CAPITULO 8
Fazia um mês que havia se mudado para o apartamento de Suichi. Continuava gentil com de costume, só não aturava muito o pequeno Hiei, este muito menos simpatizara com ela, mas viviam pacificamente. Desde que ele não começasse a lançar as chamas negras pela casa, e que ela não levitasse os objetos, atacando-os contra ele. Tinha um sofá-cama na sala, era grande e confortável, era somente disso que precisava no momento, um lugar para dormir. Guardava suas coisas no armário do ruivo, que o havia cedido gentilmente.
O koorime de quando em quando sumia e voltava todo arrebentado, num intervalo de um ou dois dias ausente. A raposa odiava, mas não podia impedi-lo de ir ao Makai. Estava começando a se familiarizar com seu jeito calmo e preocupado, sempre cuidando da limpeza, da cozinha e das queridas plantas espalhadas pelo lugar. Achava até bom morar com ele, traziam serviço extra para a casa, adiantando o serviço juntos.
Andava tudo as mil maravilhas, exceto por um detalhe. Havia noites que os dois resolviam se "atracar" dentro do quarto, e era nelas que não dormia de jeito nenhum. O som que faziam era tão alto, que até os vizinhos deviam ouvir. Acordava com duas enormes olheiras na cara, Suichi a olhava embaraçado, pedindo mil desculpas pelo incômodo. Só imaginava por que fazia isso, se sabia perfeitamente que ia acontecer de novo? Mas deu logo uma solução para o caso, comprou dois tampões de ouvido.
Aquele era mais um dia daqueles em que Hiei sumia para o Makai, e voltava num estado de dar dó. Kurama estava na poltrona, entretido com o jornal de domingo. Aproximou-se para dar um beijo na sua raposa favorita, esta se afastou, segurando o nariz.
- Por Inari! Vai tomar um banho, Hiei!
- Não vou, não! Já tomei um anteontem!
Sentou enfezado no sofá, com os braços cruzados sobre o peito. Quando ficava assim, não havia quem o arredasse dali. Yuri surgiu na entrada da sala, fungando e levantando o nariz.
- Credo! Que cheiro podre de carniça, ugh!
Fez uma careta, olhando para Hiei, que se afundou mais nas almofadas. Ficaram em silêncio, encarando insistentemente o pequeno. Este saiu bruscamente, empurrando-a para o lado e se dirigindo ao banheiro.
- Ta bom! Eu tomo! Mas que coisa, não se pode ficar sossegado nessa casa!
A moça riu e sentou no lugar que acabara de abandonar, com as pernas apoiadas na mesa de centro. O koorime gritou, blasfemando com inúmeros palavrões.
- Mas que droga, ta gelado!
- Melhor eu ir lá, antes que ele quebre o chuveiro.
Não havia acostumado com aqueles aparelhos elétricos dos ningens, deixa-lo perto de um chegava a ser um perigo tremendo. A campainha tocou, lamentou que Suichi estivesse ocupado, não era a sua casa, não gostava de atender porta nem o telefone. Estava vestida com as roupas que lhe emprestara, a raposa tinha um acervo de trajes que nem usava mais.
Abriu a porta, suspirando. Uma senhora já ia dando-lhe um abraço, quando percebeu quem era e desmaiou. Permaneceu com a mão na maçaneta, olhando perdida para a mulher caída. Kurama correu para a porta, preocupado com o barulho.
- Quem é?
- Acho que é a sua mãe, parece contigo.
- Mãe? Mamãe!!
Entrou em pânico ao vê-la no chão, Yuri o ajudou a carrega-la para o quarto. Mandou Hiei ficar quieto no banheiro, para não piorar ainda mais a situação. Abanaram-na, abriu os olhos e sorriu ao ver o filho, mas grito novamente quando viu Yuri.
- Filho, o que um rapaz faz na sua casa, e com as suas roupas?- dizia apontando.
- Rapaz? Não, Yuri é uma amiga do trabalho, mamãe...esta morando comigo.
- A-amiga? Com licença....- apalpou o peito da moça, certificando-se- Ufa! Que susto me deram...Mas também, vivem dizendo coisas sobre você, meu filho, e nunca o vi com uma garota.
- Do que a senhora está falando?
- Nada, esquece, só boatos. Estou brava com você, porque não me disse que estava namorando?
- Na-namorando?
Atrás da mulher, Yuri gesticulava intensamente para Suichi, fazendo sinais negativos com a cabeça e as mãos.
- Isso...nós estamos namorando.- deu um sorriso amarelo para a mãe.
