Uma Pescaria

 
 

Por Lucretia


Após mais uma noite de luxúria entre os dois amantes, Hiei aconchega sua cabeça no peito de Kurama, e este afaga-lhe os negros cabelos. O sono já viria para cuidar dos dois corpos cansados, após aquela doce batalha que haviam travado a poucos minutos. Mas como que lutando contra o sono que lhe abatia Kurama falou:

— Amanhã a noite você volta para o Makai, não é, Hiei?

— Sim, infelizmente Hiei respondeu quase que murmurando.

— Então vou te levar para um lugar legal amanhã. Acho que você vai gostar.

Hiei levantando a cabeça encarou Kurama, sabia que aquele era mais um daqueles estúpidos programas ningens que tanto odiava, mas que seu amante insistia em levá-lo.

— Gostaria mais se fosse um lugar onde pudéssemos ficar sozinhos — Hiei falou, franzindo a testa, já pensando naquele tal de cinema, que passavam aqueles estúpidos filmes que não achava a mínima graça.

E vamos. Só eu e você e alguns peixes — Kurama sorria, olhando para seu belo amante — Vamos a choupana da minha família, que fica perto de um belíssimo rio, onde podemos pescar grandes e deliciosos peixes. E como sei que você não sabe pescar, eu te ensinarei. O que acha?

— Acho que não quero aprender a pescar — Hiei respondeu, irritado, acomodando sua cabeça de novo no peito de Kurama. Não queria saber de nenhum peixe e nem queria saber pescar, queria ficar ao lado de seu Kurama aproveitando o pouco tempo que teriam juntos.

— Mesmo assim acho que você vai gostar — Kurama ainda falou uma última vez antes dos dois caírem no mais profundo sono.

No dia seguinte, antes que o sol nascesse, Kurama acordava Hiei, que resmungou e virou-se, dando as costa para Kurama, voltando a dormir de novo.

— Hiei!! — Kurama voltou a chamar seu amado, que nem se moveu.

— HIEI !! — Kurama chamou-o mais uma vez, gritando e puxando-o pelos pés.

— Sua raposa louca! — Hiei batera com a cabeça no chão, mas finalmente Kurama o tinha acordado — O que aconteceu agora? Onde é o incêndio? Ainda nem amanheceu. — Hiei, agora, apoiava-se em um dos braços, enquanto com a outra mão alisava a parte onde batera com a cabeça e olhava para janela. Estava tudo escuro de fato, mas o sol nasceria dentro de meia hora.

— Precisamos sair agora para ir pescar — Kurama explicava-lhe a urgência daquele chamado aquela hora da madrugada, ao mesmo tempo que se vestia.

— Mas ainda é tão cedo — resmungou Hiei, tentando se levantar.

— Não temos tempo a perder. E afinal de contas, a choupana fica a uma hora de viagem daqui e nosso tempo é curto — mais uma vez Kurama explicava-lhe os motivos — Vista-se, estou esperando na garagem — e jogou as roupas no rosto de Hiei, saiu do quarto.

Hiei vestiu-se, muito à contragosto, pois seu corpo pedia para que voltasse a dormir, mas como sempre não podia deixar de atender a um pedido de sua doce raposa ruiva.

Dirigiu-se a garagem, onde Kurama já arrumava as coisas que iria precisar para a pescaria. Hiei viu Kurama colocando no porta-malas uma cesta e uma pequena lata velha, que não entendia para que serviria na tal pescaria. Viu também Kurama pegar duas varas compridas e amarrando-as em cima do carro. Tudo parecia muito estranho aos olhos de Hiei. Ele não conseguia entender o que aqueles objetos significavam, mas permaneceu calado, observando seu amado, talvez mais tarde Kurama explicasse para que serviam tais instrumentos.

— Agora podemos ir — Kurama deu um pequeno beijo em Hiei e guiou-o até o carro. Fechou a porta do lado do passageiro e deu a volta, entrando em seguida, dando a partida no carro. Hiei o encerrou interrogativamente, mas encantado com a vivacidade de seu Kurama, que lhe deu um outro beijo, mais profundo que o anterior, enquanto com um pequeno controle abria a porta da garagem. Então saíram e ciaram na estrada.

Uma hora depois, estavam na choupana da família de Kurama, o sol já havia nascido e brilhava com grande vivacidade, anunciando a alegria que seria aquele dia.

— Chegamos, finalmente — Kurama falou, desligando o carro e abrindo a porta saiu. Hiei o acompanhou, ficando alguns minutos observando a choupana. Era uma Choupana pequena, mas aconchegante, de madeira e muito bonita.

