MODERATO








por Lucretia


10

Quando os dois rapazes chegaram a igreja, quase todos conhecidos já estavam lá. amigos, vizinhos, até o pessoal da banda... todos estavam presentes. Na porta, a mãe do rapaz loiro e o cunhado recebiam as pessoas que chegavam. Jackeline, sentada na primeira fila tinha um lenço na mão e não falava com ninguém, mantendo os olhos fixos no caixão, como se contemplando um pesadelo.

Jack entrou sem falar com ninguém, nem mesmo com a própria mãe, dirigiu-se apenas a sua irmã, e essas fora a única vez que a jovem desviou o olhar. sentou-se ao lado dela e abraçou-a. Alan parou à porta, ao lado da mãe de seu amado e observou junto com os outros suas reações.

_ Ele não está nada bem. _ disse, voltando-se para a jovem senhora.

_ Eu notei. Ele está muito triste. _ confirmou a senhora Adams, enxugando uma lagrima que saltou-lhe dos olhos igualmente azuis como os de Jack.

Alan beijou subtilmente o rosto da mãe de seu amante e se dirige ao pessoal da banda, que estavam sentados numa fileira, conversando baixinho. Sentou-se junto a eles e explicou que Jack estava muito triste, realmente infeliz, por causa da morte do pai, mesmo porque fora testemunha ocular daquela violência.

Todos acharam melhor deixar o loiro com a sua irmã. E Jack abraçado a irmã, chorava copiosamente. Alan ficara ao longe observando-o com o coração partido, parecia não acreditar no que via, agora que estava diante do caixão do pai de seu amado.

Lembrara-se dos momentos que tiveram juntos, ele e Jack. Os jogos de futebol americano e os de beisebol, nos Dias de ação de Graça... Como se divertiam! Os jantares e almoços, e de como ele era engraçado com as suas piadas. lembrou-se do apoio de cada para a banda, pois quando era jovem também sonhara em fazer muito sucesso como eles. Das dicas que dava sobre musicas, das ajudas financeiras... Alan deixou todas as lembranças vagaram em sua mente. Como era triste tudo aquilo!... Desejou por um segundo que tudo não passasse de um sonho e deixou que algumas lagrimas escorressem pelo seu rosto.

**********************

A manhã do enterro despertou chuvosa, como se também lamentasse pela tragédia que abatia sobre todos naquele lugar. Um mar de guarda-chuvas pretos cobriam o túmulo do senhor Adams. Jack deu alguns passos a frente de todos, sem se importar que a chuva lhe molhasse, mas logo Alan aproximou-se silenciosamente com um guarda-chuva em mão, protegendo-o do diluvio.

_ Assim você vai ficar doente _ sussurrou o moreno preocupado com o estado de seu amante.

_ Eu mereço, Alan. Eu fui o culpado pela morte de meu pai _ Jack murmurou em resposta, culpando-se como se ele tivesse apontado a arma.

Alan olhou-o surpreso com as palavras de Jack, não podia acreditar que ele sentia-se assim. como queria abraça-lo e beija-lo, para dizer-lhe que não tinha culpa de nada, era tão vitima quanto seu pai. Mas não podia fazer nada daquilo que tinha em mente, apenas passou, fraternalmente, um de seus braços pelos ombros de Jack.

_ Pará com isso. Você não tem culpa de nada.

Jack ainda tentou protestar, dizer-lhe que a culpa era toda dele, mas Alan não deixou que falasse um única palavra.

_ Não quero mais ouvi essa estoira.

O loiro obedeceu, permanecendo calado o resto do enterro. Os grandes olhos azuis fixados no caixão, enquanto era descido até o túmulo. Sentiu seu coração ainda mais apertado e deve vontade de chorar mais uma vez, mas não conseguiu, parecia que seus olhos tinham secado e só conseguiu soltar um profundo e seco suspiro.

*******************

Após o enterro todos dirigiram-se para a casa dos pais de Jack, para mais algumas formalidades. Mas Jack não estava nem um pouco afim de dar uma de social, trancou-se no escritório do pai, assim que chegou e ficou ali o resto do dia entre os objetos que pertenceram a ele. Os discos, livros, fotos, charutos... charutos estes, que a sua mãe tanto detestara... Tudo naquele lugar lembrava ele, falava dele, esperava por ele, como se voltasse a qualquer momento.

