Para Não Dizer...

 



Por Illy-chan




Capitulo 01

Naquela noite, ele o tocava como se fosse feito do mais puro e precioso cristal: as carícias eram suaves e ternas como o roçar de plumas, resultando numa corrente de fogo circulando no corpo de Kurama.

"Eu não vou quebrar, Hiei..." – ele sussurra, ao sentir-lhe os dedos a deslizarem com delicadeza extrema pelo seu tórax.

Ele depositou-lhe um beijo logo em cima do coração.

"Shhhh... Você esteve muito mal, Kitsune..." – O Youkai falou, cônscio de que quase enlouquecera durante o período de recuperação do ruivo, após uma batalha na qual tinham ajudado Yusuke a deter mais uma rebelião no Makai, ocorrida semanas antes. –"Tenho que tomar cuidado."

Sentindo uma onda de emoção ameaçar explodir seu coração, Kurama suspira fundo, enquanto levava as mãos aos cabelos negros do Koorime, afagando-os de olhos fechados.

Oh, Inari: tantas emoções... tantos sentimentos guardados dentro de si...! Só queria poder ter a glória, de, um dia, poder ouví-lo dizer que o amava.

Mas isso, Kurama bem sabia, era como desejar a Lua.

Hiei lutara como se contra demônios, para evitar sua aproximação, e, consequentemente, o desenrolar da amizade... e do amor de ambos... O Koorime só aceitara levar o relacionamento dos dois para o lado físico, por achar que Kurama, com todo o seu passado como Youko, estava sabendo separar as coisas: "Nada de emoções.", o Youkai exigira, logo após a primeira noite juntos.

Com o coração em pedaços, Kurama aceitara... apenas para chorar sozinho horas depois, por não poder demonstrar a alegria e a felicidade supremas que sentia, por finalmente ter feito amor com o ser que tanto amava – e não ter o direito de dizer-lhe.

Sim, o Jaganshi não sabia de seus sentimentos... e teria toda a razão em ficar aborrecido se ele, o grande Youko Kurama, resolvesse mudar subitamente as regras do jogo, confessando que o amava... e que, acima de tudo, desejava o amor dele.

"Aborrecido..." – ele pensou, com um sorriso triste – "... seria dizer o mínimo." – Hiei na certa lhe dirigiria um olhar incrédulo – e fugiria dele como o diabo da Cruz. Ou pior: ficaria frio, gelado... e sumiria de sua vida em um piscar de olhos.

Ainda lhe acariciando os cabelos, Kurama abriu os olhos e sorriu para o Koorime, o rosto delicado e forte ao mesmo tempo, pousado zelosamente sobre seu tórax, como que se acompanhando as batidas de seu coração.

"Bem, talvez tivesse uma chance..."- pensou. Hiei já demonstrara inúmeras vezes por meio de gestos e atitudes que necessitava dele – que precisava dele... Talvez um dia, ele acordasse e percebesse – que Inari o permitisse! – que o amava, também.

Os dedos delicados foram descendo dos cabelos negros para a face masculina do Youkai, obrigando-o gentilmente a erguer o rosto em sua direção.

"Eu não vou quebrar, Koorime."– repetiu, com um ar malicioso nos olhos verde-esmeralda.

Hiei retribuiu com um dos seus raros meio-sorrisos:

"Isso é um convite, Raposa?" – ele perguntou, com a voz rouca, esfregando uma face no tórax de Kurama, e olhando-o sensualmente através dos fios de cabelo caídos na testa.

"Convite? Isso é uma ordem, Youkai." – brincou Kurama, agarrando-o pelo pescoço, e puxando-o para cima de seu corpo.

Hiei obedeceu prontamente, sentindo de imediato algo novo no amante – algo que não existia antes.

Não sabia bem o que era, mas, o que quer que fosse, Kurama estava presente, vivo: estava lá, com ele, e para ele: excitado e feliz, e não distante, refugiado em si mesmo, como das últimas vezes em que haviam se amado antes da batalha.

