Por Yukina-Chan
Kurama rolou para o lado abraçando seu pequeno Koorime por trás,
e deu vários beijinhos
rápidos na nuca dele, sentindo-o sofrer espasmos de arrepios
em seus braços. Aproximou o
rosto do cabelo para sentir o aroma único que exalava dos fios
negros.
Os calores dos corpos misturavam-se, fornecendo uma cômoda atmosfera
sob o lençol claro.
Docemente, Hiei virou-se para a raposa e aninhou-se contra o peito
macio, e perfumado,
beijou-lhe e depois lhe tomou a cintura esguia com o braço esquerdo,
suspirando, fechou os
olhos. Voltaria a dormir protegido por Kurama.
- Bebê?... - sussurrou suavemente.
- Hn? - foi a resposta do youkai, sem nem ao menos abrir os olhos.
- Vamos sair para passear? - indagou para o Koorime encolhido em seu peito.
Soprando suavemente pela janela, o vento fez as cortinas bailarem graciosamente,
algumas
pétalas da cerejeira que Hiei costumava usar para entrar no
quarto, voaram pousando sobre a
cama e o chão do quarto.
O céu estava ficando avermelhado, o sol estava adormecendo em
meio a nuvens que flutuavam
sem rumo pelo ar.
Havia sido uma manhã ótima. Como era sábado, puderam
ficar até tarde dormindo. No almoço
Hiei teve seu prato favorito perfeitamente preparado pela raposa, que
serviu com sake e tudo
mais que tinha direito. Depois de tudo fizeram amor até não
agüentar mais e adormeceram
felizes, um nos braços do outro.
Hiei não queria acreditar no que escutava, era cruel. Sair àquela
hora para se meter em uma rua
cheia de ningens, carros, barulhos de todo tipo, cães, que odiava
mais que aos próprios
humanos... Enfim, um absurdo.
- Não me olhe assim... Vamos e dep...
A raposa foi calada com os lábios do Koorime. Sua intenção
era distrair Kurama um pouco, de
algum modo tinha que faze-lo mudar de idéia, não queria
sair de seu ninho quentinho e macio,
para simplesmente ir para a rua, além disso, estava meio frio
e com cara de chuva que era pior.
Claro que seu problema não era o frio...
Kurama abraçou o youkai puxando-o mais para cima, facilitando o beijo.
De repente o beijo passou de terno à voraz. Estava faminto pelo
Koorime; sua língua invadiu a
pequena boca de Hiei, apertando o corpo contra o seu.
Seus desejos de youko estavam aflorando. Seria noite de lua cheia, assim
se tornaria
demônio-raposa. Talvez fosse melhor ficar em casa, afinal, sair
pelas ruas transformado não
seria nada fácil, iria resultar em uma confusão que nem
queria pensar.
O youkai começou a debater-se sob seu aperto firme, não
conseguia mais respirar. Apesar de
estar se contorcendo, a raposa preferiu liberar-lhe aos poucos, evitando
que assim, o delicioso
beijo que trocavam fosse bruscamente interrompido.
- Ra-raposa... Ah! - nem conseguia respirar – ah...
- Desculpe – respondeu arfante, enquanto, ternamente abraçava
Hiei, que aceitava os carinhos
escondendo o rosto no pescoço de Kurama, sendo coberto pela
cortina carmim que exalava
essência de rosas – eu te amo tanto, bebê...
- Também te amo muito raposa... Só odeio estes nomes que você me coloca...
Kurama deu um risinho e foi afastando-se do Koorime.
- Bom... Vamos tomar banho e nos arrumar para sair!
- O que?
- Por favor, passamos o dia todo aqui...
- Hn!
- Obrigado amorzinho - a raposa deu um beijo na ponta do nariz de Hiei
e foi para o banheiro.
********
A raposa sentou-se no sofá. Como sempre Hiei estava levando uma
vida para arrumar-se, não
que ele ligasse para sua aparência, antes fosse, mas sim para
fazer Kurama desistir de sair ou no
mínimo para irritá-lo. Para tentar esquecer do tempo,
ligou a TV.
******
Impaciente olhou para o relógio sobre a mesinha ao seu lado:
19:03 horas. Mesmo sendo noite
de lua cheia esta não aparecia, estava tudo nublado, então,
seria uma saída rápida, o que
favorecia seu youkai. Caso começasse a chover voltaria para
o apartamento imediatamente, mas
tinha planos para depois desta volta...
Finalmente Hiei apareceu pronto na sala.
Desligando a televisão, Kurama levantou-se e foi em direção
ao youkai, chegando perto pegou
sua mão e foi puxando-o em direção à saída;
no corredor guardou a chave no bolso e rumou para
a porta do elevador.
Hiei olhava-o insistentemente na esperança que desistisse daquilo. Vão pensamento seu...
