Holiday!

Por LailaMew


São três horas da manhã você me liga

Pra falar coisas que só a gente entende

São três horas da manhã você me chama

O seu papo poesia me transcende!



Julian vive na ilha de Krematy, no mundo de Condenty. Um demônio de muito respeito. Cabelos brancos, compridos e macios. Ele é novo, tem 21. Tem olhos calmos e frios, que não poupam ninguém. Veste sempre roupas escuras e fica sempre em seu castelo. Não fala muito, não come muito e não faz nada em excesso. Não gosta de ser governador, mas esse foi seu destino. O que ele queria ser de verdade era um aventureiro, passar por terras desconhecidas e enfrentar monstros. Mas, sua chanceler Ângela não o deixa ir a lugar nenhum. Tem uma vida tão ociosa que preferiria morrer a ter que continuar com esse martírio.

Já Miryu tem uma vida que se encaixava perfeitamente na vida que Julian gostaria de ter. Miryu é um pouco mais novo que Julian, na verdade, apenas um ano. Tem cabelos brancos também, mas são bem curtos. Pertence a classe de demônios do fogo, totalmente contrária a classe de Julian, que é um demônio de gelo. E suas classes, parecem refletir em suas personalidades. Enquanto Julian é frio e silencioso, Miryu é simpático, bondoso e muito animado. Tinham personalidades totalmente opostas.

Os dois, apesar de tudo isso, eram amigos. Julian tinha garra e perseverança e Miryu era um rapaz meigo e calmo. Um completa o outro, ou seja, eles são como o Yin e o Yang. Mas, houve um terrível problema quando um rapaz chegou e ilha de Krematy. Seu nome era Lizpy. Ele não tinha onde ficar, e ficou uma noite no quarto dos empregados do castelo de Julian. E isso, despertou o maior ciúme em Miryu.

Castelo de Krematy, 7:56 da manhã.

-Julian, meu senhor – diz Ângela – Está na hora de acordar! O senhor tem deveres.

Julian abre um dos olhos, apenas para olhar a cara de Ângela. Seus longos cabelos verdes estavam todos despenteados, sinal de que acabará de acordar. Julian fechou o olho e disse:

-Por que você não fica relaxa Ângela? Hoje é dia de feriado lembra-se? É o Dia do Dragão.

Ângela olha para o pequeno calendário, e vê que Julian está certo.

-Mas senhor! Mesmo com feriado, o castelo não pode parar!

-Ângela, você devia se preocupar menos, e viver mais!

Julian por fim se levanta da cama.

-O que eu tenho que fazer hoje?

-Bom, o senhor tem toda aquela papelada da mudança das lojas de Firety para cá.

-É mesmo! Eu havia me esquecido!

Julian veste sua roupa e vai até a sala de jantar. Todos os empregados já estão comendo. Ao ver o forasteiro Lizpy, lê se lembra de perguntar:

-Você está bem?

-Eu estou! Só queria poder passar mais tempo aqui!

-Ora, por mim, você pode passar o tempo que quiser. Eu não me importo, também porque aqui, nada acontece!
 
 

Ô, meu amor

Isso é amor

Ô, meu amor

Isso é amor!

Lizpy, então vai até a cidade para ir beber algo no bar. Quando chega, se encontra com Miryu. Miryu, ao sentir que Lizpy estava no bar se levanta, sai e vai em direção ao castelo. Chegando lá, Miryu espera que todos façam sua refeição para falar com Julian a sós.

Quando Miryu entra na sala de Jantar, Julian fica surpreso de vê-lo tão cedo no castelo.

-Miryu, o que é isso? Você acordando cedo? Vai haver algum milagre hoje?

-Não é que, eu queria conversar com você, só isso.

-Então fale o que quiser, sou todo ouvidos! E também, não tenho o que fazer hoje a não ser preencher uns papéis.

-Bom, é que, eu estou preocupado com uma coisa...

-O que é Miryu?

-Sabe esse cara que apareceu, eu estou com medo de que, ele faça algo com você.

-Ora Miryu! Eu já sou crescidinho, e sou bem forte por sinal! Não prescisa ficar com medo que nada vai me acontecer!

Miryu não acreditava. Pressentia algo estranho. Ele não gostava da idéia de Lizpy estar hospedado no castelo. Ele não sabia por que, só não gostava.