"Talvez a recuperação..." – ele pensou, enquanto sua boca cobria a dele, num beijo que prometia enlouquecê-los – "... talvez a recuperação o tenha libertado do estado que ele estava antes." – e o ruivo tivesse começado a agir como antes. Não era exatamente o que ele queria, mas já se tratava de um começo.

Agora, tudo o que precisava fazer era transformar aquele começo em... Em quê? O que ele desejava de Kurama, afinal?

Devoção, talvez? Não. Isso Hiei não tinha dúvidas de possuir: Kurama era completamente devotado a ele. Nunca teriam tido sequer uma amizade, se o ruivo, determinado em seus sentimentos, não tivesse feito de tudo para conquistar sua confiança.

E jamais estariam aonde estavam – como amantes – se não fosse assim.

Amor?

Não!

Afastando os lábios dos dele, Hiei começou uma lenta jornada pelo corpo de Kurama, determinado a não permitir que ele se refugiasse atrás da barreira invisível que ele costumava erguer entre ambos, nas últimas vezes.

Essa noite, Kurama seria dele.

Só dele.

E de mais ninguém...

Por completo.

"Kitsune..." – murmurou, deslizando os lábios pelo pescoço macio e perfumado do ruivo, descendo em direção ao tórax. Lentamente, com deliberada precisão, foi depositando beijos sobre cada pedacinho de pele do tórax esguio e claro de Kurama, sem, no entanto, se aproximar – ao menos – dos mamilos.

Gemendo, Kurama segurou a cabeça do amante, direcionando-lhe a boquinha pequena para onde tanto queria.

Hiei, porém, resistiu: naquela noite, ia fazer amor com aquela Raposa bem devagar, e isso queria dizer controlar o desejo do companheiro, tanto quanto o dele próprio, até vê-lo louco de paixão, desesperado para ser possuído. E então, ia fazê-lo gritar seu nome, antes de finalmente penetrá-lo, e levar a ambos para o paraíso.

Rápido, Hiei sentou-se em cima do colo do amante, apoiando os joelhos e pernas no colchão, e pressionou as mãos em concha sobre os mamilos de Kurama, friccionando-os até sentí-los intumescidos de desejo. Sem desviar os olhos do ruivo, esfregou os bicos dos mamilos entre os dedos, numa carícia destinada a fazer intensificar ainda mais, a paixão que via crescer nos enevoados olhos verdes.

Pego em um dos seus pontos fracos, Kurama deixou escapar um longo gemido de prazer, e seus olhos fecharam, para que ele saborear melhor as sensações... e também para ocultar o amor que ele receava estar demonstrando através do olhar.

Satisfeito com a reação do amante, Hiei abaixou a cabeça e esfregou a face contra os mamilos endurecidos que se ofereciam, implorando pelo calor de sua boca.

Primeiro um, depois o outro: o hálito de Hiei roçava-os em suaves carícias.

Arqueando as costas, Kurama tentou atraí-lo para mais perto: parecia que uma corrente elétrica passava entre seus corpos úmidos de suor, aquecendo-os a um ponto quase insuportável. Somente a firme pressão da boca quente e molhada de Hiei em seus mamilos poderia aliviar-lhe a urgência do desejo que sentia.

Mas aquilo não estava nos planos do Koorime.

Sendo assim, Hiei continuou a deliciosa tortura, passando agora apenas a ponta da língua ágil e úmida sobre os botões rosados e distendidos.

A excitação, dentro de Kurama, ameaçava consumí-lo numa fogueira de desejo. Fincou os dedos nos ombros vigorosos do Youkai, no momento em que este fechou os dentes, voraz, sobre um mamilo intumescido.

Uma onda do mais puro prazer varreu o corpo de Kurama, que ofegou, arqueando-se.

Mas que no mesmo instante mordeu os lábios, lutando para reprimir as palavras proibidas... a confissão de amor que tanto desejava dizer.

"Não!" – exclamou Hiei, ao perceber a barreira que descia entre eles – "Maldição, Kurama: desta vez, NÃO!"

