Essa flor me traz lembranças suas...
Assim como aquele dia – o dia em que me deste um flor de presente para que eu me lembrasse de você...
Era um Sábado, e nós havíamos decidido ir para nossa casa "especial", uma casa que tínhamos construído nas montanhas exclusivamente para os fins-de-semana.
Era fim de tarde, e eu adormecera em teus braços... quando vistes que eu dormia, você saíra, fora para a floresta.
Então abri meus olhos, e você não estava comigo... Fui atrás de ti.
Te encontrei sentado em meio a uma clareira, fitando uma flor. Uma flor negra.
E quando me aproximei, você virou para mim, me entregou a flor, e disse:
"Quero que a guarde... E, quando você olhar para ela, você lembrará de mim."
Deste as costas à mim, e caminhastes em direção à casa... e eu fiquei a observar a flor:
Tinha um cheiro agressivo, forte... Era negra como a noite, mas ao olhar para dentro dela, vi o quanto era bela: branca como a neve, e como sua alma tão sofrida, Koorime...
Os dias se passaram, e, uma noite, criando coragem, você veio me perguntar o que eu tinha feito com aquela flor, e eu te disse para esperar pela manhã, que eu haveria de mostrar.
Ao amanhecer, eu te acordei com um beijo... e acordaste em um jardim.
Senti seu coração bater descompassado, ao ver a surpresa que eu tinha feito para você:
Um jardim inteirinho com centenas daquelas flores... e me amaste, então, como nunca me amara antes...
Outro dia, eu discuti com você, e me arrependi... Chorei o dia inteiro. E fui até lá, para lembrar de você.
Segurei uma das flores, e, em meio às lágrimas e soluços, fiquei a lembrar das promessas que havíamos feito de que nunca nada nem ninguém nos separaria...
Então, bem devagar, você me abraçou, com as mãos segurou a flor, e meus lábios docemente beijou...
Agora, toda vez que ficas longe de mim, eu venho aqui, no nosso jardim, lembrar de todos os momentos felizes que passamos, e em tudo o que virá.
E, com uma destas flores na mão, - a tão rara de se encontrar "Lágrima do Imperador" -, eu fico aqui a te esperar...
Pois, todas as vezes você vem, e diz-me então, baixinho:
"Ai Shiteru, Kitsune... E nunca vou deixar de te amar."