Alan juntou-se a mãe de seu amado na cozinha. Ajudara-a com os aperitivos que as pessoas traziam, como se a comida acabasse com a dor da família, mas pelo menos estavam sendo solidarias. O moreno estava tão preocupado em ajudar a senhora Adams, pois Jackeline não se encontrava em condições para fazer nada alem de chorar e Paul encarregara-se de cuidar dela, que não percebera a ausência de Jack. Só soubera que ele não estava por perto quando, lembrando-se de que ele não comera nada a muito tempo, fizera-lhe um prato com um pouco de comida. Procurou-o por toda a casa e encontrou-o no escritório, com a cabeça baixa sobre a mesa e um charuto ao seu lado enfumaçando todo lugar. Pousou o prato sobre a mesa e chamou-o delicadamente, quase num sussurro.

_ Jack...

O loiro levantou a cabeça e olhou-o com os olhos rubros, demonstrando um tristeza sem fim.

_ Trouxe algo para você comer _ declarou Alan empurrando o prato para ele.

_ Não quero nada, obrigado.

_ Mas Jack, você está muito tempo sem comer nada. Quer ficar doente?

_ Eu quero morrer _ Jack respondeu, cobrindo seu rosto com as mãos para ocultar as novas lagrimas que brotavam em seus olhos _ Eu sou o culpado. Meu pai morreu por minha culpa. Se eu não tivesse... _ mas a frase ficou suspensas pelos seus soluços.

_ Eu já falei que a culpa não é sua _ dando a volta na mesa, Alan repreendeu seu amado, dirigindo-se até ele e levantando-o para dar-lhe um abraço _ Você é tão vitima quanto seu pai.

_ Mas Alan... _ Jack tentou retrucar, mas foi impedido por seu amante moreno.

_ Sem mas, nem meio mas, Jack. Não quero mais ouvi isso _ e dando um beijo doce e leve, Alan calou seu amado _ Agora quero que você coma um pouco.

_ Não quero _ olhando para o prato, Jack respondeu.

_ Você vai comer, sim senhor. Imagina só, se você ficar doente e morrer. Como eu vou ficar sem você? E eu não quero ficar sozinho. Ouviu bem? _ Alan esbravejou, tentando convencer Jack. Puxou-o para seus braços, quase desesperado com a idéia de perder seu amor, e beijou-lhe o rosto.

Entreolharam-se por um instante. Jack lançou ao seu amado um olhar melancólico e de repente sacudiu a cabeça, como numa tentativa de espantar um mal pensamento, e logo depois estava debruçado sobre o prato comendo o pedaço de torta salgada que Alan separa para ele. O rapaz moreno olhou com satisfação.

Poucos minutos depois o loiro largava o prato sobre a mesa com metade de seu conteúdo.

_ Não quero mais _ falou Jack.

_ Tudo bem _ disse Alan, pegando o prato para leva-lo de volta _ Não quer ir para sala, ficar com o pessoal?

_ Não... Quero ficar aqui com as coisas do meu pai _ respondeu o loiro, negando com a cabeça, sentado na cadeira da escrivaninha.

_ Está bem, mas se precisar de alguma coisa estarei na cozinha _ avisou o moreno dando um breve beijo na testa de seu amado, depois dirigiu-se a porta. E antes de fecha-la, olhou-o outra vez, sentindo seu peito estreitar-se ao ver a tristeza de seu querido Jack.

*******************

As horas passaram arrastadas para Alan, parecia que ninguém iria embora daquela casa mais. estava tão cansado que tudo parecia um eternidade para acontecer. Desejava que tudo acabasse o mais rápido possível.

Finalmente às nove horas da noite a ultima pessoa saíra. Era hora de deixar tudo em ordem e descansar. Alan viu Paul subi com Jackeline adormecida em seus braços e Isabelle arrumado tudo na cozinha.

_ A senhora deve estar cansada. Deixa que eu cuido de tudo _ e tirando as coisas das mãos da jovem senhora, Alan sugeriu que se retirasse.

_ Não precisa, meu filho _ tentou relutar Isabelle, parecia querer ocupar sua mente com outras coisas para não pensar na morte do marido e padecer ao pranto.

