A Ultima Lição de um Cavaleiro


Por Jade


Hyoga estava parado na fila de embarque do aeroporto. Já tinha despachado as malas e pra variar pago por excesso de peso, a armadura era realmente pesada fora do corpo do cavaleiro.

Estava indo pra a Sibéria, agora depois das lutas tudo que queria era descansar. Alem do que nada o prendia ao Japão, Saory estava bem cuidada com Seiya e Shun... ele tinha ido pra a Ilha de Andromeda rever alguns conhecidos.

Na verdade Hyoga bem que estava gostando da viagem, voltar para as planícies geladas era como voltar para casa, iria rever sua mãe, Yakoff e ficar em paz por um longo tempo.

A viagem contudo estava meio encima da hora, finalmente o sobrenome Kido serviu para alguma coisa e Cisne entrou no avião sem grandes problemas.

- Droga, dinheiro ainda é a coisa mais importante no mundo!

Hyoga entrou no avião e sentou meio contrariado, ele sempre fora assim, pensava mais com o coração do que com a razão. Seus entes queridos eram e são as coisas mais importantes em sua vida, faria de tudo por eles. Ele bufou exausto da espera para o embarque e a imagem do cavaleiro de Andromeda lhe veio a mente.

Era obvio que Shun o amava, mais e ele, amava-o da mesma forma? Não queria decepcionar alguem tão querido, não queria magoar Shun, não sabia se era possível corresponder ao amor do outro cavaleiro.

Hyoga dormiu pensando nisso. Sonhou com a mãe e com Shun lhe dizendo que ia embora pra a Ilha de Andromeda. Lembrou de como ficou triste com a noticia.

*

Horas depois a avião desceu em uma cidade ao norte de Moscou, na Rússia. Dali eram 3 dias até o lugar onde Hyoga havia treinado, um dia de carro e dois a pé ou com a aparelhagem própria para as geleiras.

Estava em casa, aquele lugar frio o fazia bem. Chegando no seu antigo lugar de treino foi a vila mais próxima onde moravam alguns conhecidos para comprar algumas coisas e ver como tudo andava. Logo após fez uma visita ao túmulo de seu mestre.

- Ele continua o mesmo. Pensou olhando o esquife de gelo que ele próprio havia construído.

Assim que a noite começou a aparecer Hyoga se dirigiu para a antiga cabana onde vivia com o mestre. Era um lugar muito isolado, nenhum ser vivo sobreviveria ali por muito tempo, a não ser um cavaleiro.

Entrou e colocou um pouco de ordem nas coisas. Ficou grato ao ver que Yakoff e os outros cuidavam da casa na sua ausência, estava tudo limpo e arrumado, como se alguem sempre estivesse lá.

Hyoga olhou em volta e riu dos próprios pensamentos:

- O que eu queria? Poeira na Sibéria?

Colocou a armadura no chão e se sentou na cadeira coberta com uma enorme pele de urso branco, o cavaleiro se enrolou na pelagem no animal morto, era realmente muito quente e confortável, ainda mais quando a neve que caia enquanto estava fora se acumulou sobre seus ombros e agora começava e derreter com o calor do corpo.

Um barulho fez com que ele se levantasse de repente jogando o casaco branco longe. A porta estava se abrindo, muito devagar e uma figura alta já aparecia por entre a neve que caia.

Não avisara a ninguém que ia para lá, somente a Saory. Não queria que Yakoff fosse incomoda-lo justo no seu primeiro dia de descanso então tinha resolvido aparecer de surpresa no dia seguinte. As únicas pessoas que se aventurariam ali seriam os guerreiros de Asgard, mais ele também não sabiam de nada, ate tinha pensado em mandar um carta, mais Hilda não era a pessoa com quem mais simpatizava no mundo e Fler, apesar de boazinha era meio chiclete, ficava pendurada no seu pescoço o tempo todo e ele não queria mais brigas inúteis contra Hagen.

