Sentimentos



Por Jade


Hyoga estava no porto, olhando o mar, gostava do vento suave que acariciava os seus cabelos e lhe tocava a pele.

Levou suas mãos aos lábios e os tocou levemente, olhou pra cima e suspirou. Não conseguia tirar aquela imagem da cabeça, acordava e dormia com um desejo enlouquecedor, seu corpo estremecia só com o nome, com a voz, com a lembrança.

- Shun! Hyoga disse baixinho, olhando para o chão.

Hyoga se martirizava, tempos atras quando ainda não sabia o que sentia pelo cavaleiro havia negado seus sentimentos e ate mesmo ignorado os olhares que Andromeda lhe dava, nem mesmo retribuía os belos sorrisos e fingia não ligar para as lagrimas que essa ignorância causava em Shun.

Mas agora após as lutas, Shun lhe salvara a vida em batalha. Realmente se arriscara por ele, quase não sobrevivera. Cisne podia fechar os olhos e ainda sentir o corpo quente sobre o seu, o aquecendo, o acariciando quando sofrera o ataque de Kamus.

Hyoga pulou para a rua, a noite já caia e ele resolveu ir para a casa. Andou pelas calçadas vazias olhando para as estrelas que despontavam, sempre com as mãos no bolso. Assim que chegou aos portões da mansão sentiu o chão fugir de seus pés. Shun estava deitado na grama por entre as frondosas arvores que por causa da estação estavam completamente verdes e cheias de novas flores.

Andromeda tinha um grande papel na mão, algo como um mapa. Uma das pernas dobradas e a alça esquerda do suspensório solta. O cavaleiro parecia completamente relaxado, sorria para as formas brilhantes que despontavam no céu.

Hyoga se aproximou pé ante pé por trás do garoto e abaixou completamente seu cosmo. O que ele tinha na mão era um mapa astronômico. Estavam marcadas varias constelações com um traço vermelho. Cisne pode reconhecer os cinco agrupamentos que protegiam os cavaleiros de bronze.

Se aproximou devagar, já querendo ser visto deixou que seu cosmo fluísse normalmente. Shun levantou os olhos enquanto virava a cabeça parta trás ainda deitado. O cavaleiro de Andromeda desviou os olhos e voltou a mirar o mapa.

- Fazendo o que?

- Nada de mais Hyoga, apenas olhando as estrelas!

- Posso te acompanhar?

Hyoga sentou ao lado Shun e admirou o céu límpido, apenas a lua e as estrelas iluminavam o jardim, que afastado da casa não sofria com as luzes artificiais.

- Deixa eu ver?

Shun deu o mapa para Hyoga que começou a procurar as constelações assinaladas. O cavaleiro não pode achar nenhuma, estava tão desconcertado com a proximidade que se encontrava de Shun, formulava tantas frases em suas cabeças que sua visão das constelações se embaçavam em sua retina.

- Você já achou alguma?

- Quase todas, mais a sua eu ainda não vi!

- A constelação de Cycnus não pode ser vista em todas as estações, nessa época do ano apenas o hemisfério sul pode observa-la.

- Eu não sabia disso. As outras estão ali. Vê? A constelação de Dragão?

Shun apontou para o céu e Hyoga seguiu a direção de seus dedos, voltou a olhar para o mapa e achou ainda a de Fênix e a de Pégasus.

- Onde está a sua?

- Escondida!

- Escondida? Aonde? Por que?

- Não sei, acho que ela sabe como é que eu me sinto.

Shun olhou para Hyoga e virou o rosto, já estava na hora de parar de importunar Hyoga com seus sentimentos, o cavaleiro de cisne nunca ia retribuir, de que adiantava insistir?

- Desculpa, eu não quis.........

- Sou eu que tenho que pedir desculpa, eu acho que te fiz muito mal, apesar de você sempre se preocupar comigo.....

- Não me fez mal nenhum, eu entendo, nem sei por que estou chorando, eu entendo de verdade.

Shun levantou as mãos e tapou os olhos, algumas lagrimas ainda escorriam por entre os dedos e seu corpo dava pequenos espasmos, tremendo por entre leves soluços.

Hyoga ficou olhando para o cavaleiro chorando. Shun tinha se sentado na grama e se afastado um pouco do corpo de Cisne.