Colocando-se de joelhos, Hiei ergueu-o, com toda a força do corpo musculoso, de modo que o tórax de Kurama ficasse a sua frente, e as coxas macias, abertas, repousassem sobre as dele.

Pêgo de surpresa, Kurama agarrou-se aos ombros do amante, encarando-o, confuso: o que ele queria dizer com "não dessa vez"?

Segurando-o com firmeza pela cintura com um braço, enquanto que o outro, perdia-se por entre os longos fios vermelhos e molhados de suor nas costas de Kurama, Hiei o puxou bruscamente contra si, de modo que os mamilos tentadores ficassem ao nível de sua boca.

"Não desta vez!" – repetiu, tomando um mamilos doces vorazmente entre os lábios.

Se estivesse em condições de raciocinar com clareza, Hiei teria ficado chocado com o tom de raiva e desespero com que aquelas palavras tinham sido pronunciadas... e com a súplica implícita em suas ações.

Se pudesse pensar, ficaria mais chocado ainda, ao notar a natureza dos sentimentos irracionais que o dominavam.

Mas, naquele momento, apenas um pensamento existia: impedir Kurama de "fugir", para longe dele... de refugiar-se atrás daquela barreira invisível. Tinha de fazê-lo corresponder completamente, sem sombras do passado – amantes fantasmas, então.

Não haveria mais lentidão, agora.

Não.

Nada de lentas e suaves carícias: Hiei estava decidido a ouvir Kurama gritar seu nome, antes de possuí-lo, e nada o demoveria de seu intento.

Com avidez e sensualidade, ele sugou-lhe um mamilo como se nunca mais o quisesse largar. Com uma das mãos, acariciou-lhe e apertou uma nádega macia, enquanto seu membro rígido encontrava-se perfeitamente aninhado no vão entre as coxas de Kurama: a glande inchada, próxima ao ânus – mas sem forçar passagem, deixando o ruivo delirantemente consciente do quanto o queria.

O jovem Humano, por sua vez, travava uma batalha feroz no próprio íntimo:

"Eu te amo... eu te amo... eu te amo!" – as palavras ecoavam em sua mente, lutando para sair. Pressionando os lábios no Jagan do Youkai, o ruivo agarrou-o com força passando os bracos pelas costas, estreitando-se ainda mais de encontro ao corpo musculoso e tenso de Hiei.

Inconscientemente, seus quadris começaram a mover-se para frente e para trás, ao mesmo tempo em que fazia as nádegas contraírem-se ao redor do membro doYoukai, enquanto fazia o próprio membro esfregar-se, rijo, de encontro à musculatura do abdomen do Koorime.

Sentindo-lhe a resposta apaixonada, Hiei suavizou as carícias, e parte de seu desespero com as atitudes de Kurama atenuou-se.

Passou a sugar-lhe os mamilos mais delicadamente, interrompendo-se depois para dar então, leves mordidas em ambos, e para provocá-los com a ponta da língua.

Seus dedos acariciantes foram deslizando pelas curvas generosas das nádegas de Kurama, até chegarem à àrea desprotegida do seu ânus: a carne macia estava palpitante e quente, numa prova do desejo do ruivo.

Excitado, Hiei introduziu um dedo dentro dele.

Kurama deu um grito rouco, o corpo todo estremecendo de cima a baixo com a onda de êxtase que o invadiu.

"Oh, Hie..." – cerrando os lábios, ele calou-se, receoso, como sempre, de deixar escapar seu segredo, até mesmo ao dizer o nome dele em meio ao prazer.

Hiei retirou o dedo, interrompendo a deliciosa penetração.

"Diga." – exigiu ele.

Numa tentativa de enlouquecer o kitsune ainda mais, ele continuou deslizando o dedo no ânus tenso e contraído, sem, no entanto, introduzí-lo novamente.

"Diga." – exigiu outra vez, acariciando-o sem parar, vendo Kurama gemer, desesperado –"Vamos, diga."