Suspirando, o Koorime encostou-se na parede. Odiava aquele troço,
parecia um caixão coletivo,
sempre que entrava em um sentia-se enterrado vivo, sem falar na demora;
humanos perdiam
muito tempo esperando aquilo "chegar". Pelo menos não era tão
ruim quanto uns que já havia
entrado, não tinham nada, nem aquelas músicas irritantes
que os ningens gostam, este tinha
espelho e ventilador.
Por fim, o caixão chegou e puderam sair do prédio.
O Koorime andava concentrado, com as mãos no bolso, parecia andar
sozinho pela rua, até que
parou. Virando para a raposa perguntou aonde iam, após ponderar
um pouco, Kurama segurou a
mão do Koorime e foi puxando-o em direção lugar
que pretendia passar umas horinhas
agradáveis com seu pequeno amante.
* * ** * *
- Aqui?
- Un-hun... Não quer?
- Hn... Eu até pensei que você fosse me meter naqueles
lugares cheios de humanos, com música
barulhenta e cheiro enjoado de perfume com cigarro - mas eu gostei
daqui...
- Que bom... - Hiei foi abraçado por Kurama, encolhendo-se, o
Koorime sentiu o perfume de
rosas que vida do cabelo da raposa.
Estavam sob uma cerejeira, no parque da cidade, a iluminação
estava precária, o que era ótimo
para os amantes.
Sentaram aos pés da grande árvore.
Kurama puxou o Koorime fazendo com que ele deitasse a cabeça
sobre sua coxa, permitindo
então, que a raposa pudesse suavemente acariciar seus cabelos
negros.
De repente o youkai levantou-se e ficou em posição de defesa.
- O que foi?
- Eu vi olhos ali atrás... Estava nos observando...
- Mesmo?
- Não sou maluco, eu vi!
Tudo estava silencioso. Hiei permanecia na mesma posição,
enquanto que Kurama tentava ver
algo de anormal por perto.
Voltando-se para o Koorime perguntou:
- São estes os seus observadores, Hiei? Lindos, não acha?
- O-olhos voadores? – indagou sem nada entender...
- Não, são apenas vaga-lumes... - sorriu divertido com
a expressão de seu amante - Vem cá,
eram apenas insetos, bebê, fica comi...
- Este youki... Kurama!
Sem reação, Hiei fitou a figura alta que se aproximava dele com passo elegantes e lentos.
Os cabelos prateados brilhavam intensamente sob a luz pálida
do luar, sua cauda estava agitada
e seus olhos... Eram enigmas sem solução.
A lua finalmente sugira dando lugar ao Demônio Raposa que habitava
o interior de Shuichi
Minamino.
- É nossa vez...
Plantas surgiram envolvendo suas pernas, pendendo-o ao chão. Não tinha como escapar.
Por que estava fazendo aqui? O Koorime não iria fugir, mas para
Kurama tinha que ser daquele
jeito; precisava da emoção de uma caçada, apesar
de entender, não tinha gostado nada de sua
atitude. Sentiu-se ofendido de repente. Nunca tinha sentido-se daquela
forma junto de Kurama,
em nenhuma de suas formas. Sendo tratado como animal...
No entanto, permaneceu imóvel. Fugira, ou melhor, tentara fugir
uma vez e nunca mais depois
disso. Gostava de sua raposa de qualquer jeito. Não havia necessidade
de plantas para
prende-lo, não fugiria.
- Tire estas plantas – sua voz soou rude. Porém, alguma coisa
dizia à raposa que não era bem
assim que se sentia seu youkai.
- Desculpe, está aborrecido? – perguntou se aproximando.
- ...
O youko parou à sua frente. Segurou o pequeno rosto com as duas
mãos, fazendo-o olhar em seus
olhos. Os rubis brilhavam intensamente. Dedos longos percorreram a
face infantil do Koorime,
tomou-lhe o lábio com os seus. Kurama foi abaixando-se até
ficar de joelhos, quase da altura do
youkai.
Retribuía o beijo, pedido de desculpa com certa ênfase.
Seus braços puxaram o corpo maior
mais para perto de si. Estava começando a sentir a excitação
crescendo, assim como a própria
raposa sentia.
Kurama prosseguiu, beijando o queixo do koorime, descendo até
o pescoço e se afundou na
curva terna. Sem se conter, Hiei jogou a cabeça para trás
gemendo baixinho, deixando a raposa
mais excitada.
Começou a deitar o pequeno corpo sobre a grama, aos pés
da cerejeira. Apenas poucos raios
prateados do luar tocavam os dois corpos.
Retirou suas roupas do youkai para continuar seu caminho até
chegar ao mamilo esquerdo,
fazendo Hiei gemer com o contato do língua úmida e quente
com sua pele extremamente sensível
para então sentir os lábios macios fechando-se sobre
ele.