Hyoga sentia cada lagrima como uma faca sendo enfiada dentro do seu peito, a ultima coisa que queria era fazer Shun chorar, não podia conviver com a angustia que provocava em Andromeda. Ele tinha que tomar uma decisão, e tinha que ser agora.

As mãos de Hyoga tocaram o ombro de e o rosto de Shun deslizando em um leve carinho. Shun parou assustado e voltou o olhar para Hyoga. O Cisne sorria, os olhos azuis encontraram os verdes. Shun seguiu com o olhar a mão de Hyoga que deslizou para trás de seus cabelos segurando sua nuca e apertando delicadamente como em uma massagem.

- Eu não quero ver mais você chorar, não quero mais te fazer sofrer. Eu devo desculpa a você sim, por que eu não pude entender o que sentia e acabei te afastando. Fiz tudo errado.

Shun ia responder mais seu rosto foi puxado ao encontro do rosto de Hyoga, seus lábios forçados e abertos. Shun sentiu o gosto quente e doce que se misturava a sua saliva. Estava ficando sem fôlego, Hyoga o apertava com tanta força e desejo que Shun teve que parar o beijo para poder respirar.

- O que foi?

- Por que? Por que esta fazendo isso?

- Você não sabe? Por tudo que você fez, por mim... eu nunca fiz nada pra retribuir, eu só te magoei.

- Eu não quero caridade e muito menos piedade. Se é por isso que você esta aqui é melhor ir embora.

Shun ia levantar mais foi puxado e forçado a se deitar. Andromeda quis levantar mais Hyoga subiu em cima do cavaleiro segurando seus braços com a mãos e suas pernas com os joelhos.

- Piedade e caridade são ações altruístas demais para mim. Eu não estou aqui por isso, estou aqui por que eu quero o seu amor.

- Hã....?

- Eu quero você Shun, quero muito, eu preciso de você, te desejo.

Shun ficou imóvel diante das palavras, voltou a olhar para Hyoga e viu que esse sorria, já soltando os punhos do cavaleiro.

Shun foi beijado outra vez, um beijo mais calmo e mais profundo, algumas lagrimas ainda caíram por seu rosto.

- Eu disse que não queria que você chorasse, nunca mais.

- ........ é de felicidade.......

Hyoga beijou o pescoço de Shun bem devagar, por sobre a gola da camisa verde. As mãos de Cisne retiraram a alça do suspensório ainda presa e passaram por dentro da camisa.

- Você é tão quente! Tão bom..

Shun riu, Hyoga tirava sua camisa e deslizava a mão por seu peito, segurando sua cintura e deslizando os dedos pelos músculos do braço de Andromeda.

A boca de Cisne desceu ate o umbigo do cavaleiro, deslizando a língua dentro do buraquinho, provocando cócegas e uma certa tensão entre as pernas de Andromeda.

- Você quer? Não quero forçar nada.

Shun não respondeu a pergunta de Hyoga, apenas beijou o cavaleiro e passou as mãos pelo cabelo loiro sorrindo por debaixo da boca vermelha que tocava seus lábios.

Hyoga voltou a tocar o corpo de Shun, lambeu seu peito mordendo cada um dos mamilos e fazendo Shun se contrair de dor e prazer ao mesmo tempo. Cisne deslizou a perna por entre as pernas de Shun e sentiu sua ereção já dura e repuxando por dentro da calça.

Tirou os sapatos de Shun e abriu as calças do cavaleiro descendo a mão por dentro da peça branca que cobria a parte mais sensível do corpo de Shun. Apertou todo o volume que despontava e fez Shun gritar arqueando o corpo pra trás.

Andromeda segurou a camisa de Hyoga e arrancou-a do corpo do cavaleiro. Hyoga desceu a cabeça por todo o baixo ventre do cavaleiro, beijando a parte de dentro de suas coxas e subindo para passar a ponta da língua no sexo que estremecia junto com o corpo do cavaleiro reagindo ao toque molhado.

Hyoga tirou os sapatos e a polaina bege que ficava sobre suas calças. Foram as mãos de Shun que desabotoaram suas calças pretas e ajudaram a desce-las. As faixas azuis no punho de Cisne voltaram a tocar a pele clara de Shun que suava com o encontro dos corpos.

