As Duas Faces da Mesma Moeda
Por Lucretia
Era uma noite como outra qualquer... Lestat acordara antes de Louis, mas desde a hora em que este estava de pé, aquele não fizera nada além de atormentar seu companheiro.
Louis como todas as noites sentara-se a varanda da casa, onde moravam a alguns anos, observava os sons da noite com sua maneira apaixonante de ver as coisas. Mesmo que as noites não tivessem a calma e beleza, que tinham quando Lestat o transformara no que era, adorava ouvir os ruídos que aquelas noites modernas passuíam. gostava de ficar horas sem fim ouvindo as sirenes, os passos das pessoas passando abaixo de sua janela, suas risadas e conversas, tudo... Simplesmente ficava ali, quieto, sentido cada pequeno ruído.
Lestat, como sempre, ignorava tal coisa, não podia entender o que era ser um vampiro para Louis. Não compreendia o quanto era importante para ele aquelas horas de total silêncio, enquanto ouvia atentamente todos os sons que a cidade podia lhe proporcionar. E também só ficava feliz, quando conseguia irritar seu companheiro. Aquelas horas de silêncio o aborreciam profundamente.
"Louis..." chamou-o, para que saísse daquele estado catatônico, o qual odiava tanto. Mas não houve resposta para seu chamado. chamou outra vez, sem resposta. Louis não escutou ou simplesmente fez de conta que nada ouvira. Lestat chegou mais perto do outro e o sacudiu quase que violentamente. "Louis... Você me irrita, sabia?"
"O que você quer, Lestat?" Louis finalmente respondera, franzindo a testa para este, pela sua bruta interrupção.
"Estou com fome. Quer vir comigo?"
"Você me chamou só por isso?" Louis perguntou, demostrando um pouco de impaciência para com Lestat, pois nunca chamara-o para caçarem juntos. Louis sempre preferia caçar sozinho, por isso estranhou a pergunta. Mas observou Lestat atentamente, estava lindo como da primeira vez em que o vira. Estava todo vestido de preto com uma gravata "roubada" de Louis, branca, os cabelos soltos, porém, cuidadosamente penteados e perfumado com a sua colônia preferida. Definitivamente iria caçar...
"Sim ou não?" lestat insistiu mais uma vez, talvez já soubesse sua resposta, mas resolveu perguntar mesmo assim, estava irrestivelmente tão sedutor que Louis não poderia recusar.
Louis o observou durante alguns instantes, e lutando contra ele mesmo respondeu um sonoro "não".
Lestat saiu um pouco desolado, porém não fora caçar, permaneceu em casa, Louis ainda sentia seu doce perfume e seus passos pela casa. entretanto já estragara aqueles momentos de total contemplação.
Louis resolvera, então, pegar algum livro, talvez ler algumas linhas, mas quando sentara-se na poltrona, Lestat voltara. Trazia em suas mãos um belo cacho de uvas rubras, que com certeza não comeria. Sebtou-se em outra poltrona, que ficava a frente da que Louis estava, observando a bela cor das frutas, em silêncio, mas logo voltou seu olhar para Louis e o livro que tinha em mãos. pegou uma das uvas do cacho, cherou-a, sem tiras os olhos de Louis, e jogou-a nele.
"O que está lendo, meu caro?"
"O que te importa? Você nunca lê." Louis indagou-lhe levantando os olhos da leitura, tentando-se manter paciente com as implicâncias de Lestat.
"Só queria saber... Pois você às vezes passa horas e horas lendo e relendo esse monte de bobagens." Respondeu, jogando mais uma uva em Louis, quase que ironicamente.
"Se quisesse saber mesmo não me perguntaria." sugeriu a Lestat, voltando o olhar para dentro do livro.
Colocando o cacho numa mesinha perto de onde estava, Lestat levantou-se em diração a Louis e arrancando o livro das mãos deste disse:
"Então deixa eu ler este aqui."
Essa foi a gota d’água para Louis, tentara ser paciente a noita toda, mas como sempre Lestat estragara tudo. Não queria mais ler, nem escutar os barulhos da noita e muito menos queria ficar perto de Lestat.