A moça bateu na testa, não acreditando no que acabara de ouvir. Estava arranjando mais encrenca para o seu lado. A mulher virou-se para ela, abraçando-a emocionada.
- Mas que maravilha! Meu menino namorando, porque nunca me disse?
- Bem...não sei...
Apertou as bochechas de Yuri, deixando-as vermelhas. Teve de responder inúmeras perguntas, parecia mais um interrogatório policial. Ficou para um chá da tarde, tudo isso acontecia, enquanto Hiei permanecia trancado no banheiro. Devia ter percebido a presença da mãe de Kurama, e tomou cuidado para não fazer barulho e levantar suspeitas.
Foi só Suichi fechar a porta, para Yuri pular em cima do seu pescoço furiosa.
- Não acredito que você fez isso! Eu te mato!
- Calma, não foi nada de mais, por Inari!
Hiei os encontrou rolando no chão, a loira tentava estrangular o ruivo. Agarrou-a por trás, tirando-a de cima dele.
- O que está acontecendo?
- Hiei, você vai achar um absurdo! Suichi mentiu para a mãe que eu era namorada dele, e ela saiu daqui pensando que estávamos prestes a casar!
- Eu ouvi de lá de dentro, e daí?
- E daí? Ele vai acabar com a minha reputação! Vai deixar?
- Até que é uma boa idéia...Se você desfilar com namorada de Kurama, talvez assim eu me livre das garotas que vivem dando em cima dele!
- O QUÊ?? Estou cercada de dois interesseiros, não acredito!- empurrou-o, colocando as mãos na cintura.
- Isso doeu, Yuri...
Os dois se viraram para Kurama, que se levantava do chão lentamente. Recuaram assustados com os cabelos prateados que cobriam os fios antes avermelhados. Os olhos flamejantes estreitaram, encarando as duas figuras. Yuri segurou Hiei pelos ombros, pondo-o na sua frente para se proteger.
- Ei! O que está fazendo?- o pequeno se agitou.
- Você sabe lidar melhor com ele, Hiei. Ele não ta com uma cara muito boa, não...
- Eu to vendo...- estava tão assustado quanto ela.
Quanto mais o youko avançava, mais os dois recuavam, tropeçando um no outro. Até o momento em que não havia mais espaço, Yuri bateu as costas na porta, ainda abraçando o koorime. Kurama apoiou uma das mãos na porta, a moça olhou o braço próximo de sua face. Debruçou-se sobre eles, cheirando os cabelos curtos e loiros, enquanto acariciava o rosto do pequeno abaixo de si.
- Tem um cheiro muito característico e familiar...o que ou quem ele me lembra, afinal?- sussurrou.
- N-ninguém! Impressão sua!- disse trêmula- Agora Hiei!
O koorime lançou suas chamas, jogando o youko contra o sofá. Aproveitaram para saírem do apartamento e trancaram a porta. Encostados nela, sentiam o outro bater na tabua, querendo derrubá-la a todo o custo.
O vizinho saiu do elevador, os olhou intrigado com os gritos do youko. Os dois assobiaram, olhando ao redor, tentando disfarçar. Balançando a cabeça, entrou no próprio apartamento, eram um bando de malucos. Viram o elevador ainda parado no andar, entreolharam-se.
- No três...um- deram um passo, sem desencostarem da madeira.- dois....três!- correram para o elevador.
- Vai, vai, vai!- apertava insistentemente o botão do andar térreo.
Quando ele começou a descer, sentaram no chão do veículo aliviados.
- Seu medroso! Porque não ficou e o enfrentou?
- A última vez que eu me atrevi a encara-lo desse jeito, fiquei uma semana sem poder sentar! Desculpa se eu não quis repetir a dose.- disse a ultima frase em tom jocoso.
- Ai...
- Acho que vou passar uns dias no Makai, quando ele começa a se transformar assim do nada, algo me diz que a semana vai ser péssima.
- E eu? O que faço com ele?
- E eu vou sabe o que você vai fazer?
- Vai me deixar sozinha?
- Relaxa, o máximo que ele pode fazer é ter esfolar viva...Tchauzinho!
- Covarde!
Logo que a porta abriu, saiu rápido pela entrada do prédio, sumindo das suas vistas. Olhou para a janela do apartamento que acabara de abandonar, amuada.
Anoitecera, não tendo mais para onde ir, decidiu arriscar a subir. Entrou sem fazer barulho, parecia que havia se acalmado. Espiou para dentro do quarto, Suichi dormia como um anjinho. Bocejando, foi tomar um banho. Vestiu um pijama de flanela, montando a cama na sala. Seguiu o exemplo do ruivo, capotando no travesseiro.