"Eu..." – Kurama debatia-se entre a onda louca de desejo e confusão: ele queria ouví-lo dizer que o amava...? Era isso? Ele ia dizer que o amava, também? – "Oh, Hiei, eu..."

"Ah... Isso mesmo!" – a satisfação transpareceu na voz rouca do Koorime: - "Diga... Diga de novo!"

"O ... quê?" – Kurama perguntou, sem ar, completamente desnorteado.

"Meu nome: diga meu nome de novo."

"Hiei..." – ele murmurou, a mente descontrolada pelo anti-clímax: era só aquilo que Hiei queria que ele dissese? O nome dele?

"De novo."

Hiei deslizou ambas as mãos fortes ao longo dos quadris do Kitsune, afastando-o ligeiramente de si.

"Hiei." – repetiu Kurama, decidido a fazer o que quer que ele quisesse: - "Hi..." – sua voz falhou, ao sentir-se sendo puxado de encontro ao membro rijo, e penetrado numa única e firme investida : - "HIEI!" – gritou.

"Isso!" – o Youkai exclamou, triunfante, segurando-lhe os quadris com força, forçando-os firmemente para baixo, enquanto ia movendo-se, aprofundando-se cada vez mais dentro dele: - "Isso mesmo..." – repetiu, ao mesmo tempo em que uma das suas mãos soltava a lateral do quadril de Kurama e envolvia, num aperto até doloroso, o membro tenso e inchado que se esfregava contra seu abdomên. – "Hiei. Meu nome: Hiei." – continuou, até que o êxtase alucinante que vinha tentando conter percorreu-lhe o corpo viril... e explodir dentro do ânus do parceiro.

A sensação do clímax de Hiei, dentro de si, invadindo-o, descendo por suas nádegas, intensificou ainda mais as sensações de Kurama: enlouquecido de prazer, ele cruzou as pernas atrás da cintura do amante, cravou as unhas em seus ombros, e arqueou o corpo violentamente para trás, enquanto sentia o próprio membro explodir, jorrando seu sêmen na mão e no corpo do Koorime, num orgasmo avassalador.

"Hiei... Hiei... Hiei..." – repetia sem parar. A emoção o dominou por inteiro, ameaçando derrotar os últimos resquícios de autocontrole que lhe restavam, em meio àquele redemoinho de prazer... As palavras proibidas, na ponta da língua, clamavam por liberdade: - "Oh, Hiei..." – a voz era um soluçoo: -"... eu te..."

Foi quando o ruivo, molhado de suor, olhou realmente para Hiei: o Koorime parecia estar em transe – parecia que, naquele momento, ele tinha alcançado uma vitória... esta, muito mais significativa do que todas as que já havia conseguido na vida.

Hiei tinha a aparência de alguém que tinha conseguido obter algo que queria há muito tempo... e que não tivera escrúpulos para consegui-lo.

"Eu..." – de alguma maneira, fora ele o que Hiei quizera... e, agora, ao invés de se sentir em comunhão com o amante pelo maravilhoso amor que tinham feito, Kurama se sentia... marcado – como um objeto de posse, e não, como uma pessoa a quem fosse necessário amar e fazer se sentir amado.

Seus olhos encheram-se de lágrimas.

Sem notar a reação do amante, Hiei sentia-se nas nuvens: Kurama tinha gritado seu nome com uma paixão que não deixava a menor dúvida de que sabia muito bem quem estava fazendo amor : ele – Hiei... e não nenhum dos seus ex-amantes : Yomi, ou mesmo um dos fantasmas do seu passado: Kurunoe, por exemplo.

E só agora, Hiei se dava conta do quanto aquilo era importante para ele – sentir, ver...

Sentindo-se forte e viril, no topo do universo, Hiei mergulha os olhos vermelho-rubi nos de esmeralda, e, dando um dos seus tão raros sorrisos, diz:

"Você ainda vai acabar me matando, Raposa."