- Eu devo ter algum problema com loiras. Primeiro a Eiris e agora a Fler.

Assim que a porta se abriu por inteira Hyoga sorriu ao ver quem era. Kamus entrava na casa coberto com um manto branco que o fazia praticamente desaparecer em meio a neve, por isso não o tinha reconhecido antes.

- Mestre! O que o você faz aqui?

Kamus fechou a porta e foi em direção a Hyoga dar em abraço no cavaleiro.

- Estou de passagem, e você?

- Vim descansar.

Hyoga continuava sorrindo. Era verdade que Kamus não fora seu verdadeiro mestre e que os dois haviam travado um a batalha mortal, mais mesmo assim Hyoga ainda admirava o Cavaleiro de Ouro como um deus. Se não fosse por ele não teria aprendido o sétimo sentido, nem ganho as lutas que vieram depois.

- Você deve estar cansado. Por que não senta? Eu vou trocar de roupa e já volto.

Kamus fez que sim com a cabeça e Hyoga se dirigiu ao outro cômodo que usava como quarto. O cavaleiro de Aquário estava estranho, ele não era assim tão quieto. Cisne pensou em falar alguma coisa mais viu que o outro já tinha se sentado e estava de olhos fechados muito pensativo.

" É melhor deixar pra depois" pensou entrando no quarto. Parou por um minuto se lembrando das palavras de Kamus. - Só de passagem? Por aqui?

*

- O que eu estou fazendo aqui?

A porta do cômodo onde Hyoga estava tinha se fechado e Kamus indagava olhando para as própria mãos. Dias antes havia ligado para o Japão, e descobrira que Hyoga fora para a Sibéria. E lá estava ele, mais fazendo o que?

Não sabia o que o motivara a ir para junto do discípulo de Cristal, só sabia que tinha que ir, o desejo de estar com Cisne era mais forte do que qualquer razão.

Por um momento se lembrou das cartas escritas por Cristal, eram poucas, verdade, mais nelas estava bem claro o desejo que seu discípulo sentia por aquele garoto loiro. Cristal admirava Hyoga, por sua beleza e sua força.

E agora parecia ser a vez de Kamus sentir o mesmo. Na luta das doze casas já pode perceber o poder emanado pelo cavaleiro de bronze, mais, pode perceber algo mais. Pode ver a razão pelo qual Cristal se dizia apaixonado pelo discípulo, ele era realmente lindo.

Tinha certeza que os dois nunca estiveram juntos de verdade. Primeiro por que na época Hyoga era uma criança, e depois por causa da morte prematura de seu primeiro discípulo, o que fazia de Hyoga um caso raro, sendo que na maioria das vezes, dentro dos treinamentos em lugares isolados onde só há mestre e aluno, é o mestre inicia o aspirante a cavaleiro nas artes do amor.

Fora assim com ele e depois com Cristal. Mais talvez ainda não fosse tarde. As lutas não deixavam muito tempo para os cavaleiros de Atena namorarem ou coisas assim, talvez ele ainda pudesse manter a tradição.

Kamus levantou da cadeira rindo da idéia.

- E desde quando isso lá é tradição para se respeitar?

*

Hyoga abria a mala e procurava uma camisa branca de malha grossa para vestir. O quarto não tinha quase nada, apenas algumas velas e uma serie de peles espalhadas no chão onde o cavaleiro dormia. Era um lugar quente e acolhedor, sem janelas para evitar que o frio entrasse.

Cisne olhou para a armadura aos seu lado. A armadura branca da constelação de sua constelação. Pensou o quanto ela tinha o ajudado e lhe salvo a vida. Porem havia outra armadura que adora ainda mais, a armadura de Aquário. A sagrada armadura de Ouro, não era só uma proteção, era o poder. Já a usara duas vezes, em meio a lutas e sentira o que é possui-la. Por esses e outros motivos que achava Kamus o mais poderoso cavaleiro do gelo, mesmo o tendo derrotado uma vez.
 
