Prisioneiro de Highland
por Fernanda del Rey








Parte Cinco

Viktor estava dando as últimas ordens para os poucos mercenários que restaram do ataque ao forte. A alvorada jogava sua luz rosada por entre as grades da janela e havia uma espera nervosa no ar. As tropas de Luca tinham-se detido as poucas centenas de metros dos muros da cidade, e a ameaça de invasão era iminente.

Viktor ouviu Anabelle chamando-o lá fora e saiu para ver o que ela queria:

'Sim? Eu já preparei meus mercenários...'

'Ótimo.... os soldados da cidade também estão prontos.... temos que preparar-nos para qualquer eventual ataque....e Viktor....'

'Que é?'

'Tome cuidado, sim?' ela foi dar mais algumas ordens aos soldados e deixou Viktor pensativo, ali parado na porta do alojamento dos soldados.

Depois que o sol finalmente subiu no horizonte, as tropas de Luca começaram a se posicionar para o ataque, e dentro da cidade de Muse, as tropas de Anabelle se preparavam para a defesa.

'Nós só vamos abrir os portões e nos mover se for extremamente necessário, entendeu, Viktor?'

'Por que eu abriria o portão antes disso, oras?' reclamou Viktor.

As tropas se posicionaram e Luca gritou para Anabelle.

'Eu tenho um refém aqui!!!! Você vai abrir o portão por bem ou por mal?'

'Eu não vou sacrificar minha cidade por uma pessoa só!!!' gritou de volta Anabelle.

Seed escoltou o refém até as vistas da pessoas no muro. Flik estava em cima de um cavalo, amarrado, o cavalo dele preso ao de Seed.

'E agora, Anabelle? Você muda de idéia?' berrou Luca. 'Ele é um dos líderes do seu forte de mercenários!'

Viktor quase pulou do muro no desespero que sentiu ao ver o seu Trovão Azul ali amarrado, com o ar mais desconsolado que jamais tivera.

'FLIK!' gritou.

Flik sacudiu-se no cavalo, desesperado por responder, mas ele estava amordaçado também, e só pode erguer seus olhos azuis na direção de Viktor.

'QUIETO!' Luca deu uma violenta cotovelada no estomâgo do mercenário, que quase caiu do cavalo com o impacto, e deixou-se ficar curvado pela dor que sentia.

Seed, por sua vez, moveu-se parecendo dseconfortável, incomodado com aquilo. Pela expressão do mercenário naquela manhã, Luca fizera algo de muito ruim com ele, e ele imaginava o que era. Sentia-se incomodado por não fazer nada, e por que, apesar de tudo, Flik era até legal com ele.

'Lord Luca, isso é realmente necessário?'

'CALE-SE!!! E preparem-se para atacar... mas ninguém ataque o tal Viktor... ELE É MEU!!'

'Ahm..... e como o senhor sabe quem é o tal Viktor?'

Luca olhou para Seed com um brilho maníaco nos olhos.

'Quem se sacudiu desesperado lá em cima quando eu mostrei Flik? Aquele deve ser o infeliz.....'

Seed parou de discutir e deixou-se quedar nos próprios pensamentos.

Viktor, por sua vez, estava desesperado para descer e resgatar seu Flik, e soltou um rugido de ódio quando Luca bateu em Flik.

'Quando começar a batalha, ninguém ataca Luca. ELE É MEU!!!'

'Isso é loucura, Viktor! Ele é louco.... e é poderoso!' reclamou Anabelle.

'Foda-se.... ele bateu no meu Flik.... e deve ter feito algo com ele, que Flik nunca fica quieto assim sem motivo.... e eu vou desmembrá-lo se for o que eu estou pensando....'

Anabelle calou-se, irritada com a teimosia de Viktor em preocupar-se tanto com aquele rapaz. Pensou: "Ele devia ter morrido.... maldito...."

Começaram os ataques ao muto, sem muito resultado, já que as muralhas de Muse eram altas e a cidade tinha montanhas por alguns lados. O exército de Highland não estava tendo sucesso em atacar, até que...

'Alguém abriu o portão!!!!' gritou um guarda, desesperado, antes de ser trespassado por uma flecha.

'O que!? Como!!??' Anabelle comandou as tropas para irem defender o portão, e os mercenários de Viktor saíram para a batalha.

Foi nesse momento que começou a real batalha. Corpos caíam aqui e ali, e sob a espada de Luca, diversos soldados morreram se sequer saber de onde viera o ataque. Por outro lado, Viktor também lutava furiosamente, tentando chegar em Luca.

No meio do campo de batalha, os dois se encontraram. E se encararam. Começava ali uma batalha que não era por terras ou por poder, mas apenas por uma pessoa...
 

CONTINUA



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