Estava naquele maldito lugar novamente, a floresta fechada, escura e úmida. Sabia muito bem o que acontecia a seguir, ia correr desesperada cortando as plantas do caminho, procurando algo. Era aí que vinha a pior parte, a mais sinistra e dolorosa.
Mas estranhamente, o sonho começou diferente, ou pelo menos ganhou um começo. Dentro de uma espécie de fortaleza, procurava algum objeto. Encontrou um espelho enfeitado, pegando-o. A imagem que surgiu nele espantou-a, um rapaz moreno, de cabelos longos, orelhas pontudas e duas asas.
- Kuronue!
Respondeu prontamente ao chamado, deparando-se com aquela raposa prateada novamente. Tomou o objeto de suas mãos e o puxou, correndo para fora do lugar.
Nesse momento o sonho se tornou familiar, algo caíra e voltou para buscar. Seu corpo foi atravessado por inúmeros bambus, o sangue escorrendo em abundancia no chão.
- Kurama!- gritou, acordando suada.
Suichi estava ao lado do sofá, foi a primeira coisa a que se agarrou. Encostou a cabeça no peito do ruivo, deixando que a embalasse.
- Shhh...Foi só um pesadelo...- acariciou-lhe a cabeça.- ouvi você me chamar no meio do sono...
- Chamando você?- franziu as sobrancelhas.
- Estranho...nunca me chamou de Kurama, e sim de Suichi...- limpava-lhe as lágrimas.
Levantou-se assustada, lembrando de algo. Pegou um papel e lápis, esboçando um desenho mal feito, às pressas. Terminando, mostrou-lhe.
- Esse é Kuronue?
- O que?- apesar dos rabiscos, deu para identificar- é esse sim...onde o viu?
- Apareceu no meu sonho, deve ter alguma relação com você certo? Eu sabia que já tinha ouvido esse nome...
- Como assim, sonhou com ele?
- E com você...sua identidade youkai.
- Eu não estou entendendo...
- Acho que está na hora de te contar, faz dois anos que tenho o mesmo sonho.
Contou que estivera procurando-o e porque, tentando esclarecer de uma vez por todas o pesadelo que a atormentava. Descreveu o encontro com Charles, com quem passou a procurar pistas. Escutava-a com atenção, interessando-se mais e mais, reconhecendo algumas passagens do sonho.
Soltando tudo o que estava preso na garganta a muito tempo, ficou mais leve e aliviada. Perguntou-lhe o que ele achava, apenas sorriu-lhe e disse que pensaria mais tarde. A fez dormir, tranqüila finalmente. Enquanto Suichi não conseguia pregar o olho, pensando e repassando na mente tudo o eu lhe fora revelado. Tirou uma conclusão surpreendente e aparentemente improvável.
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Mirava-se no espelho do banheiro, pensativo. Levantou a mão esquerda fechada, segurando o pêndulo que tirara do pescoço de Yuri. Na outra mão, segurava um frasco de vidro, em forma de coração humano, que continha um líquido vermelho.
Aquele mistério o estava perturbando, desde que aquela menina aparecera na sua vida. Sua desconfiança apenas cresceu com a vinda dela na casa, todo o dia via os trejeitos e costumes semelhantes a alguém. Chegara a hora de tirar a prova dos nove, olhou-se novamente no espelho.
Yuri acordou, esfregando os olhos e passando a mão no colo. Franziu as sobrancelhas, onde estava o seu colar? Não lembrava de tê-lo tirado do pescoço. Saiu sonolenta da cama, vasculhando o chão, debaixo das cobertas e travesseiro. Bateu na porta do banheiro.
- Suichi, você viu o meu pêndulo por aí?
- Não vi não, porque?- mentiu sem abrir.
- Estranho, acordei sem ele...onde será que eu coloquei?
- Procura no armário do quarto, deve ter guardado junto com as roupas.
- Deve ser...
Agachou-se, procurando entre as roupas dobradas da gaveta. Não estava em lugar algum, ouviu o som da maçaneta.
- Acho que aqui também não está, Su...
O som da chave sendo virada na fechadura a fez estacar, olhou para a porta, assustando-se. A figura prateada se encontrava de pé na soleira da porta, com seu pêndulo pendurado no pescoço.
- E-eu não gosto dessa brincadeira, Kurama.
Encostou-se na parede do lado oposto do dele, cautelosa. Hiei tinha de ter decidido dar no pé? O que pretendia?
