Por Jade
A noite já era alta, o vento soprava para dentro da janela aberta. Shun acordou ainda se lembrando do sonho que acabara de ter.
A alguns dias ele e Hyoga tinham saído da mansão Kido e se mudado para um apartamento perto da faculdade que estavam fazendo, não havia mais lógica morar com Saory já que agora as lutas tinham acabado. Por um momento ele achou que tudo iria melhorar, mais isso não aconteceu. Estar sozinho, o dia inteiro com Hyoga o estava perturbando, era muito difícil esconder o amor que sentia, ainda mais quando tinha um daqueles sonhos, onde ele e Hyoga eram mais que amigos, irmãos, amantes...
Shun deu um suspiro e saiu da cama, estava com sede, suado, mas que isso, seu corpo reagia ao sonho, seu baixo ventre formigava, doía. Ele foi andando até a cozinha, não acendeu nenhuma das luzes apesar das caixas espalhadas pelo chão.
A porta da cozinha estava fechada, Shun a abriu e quase caiu para trás diante do que viu.
Hyoga estava sentado à mesa, só com as calças do pijama, lendo um livro. Ao ver o amigo o cavaleiro de Cisne sorriu e tirou os óculos de grau que usava para ler, jogando o cabelo para o lado.
- Ainda acordado?
- É, eu fiquei com sede. E você? Também esta de pé? Shun foi ate a geladeira, tirando a garrafa de água mineral.
- Eu não estava com sono, vim vasculhar minha coisas e achei esse livro, é um romance bobinho, que eu não lia a muito tempo mas é ótimo para dar sono.
Shun olhava para Hyoga, ainda admirado com a beleza do amigo. Ele estava ali, seu sonho de consumo, sorrindo para ele como em seu sonho.
- Shun, acorda! Você está derramando água no chão!!!!!!!
Shun deu um pulo para trás, a água que ele punha no copo já cheio caia em seu pé, escorrendo por sua roupa e molhando-a.
- Droga! Eu vou pegar um pano para limpar isso.
- Você esta dormindo. Hyoga encostou em Shun, segurando seu queixo. - Nossa, você esta abatido, isso é mesmo só sono?
- Não, eu estou bem, foi só uma distração.
- Vem, deixa isso ai, eu te levo para o quarto!
Hyoga passou os braços pela cintura de Shun, deixando o livro que lia em cima da pia. Andromeda se apoio no ombro do amigo, ficando vermelho ao contado da pele de Hyoga.
Cisne entrou no quarto de Shun sem acender a luz, deitou o amigo na cama, sentando ao lado dele. Hyoga olhava pela janela, sem dizer nada. Ele se virou e encarou Shun, ainda sorrindo.
- Shun, posso te fazer uma pergunta?
- Claro!
- Você gosta de alguém?
- Gostar? É claro... tem você, os nossos amigos, meu irmão, Atena...
- Não, eu falo de modo especial.
- Especial? Shun não estava gostando do rumo daquela conversa.
- É, alguém que você ame? Deseje?
Shun ficou sem reação, ele abaixou a cabeça e se sentou meio incomodado no canto da cama, entre a parede e a cabeceira, só a levantou quando percebeu que Hyoga olhava para o lado de fora da janela outra vez.
- A noite esta bonita, olha quantas estrelas.
- Eu acho que esta frio.
- E isso é ruim?
- Não. Não é... no que esta pensando?
- Na nossa infância, você lembra dela?
- Lembro. Ele sorriu, ainda sem jeito. - a minha lembrança mais forte é do Ikki me contando histórias sobre as estrelas, dizendo que só as pessoas verdadeiras iriam parar lá, por serem justas e não ferirem ninguém, era uma história que nossa mãe contava para ele antes de morrer, e ele fazia a mesma coisa comigo.
- Essa historia então tem uma moral.
- ......................
- Sabe Shun, não é bom a gente esconder as coisas... a mentira nunca leva a nada. Quando a gente ama, é necessário que se fale, porque se não, nós sofremos e fazemos os outros sofrerem pela incerteza.
- Incerteza?
- É, incerteza de ser amado. Hyoga voltou o rosto para Shun, encarando-os nos olhos. Ele pode ver lágrimas se formando no verde que o olhar de Andromeda possuía. - Eu achei que depois de mudar você ia para com essa bobagem, mais eu vou ter que fazer você entender que não tem nada a esconder.
Cisne passou uma das mãos por dentro da camisa de Shun, deslizando os dedos por todo o peito do cavaleiro, a outra puxando-o para mais perto. Os lábios entreabertos de Andromeda receberam um beijo quente, ardente, necessitado, Hyoga o puxava, arrancando sua camisa por cima da cabeça, beijando cada pedaço de pele clara que aparecia. A respiração dos dois se misturava, quente, compassada. Cisne abocanhou um dos mamilos, chupando, mordendo.