_ Vamos, deixe comigo _ insistiu o jovem dando um doce beija na testa da mãe do seu amante.

Isabelle não teve reação, apenas aceitou a ajuda daquele rapaz que era como um filho para ela. Ele realmente queria o bem dela, não havia pelo que insistir, ser teimosa. então, resolveu subir, tentar dormir um pouco, mas sabia que seria uma longa noite, logo quando chegasse ao quarto a lembranças de seu amado marido invadiriam a mente.

Quando Alan terminou o que tinha se comprometido a fazer, sentiu seu corpo todo dolorido, como se tivesse levado uma surra. Ficara o dia inteiro em pé, ajudando a mãe de Jack naquelas horas nefastas. Como tudo aquilo era triste! E mais triste ainda era ver seu Jack sofrendo... de repente sentiu seu coração pequenino para tanta melancolia e lembrou-se do rosto de seu amado. Dirigiu-se ao escritório, onde o loiro passara o resto do dia trancado. ao abrir a porta viu Jack em pé de fronte a janela, observando as poucas estrelas, que apareciam de vez em quando entre as nuvens. Aproximou-se e abraçou-o por trás.

_ Vamos dormir, querido? _ perguntou afundando o rosto e respirando o perfume doce de flores dos cabelos do loiro.

_ Sabe, Alan... Estava aqui olhando as estrelas e lembrei-me que algum dia li em algum lugar que quando morremos viramos estrelas. Você acha isso possível? Acha que o meu pai virou uma delas? _ Jack questionou, virando-se para encarar o amante.

_ Claro... Seu pai era uma boa pessoa. Todos que o conheciam gostavam dele. Ele era especial! Foi o pai que não tive e você sabe disso _ respondeu Alan, deixando que Jack apoiasse a cabeça na curva de seu ombro, enquanto falava.

O loiro suspirou melancolicamente, mas não disse mais nenhuma palavra. E um silencio pairou no ar durante alguns segundos.

_ Agora vamos dormir? _ finalmente falou Alan.

_ Não. Quero ficar aqui. _ respondeu Jack, afastando-se dos braços do moreno.

_ Mas Jack faz duas noites que você não dorme _ Insistiu o jovem de cabelos negros, mas Jack parecia inelutável _ Você realmente quer ficar doente? Acho que já conversamos sobre isso. Vamos, subir e dormir um pouco. Você não está cansado? Pois eu estou... Por favor, Jack!

Jack olhou seu amado. Como podia estar sendo tão egoísta com a pessoa que mais amava na vida? Estava sofrendo pela morte de seu querido pai, a qual se julgava culpado, mas não podia fazer Alan sofrer também. Então deixou que o moreno guiasse-o pela mão até o seu antigo quarto, comovido com as palavras do seu amante.

No quarto, Alan deitou o seu amado loiro na cama vestindo-o com uma calça de pijama, que encontrara cuidadosamente guardada no guarda-roupa como que esperando por eles. também vestira uma. Encontrou o velho colchonete em que costumava dormir, quando eram apenas estudantes de colegial, e arrumou-o no chão. Iria deitar ali e deixar Jack mais confortável na cama de solteiro, quando ouviu a voz do loiro.

_ Alan, deita aqui comigo, por favor...

Não precisou pedir outra vez, pois quando Alan viu o rosto triste e melancólico de Jack, não teve como negar-lhe nada. Puxou o cobertor de lado e deitou-se, acomodando o belo loiro em seus braços.

Como doía-lhe ver seu amado tão infeliz daquela maneira. Abraçou-o fortemente contra seu corpo, como se aquele gesto fizesse toda dor ir embora de uma só vez. Cheirou o perfume de flores dos cabelos e esfregou seu rosto contra a cabeça do outro, evitando que algumas lagrimas teimosas escorressem.

_ Faz amor comigo, Alan. _ pediu Jack, levantando a cabeça para encara-lo.

_ Não acho apropriado _ Alan respondeu relutante em negar-lhe o pedido.

_ Por favor, faz amor comigo. Eu preciso de você, Alan. Preciso que me ame. Quero esquecer por uma pouco tudo que aconteceu. Quero um pouco de paz _ suplicou o loiro já com lagrimas formando-se em seus grandes olhos azuis.

_ Mas Jack... _ Alan tentou retrucar em vão.

