Primeira Vez
 
 
Por Fernanda Del Rey


Viktor estava em seu lugar usual no castelo Ienovae, a taverna, bebendo algum tipo de cerveja preta. Ele estava pensando em tantas coisas, tantas coisas... Mas a mais nova em sua mente era sua solidão... Ele estava se sentindo tão solitário... Anabelle morrera, e aquele patife Jowy foi resgatado por Lord Hiro... Bem, ele era amigo de infância de Hiro, mas ele matara Anabelle e os traíra a todos! Ele só não quebrou seu pescoço por causa de Hiro, que pedira a ele para não fazer isso.

"Qual o problema, Viktor? Você parece preocupado." Flik perguntou de repente.

Viktor olhou para Flik. Tão alto, tão esbelto, tão bonito... e completamente só, como ele mesmo.

"Não é nada, Flik. Você quer um drink?" ele ofereceu.

"Claro. " ele sentou e olhou para o rosto de Viktor. "Você está com uma aparência péssima. Pensando em Ana..."

"Por favor, não vamos falar nisso..." Flik permaneceu em silêncio alguns minutos, como se estivesse pensando em algo, então disse:

"Você quer tomar um licor comigo? Eu tenho um ótimo, em meu quarto. Vá lá mais tarde, estarei esperando." ele deixou o bar. Leona perguntou para Viktor "O que você acha que ele está pensando?"

"Eu não sei, Leona-chan..."

Mais tarde, Viktor foi ao quarto de Flik. Ele pensou consigo mesmo 'o que ele estará planejando?'

"Olá, Viktor. O que você fez a tarde toda?" Flik perguntou assim que ele entrou no quarto.

"Eu estive pensando."

Flik levantou-se, pegou dois cálices de cristal, e enchendo um deles, o ofereceu para Viktor, que sorriu e perguntou:

"E você, pensando em quê?"

"Sobre você... e eu."

Viktor ergueu uma sombrancelha. "Você e eu? Qual o problema conosco?"

"Você está se sentindo solitário ultimamente, não está?" ele perguntou, bebendo um gole de licor.

"Por que você está perguntando isso?"

"Bem, ultimamente eu... tenho pensado em você mais que o normal..." ele disse, baixando os olhos para que Viktor não visse seu embaraçamento.

"Como assim?" perguntou Viktor, desconfiado.

"Bem, eu..." ele caminhou até a pequena janela e ficou de costas para Viktor enquanto olhava o luar. "Esqueça, é tolice minha... Eu não devia nem ter pensado nisso..."

"Você gosta de mim, é isso?" perguntou Viktor, entre chocado e agradavelmente surpreso. Então não era só ele que vinha vendo o outro de outro modo que não o amigável.

Flik tremeu mas não respondeu nada, sentindo o rosto enrubescer com a vergonha. Por Deus, como pôde ele propor algo assim a seu melhor amigo?

"Vamos, responda." Viktor aproximou-se de Flik até que este sentisse seu calor. Flik tremeu e sentiu os mamilos enrijecerem com a tensão, mas não disse nada.

"O que houve? Você me convida aqui e agora fica todo tímido?" Viktor segurou Flik pelos ombros e o virou para poder olhar direto no belo rosto de Flik, com aqueles olhos tão azuis...

"Eu sinto muito, eu não quis ofendê-lo, Viktor, mas..." Antes que Flik pudesse terminar suas desculpas, Viktor o beijou, não um beijo profundo, mais um toque de lábios. Flik sentiu-se arrepiar, e entregou-se à sensação. Quando Viktor terminou o beijo, Flik perguntou, tirando uma mecha da franja loira da frente dos olhos " Por que fez isso?"

"Eu também tenho pensado muito em você, e nunca reparei antes cmo você era bonito. Ou reparei e não quis aceitar... de qualquer modo, eu acho que eu..."

"Viktor, eu acho que você não precisa dizer nada. Para nós nos tolerarmos mutuamente durante tantos anos, não havia outra explicação..."