"Chaga! Eu vou sair." Louis levantara da poltrona, mas fora segurado pelo braço por Lestat, enquanto que com a outra mão segurava o livro.
Os dois vampiros se olharam, Louis com a fronte franzida, odiando-o pela sua falta de bom senso, e Lestat calmo, mas com um brilho no olhar, de quem atingiu seu objetivo. Louis puxara seu braço, numa tentativa de fulga, mas seu companheiro o segurara com força impedindo que saísse de perto.
"Então sai de perto de mim, Lestat!" Louis falara com um certa ira em seu tom de voz, mas Lestat não mexia um único músculo, segurando-o pelo braço com força.
"E se eu não sair?" Lestat questionou com o seu habitual tom de voz calmo, não demostrava nenhum sentimento, deixando ainda mais Louis irritado.
"Vai embora daqui!!" Louis finalmente explodira, puxando violentamente seu braço e desvencilhando-se da mão de Lestat.
Deu as costas para Lestat e dois passos para a porta da sala, mas foi impedido por este, que deixando o livro cair no chão, segurou Louis por uma das mãos, fazendo-o voltar para seus braços. Lestat abraçou-o fortemente e rubou-lhe um beijo que foi repelido por seu companheiro.
Quando o beijo parou Louis, debatendo-se nos braços de Lestat, perguntou:
"Que parte do sai de perto de mim ou vai embora, você não entendeu?"
"A parte em que eu te desejo e você a mim, meu caro."
Ao fim destat palavras Louis parou de lutar contra o abraço de Lestat e encarou-o como se este tivesse descobrindo um grande segredo guardado a sete chaves. Lestat, então, soltou-o e pegando-o pela mão, guiou-o até o seu quarto. Louis não reagia, parecia hipnotizado pelas palavras de Lestat, que ecoavam em sua cabeça.
Quando finalmente se dere conta, estava deitado na cama de Lestat, enquanto ele abria-lhe delicadamente a camisa preta e lambia-lhe o tórax. Sim, era verdade e lestat sabia muito bem... Louis o desejava e não podia negar isso a ninguém, nem mesmo a si próprio. E de repente se viu perdido em pensamentos, enquanto sentia os toques e os beijos provocantes de Lestat.
"Odeio-o e desejo-o. Mas como? Talvez o odeie pelos motivos errados. Talvez odeie a mim mesmo. Mas o amor e o òdio não são faces da mesma moeda?"
Lestat parou por um instante suas caricias, como se houvesse escutado os pensamentos de Louis, olhando-o abaixo do seu corpo. Louis deixou seus pensamentos de lado, e, então, puxou seu companheiro para si, dando-lhe um profundo beijo. As duas línguas se tocaram, dançaram delicadamente, numa troca de luxúria. E nesse instante Louis voltou a pensar: " Odeio-o porque o desejo demais."
"Não me negue..." Lestat sussurou junto ao ouvido de Louis, como numa suplica, como se conseguisse ler os pensamentos de seu amigo.
Louis encarava-o, entedera aquela resposta sem pergunta, sabia que Lestat conhecia seus sentimentos e agora não podia negá-los.
Sorriu-lhe em resposta e passou sua mão entre os sedosos cabelos loiros de seu companheiro, que beijou-lhe a mão carinhosamente. Tirou-lhe a bela gravata branca de seda e desabotoou calmamente alguns botões de sua camisa, passando suas mãos no tórax do vampiro sobre ele, enqunto era observando apaixonadamente por este. O outro dera-lhe mais um beijo molhado e ardente, tentando sem sucesso abrir-lhe a calça de linho creme.
De repente, tomado por uma forte onda de luxúria, Louis virou o jogo, ficando por cima de Lestat.Não queria mais negar o que sentia por ele, desejava-o demais, não só agora, em cima daquela cama, mas a eternidade toda sentira isso. Então resolveu tomar Lestat para si, possuiria-o naquele momento.
Lestat sorriu assentindo tudo o que acontecia, despertara em Louis o verdadeiro desejo e não negaria nada ao seu vampiro.