_ Por favor...

_ Está bem... _ levantando-se da cama para trancar a porta, Alan concordou. Abriu a porta e espiou o corredor, de onde podia-se ouvir um choro fino de mulher, mas não conseguiu identificar de quem seria. E fechando a porta com a chave, advertiu Jack _ Mas não faça barulho, ainda tem alguém acordado.

Jack assentiu com a cabeça. Alan voltou para a cama, mas antes olhou para seu belo amante. Os cabelos loiros espalhados despreocupadamente nos travesseiros, o rosto levemente inchados, mas nem por isso menos lindo. Parecia tão pequeno e desprotegido. A dor tornara-o muito frágil... O moreno deu um dolorido suspiro e deitou-se de lado olhando seu querido amado. O loiro aproximou-se e deu-lhe um doce e melancólico beijo. Entreolharam-se.

_ Tem certeza que quer isso, não quer só dormir abraçado a mim? Descansar...

Sacudido a cabeça, o loiro respondeu.

_ Não. Eu preciso muito de você...

Alan não esperou nem mais uma palavra, puxou-o para si num abraço quente e carinhoso. Jack de imediato procurou a boca do moreno beijando-o desesperadamente. Invadindo-a com sua língua, vasculhando-a com paixão e luxuria, deixando Alan sem fôlego, excitando-o.

Logo a boca do moreno corria para o pescoço de Jack. Sua língua brincava com cada concavidade, fazendo o loiro gemer baixinho. As mãos de ambos dançavam pelas costas de cada um numa selvageria, tocando cada centímetro de pele que conseguiam.

Alan beijou um dos ombros de seu amado, depois traçou um caminho imaginário de beijos pelo braço até chegar a mão. Beijaria o corpo todo de Jack com extremo carinho e cuidado... Seu amado sofrera tanto durante esses dois dias que agora só queria saber de cuidar de seu amor.

Olhou Jack com todo amor e paixão que seus pequenos olhos azuis podiam expressar e tocou-lhe o rosto num caricia suave. Beijou-lhe os lábios com doçura e delicadeza, que logo passou da sutileza a desesperada luxuria. Jack retribuíra-lhe com tanta fome que parecia alimentar-se da energia de Alan. O rapaz de longos fios negros dava gemidos sufocados excitado com a desesperada necessidade de amor de Jack. Entregavam-se mais e mais aos beijos e caricias.

Em segundos livraram-se do pijamas e de todo o resto. Alan pode sentir a urgência do desejo de seu amado quando deitou-se sobre o corpo do loiro e os dois sexos roçaram um contra o outro. Gemeu baixinho contra o ouvido de Jack e recebeu um outro como resposta. Beijou-lhe mais uma vez a boca e depois deixou que seus lábios e língua brincassem com a pele do pescoço e trilhou um caminho imaginário até os mamilos, demorando-se algum tempo nele. Lambeu-lhes, sugou-lhes e mordiscou-lhes, tudo de uma maneira carinhosa, mas nem por isso menos sensual e excitante. Continuou sua deliciosa brincadeira pelo abdômen liso, sua língua deslizava pela pele, ora subindo, ora descendo, chegando bem próximo dos pêlos, enlouquecendo ainda mais Jack, que a essa altura já mordia o lábio inferior numa tentativa de não gemer alto, como prometera à sua paixão.

Alan continuou sua doce caricia por algum tempo, num sobe e desce de lambidas e beijos. E de repente, depois de uma demorada e deliciosa lambida, que fizera Jack contorcer-se todo de prazer, sem avisar nada Alan simplesmente abocanhou o sexo de seu amante, colocando-o quase todo de uma única vez em sua boca. Jack esforçou-se para não deixar que um alto gemido lhe escapasse. Sua mãos agarraram-se aos lençóis desarrumando-os e suas costas arquearam-se num espasmo de prazer, quando sentiu a úmida e quente boca de seu amado envolver-lhe a ereção, estimulando-o com longas chupadas e movimentos de vai-e-vem.

_ Alan, pára... Vem aqui... _ o loiro pediu, puxando seu amado pelos fortes braços.