"Hun... De qualquer modo, você acha que eu posso passar a noite aqui?" disse Viktor sentando-se na cama com um sorriso malicioso nos lábios. Flik enrubesceu:

"Eu... Diga diretamente o que tem em mente."

"Quero aprender de que modo eu posso amar seu corpo e de que modo você pode amar o meu."

"Bem direto..." Flik sentou-se ao lado de Viktor, que pôs um braço ao redor de seus ombros "Você já fez isso antes?"

"Com mulheres, já."

"Ora, com mulheres eu sei! Mas, de que modo?" disse ele, sentindo-se um pouco tolo.

"Você quer saber se eu... as peguei... por trás, é isso?"

"É."

"Uma vez só, mas ela não gostou muito."

"Hmmm." Flik suspirou e se aninhou no peito de Viktor, que o aconchegou, feliz.

"Quê?"

"Eu tenho pensado muito mesmo nisso, e como hoje eu tinha pensado em tudo para trazer você aqui, e até havia a probabilidade de que você não me rejeitasse, eu falei com Dr. Huan, e ele me deu isso. Não sei muito bem o que é, mas eu imagino." ele mexeu na gaveta de cabeceira e tirou um frasco com líquido verde. "Parece que é um óleo de ervas... com propriedades razoavelmente tranquilizantes."

"Humm, se eu usar esse brinquedinho..." ele aproximou do ouvido de Flik e sussurrou, fazendo o outro arrepiar-se "eu vou escorregar mais fácil dentro de você? E vou poder fazer você gritar que não de dor?"

"S...sim." suspirou Flik.

"Você quer mesmo?"

"Nós sempre podemos tentar, não é?" tentou zombar Flik, mas ele estava muito alterado para poder ser sarcásrtico.

Viktor respondeu desabotoando a camisa branca que Flik usava. Flik ficou sem saber o que fazer, e olhou para o outro com um ar de dúvida, que fez Viktor sorrir. "Medo?"

"N...não exatamente. Eu só não sei o que fazer..."

"Fique quietinho e me deixe mexer em você, lindo." Viktor sussurrou provocantemente no ouvido de Flik, que acabou de tirar a própria camisa e deitou-se na cama, fechando levemente os olhos. Viktor beijou seus cílios "Você às vezes é tão meigo..."

"Meigo? Eu? Hunf...." ele sorriu suavemente, e suas pálpebras tremeram quando ele sentiu os lábios úmidos de Viktor em um de seus mamilos enrijecidos.

"Oh... Viktor..." ele gemeu, e Viktor sorriu. "Sua voz soa tão suave quando você fala desse jeito, Flik..." e retomou o que estava fazendo, arrancando mais suspiros apaixonados de Flik, que começaram a empolgá-lo, fazendo-o tirar a própria camisa e começar a abrir a calça de Flik, que continuou imóvel, indefeso.

Viktor escorregou sua mão para dentro da calça de Flik, tocando-lhe o órgão semi-enrijecido. Flik gemeu e torceu um pouco o corpo para que o contato da mão de Viktor fosse maior.

Então, Viktor começou a acariciá-lo, arrancando gemidos mais abrasadores que antes dos lábios de Flik. Este tentou livrar de Viktor para poder tocá-lo também, mas Viktor disse "Imagino que você esteja louco para mexer em mim, mas por hoje, deixe-me ver o quão sensível você é..."

Flik deitou-se de novo, tremendo ao contato da mão de Viktor, que massageava-o.

Viktor acabou de despir Flik e ficou olhando para o corpo esbelto e branco do outro. "Você é uma moça..."

"O que!? Mas..." Flik reclamou, mas teve seus lamentos calados quando sentiu Viktor encostar tentativamente o dedo entre suas nádegas.

"Viktor... o qu... ahhh..." ele foi calado pela intrusão do dedo de Viktor em seu corpo. Não doía, mas era esquisito... esquisitamente bom...