Shun gemeu baixinho, a luz que vinha da cozinha iluminava muito pouco o quarto, apenas a luz da lua se refletia no olhos azuis do homem que se deitava por entre suas pernas.
- Hyoga...
- Hum...
- A gente não devia...
- Devia sim, a muito tempo. Agora relaxe, e deixa que eu prove meu amor por você, como você mesmo já o fez tantas vezes.
Shun afundou a cabeça no travesseiro, as ereções roçavam por dentro das calças, se estimulando. Em um movimento simples, Hyoga tirou as duas partes ainda restantes de roupa. As mãos deslizando pelo tórax de Shun, descendo ate o fim da barriga, olhando para o sexo pulsante do cavaleiro.
- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!
O grito foi alto, ele estava inteiro dentro da boca de Hyoga, sendo sugado, amado. Os cabelos loiros caiam por todo seu baixo ventre, apenas olhos azuis, maliciosos, olhavam para ele com luxuria, como se para saber cada reação que acontecia, cada sinal de prazer intenso que Shun demonstrava.
- Se abre pra mim Shun, por favor! Se abre pra mim.....
O pedido foi baixo, sussurrado no ouvido com uma voz doce, linda, sexy. Uma suplica que não podia ser negada.
O cavaleiro de cabelos esverdeados deixou o corpo cair, abrindo um pouco as pernas, facilitando o encaixe de Hyoga. Mas Cisne ainda não tinha conseguido o que queria, quebrar toda a resistência que o outro tinha aos próprios sentimentos, ele segurou Shun pelo quadril e o puxou para mais perto, tirando ate o lençol de baixo da cama.
Shun podia sentir o pênis de Hyoga passando por entre ele, deslizando por entre suas nádegas, molhando-o com o liquido que exalava. Suas pernas sendo puxadas para cima dos ombros do outro.
Ele ia falar algo, mas não pode. De uma vez só foi penetrado, sem compaixão, passando pela resistência do anel de couro com uma só golpe. Mordeu o lábio inferior para não gritar, mais não conseguiu se conter quando Cisne começou a se mexer dentro dele. Os dois tinham o mesmo ritmo, as estocadas aumentavam em força e velocidade a metida que os corpos se roçavam, que os beijos e mãos passeavam por pelos corpos suados.
- Não pare, por favor, não pare!!! Shun implorava, suas mãos brancas da força que fazia ao se agarrar aos lençóis.
- Eu não vou parar, pelo menos não por enquanto. Não até você ser meu...
- Eu amo você... muito
O suor corria pelos corpos, a ereção de Shun foi massageada, ate faze-lo gemer. Hyoga riu e com um puxão entrou por inteiro em Shun, se derretendo dentro do corpo de Andromeda, suas mãos e abdome se enchiam do semêm que Shun expelia por entre convulsões incontroláveis de seu corpo.
Ele se deitou ao lado de Shun, saindo do corpo dele. As costas da mão passando pelo semblante tranqüilo e feliz de Andromeda, o sorriso de criança que só ele possuía aparecendo por entre as caretas de prazer e de calor que corriam por seu corpo.
- Eu também! Eu também te amo.
Ele deitou colocando a cabeça esverdeada em seu peito, lambendo os dedos ainda molhados. Fechou os olhos e deixou o sono levar aos dois.
*
- Hyoga, você esta acordado?
- Hum.....?? Já amanheceu?
- Não, ainda é noite.
Hyoga abraçou o corpo menor ao seu lado, abrindo os olhos para encarar o sorriso de Shun.
- Você é muito quente.
- Só a minha estrela é gelada, eu sou humano...
- Eu sei, foi por isso que eu te amei deste a nossa primeira luta juntos.
Hyoga sorriu, ainda encarando Shun.
- Eu te desejei no primeiro momento que te vi. E depois que te conheci, me apaixonei por você ser assim... Hyoga apontou para o peito de Shun, bem no lugar do coração.
- Assim como?
- Transparente, sem nada a esconder.
- Mas eu tentei esconder meu amor por você!!
- Mas não consegui.
- Para minha sorte. Shun ficou vermelho com as próprias palavras.
- Para nossa sorte.
Os dois se abraçaram, encaixando as pernas uma entre a outra, encaixando os corpos que já pedindo pela descoberta de um novo prazer, assim como tinham descoberto o novo sentimento que unia os dois.
As cobertas começaram a se mexer. Lá fora só as estrelas. Sendo testemunhas caladas daquele amor.
*
FIM
Por Jade jbcoutinho@hotmail.com