Louis beijou-lhe a boca com volúpia e fome, apertando um dos pulsos de Lestat acima de sua cabeça, enquanto que uma das mãos livre de Lestat passeava pelas costas de Louis, num abraço delicado. Logo os beijos de Louis desciam da boca para o pescoço de seu amigo, que gemia baixinho respondendo a cada beijo que lhe era dado.
A cada segundo os lábios de Louis desciam alguns centrímetros, mas quando chegaram ao tórax de Lestat, estes foram impedidos pela camisa que ainda continuava abotoada. Louis parou, olhou atentamente para Lestat, que também olhava-o esperando alguma surpresa agradável, e subitamente, como que tomado por uma fúria, puxou a bela camisa negra rasgando-a.
"A minha camisa pre..." Lestat tentou praguejar contra o ataque de seu companheiro, mas foi impedido por Louis que o beijou profundamente.
"Shiii... Calado Lestat! Não quero ouvi-te."
E ajoelhando-se sobre o corpo de Lestat, observou o belo e pálido tórax de seu amnte. Logo a seguir tirou sua própria camisa, que já estava aberta e que revelava-lhe também o tórax. esta escorregou delicadamente sobre os braços fortes, sendo deixada de lado pelo seu dono.
Louis voltou a deitar-se sobre o pálido corpo de Lestat e lambeu-lhe umas das orelhas deliciosamente. Lestat gemeu, quase tentando esconder seu prazer, sem muito sucesso, pois logo Louis estava investindo mais beijos contra seu pescoço e tórax, permanecendo mais longamente em seus mamilos tensos, que anunciavam a excitação, sugando com fome e luxúria. Lestat dava pequenos gemidos, um seguido do outro, não conseguia evitar de expressar cada sensação que sentia.
Mais uma vez Louis parou, oservou seu amante estirado na cama, aguardando por seus toques e beijos. Como Lestat estava belo! Belo como nunca o vira antes! Então, olhou para o baixo ventre de seu companheiro e percebeu o volume que se apertava contra a calça de linho, pulsando e pedindo por um pequeno momento de alívio. Louis tirou-lhe a calça delicadamente, enquanto era atenciosamente observado por Lestat, e logo uma ereção pulsante podia ser vista.
Sem pensar duas vezes Louis abocanhou o sexo de Lestat, este gemeu brevemente, quando sentiu a boca úmida de seu companheiro envolver-lhe com tamanha fome. Louis chupava-lhe com vontade excitando ainda mais, enquanto alternava com lambidas e beijos. O corpo de Lestat fibrava todo, ele se contorcia de prazer na cama, arqueava as costas e gemia cada vez mais alto. seu corpo parecia que explodiria, de tanta luxúria, a cada minuto. Iria gozar a qualquer instante, mas Louis ignorava isso e provocava-o ainda mais.
Devido as investidas de Louis, Lestat gozou, gemendo breve e profundamente, preenchendo toda a boca de seu amigo. Louis engoliu todo líquido, saboreando o estranho gosto em sua boca. Voltou-se em seguida ao seu amante e deu-lhe um beijo, a fim de dividir o gosto salgado daquele gozo.
depois do beijo Louis deitou-se ao lado de Lestat, levou as mãos a sua própria calça e tirou-a, revelando finalmente todo seu belo corpo. Subiu outra vez sobre o corpo de seu companheiro, antes que este pudesse sair de onde estava. Acariciou-lhe os dourados fios de cabelo e subitamente levou as mãos as pernas de Lestat, abrindo-as e puxando-as até suas costas. Olhava-o como um predador que guarda sua vítima. E sem que Lestat esperasse, Louis invadira-o em uma só estocada, arrancando do outro um gemido alto.
Louis sorriu, sabia que era isso o que Lestat desejava tanto, desde a hora em que ficou de pé naquela noite. Deu-lhe um outro beijo e depois começou a estocar seu amante, com movimentos lentos de vai-e-vem, desta forma mantinha o ritmo dos gemidos de Lestat. Que sensação maravilhosa! Nunca havia sentido isso desta maneira, o interior apertado de seu amigo, o cheiro de sexo no ar, mexiam com os sentidos de Louis, excitando-o de uma maneira selvagem.