Viu a raposa avançar dois passos, tremendo de medo, começou a levitar os objetos da penteadeira, num gesto de defesa. Mais um passo da raposa, e iria voar escova de cabelo na testa. Andou mais dois passos, sendo atacado pelos objetos, com o chicote os repeliu.
Tinha a ligeira impressão de que aquilo só o irritou ainda mais, pois ele partiu para cima. Agachou-se e escondeu o rosto com os braços, esperando a agressão. Como ela não veio, espiou entre os braços, seu rosto estava a dez centímetros do seu.
O youko a ergueu pelos ombros, arremessando-a contra a cama, gritou de dor ao sentir as tábuas baterem nas costas sob o colchão. Deitou-se de lado, segurando os joelhos contra o peito. Mas ele a fez deitar de costas, agarrando-lhe o pescoço. Sufocava-a com apenas uma mão, enquanto a outra segurava o frasco de vidro. Tirou a rolha com os dentes, cuspindo-a e sorvendo o liquido, sem engolir. Como Yuri mantinha a boca aberta, em busca de ar, despejou o liquido com a própria boca, obrigando-a a engolir.
Largou-a tossindo entre os lençóis envoltos, cruzou os braços e encostou-se na parede, ia apenas observar o que acontecia.
Sentia seu corpo ficar ora quente, ora frio, sua garganta queimava. Trêmula, saiu da cama, não conseguindo se manter em pé, engatinhou até a porta. Lembrou que ela estava trancada, não tinha forças para arrebenta-la, dava socos débeis na madeira, inutilmente.
- Não me decepcione...- Kurama murmurava para si mesmo.
Uma dor dilacerante tomou conta do corpo feminino, ajoelhou-se no chão, com os braços em volta da barriga. Começou a chorar compulsivamente, clamando sua ajuda. Vendo que o efeito demorava para agir, desistiu e foi ampara-la. Parou a três passos dela, algo havia começado. Lamentou por ser tão doloroso para Yuri, mas tinha de fazer aquilo.
As costas coçavam terrivelmente, os cabelos curtos e loiros foram crescendo e escurecendo. As orelha alongaram-se, os caninos ficaram mais salientes. A camisa rasgou atrás, libertando um par de asas negras. Já não era nem humana, nem mulher, o youko sorriu satisfeito.
O sofrimento cessou, a ningen dando lugar a uma figura youkai alada de cabelos longos e pele clara. Colocou a mão no rosto, apertando os olhos e suspirando pesadamente. Ao passar os dedos pelas madeixas longas, assustou-se. Levantou-se com dificuldade, a raposa segurou seu braço para ajudar. Afastou-o amedrontado, encostando-se na parede.
- Calma...Sou eu, não se lembra de mim, Kuronue?
- Ku-Kuronue?- franziu as sobrancelhas finas, erguendo-as segundos depois num sinal de reconhecimento.- Esse é o meu nome!- sorriu.
Viu o espelho da penteadeira e foi até ele, enxergando seu reflexo surpreso. Tocou o rosto com os olhos fixos nele, mexeu as asas, certificando-se de que aquilo era real. Começou a rir histérico, apontando o espelho para Kurama.
- Eu estou vivo...Vivo! Olha só, sou eu, meu cabelo, minhas asas, minha voz, meu corpo!
O youko sorriu da alegria do youkai, tornando a expressão mais amistosa e menos ameaçadora. Chegou-se ao morcego, passando os dedos nos fios lisos e pretos, afastando-os do rosto e prendendo-os atrás das orelhas pontudas. Estava tão entretido com sua imagem, que mal notou o toque.
- Olha para mim, Kuro...- pediu virando seu olhar para si.
Com os olhos rasos d'água. O youko prateado afastou um pouco para vê-lo por inteiro, o fez dar uma volta. Por fim o abraçou emocionado, deixando as lagrimas brotarem e rolarem. Hesitante, Kuronue correspondeu ao abraço, deixando-o molhar seu ombros com o choro.
- Você se lembra de mim, não se lembra? Por favor, diz que sim!
- Claro que me lembro...Kurama Youko...- disse tranqüilamente.
Ao ouvir seu nome, foi tomado por uma nova onda de emoção, apertando-o mais nos seus braços, para que não escapasse nunca mais. Foi se acalmando, sobrando apenas os soluços que ainda faziam seu corpo tremer.
