso e passou a admirar o pequeno colar com a lágrima-jóia. Brilhava fruta-cor, mesmo com a pouca luz da antiga lamparina. Uma pedra fria e transparente. Parecia um cristal de gelo. Saudades da Sibéria, de Cristal, de Kamus, de sua amada mãe... Kurama encontrava-se escondido atrás de umas das paredes da cozinha desde o início. Seguira furtivo, os dois ningens quando levantaram deixando uma manta vermelha em seu lugar. O terceiro tinha sono pesado e não despertaria tão cedo.

Ficou acordado a noite inteira corroendo-se em ódio pernicioso do maldito patinho amarelo destruidor de lares e não via a hora de acabar com ele de uma vez por todas. Cumprira a trégua, fim de jogo. Iria vencer a melhor maneira Youko Kurama. Daqui a pouco o sol ia iluminar a cabana, tinha pouco tempo. Viu-os num diálogo baixo em meio a seus segredinhos, amigos de longa data. Sentiu o sangue ferver. O corpo tremia de raiva. Que sem-vergonha abusado! Ele tinha dito aquilo mesmo! Pensava ser quem? Se o convencido achava fácil roubar Hiei dele e levá-lo pra morar naquela seita pervertida de fanáticos religiosos, acabara de assinar a pior sentença de morte nos 3 mundos. Sombras douradas luziam em seus olhos. Seu pobre youkaizinho a mercê daquele bando de corruptores... Tantos casos no jornal. Como pudera colocar tal gente em suas vidas?

Imaginava-o perdido nas ruas prostituído por aqueles pregadores do amor livre. Não! Não o seu adorado Hiei. Ele era sua família e o livraria das garras daquele ningen amoral! O que poderia usar para acabar de forma bem dolorosa com aqueles três hippies esquisitos de comunidade?

"Ah, não... Isso não... Por Inari, ele não suportaria..." Cisne não disse nada. Pensou alguns minutos no caso. "Tinha 55 anos e era mais esperto que a maioria dos demônios. Velho pros padrões ningens. Mas no milenar Makai era praticamente bebê de colo. Um bebê prodígio." " Aqueles cabelos suaves... Aqueles olhos de rosa escarlate... Aqueles lábios tentadores... aquela voz grave enlouquecedora... aquela pele de porcelana fina... como o rude tivera coragem de tocá-los? Sua reservada Moça de Gelo. Seu elfinho travesso. Ele o tratava muito bem, também não entendia porque continuava magrinho." "Sim. Uma alma sofrida. Uma vida marcada pela luta da sobrevivência no Makai formara o sério Hiei, a criança amaldiçoada das Koorimes. Este era o "seu" Hiei. Precisava matá-los logo." "Nunca! Só passando por cima do seu cadáver! O chicote de rosas não serviria deixaria pistas claras do autor." "Ele ficou... ele ficou... Só podia ser mentira..." – estava lívido. As lágrimas voltaram. – "Sua expressão de amor mais íntima, onde o Koorime se entregava a ele por completo. Não podia ser... Ficara meses paparicando o demônio de fogo até poder vencê-lo a tentar variações. Era um Youko. Era apaixonado por sexo. Desejava realizar as suas fantasias com aquele youkaizinho reservado de todas as formas possíveis, sonho difícil. A primeira vez, foi no seu aniversário depois de uma sessão agradavelmente longa. Fez a proposta enamorada tão ardente que o pequeno não teve como lhe negar o pedido. Devagar, com muito cuidado. Hiei arfava em gemidos abafados. Doía a cada investida, mesmo fracas tinha dificuldade de acostumar-se. A diferença de tamanho prejudicava. Seu corpo cobria totalmente o do pequeno dando uma aparência indefesa, sufocava. Os quadris do Koorime eram estreitos os seus grandes e afeminados. Forçava as pernas, incomodava com o peso. Preocupou-se, não queria machucá-lo, um doce sorriso espantou os seus receios. Estava gostando. Soltou o Youko. Os gemidos viraram gritos supresos. Ele era maior e mais selvagem. O demônio de fogo o arranhava, deixando finas trilhas de sangue a suas costas, apesar dos gritos de dor terem se transformado em prazer a tempos. Tinha de segurá-lo com força pela cintura, estava todo trêmulo em meios aos espasmos de sensações. Os orgasmos vieram rápidos, um após o outro, e face cansada a sua frente implorava duvidosa pelo fim. Encantado com a performance nada frígida, Kurama só desistiu quando chegaram ao limite das suas forças e beijou aquela boca satisfeito deixando-o dormir. O dia seguinte foi constrangedor. O youkai ficou vermelho de vergonha e irritado por não poder sentar direito. Detestava expor sua fragilidade, principalmente ao lembrar como parecia menor e desprotegido debaixo do corpo do amante. Não admitia estar a mercê de ninguém. Chamou-o de grande e desajeitado, não convenceu. Tentara mais uma ou duas vezes, sempre o mesmo resultado. O teimoso demônio de fogo encasquetou que aquilo feria a sua masculinidade. Dava nos nervos. Pra não brigarem, insistia pouco. Porque então ele aceitara a atitude do ningen? Não era justo! Aquele loiro idiota estava destruindo todas as preciosas muralhas do seu amor. Ele tinha de morrer e rápido. Trepadeiras e plantas carnivoras deixariam marcas de sangue. Pólen venenoso. Isso! Pólen venenoso seria extremamente eficaz." "Qual o problema de mimá-lo um pouco? Doces não fariam mal a um demônio. Pato burro! Estaria morto em poucos segundos" – observou ferino o pó amarelo em suas mãos. – "A cratera seria ideal. Empurraria o carro dentro dela e cobriria com árvores. Pareceria acidente, um bando de lutadores estúpidos não enxergaram a cratera na tempestade e morreram afogados. Caso alguém encontrasse, alegaria não saber a Mestra e ter apenas tampado o perigoso buraco desviando o curso da estrada. O polén, caso identificado, seria das árvores. Perfeito! Sem pistas! Estaria livre! " Realizar? Há! Um." "Sei. Dois." "Boa sorte pra vocês no inferno! Três. E..." Os raios do sol invadiram a janela pela qual Kurama pode ver Yuusuke todo descabelado em calças de pijama, cuspindo pasta de dente com a escova ainda presa na boca e um olhar assassino diretamente a ele, ao lado de Botan. Parecia um buldogue babando raivoso. Nas mãos algumas de suas rosas despedaçadas. Viu surgirem as marcas tribais em alguns pontos do corpo e pela fúria, adivinhou, estava perdido...


Continua

Minha (Jade) participação nesse capitulo de fics foi revisar e escrever o roda pé.. ^___^ a Perola escreve muito.. fiquei ate sem jeito de mudar alguma coisa!!!! EEEE.. só faltam dois capitulos e isso acaba!!!

Perola J.

Co-Autora: Jade Suiyama