 
 
 
 
 

- Mas realmente, fui eu que a possuir ou foi ela a me possuir, com certeza é dela que vem o grande poder que senti. Só mesmo Kamus para conseguir possui-la.

*

A porta do quarto se abriu e o cavaleiro de ouro entrou. Assim que viu Hyoga sem camisa, fez menção de sair mais logo voltou.

" Eu ainda tenho duvidas?" Kamus pensou olhando para Cisne fixamente.

Não, não era duvida, apenas medo da reação do garoto, afinal, para ele Hyoga ainda era um moleque com muito a aprender e se agisse agora com certeza seria ele o professor. Mas por outro lado ele também era um homem e um homem poderoso, não tinha idéia como ele poderia reagir.

- Você parece menos tenso.

Hyoga olhava para Kamus e sorria, este apenas se sentou nas peles que estavam no chão apoiando o braço na armadura de cisne.

- Estou prestes a resolver um dilema.

Hyoga parecia confuso, um dilema? Ali?

- Então somos dois a ter tal problema. Eu também vivo em um!

- E qual é?

- Amar ou não.

Kamus se surpreendeu um pouco, aquelas palavras não eram para ele, disso tinha certeza, mais então, para quem?

Esticou o corpo e viu na carteira na mão de Hyoga, a foto de alguem. Conhecia aquela pessoa, era outro dos cavaleiros de Atena, se não se enganava era Shun o nome dele.

Olhou para Hyoga e viu em seu olhar ternura, ate um certo amor. Iria ser um concorrente difícil, mais ele não estava ali e o frio sempre ajudava a se querer um pouco de calor humano.

Hyoga voltou a sorrir e guardou o carteira na mala. Voltou a ficar de costas para colocar camisa e Kamus viu uma cicatriz em suas costas.

- Isso deve ter doido.

Hyoga olhou para Kamus que apontou para as costas do cavaleiro.

- Não foi nada de mais, apenas um arranhão tamanho família.

- Você ficou mais forte com o passar do tempo.

- Eu devo isso ao meu mestre Cristal, foi ele quem me ensinou o que eu sei. Pode parecer muita insensibilidade mais eu fico feliz dele ter me ensinado tudo antes de morrer.

Kamus se levantou e andou ate ficar de frente para Hyoga, passou a mão por sua cintura e o puxou ate que seus corpos ficassem juntos.

- Ele não te ensinou tudo, ainda falta uma coisa...

Hyoga ia perguntar o que mais sua boca foi preenchida por um beijo voraz. Kamus o puxava mais para perto descendo uma mão até a bunda de cisne e apertando com força.

A outra foi ate o pescoço do cavaleiro segurando-o enquanto Kamus inclinava o corpo sobre ele.

- Para, o que..... AAAAHHHHHH!!!!!!!

Kamus desceu a boca pelo pescoço de Hyoga, ele beijava, lambia e mordia cada pedaço de pele de Cisne. A principio, Hyoga tentou se afastar, mais estava ficando bom, ele começa a ansiar por mais, já se sentia quente por dentro.

Kamus afastou um pouco o discípulo e olhou para baixo do próprio corpo e do de Hyoga, não imagina que seus corpos iriam reagir tão rápido a um simples contato. Era muito tesão contido

Kamus puxou Hyoga pela mão e o fez deitar por entra as peles que se acumulavam no chão.

- Você não precisa ter medo.

- Eu não estou com medo, estou surpreso!

- Surpreso?

Hyoga balançou a cabeça e olhou para Kamus nos olhos, era azuis como os dele, seu corpo era quente, mesmo com tantas roupas. Kamus pareceu ler seus pensamentos e foi tirando sua roupa devagar primeiro a capa, a camisa e depois os sapatos, ficando só com as calças.

Hyoga passou as mãos pelo peito do mestre, sua pele era muito pálida. Ele desceu o olhar e as mãos abrindo bem devagar as calças do mestre.