Com a boca próxima do pescoço alvo, com os cabelos roçando-lhe a face, não resistiu. Mordicou-o, deixando uma trilha de marcas avermelhadas na pele. Baixou as mãos, alcançando o quadril, apertou-o contra si, o outro prendeu a respiração. Com pequenos beijos, foi traçando um caminho até os lábios macios. Segurou gentilmente a cabeça morena, beijando-o. A língua não encontrou resistência alguma, adentrando o interior quente. Fazia tanto tempo, que quase esquecera o quanto era bom sentir aquele gosto e as presas selvagens. Param abruptamente para respirar, fitando um ao outro, ofegantes.
- Eu senti tantas saudades...
- Eu também senti...
Tirou o trapo que cobria o tronco de Kuronue, já que a camisa havia rasgado com as asas. Admirou o peito amplo nu do companheiro, com a cabeça inclinada levemente, deslizou a mão pelo tórax abdômen, recordando cada detalhe. Ao alcançar a virilha, entrou debaixo do cós da calça, o morcego segurou seu pulso, retirando sua mão.
- Não...Temos um assunto para tratarmos antes.- disse sério.
- Agora? Podia ser mais tarde?- respondeu com a voz rouca.
Encostou-se mais uma vez nele, ronronando. Relutante, Kuronue o afastou, e então viu seu colar que procurava a alguns minutos atrás pendurado no pescoço da raposa. Estendeu a mão, pedindo-o de volta.
- Primeiramente, me devolva o pêndulo. Não devia tê-lo pego de mim, não costumávamos roubar coisas um do outro.
- Você o quer? Venha pegá-lo.- sorria maliciosamente.
- Não estou a fim de seus joguinhos agora, Kurama!
Ignorando seu apelo, o youko foi para o outro lado da cama, rodando o colar nos dedos e mostrando-lhe a língua. Estava ciente de que queria provoca-lo, mas acabou entrando na brincadeira. Foi atrás dele, a raposa subiu na cama e saiu para o outro lado, ficando nisso, dando voltas pelo quarto.
Cansado daquilo. Kuronue pulou em cima dele, fazendo-o cair de barriga para baixo. Prendeu seu corpo sob o seu. Rindo deliciosamente, Kurama começou a rebolar, esfregando seu traseiro no baixo ventre do morcego fazendo-o tomar consciência do seu estado real.
- Tem certeza de que não quer? Não parece...
- Droga.
Tirou seu peso de cima da raposa, deitando do seu lado, vencido. O youko debruçou-se sobre ele, tirando o pendulo e colocando no seu pescoço, ajeitando os cabelos. Deitado em cima do seu peito, passou o dedo pelos lábios úmidos, sendo preso pelos dentes gentilmente.
Resvalou a língua pelos mamilos rosados, fazendo-os endurecer com o toque. Continuou indo para baixo, provando a pele pálida, circundou o umbigo delicado, detendo-se um pouco. Chegando onde pretendia, despiu a calça do pijama, que estava apertada, já que seu corpo era mais musculoso que o de sua forma humana.
Foi subindo novamente pelo interior das coxas, encontrando o sexo intumescido, pronto para a sua degustação. Deslizou a língua da base ate a ponta, fazendo o caminho inverso. Kuronue projetou os quadris para cima, numa suplica muda. Atendendo o seu pedido, tomou-o finalmente, sugando-lhe toda a extensão, com avidez.
Arqueou o corpo, gemendo involuntariamente, enlouquecendo de prazer. O fez chegar ao êxtase, deixando o líquido fluir para dentro de sua boca. Lambeu o restante do sêmen que sobrara na ponta, olhou para cima, deparando-se com o olhar lânguido do morcego.
Tirou as própria túnica branca, ajeitou-o na cama, colocando alguns travesseiros abaixo de sua cabeça. Flexionou seus joelhos e os separou, para melhor ver o orifício logo abaixo. Debruçou-se sobre Kuronue, tapando sua boca com a sua, antes de encaixar-se entre as pernas dele. Deu um gemido abafado pelo beijo e arranhou os ombros nus que segurava, sentindo a penetração dolorosa.
Beijou-lhe as lágrimas que banharam as faces, começando a se mover dentro dele, lentamente para não feri-lo. Sua testas suadas encostadas, as respirações mesclavam-se ofegantes. Segurando-o pelas nádegas macias, Kurama começou a penetra-lo mais rápido, num ritmo acompanhado pelo youkai moreno. Atingiu seu limite, com as pernas do outro apertando-o contra seu corpo.
Caiu extasiado sobre Kuronue, com a cabeça
repousada na curvatura do pescoço. Ficaram assim, deitados em cima
do outro, até que se acalmassem e caíssem no sono, abraçados.
CONTINUA