— Hiei, você pode me dá uma mão aqui, por favor? — a voz de Kurama chamou a atenção de Hiei, que virou para ele imediatamente. Kurama entregou-lhe a cesta e a pequena lata, que só agora conseguia ver que estava cheia de minhocas, mas para que serviam não entendia por mais que tentasse, enquanto Kurama segurava as duas varas de pescaria e fechava o porta-malas do carro.

— Vamos, é por aqui.

Kurama guiou Hiei por trás da choupana, de onde podia-se ver um pouco mais distante um sinuoso rio passando. Dirigiram-se até lá, Hiei ia calado, mas não aquentava mais aquilo, estava começando a ficar chateado, não queria mais saber de pescaria nenhuma, queria sua raposa em seus braços. Kurama ia na frente, parecia estar se divertindo muito e ignorava os sentimentos de Hiei.

Quando chegaram a margem do rio, Hiei olhava para Kurama desejoso, o lugar onde estavam era totalmente privado, nenhuma alma viva poderia ali chegar, o que aumentou o seu desejo. Então, com um único pensamento em sua cabeça, deixou que tudo que estava em suas mãos caíssem, espalhando as minhocas, que seriam necessárias a pesca, o que fez Kurama soltar um grito de desespero.

— CUIDADO COM AS MINHOCAS!!

— Eu vou dar uma pra você chupar — Hiei agarrou o braço de Kurama, forçando-o a ficar de joelhos, enquanto que com a outra mão ele abria a calça, expondo sua enorme ereção. E de repente as minhocas tinham perdido o interesse de Kurama, não tinha mais importância que elas fugissem, então, ele abocanhou o sexo de seu demônio do fogo e o chupou com vontade, tinha entendido a urgência do desejo de Hiei. Este soltou um alto gemido, quando sentiu seu órgão sendo sugado pela quente e deliciosa boca de Kurama. Era puro em doces movimentos de vai-e-vem sem fim.

Hiei agarrou-se aos ruivos cabelos de Kurama, por não encontrar um lugar melhor para se segurar, puxando-os com força, enquanto Kurama aumentava a velocidade e a violência das chupadas, fazendo o seu demônio gemer cada vez mais alto.

Mas antes que Hiei gozasse, Kurama parou sua doce tarefa e colocou-se na frente de sue amante. Hiei pode perceber a ereção pulsante de Kurama, apertando-lhe a calça, tomou-lhe nos braços nos braços e lançou em seus lábios um longo beijo, enquanto que com as mãos tateava o cinto e o botão da calça de sua raposa. Com certa dificuldade conseguiu se livrar do cinto, mas foi o botão que apresentou maior resistência. Deve uma forte vontade de rasgar aquela calça, mas foi impedido pela lembrança do pedido de Kurama, para que não fizesse mais isso, e então, parou olhando com enorme impaciência para Kurama.

— Você pode me ajudar com isso.

— Claro! — Kurama rapidamente abriu o botão e o zíper da sua calça, deixando-a deslizar pelas suas pernas. Em seguida livrou-se rapidamente dos botões da camisa, libertando seu tórax para os beijos de Hiei.

Hiei também livrou-se da camisa que vestia e deitou seu amante cuidadosamente na areia a margem daquele murmurante rio. Depois investiu doces beijos nos rosados mamilos de Kurama, que gemia feito um gato no cio, de tanto prazer que sentia ao ser tocado daquele jeito por Hiei. Adorava aquilo, principalmente, vindo de seu demônio do fogo.

Em seguida os lábios de Hiei desceram em direção a virilha de Kurama, agora era a vez da raposa ter o seu sexo abocanhado. Kurama gemeu alto, quando sentiu a quentura úmida da boca de Hiei, chupando-lhe com fome e luxúria. Era uma sensação que beirava a loucura, Kurama não conseguia manter a lógica dos seus pensamentos, era um ser que sentia, nada mais que isso.

Logo o gozo vinha com força num jato de delirante prazer, enchendo toda a boca de Hiei com aquele líquido quente e deliciosamente prazeroso. Hiei engoliu uma parte, mas o gozo de Kurama era tão intenso que deixou um pouco escorrer de sua boca, sujando seu queixo.

— Ahn... Eu adoro isso, Hiei — Kurama gemeu puxando seu pequeno demônio para dá-lhe mais um beijo, mas ao ver a pequena gota do seu próprio gozo pendurado no queixo de Hiei não excitou em lambê-lo, tomando para si aquela gota de puro êxtase.

Hiei beijou-lhe na boca, enquanto puxava as languidas pernas de Kurama para cima de suas costas, abrindo-as, deixando a raposa totalmente exposta. Kurama podia sentir o sexo de seu amante roçar entre a sua entrada, que já esperava pela invasão daquele demônio sobre seu corpo.