"Tão pequeno, Flik... eu sinto ele pulsar em meu dedo..."

"Ahhh.... Viktor..."

"Dói, amor?"

"Não, mas é estranho... Ninguém nunca fez isso, sabe."

Viktor sorriu e pegou o frasco de óleo, pondo um pouco daquilo em seu dedo. Encostou de novo o dedo em Flik e enfiou devagar, até o fim. Flik jogou a cabeça para trás e tremeu:

"Nyaahhh...." ele sussurrou.

"Bom?" perguntou Viktor.

"Hmmm..." foi a resposta.

Viktor pôs outro dedo, e Flik moveu-se, incomodado. Doía um pouco, mas não deixava de ser bom...

Viktor pôs um terceiro dedo, e dessa vez esticou um pouco. Flik mordeu os lábios para não gritar. Viktor olhou para Flik e viu que ele estava tenso, olhos fechados fortemente. Perguntou:

"Estou te machucando, Flik? Se quiser eu posso parar..." Flik apenas acenou seu consentimento. Viktor tirou os dedos e Flik suspirou aliviado.

"Sinto muito, eu..." começa Viktor.

"Não pense que vai embora sem me deixar experimentar como é ser... possuído por você." Flik beija Viktor, que pergunta:

"Mas..."

"Eu sei que doeu, mas sei também que vai ficar melhor depois. Por favor, faça..." Flik deitou-se na beira da cama.

"Eu... certo." Viktor passou óleo em si próprio, e Flik pensou. 'Por que ele tinha que ser bem dotado? Isso vai ser mais difícil do que eu pensava...'

Viktor encostou suavemente na pequena entrada de Flik, e após certificar-se de que o outro estava confortável, começou a forçar. Flik gemeu:

"Ui... não pare, não importa que som eu faça, Viktor..."

"Certo..."

Viktor forçou até que o corpo de Flik cedesse, dando-lhe entrada. Ele enfiou até o meio e parou para ver como Flik estava. Flik apenas sorriu, suor corria-lhe pela testa. Viktor continuou até chegar ao final, no que Flik fez um som estrangulado, mas não disse nada. Viktor ficou apreensivo.

"Estou te machucando?" suspirou Viktor. Aquilo era bom... "Se quiser..."

"Con...continue." arfou Flik, com a cabeça jogada para o lado.

Viktor começou com o movimento de ida e volta. Em certo momento, Flik não pode se controlar e deu um grito espremido, mas de prazer. Viktor perguntou de novo, preocupado, se o estava machucando, mas só obteve a resposta:

"Não pare! Não...ohhh...está tão bom, Vik."

Isso deu nova empolgação para Viktor, que continuou seu movimento cada vez mais rápido, acariciando também o pênis enrijecido de Flik que esfregava-se em sua barriga. Ele fez isso, até que ouviu Flik gritar:

"Oh, Viktor!!! Uhmmmmmmm..." e Viktor sentiu escorrer-lhe pela barriga algo quente e viscoso. Os músculos de Flik massagearam-no vigorosamente, fazendo-o vir logo em seguida.

"Uh, Flik!" ele gemeu no ouvido do outro.

Eles permaneceram assim alguns segundos, e depois que Viktor desengatou-se de Flik e deitou-se ao seu lado, Flik disse, com tom de sarcasmo:

"É como eles dizem por aí: Dói só no começo..."

"Hunf..."

Flik permaneceu pensativo alguns segundos, e depois perguntou, com voz insegura:

"Você não vai embora, vai?"

Viktor sorriu. Nunca ouvira o outro falar assim.

"Não." sorriu e provocou "Você soou tão tolo..."

"Eu? Tolo? Mas, seu..." irritou-se o irritável Flik.

O final da noite deles não foi nada padrão. Eles discutiram, dormiram, acordaram, discutiram e dormiram. Uma guerra de ânimos se iniciou. Uma guerra eterna de ânimos...
 
 



Por Fernanda Del rey
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Janeiro de 2001