Ele ficou olhando para a ereção de Kamus que já despontava.

- Espera, eu vou te mostrar.

Hyoga olhou para seu mestre e foi beijado, Kamus deitou Hyoga e se debruçou sobre ele puxando as calças de Cisne para baixo e começou a beijar a ereção do discípulo.

Hyoga gemeu alto, Kamus o sugava com tanta força que ele achou que ia desmaiar de tanto prazer. A língua do cavaleiro de ouro desceu um pouco mais deslizando sobre seu saco, lambendo todo seu baixo ventre e suas coxas.

- Para, por favor.....

O som saiu abafado. Kamus levantou a cabeça e viu o rosto corado de Hyoga.

- Você quer mesmo que eu pare?

Foi a vez de Hyoga olhar para Kamus e balançar a cabeça em uma negação.

- Eu sabia.

Hyoga foi puxado para junto de Kamus, sentando em seu colo.

- Agora vai ficar melhor!

Hyoga agarrou o pescoço do mestre apoiando a cabeça sobre seu ombro, estava ciente do que viria a seguir.

Ele fechou os olhos e apertou os braços mais forte em volta de Kamus quando se sentiu sua fenda ser aberta e pressionada.

- Vai doer no começo... mais vai ficar melhor.

Kamus segurou a cintura de Hyoga e foi o empurrando para baixo enquanto mexia seu próprio corpo, tentando se acomodar melhor. Ele era muito apertado, delicioso... beijou outra vez a boca de cisne e encostou o rosto junto ao do outro fazendo Hyoga tremer com o som e o ar quente de sua respiração descompassada em seu ouvido.

A gravidade fez com que cisne descesse rápido, sendo completamente preenchido. Kamus ainda dentro dele o deitou e se ajeitou entre suas pernas abertas.

Hyoga gritava a cada estocada que levava, a cada segundo elas aumentavam de intensidade e freqüência. Quando achou que não podia ter mais prazer seu pênis foi agarrado e manipulado por Kamus, no mesmo ritmo que penetrava no corpo de Hyoga, para cima e para baixo, sem cessar.

Os corpos estavam suados, eles deslizavam um contra o outro, Kamus entrava mais e mais, até estar todo dentro de Hyoga. Com uma ultima investida Kamus gozou em meio a gemidos.

Ao sentir aquele liquido quente dentro de si, Hyoga gozou também molhando a sua barriga e a de Kamus.

Os dois se abraçaram e voltaram a se beijar. Hyoga deitou sobre o peito de Kamus que havia caído sobre as peles devido ao cansaço.

- Você está bem?

- Estou ótimo!

- Bom! Agora você já sabe....

- É, já sei, e isso me deixa muito feliz.

- Por que?

- Eu tinha medo, medo de amar alguem e acontecer o mesmo que aconteceu com minha mãe, dessa pessoa partir e me deixar.. mas agora.

- Agora?

- Eu me lembrei que os momentos que passei com ela são as minhas lembranças mais bonitas e que se amar é assim tão maravilhoso talvez valha a pena correr o risco.

- Você não devia falar isso a outra pessoa?

Hyoga olhou para Kamus e sorriu, ele tinha percebido... na hora que olhava a foto.

- Devia, e vou.

Kamus abraçou Hyoga pelos ombros e beijou sua testa apertando-o contra seu peito.

- Mas...

O cavaleiro de Aquário olhava para Hyoga que começa a falar novamente.

- Enquanto eu não falo, a gente poderia voltar com as lições? Foi sem duvida a melhor aula de toda a minha vida.

- Claro, você é um bom aluno, mas ainda tem muito para aprender.

- Você vai ver como eu aprendo rápido.

- Pode ser mais vai ter que praticar.

Os dois cavaleiros se olharam, um olhar terno, e riram se acomodando melhor na cama de pele. Ainda haviam muitos treinos e lições pela frente.

FIM



Por Jade jade_avalon@yahoo.com.br
Outubro de 2001