Sem avisar, Hiei entrou em Kurama de uma só vez, arrancando um longo e alto gemido, que podia ser claramente confundido com um gemido de dor, mas era essa pequena dor que lhe dava o mais luxuriante dos prazeres. Hiei, então, começou com estocadas leves, a principio, enquanto encarava sua raposa vermelha, que tinha os olhos cerrados e a cabeça voltada para a esquerda, tamanho o prazer que sentia.

— Kurama... Olha pra mim... — pediu Hiei, sem parar com suas estocadas, ainda sutil, mas Kurama ignorou o pedido de sue amante, provocando-lhe uma fúria luxuriante. Então, Hiei aumentou a velocidade de suas estocadas, puxando com força os cabelos que cobriam a testa suada de Kurama.

— Sua raposa estúpida... Olha pra mim... Quero ver seus olhos...

Kurama abriu os olhos e encarou Hiei, que parecia estar queimando de raiva, e teve um pouco de medo, fixou por alguns minutos os olhos verdes no vermelhos dos olhos de Hiei. Este o encarava com uma fúria desejosa, como um animal que sacia todos os desejos de besta, sem parar de estocar Kurama, aumentando a velocidade a cada segundo. Não agüentando mais de prazer, Kurama desfiou o olhar, se contorcendo, mas foi logo repreendido pelos berros de Hiei.

— Olhe pra mim... raposa estúpida e desobediente...

Kurama obedeceu sem dizer uma só palavra, de sua boca ouvia-se apenas gemidos. O prazer aumentava cada vez mais junto com as estocadas de Hiei, mas Kurama não podia desfiar seu olhar e nem fechar os olhos. A ruiva raposa encarava Hiei, que o olhava cheio de desejo, o que fazia seu prazer aumentar. Hiei precisava ver os belos olhos verdes de Kurama, que pareciam duas esmeraldas, precisava mergulhar na imensidão daqueles olhos, enquanto o amava.

Não demorou muito para que o gozo de Hiei preenchesse todo interior de Kurama, acompanhado dos gemidos de ambos. Hiei lambeu levemente a boca da sua raposa, antes de repousar sua cabeça no peito de Kurama.

Permaneceram assim, quietos e calados, por alguns minutos, esperando que suas respirações voltassem ao normal. Hiei ficara quietinho, escutando o coração de sue amado, descompassado, a principio, mas acalmando-se aos poucos.

O silêncio logo foi quebrado por Kurama, que sorrindo falou:

— Não falei que você iria gostar deste lugar.

— Até que foi melhor do que eu esperava — Hiei respondeu as palavras de Kurama com um pequeno sorriso nos lábios. E levantando um pouco a cabeça, deu com os olhos nas duas varas de pesca jogadas no chão, a esmo.

— Mas estraguei a sua pescaria, não é mesmo?

— Não tem importância. Outro dia posso te ensinar a pescar — Kurama, puxando suavemente o rosto de Hiei, pelo queixo, respondeu alegremente e satisfeito. E continuou falando — E já que a nossa pescaria acabou, poderíamos ir para a choupana e aproveitar o resto do dia. O que acha, Hiei?

— Acho que estamos perdendo muito tempo aqui — Hiei saltou rapidamente, vestindo sua camisa e recolhendo a cesta e a lata que a algum tempo atrás havia jogado ao solo.

Kurama olhou-o surpreso com a rapidez de Hiei em arrumar as coisas para voltarem para a choupana e deu uma breve e deliciosa gargalhada. Hiei franziu a testa, irritando-se com a risada daquela raposa louca, sem entender o motivo da graça.

— Qual é a graça. Kurama?

— Nada... Ai, ai... só a tua pressa em ir para a choupana — Kurama parara de rir, enquanto tentava se levantar do chão.

— Pare de zombar de mim, ou irei embora agora mesmo, ouviu sua raposa...— Hiei falou irritado com Kurama, que o interrompeu com um beijo.

— Não quis zombar de você, meu querido

— Hunf!... — Hiei olhou para Kurama com os cantos dos olhos, desconfiado, demostrando seu mal-humor típico.

Depois que Kurama terminou de se arrumar apanhou as varas de pesca que estavam jogadas no chão e deu uma pequena observada no rio, um pouco desanimado pela diversão cancelada, mas logo quando seus verdes olhos caíram sobre a figura de Hiei, um belo sorriso de felicidade brotou nos lábios, pela súbita mudança de planos. Então voltou-se para seu amado Hiei, tocando-lhe, com uma das mãos, a nuca de seu demônio do fogo e disse:

— Vamos, não temos tempo a perder

— É, não temos tempo a perder — Hiei responder, já com um sorriso de antecipação pelo maravilhoso dia que teria com a sua raposa antes de voltar para o Makai.
 
 

FIM



Por Lucretia lucretia_bete@hotmail.com