O rapaz parou sua prazeirosa atividade para encara-lo, enquanto Jack tentava traze-lo para os seus braços. Olhara-o com desconfiança, nunca em toda as vezes que transaram seu amado pedira para ele parar, mas acabou cedendo a insistência do loiro, deitando-se sobre o outro, cobrindo-lhe o corpo.

_ Quero você dentro de mim. Por favor, acaba com esse vazio que estou sentindo. Por favor, meu amor... _ implorou choroso.

Alan olhou-o, sentindo seu coração partir em dois ouvindo tal suplica e deixou que um suspiro choroso saísse de sua boca. Sem esperar por um segundo pedido, segurou as pernas de Jack, suspendendo-as e abrindo-as delicadamente, depois empurrou o mais devagar que podia para não causar dores, porem o outro rapaz gemia elevando a voz a cada centímetro penetrado. Alan não teve outra escolha a não ser calar-lhe com um beijo, assim continuaria a gemer, mas não seria ouvido por ninguém e também serviria como auxilio para ele, pois temia que fugisse-lhe a qualquer momento um gemido mais excitado.

Logo estava todo dentro do interior de seu amado. Os dois rapazes entreolharam-se por um instante, Jack respirando com dificuldade devido ao prazer de ser penetrado tão carinhosamente, mas mesmo assim de uma maneira muito sensual. Alan olhou-o apaixonadamente. Como era lindo o seu amor, mesmo triste ele continuava uma visão divina, quase um anjo...

Tomado por uma paixão avassaladora por ter aquela criatura em seus braços e poder preenche-lo, curando-lhe a dor que sentia, Alan começou sua fricção no interior de seu amante. Como era bem estar dentro de Jack, senti-lo envolta de seu sexo num vai-e-vem desconcertante!

Em instante, o moreno passara para o ritmo mais acelerado. Tinha uma ânsia em amar seu namorado, em poder tira-lo da tristeza em que se encontrava e acabar com a dor, que sentia, ao vê-lo assim. Por isso, simplesmente deixou que seu corpo guiasse a velocidade das estocadas, enquanto sua visão fixava-se no rosto do triste loiro.

Jack contorcia-se todo, mordia os lábios para não gemer, arranhava as costas de Alan, quase enlouquecia a metida que as estocadas aumentavam. Era bom... Era bom demais ser amado daquele jeito pelo seu amado! Não queria que aquilo acabasse nunca e voltar a realidade. Era como se estivesse num outro mundo, em que não existia dor, apenas prazer. deixou que um sonoro gemido escapasse-lhe pelos lábios, mas logo foi repreendido pelo seu amante, com um dedo sobre sua boca e sussurrante " Shiii". O loiro, que estava com os olhos cerrados, abriu-os e olhou fixamente dentro dos olhos do outro rapaz, lambeu-lhe o dedo de um modo muito sensual. depois puxou seu querido amante para si e soltou um doce e quente sussurro no ouvido dele, fazendo-o arrepiar-se.

_ Me beija...

Alan obedeceu, deleitando-se com o tom de voz baixa e rouca de Jack, que soava muito sensual. O moreno procurou a boca do outro em desespero louco, em meio a doce cavalgada. Suas línguas encontraram-se numa dança frenética e sexy, como se um precisasse alimentar-se da existência do outro. Seus corações pesavam-lhes demais no peito, Alan por ver seu amado naquele sofrimento sem fim e Jack pela dolorosa morte de seu pai. se pudessem ficariam assim a vida toda, um completando o outro e amando-se.

Continuaram devorando-se entre beijos. Jack gemia abafado entre os lábios de seu amado, enquanto este aumentava o ritmo das estocadas. Alan não agüentaria mais. Era muito bom estar amando seu companheiro daquela maneira. Deleitava-se com o atrito do seu sexo dentro do interior de Jack, com o atrito dos corpos suados, esfregando-se um contra o outro e, ainda tinha as duas bocas, um sentindo o gosto do outro. Era um conjunto de coisas que o deixavam fora de si.

Não demorou muito para que numa ultima e intensa estocada senti-se seu corpo todo estremecendo num espasmo de puro prazer e êxtase. Gozara e junto com ele, Jack, ajudado pela prisão entre os dois corpos. Gemeram juntos, abafados entre os lábios um do outro.