-Bom – disse Miryu – estou dizendo isso por que quero seu bem Julian, e você sabe disso!

-Eu não estou duvidando de você Miryu! Só acho que você está muito preocupado com algo que eu poderia resolver facilmente!

Miryu então se vira para a porta, mas antes de ir, ele dá um último aviso há Julian:

-Olha, se algo te acontecer, não vá dizer que não te avisei!

Julian nem falou nada. Não ia ficar gastando saliva com as besteiras que Miryu falava de vez em quando, como na vez em que ele disse que os gigantes iam reviver! Eles nunca reviveram, e nunca vão reviver! Miryu às vezes era meio louco!

Lizpy saiu do bar e voltou ao castelo. Foi até o quarto dos empregados e jogou-se na cama reservada para ele. A ilha não tinha muito que fazer, o que explicava o tédio de Julian. Enquanto estava deitado, ficou pensando no que ia fazer quando saísse daquela ilha. Iria para Carbony para procurar Sílex, ou talvez fosse procurar o Lago da Pureza em Watery. Fosse o que fosse, ele tinha de decidir logo. Não podia ficar abusando da hospitalidade de Julian por muito tempo, apesar de ele ter dito que ele podia ficar o tempo que ele quisesse. Mas, ainda assim queria ficar mais tempo para analisar a profunda personalidade de Julian, pois achava tudo aquilo muito atraente nele. Aqueles olhos frios e sem brilho que, mesmo que você olhasse muito tempo para eles, não descobriria nada. Ficou pensando no que fazer nos dois sentidos, mas não achava nenhuma resposta. Derrepente, Julian passou na frente do quarto, e viu Lizpy deitado. Ficou curioso em saber o que ele estava fazendo ali e foi até a cama ao lado e sentou.

-Ei, no que está pensando?

-Eu? – Lizpy respondeu assustado – Eu só estava pensando no que eu vou fazer depois que eu sair daqui.

-Sair? Pra que você prescisa sair?

-Eu preciso sair, antes que eu cometa uma loucura...

-... – Julian não conseguiu entender o objetivo da frase.
 
 
 
 
 
 

Espero o dia passar

Espero o dia passar

Ai, Ai, Ai, Ai!

Não toque em mim!

Julian ficou extremamente intrigado com a frase de Lizpy.

-Uma loucura, mas como assim?

Lizpy não disse nada, apenas se sentou na cama em frente de Julian e disse:

-Quer saber de uma coisa, acho que... estou apaixonado por você!

Julian só ficou olhando. Como se estivesse tentando entender tudo o que estava acontecendo. Apesar dele ser inteligente, não estava conseguindo captar a mensagem.

-Você está ficando louco?! – grita Julian levantando-se rapidamente da cama.

-Acho que, ainda não mais...

Lizpy, após falar isso, levantou-se e olhou bem nos olhos de Julian e disse:

-Você é um imperador, tem que fazer tudo que você puder pra deixar seu povo satisfeito! E pra me deixar satisfeito, eu quero ter você!

Julian estava ficando cada vez mais com medo de algo lhe pudesse acontecer. Então, lembrou-se de Miryu.

"Até que aquele maluco fala coisas certas."

Lizpy não fez nenhuma cerimônia. Simplesmente agarrou Julian e lhe beijou. Julian nem pode reagir. Foi muito rápido tanto a ação quanto o beijo. Foi uma coisa de segundos, mas foi o suficiente para deixar Julian meio atordoado. Ele próprio não sabia o que fazer ou dizer. Lizpy tirou os braços de Julian e foi para a porta. Antes de ir, ele diz:

-Espero que você não seja esquecido, e acabe se esquecendo o que aconteceu.

Esquecer? Como? Julian ainda estava parado, perplexo. Só alguns segundos depois se recobrou do ocorrido e percebeu que Lizpy já havia partido. Só que depois, ficou com uma dúvida horrível. Será que deveria contar isso a Miryu ou não? Ele se sentia na obrigação, mas, como ele iria reagir? Conhecia Miryu muito bem, mas não sabia quais eram os sentimentos de Miryu na verdade. Sentou-se na cama, e ficou pensando em tudo. A previsão de Miryu, o beijo, o que isso iria trazer a tona. Ficou confuso. Sua cabeça começou a doer e ele foi até a cidade para aliviar a cabeça. Ele só esperava não encontrar com Miryu, pois não suportaria esconder tudo dele. Os dois confiavam muito um no outro, e por isso que ele não podia esconder, senão Miryu nunca mais confiaria nele. Andou pela cidade, cumprimentou pessoas, mas não viu Miryu. Melhor para ele.