Os lentos movimentos de Louis logo aumentaram o ritmo, junto a crescente excitação. Ele rebolava e empurrava-se para dentro de seu parceiro, numa tentativa desesperada por prazer. Lestat gemia tanto, devido ao prazer que lhe era proporcionado, que quase perdia o fôlego. Mas era tão delicioso! Tão gostoso!
Os dois vampiros gemiam juntos, loucos de tanta luxúria, queriam extrairde cada toque de pele o máximo do prazer. Louis deliciava-se a cada centímetro que era ultrapassado dentro de Lestat, todas as vezes que sentia seu sexo roçar contra as paredes do ânus de seu amante. O êxtase era tanto que aguentaria muito tempo, gozaria a qualquer momento, entre uma estocada e outra.
E numa última e forte investida contra o interior de Lestat, Louis gozou. Preencheu todo íntimo deste com seu fluído vital e gemeu brandamente. Depois saíndo lentamente de dentro de seu companheiro, como se não quisesse deixá-lo, jogou seu corpo, deixando-o inerte, sobre o corpo do outro vampiro.
Lestat acomodou Louis, encaixando-o em seu corpo. Acariciava-lhe os belos cabelos, enquanto tentava acalmar o seu corpo e o do seu amante, que tremia, devido a grande onda de prazer, êxtase e luxúria que acabaram de experimentar. Ele estava amando aquela situação. Eram poucas as vezes que estavam tão proximos e íntimos.
Permaneceram assim durante um longo período. Lestat sentia o perfume de Louis, uma mistura de madeira e almíscar. Era um aroma que adorava, apesar de ser diferente do seu que era doce.
"Ainda está com fome?" Louis peguntou, quebrando o silêncio do quarto, onde só ouvia-se o ruído da ambas as respirações, ainda pesadas.
Lestat só respondeu com um "hum, hum". Estava cansado demais, até para falar.
"Então vamos caçar?" Louis sugeriu, tirando o rosto da cova do ombro de Lestat, olhando e sorrindo para este.
Lestat observou seu companheiro, frazindo a testa estranhando a sugestão de Louis. Nunca, durante todo esse tempo em que se conheciam, Louis deixara que os outros o vissem caçar. Não reconhecia aqule vampiro deitado sobra ele. Porém, também não deu uma respsta para aquela proposta, ficou em silêncio tentando descobrir quem era aquele ser junto a si.
"Sim ou não, Lestat?" Louis insistiu mais uma vez, ainda com um sorriso nos lábios olhou seu amnte e depois levatou-se, procurou suas roupas e vestiu-as, em sil~encio. Esperava que Lestat lhe respondesse sua sugestão.
Lestat continuou deitado na cama observando atentamente cada movimento de seu parceiro. Louis estava diferente... Não sabia como, mas estava.... Encarava-o com enorme estranheza.
Quando Louis terminou de se vestir, voltou os olhos para Lestat, ainda nu, deitado na cama, observando-o como se estivesse vendo algo de outro mundo, fez um sinal esparando por uma resposta de seu parceiro. Saíria de qualquer jeito, não esperaria por Lestat, pois a fome lhe atacava os sentidos.
Lestat percebera que ele o deixaria ali, então, levantou-se e vestiu-se rapidamente. Não perderia a oportunidade de poder compartilhar de momentos tão íntimos para ambos. Louis estava estranho, era verdade, mas talvez só duraria naquela noite, e quem saber quando voltaria a estar outra vez próximo dele daquele jeito.
Os vampiros saíram para caçar juntos. Louis não possuía aquele ar melancólico de sempre, pelo menos não teria naquela noite. E Lestat era a satisfação em carne e osso, assobiava uma antiga música, talvez de alguma ópera que ouvira a muito tempo, não se lembrava exatamente, mas não conseguia tirá-la da mente.
caminharam, algumas horas naquela noite, até encontrarem algumas vítimas, um ao lado do outro. E às vezes trocavam olhares e sorrisosde satisfação. Estavam felizes na presença um do outro, não saberiam como seria a noite de amanhã. Porém, naquele momento não estavam preocupados em mudar o lado da moeda.