Sem saber o efeito que tal frase provocara em Kurama, Hiei incliana-se para beijá-lo.

Kurama, porém, vira o rosto, fechando os olhos para esconder as lágrimas que ameaçavam cair.

"Não vou chorar... Não vou!" – prometeu-se. Tarefa difícil, porém, para alguém que esperava ouvir uma declaração de amor... e, em vez disso, recebia cumprimentos por sua "incrível" performance na cama.

A bolha de felicidade em que Hiei se encontrava estourou com a frieza e desinteresse demonstrados pelo amante.

"Kurama?" – chamou, sem entender a reação gelada do outro.

"Eu... estou cansado, Hiei..." – Kurama moveu-se na cama de modo a fazê-lo entender que queria que saísse de dentro dele.

Segundos depois, isolava-se para dormir, com as costas voltadas para o Youkai, como se nada de extraordinário tivesse acontecido entre ambos, deixando Hiei com um gosto amargo na boca... e com um sentimento de...

"Maldição!" – Hiei pensou.

Ele não sabia o que estava sentindo... Só sabia que não estava gostando!

E chegara a pensar que finalmente tinham um novo estágio do relacionamento deles... que Kurama iria lhe dizer que seus antigos amantes não representavam mais nada, a não ser... lembraças. Principalmente o Rei de Gandara... Mas, ao que parecia, jamais teria essa – por que não dizer? – dúvida, tirada da sombra de sua mente.

Desanimado, Hiei lançou um olhar para a figura isolada banhada pela luz da lua, imóvel sob as cobertas. Ele estaria tremendo, ou era imaginação sua?

Não: decididamente, o ombro de Kurama estava tremendo.

Ele estava chorando!

Mas... por quê?

O que fizera, para magoá-lo daquele jeito, ao ponto de fazê-lo chorar às escondidas?

E o pior: o que diabos poderia fazer para resolver o que tinha feito, sem querer?

O que ele queria, na verdade, era sacudir aquela Raposa Estúpida pelos ombros, e perguntar-lhe, de uma vez, o que havia de errado. Mas ele tinha medo da resposta.

Não – de maneira alguma, ele conseguiria ficar parado, vendo seu Kitsune chorando, sem fazer nada.

Sem sequer pensar duas vezes, Hiei estendeu uma mão, hesitante, e tocou-lhe delicadamente o ombro.

"Kurama?" – chamou, com voz baixa.

O jovem Humano ficou rígido, fazendo-o retirar a mão, como se com medo de ser rechaçado.

"O quê?" – a voz do ruivo soou abafada, no esforço de disfarçar a dor que sentia, e o pânico que o invadiu: se se virasse para Hiei agora – se permitisse que ele o consolasse, justo naquele momento em que suas emoções se encontravam tão à flor da pele, iria se descontrolar por completo, desabando em cima do amante numa tempestade emocional, retratando a pior fase que já sentira em toda a sua vida: sua completa inabilidade de conseguir viver com Hiei... sem tê-lo verdadeiramente para si.

Ah!! E com certeza, Hiei adoraria que ele fizesse aquilo!! HÁ! Justo ele, um Youkai conhecido por sua fama de não ter sentimentos!

Ele iria odiá-lo.

"Oh, Inari..." – pensou, angustiado: - "... essa noite tinha tudo para ser especial, e eu estraguei tudo! Fiz tudo errado!!"

"Você está bem?" – perguntou Hiei, se sentindo um perfeito idiota: "Claro que não está! Se estivesse, por que estaria assim, chorando escondido?" – recriminou-se.

"Estou ótimo." – a voz de Kurama soou, inexpressiva.

Um muro de silêncio ergueu-se então entre eles, tornando-se maior a cada segundo, enquanto um esperava que o outro dissesse alguma coisa... ou que derrubasse a barreira construída pelos medos e pela falta de coragem de ambos.

Mas nenhum dos dois falou... ou moveu um só músculo em direção ao outro.
 
 
 
 

Continua...


Por Illy-chan
Janeiro a Março de 2001.