Voltou ao castelo e preencheu a papelada das lojas até de noite.

Ficou com um sono tremendo naquela noite. Quando foi dormir, sonhou algo estranho, palavras confusas que não se encaixavam, e só conseguia ver os olhos sérios de Lizpy. Acordou derrepente, assustado. Estava suando mais do que nunca e sua respiração estava ofegante. Ele sentia que tudo aquilo era um sentimento de culpa, por não contar nada a Miryu.

Sua respiração se normalizou, e ele decidiu ir até a cozinha do castelo pegou água.

Quando chegou, ele sentiu um vulto perto da mesa. Com medo de que fosse um ladrão, Julian pegou uma garrafa de vinho que estava em cima do balcão.

Virou-se e esperou que algo viesse em sua direção. O vulto então, foi até a luz e mostrou-se como Miryu. Sério e com olhar parado, ele foi até Julian e o abraçou docemente, com ternura e calma.
 
 

Minha vida está tão vazia

Não me envergonho de pensar

Posso até achar companhia

E nunca vá me tocar!

Julian deixou a garrafa cair e abraçou Miryu. Ele olhou para o rosto de Julian e disse:

-Eu sei...

Julian abaixou a cabeça como se quisesse se desculpar. Sentiu uma dor enorme no coração. Tinha ficado com muito medo de contar tudo a Miryu.

-Eu sei por que você não quis me contar. Tinha medo de que eu não quisesse mais ficar com você não é?

-Foi mais ou menos por causa disso, mas... Como você descobriu?

-Eu, tinha ido para o castelo, para dizer que eu sentia muito ter deixado você preocupado, e quando eu passei pela porta do quarto dos empregados, você e Lizpy estavam lá, mas eu sabia que você não tinha feito isso por mau. Então me escondi para que ele não me visse.

Julian se sentia a pior pessoa do mundo por ter escondido algo tão idiota. Miryu levantou seu rosto e disse bem em seus olhos:

-Não prescisa se sentir assim. Não me sinto triste por ter me escondido isso. Você não queria me magoar não é mesmo?

-É, eu sou mesmo um idiota!

-Bom pela primeira vez você admite isso em público!

-Não quero que você fique triste por minha culpa!

-Eu não vou ficar triste!

Os dois se abraçaram e Julian disse:

-Nunca mais isso vai acontecer né?

-Não, nunca! Não vamos deixar mais ninguém dormir aqui!

-Miryu... Você me ama mesmo?

-É claro que eu te amo! Acha que eu ficar com toda essa minha eterna preocupação por você à toa?

-Que pergunta boba né? Eu não quero que nada fique entre eu e você, nada!

-Nem eu!

Miryu levantou um pouco mais a cabeça de Julian, que ainda estava um pouco abaixada. Deu-lhe um beijo e disse:

-Tente dormir agora! Você anda muito nervoso esses dias!

-Vou tentar descansar, eu prometo!

Miryu saiu dos braços de Julian saiu da cozinha em direção a porta do castelo.

Julian sentou-se na cadeira da cozinha, pensativo. Ele tinha tudo que ele queria. Alguém que o amava, beleza e muito dinheiro, mas, lhe faltava a emoção de viver. Mas também, às vezes se sentia um grande imbecil, por não saber aproveitar o que tinha a mão. Poderia muito bem desfrutar mais do castelo e de sua ilha.

"Eu sou tão baka! Por que diabos eu não procuro o incentivo pra minha vida aqui mesmo, na minha ilha?"

Julian saiu do castelo e foi até o jardim. O jardim do castelo era muito bonito, com flores e árvores enfeitando todo o caminho até o castelo. Ficou olhando aquele cenário calmo e relaxante, e derrepente, um estalo o levou a pensar na coisa mais importante para ele e seu significado para continuar com aquela vida. Correu o mais que pode até a casa de Miryu e, quando chegou lá, a porta estava aberta. Miryu estava sentado em uma cadeira e disse:

-Eu sabia que você ia perceber Julian!

-Sim, eu sei agora o que me faz continuar minha vida! Essa coisa e você!

The End!

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