Depois de intensa onda de prazer, os dois amantes ficaram abraçados. Tentavam recuperar o fôlego roubado pela estonteante transa. Eles tinham que admitir, nunca fora tão intenso. Parecia que aquela tristeza toda servira para os tornarem mais apaixonados e desejosos um pelo outro.

Com o fôlego recuperado, Alan rolou na cama, deitando-se de lado com as costas voltadas para a parede. Olhou seu loiro e acariciou-lhe o belo rosto, tirando alguns fios dourados que grudaram com o suor. Porem Jack não retribui-lhe o carinho, apesar de querer, mas sentiu novas lagrimas formando-se em seus olhos. Virou-se na cama, dando as costas para seu namorado, não queria que Alan o visse chorando outra vez, pois tinham acabado de fazer amor. Não deixaria seu amor pensar que não o tinha satisfeito, muito pelo contrario, nunca fora tão bem amado, preenchido e querido em toda sua vida, contudo a realidade da morte de seu querido pai torturava-lhe a mente de novo. Encolheu-se na cama, numa posição fetal, quase abraçando-se.

Alan, apesar de todo esforço da Jack para ocultar a dor, percebeu a tristeza de seu amado, mas não falou nada. Não adiantava por mais que fizesse ou quisesse Jack não pararia de sofrer, só o tempo poderia curar essa ferida. Então, puxou o loiro para seus braços, aconchegando e acomodando-o num abraço quente e carinhoso.

Logo os corpos de ambos deslizavam para o sono. Os dois estavam exaustos, não apenas pelo amor que acabaram de fazer, mas também pelos longos dias que enfrentaram.

*******************

Dormiram bem algumas horas da noite, mas logo o sono de Alan foi interrompido pela inquietação de Jack. O loiro debatia-se e falava palavras indecifráveis, onde apenas pai e Alan podiam ser compreendidas.

_ Jack, querido... _ Alan sussurrava, sacudindo-o de leve para poder tira-lo daquele pesadelo.

Jack abriu os olhos como que tomado por um susto. seu coração pulava no peito como um coelho assustado e seu corpo todo tremia com medo. Havia sido um sonho assustador e quando abrira os grandes olhos azuis não vira a figura de cabelos pretos e então deixou que de seus lábios escapasse o nome de Alan.

_ Alan...

_ Estou aqui, meu querido _ respondeu o moreno, puxando ainda mais se amante para si, apertando-o entre os braços e beijando-lhe um dos ombros nus, numa tentativa de acama-lo _ Calma... Foi só um sonho.

_ Foi horrível, Alan! Simplesmente terrível!

_ Eu sei... Eu sei... Mas já passou.

_ Primeiro eu vi meu pai baleado, deitado no chão... _ Jack tentou contar o seu pesadelo, mas foi interrompido por algumas lagrimas.

_ Shiii... Tenta dormir, querido.

_ Não!... Preciso falar... _ e segurando o chora, voltou a contar _ Depois quando cheguei perto, não era mais o meu pai que estava lá... Era você... Era você, meu amor... Estava morto com dois furos no peito... _ logo uma nova onda de choro arrebatava seu corpo.

_ Calma, Jack... Eu estou aqui, não vou deixar que nada aconteça... Nem comigo, nem contigo _ Alan abraçou-o ainda mais forte, sentindo seu coração doce.

O belo loiro suspendeu seus soluços ao ouvir aquelas palavras e ainda dentro do abraço virou-se para poder olhar seu amado. A meia luz do abajur ligado no quarto deixava Alan ainda mais belo do que era. Jack suspirou dolorosamente ao ver seu magnifico amante. Sim, ele sempre estaria ali ao seu lado e não deixaria que nada de ruim acontecesse. sabia que Alan fizera, e faria, tudo que pudesse para que ele não sofresse mais. Olhou bem fundo do pequeno olhos azuis de seu amado.

_ Você promete?

_ Claro que prometo, meu querido. tudo o que você quiser. Eu prometo tudo _ respondeu Alan, numa promessa eterna. se puder, se estiver em suas mão, não deixara que mal algum aconteça a eles.

Depois da promessa, Jack aconchegou-se no corpo de seu amado. Seus soluços cessaram lentamente e Alan percebia que ele entregara-se ao sono outra vez. em seguida, embalado pelo som calmo da respiração do loiro, Alan também deixou que seu corpo adormecesse.
 

CONTINUA...