Hyoga dobrou as pernas de Shun e ouviu o cavaleiro gemer. Voltou o olhar para Andromeda e viu que ele tinha as pálpebras fechadas e apertadas uma contra a outra. Tocou -lhe e face e Shun abriu os olhos. Hyoga o olhava com um tanto carinho e confiança que o cavaleiro não conseguiu conter um sorriso.

Hyoga aproximou mais o corpo enquanto voltava a levantar as pernas de Shun e passava-as sobre sua cintura. Shun abraçou o pescoço do cavaleiro e puxou Hyoga para baixo para beija-lo. Hyoga se aproximou e encostou os lábios no ouvido de Shun.

- Eu amo você!

Shun não conseguiu dizer nada, seu corpo foi invadido por Hyoga que abria caminho empurrando seu quadril para frente, ainda devagar, tentando fazer com que Shun não sentisse dor.

Andromeda se agarrou mais em Hyoga, segurando firme seu pescoço e arranhando suas costas. Com uma estocada mais forte Shun arqueou o corpo e Hyoga passou os braços por debaixo da sua cintura e o puxou para cima fazendo com que o cavaleiro sentasse no seu colo.

Assim que suas costas ficaram eretas Shun gritou com a pressão que aumentava embaixo do seu corpo. Ele tentou se afastar mais Hyoga o mantinha preso e firme em seus braços.

Shun continuou a descer pelo sexo de Hyoga que movimentava o quadril e junto com as mãos ajudava Shun a rebolar sobre ele.

Hyoga acariciou a cintura do outro cavaleiro, suas coxas e sua ereção. Shun se empurrou para baixo com força e foi a vez de Hyoga gemer e agarrar Shun mais forte entrando no cavaleiro ate o fim. Hyoga gemeu e gozou com a reação inesperada de Andromeda, Shun continuava rebolando sobre ele, com mais força, mais rápido e com mais vontade

Shun sentiu uma onda de prazer percorrer seu corpo. A sensação de estar completamente preenchido era maravilhosa e o liquido quente que escorria por entre suas pernas deixava tudo ainda melhor.

Hyoga agarrou Shun e o apertou contra o peito, sentia a respiração forte e difícil do cavaleiro. Sua barriga já estava molhada com o esperma de Andromeda que mantinha os olhos fechados e a cabeça apoiada no ombro de Cisne.

Ficaram assim por alguns minutos ate que Shun se afastou um pouco, segurando entre as mãos o rosto de Hyoga e tocando os lábios dele com os seus.

- Tô tão feliz. Eu queria não sair daqui nunca!

- A gente não pode ficar por muito tempo, daqui a pouco vão sentir nossa falta. O mundo podia parar de girar, só pra nós.

- Tem razão, nas duas coisas. Shun levantou tentando achar suas roupas espalhadas pela grama.

Hyoga fez o mesmo e assim que estava vestido viu o mapa estelar. Cisne sentou e buscou o mapa, voltando a olhar para o céu claro, mesmo sendo noite. Com uma única olhada pode achar a nebulosa de Andromeda sem problemas.

- Olha Shun, a nebulosa saiu!

- Eu sei! Shun nem olhou para confirmar o que Hyoga dizia.

- E como? Você não estava vendo!

Shun riu baixinho e se sentou ao lado de Hyoga encostando a cabeça no ombro dele.

- Eu te disse antes, a estrela sente meu coração. Ela esta feliz, assim como eu.

Hyoga sorriu e passou os braços por volta do ombro de Shun apertando-o contra o peito, acariciando seus cabelos. Ficaram assim, ate que as luzes da casa ficaram mais fortes e vozes apareceram chamando-os.

- Acho que nós temos que ir.

- Hum, hum.... vamos voltar.

Os dois se levantaram devagar e caminharam de volta pra casa.

- Hyoga...

- Que foi?

- Como? Como você percebeu que gostava de mim?

- Não sei, eu lembrei de tanta coisa, e por um momento eu percebi que sem você eu não estaria vivo, sem você eu não ia querer viver.

Hyoga segurou a mão de Shun e puxou-o ate os outros 3 que esperavam na porta de casa.

- Onde vocês estavam? Ficamos preocupados!

- Só olhando as estrelas Seiya, nada de mais.

Os 5 cavaleiros entraram em casa, mais antes que a porta fechasse os novos amantes ainda trocaram um sorriso. Estavam juntos, ate o fim as estrelas sabiam disso.
 



FIM


Por Jade jade_avalon@yahoo.com.br
Novembro de 2001