O Primeiro Olhar
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_ Aqui estamos, Hahael _ disse o anjo loiro voltando-se para sua companheira ruiva. Ela era uma visão divina, até mesmo para os patrões do Paraíso, com seus cabelos vermelhos e cacheados e seus olhos cinzentos. Tinha uma bela face angelical, que transmitia paz, mas era tão forte quanto qualquer anjo-guerreiro e ótima estrategista.
_ Acho melhor chamar-me de Margot, como Gabriel recomendou _ aconcelhou Hahael, revelando como gostaria de ser chamado pelo seu mestre.
_ Claro. Você está certa. Não podemos revelar nossas identidades, enquanto procuramos a criança. _ Concordou Raziel, olhando ao redor do beco, onde estavam, prestando atenção se não estavam sendo observados por algum ser das trevas.
_ E para onde vamos agora, Zacarias? _ perguntou a anjo ruiva, também olhando ao redor, deixando seus olhos caírem sobre o outro anjo.
_ Para um bar próximodaqui. Lá encontreremos um ex-Sacerdote da Lua e conseguiremos as informações sobre a virgem.
Saíram do beco, como duas pessoas normais. Quem os vissem saído daquele lugar, não desconfiaria que aqueles dois seres eram anjos. Suas vestes não os denunciavam, não tinham as armaduras romanas, estavam vestidos com roupas normais, calça jeans e blusas brancas, e suas assas também não podiam ser vistas, pois na Terra ficavam ocultas.
Dirigiram-se ao bar. entraram calmamente e sentaram-se no balcão. Logo um senhor, com longos cabelos brancos e barba igualmente branca, perguntou se o casal iria beber alguma coisa. Raziel, ou melhor, Zacarias pediu duas carvejas. Mas quando se preparava para fazer algumas perguntas ao velho, sentiu um frio subi-lhe pela espinha e um belo rapaz entrou, chamando a atenção do anjo.
Era um rapaz alto com longos fios negros, vestido com um simples calça jeans desbotada e uma camisa preta, nada que ameaçasse os anjos ou que denunciasse o que realmente era, um demonio, Damabiah. Aparentemente era um humanos como outro qualquer, até mesmo para Raziel, mas por algum motivo mexera com o intimo dele. Era a criatura mais bela que já vira! Sentou-se também na balcão, e chamando o velho homem pediu uma cerveja.
Em seguida pesamentos, considerados impuros pelos anjos, tomaram conta da mente de anjo loiros, tornando sua face rubra. Ele rapidamente desviou o olhar do belo rapaz, tomando um gole da cerveja a sua frente. Não podia acredita nos pensamentos que tinha, os quais nunca tivera e que também não poderia ter.
_ O que foi, Zacarias? _ perguntou a ruiva ao seu lado, preocupada com a reação de seu companheiro.
_ Nada... _ respondeu o anjo dando mais um gole na cerveja _ Vou só perguntar o que quero e logo iremos embora daqui.
E antes de chamar o velho dono do bar, Raziel deu uma outra olhada para o rapaz sentado no balcão. O outro rapaz como se percebesse a presença do outro também voltou seus belos olhos rubros para ele, olharam-se durante alguns instantes, como se um pertencesse ao outro. O olhar do moreno fazia o loiro arder por dentro, e outra vez Raziel teve sua mente invadida por pesamentos impuros, mas desta vez eram como se fossem visões do que aconteceriam. Assustou-se com a intensidade das imagens e desviou o olhar rapidamente, balançando a cabeça, chamando o homem.
_ Senhor, por favor.
O velho homem virou-se instantaneamente, e Raziel aproximando-se do rosto do velho, falando em sussuros que só eram ouvidos por ele, começou a perguntar o que desejava saber, mas só obteve algumas palavras, pois uma violenta briga começara dentro do bar e nada mais pode-se falar. Uma arma fora sacada e um tiro certeiro atingira a cabeça do velho, que caiu morto sobre o balcão.
O anjo praticamente voltara a estaca zero, mas pelo menos sabia onde procurar melhor. teria que ir ao norte da Inglaterra. Era lá que encontraria o covil dos Sacerdotes da Lua. Talvez conseguisse encontrar a virgem e voltar com a criança antes que os demonios encontrassem-na. E assim, surgiria uma Nova Era de paz.
Raziel deixou o corpo do velho jazer sobre o balcão daquele bar e retirou-se daquele lugar junto com sua parceira a frente. Eles passaram na frente do rapaz moreno, sem o olharem, mas este não deixou que o belo loiro fosse embora sem olhar-lhe uma ultima vez no olhos e sem dizer uma palavra. Segurou Raziel por um dos braços, e foi logo encarado por este, sorriu-lhe de uma forma totalmente sedutora e maliciosa e dize-lhe:
_ Nos veremos em breve...
Raziel não soube se aquilo fora uma pergunta, ou um convite, ou uma afirmação de que tivera a mesma visão que ele. Não podia encontrar expressão alguma na voz dele, e sentiu sua respiração falhar por um instante.
_ Vamos Zacarias! O que há de errado? _ chamou a anjo ruiva, temerosa, já na porta do bar _ Precisamos ir!
_ Já vou! _ respondeu Raziel, soltando seu braço das mãos daquele ser e voltando-se para Hahael, assustado com o que passava pela sua cabeça naquele momento.
Andaram alguns quilomentros sem falarem uma única palavras. Raziel tentava-se concentrar na missão que tinha, mas em sua mente apenas uma imagem se formava. e
Encontraram um hotel barato a alguns quarteirões daquele bar e se hospedaram.
_ O que aquele homem disse? _ perguntou finalmente Hahael, enquanto verificava todos os cantos daquele minusculo quarto.
_ Qual homem?_ indagou Raziel, saindo do transe em que se encontrava. _ O velho?
_ Não. Aquele que chegou depois e te deixou pertubado. _ respondeu a ruiva, sentando-se ao lado dele e encarando-o
_ Nada de mais. Só que nos encontrariamos outra vez.
_ Não gostei dele. Acho melhor tomarmos cuidado._ Hahael falou, antes de se deitar na cama _ Preciso dormir, esta forma humana gasta muita energia e amanhã será um longo dia. Boa noite!
_ Boa noite! _ respondeu Raziel, mas não dormiu, ficou a noite inteira pensando naquele ser belo que lhe invadira a mente e naquelas imagem que sabia que eram visões do futuro. Sim, com certeza veria aquele rosto de novo.
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No bar, ficaram Damabiah, observando a grande confussão formada. Logo algumas pessoas partiram assustadas, outras continuavam lutando e mais alguns tiros foram disparados. O demonio de cabelos negros permanecia imóvel, tomando sua cerveja calmamente, como se nada estivesse acontecendo. Quando terminou-a levantou-se de onde estava e dirigiu-se ao morto sobre o balcão, puxou sua cabeça pelos cabelos brancos e olhou para seus olhos sem vida.
_ Os maldidos estragaram tudo. _ falou sem alterar seu tom de voz fria. _ Mas esse velho não era minha única esperança de encontrar a criança.
O demonio largou a cabeça do velho sobre o balcão e dirigiu-se
para a saída. Logo depois entrava pela porta alguns policias com
armas em punho, acabando com aquela confussão. Damabiah saiu sem
chamar a atenção dos policiais como se fosse invisivel e
sumiu virando uma esquina.
Continua.....