Ficou parado durante um tempo olhando para o rosto modificado de Hiei,
diferente da feição
séria que costumava oferecer "feche os olhos, youkai...".
Sua mão fechou a grama em punhado, mordendo o próprio
lábio inferior com força, o corpo foi
tomando por um espasmo ao sentir seu membro sendo possuído com
todo vigor pelo youko
raposa. Kurama ficou satisfeito ao escutar o Koorime gemendo descontroladamente.
Com um
sorriso iluminado largou Hiei, tirou suas próprias roupas, então
se voltou para o peito arfante de
seu amante que implorava por algo...
Kurama sugou cada mamilo com muito prazer no tempo em que sua mão
explorava a entrada de
seu Koorime. Após encharcar seu dedo indicador na boca de Hiei,
levou-o de volta ao anel do
youkai e foi iniciando uma penetração lenta, porém
sem evitar as gemidos doloridos de seu
amado.
- Ra-raposa... – Hiei tentou falar puxando um pouco o cabelo prateado
de Kurama para
conseguir um pouco de atenção – pare... por favor...
Preocupado em estar machucando seu Koorime, à raposa afastou-se
talvez estivesse se
apressando. Afastou-se e deu espaço para Hiei que suavemente
afastou a raposa com o braço,
em seguida sentou-se.
Uma suave névoa pairava no ar, um vento frio soprou fazendo os
corpos se arrepiarem. O
Koorime encolheu-se contra o peito de Kurama que lhe envolveu o corpo
com os braços. Hiei
beijou-o de forma carinhosa.
Procurando apoio, Hiei pôs suas mãos sobre os ombros fortes
da figura prateada. Para ajudar o
youkai, Kurama segurou-o pela cintura enquanto o Koorime posicionava
o membro dilatado na
direção de sua entrada.
O youkai impulsionou-se de uma só vez, ao contrário de
como fazia como Shuichi. Kurama
estava quase com toda sua extensão dentro de seu amante. A dor
rasgou-lhe, fazendo com que
Hiei soltasse um grito meio abafado. Porém não estava
satisfeito, queria a raposa por inteira
dentro de si. Ergueu-se mais e depois desceu com força até
sentir que a extensão do youko
estava toda em seu corpo.
Era a primeira vez que o Koorime tomava a iniciativa com o youko e isso
deixava Kurama
muito satisfeito. Talvez fosse por que Hiei estava finalmente abolindo
as ultimas barreiras que
tinha contra a raposa. Hiei era sempre assim, de pouquinho em pouquinho
ia cedendo cada vez
mais a tudo que seu coração pedia, que sentia necessidade
e queria. Respondeu puxando Hiei
mais para junto, beijou seu amante com muito amor, enquanto sua mão
acariciava o pênis que
roçava contra seu abdômen sedento por atenção.
Sua mão deslizava estimulando o membro no mesmo ritmo que o koorime
impulsionava-se sobre
Kurama. Estavam muito perto do fim.
Finas gotas de chuva começaram a cair sobre ambos.
Hiei sentiu algo de diferente, quanto à raposa explodiu dentro
dele de forma espetacular,
fazendo com que ele próprio chegasse ao ápice, soltando
um grito abafado, então se encolheu
contra o peito de seu amado.
*********
Quando finalmente abriu os olhos, deparou-se com um par de esmeraldas
fitando-o
amorosamente, então lágrimas rolaram...
O céu estava coberto por nuvens, por isso Kurama havia voltado à sua forma humana.
Sem saber o que fazer, o Koorime abraçou e beijou sua raposa
em um pedido mudo de
desculpas.
- Obrigado bebê... Você, mais uma vez, me fez a pessoa mais feliz do mundo, obrigado.
- Eu te amo raposa... – disse fechando os olhos, ajeitando-se no colo
de Kurama; já estava quase
adormecendo – obrigado também, Kurama, gostei do passeio.
Kurama deu um sorriso malicioso. Apoiou a cabeça de Hiei e pensou
"desta vez, você não
levou a melhor, youko! Sua única noite em um mês e acabou
assim...".
Uma pequena e delicada flor de cerejeira caiu em suas mãos. Ficou
apenas observando-a. Olhou
para o céu nublado, a chuva ainda caia suavemente, então
abraçou Hiei beijando sua bochecha,
nariz e lábios.
Estava ótimo ali, apesar de frio, o youkai era tão quentinho
que aquecia Kurama junto, porém,
com pesar, lembrou-se que logo, logo, teria que ir embora, quebrando
todo aquele clima de paz.
O ruivo olhou mais uma vez para a flor, depois a colocou no lado esquerdo
da mecha branca de
Hiei que dormia tranqüilamente em seu colo.
- Já que gostou deste passeio, tenho certeza de que vai gostar
mais ainda do que eu estou
programando!...
Escrito por Yukina-chan
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