Vida a Dois



Por Yukina-Chan



Parte 2 - Mudança
 
 
 

Kurama acordou e não precisou abrir os olhos para saber que o koorime não estava junto se si.
Porém sentia sua pequena presença no quarto, resolveu sentar-se na cama e acordar de vez,
quem sabe seu amado quisesse algo neste instante. Contudo, isso não poderia ser, encontrou
Hiei vestindo sua túnica.

"Itoshii" disse com a voz rouca.

"Hn?"

"Por que está se vestindo? Vai embora?"

"É segunda-feira raposa, preciso voltar ao Makai..." respondeu sem encarar o ruivo e com voz
meio rude.

"M-mas você disse que ficaria para sempre!" espantou-se kurama "não voltaria mais para
aquele mundo! Você é um mentiroso!" resmungou o ruivo.

O koorime mentira para ele? Porquê?

Hiei emitiu um olhar astuto e num piscar de olhos estava sobre o tórax da raposa, segurando as
mãos do ruivo acima da cabeça, então sorriu perversamente. Assistindo a quase inexistente
reação deste.

"Menti..."

"O quê? Hiei.."

Kurama começou a debater-se tentando sair do aperto do demônio de fogo. Mas era vã toda
tentativa de libertar-se. Olhou decepcionado para o youkai. Sentia-se revoltado pela atitude...
Nunca pensou que seu amado fosse capaz de fazer uma coisa tão cruel e ainda mais depois de
todo o fim-de-semana dedicado inteiramente em fazer seu bebê feliz em vista de seu esforço
para deixar sua vida no mundo demoníaco...

"Solta!..."

"Não! Você não entendeu..." disse tentando manter a raposa presa, mas com expressão sincera e
calma, mas um sorriso meio cínico indisfarsável corria-lhe pelo rosto pálido.

"Que você me fez de bobo, foi isso? Eu entendi!"

"De certa forma, raposa, fiz você de bobo, entretanto, menti quando disse que iria para o
Makai.. foi brincadeira!"

"Bri-brin... Seu.."

Hiei riu-se alto da expressão da raposa, depois deixou-se derrubar sobre a cama, Kurama
prendeu o koorime sob si de forma a não lhe permitir fugir, teria que ser castigado pela
brincadeira sem graça. Com muito gosto receberia qualquer castigo imposto por seu youko.

Primeiro, um beijo voraz, nem deixava Hiei respirar , iria deixar o koorime louco, implorando
por ele...

"Shuichii! Já acordou? Vai se atrasar para confirmar sua matrícula na faculdade!"

"Ah! Já estou indo mãe, obrigado."

O koorime nem percebeu direito o acontecido, suspirava profundamente, estava totalmente
entregue ao prazer daquele beijo. Mantinha os olhos suavemente fechados com a expressão
relaxada e serena, ainda aguardava os lábios carinhosos e famintos da raposa. Parecia uma
criancinha sonhando nos braços carinhosos de sua mãe, porém ainda mais doce. Sua espera pelo
beijo durou longamente... E o tão esperado não aconteceu.

"Apresse-se, Shuichii, o café esta na mesa..."

"Está bem , obrigado!"

"Kurama..." murmurou o youkai ainda mantendo os olhos fechados.

A raposa depositou um beijo carinhoso na bochecha macia do koorime

"Desculpe.. preciso ir arrumar-me, ito..."

"..." Hiei virou para o lado escondendo o rosto no travesseiro.

"Sabe que não posso ficar... Vai ser rápido, quando eu voltar, fico o dia inteirinho só com você,
amor... prometo!

"..." o youkai respondeu bufando e escondendo mais seu rostinho contra a maciez do tecido
perfumado.

Não demorou nada para Kurama terminar de se vestir, então despediu-se afetuosamente do
pequeno koorime que fazia cara de emburrado sentando à beirada do colchão. A raposa suspirou
pesadamente, odiava quando Hiei fazia aquele tipo... Era só para que ficasse em casa e
esquecesse todo o resto de sua vida.

"Até mais tarde amorzinho"

"Hn!"

Hiei atirou-se na cama pensativo, pegou uma revistinha e ficou olhando as figuras, ainda não
sabia ler direito, Kurama estava ensinando-o, além de tudo não era muito bom aluno, pouco
gostava de exercício e questões de cálculo que era obrigado a resolver. Relutava o máximo, mas
o youko sempre conseguia levar os últimos resquícios de dignidade que possuía e rebaixava-se
a qualidade de humano, com tarefas humanas...

A porta abriu-se emitindo um pequeno ruído característico. O koorime apenas virou-se
lentamente arregalando os olhos. Como explicar a uma mãe que você é namorado do filho dela e
que costuma dormir com ele e, encontra-se naquele estado, nu, por costumar ficar mais a
vontade, enquanto seu filhinho querido resolvia alguns probleminhas, de seu dia à dia? Como?...

"Ah! Hiei... Olhe, tem uns exercícios aqui, quero corrigi-los quando voltar, certo? Você anda
enrolando-me demais..."

"Ah-ran" respondeu totalmente pálido, sem conseguir articular nada... Que susto! Levara, já
estava quase pronto para se atirar pela janela, tudo para tentar preservar a vida secreta de
Kurama.

"Tchauzinho, querido... " disse inclinando-se sobre o youkai e dando um beijo rápido no
narizinho arrebitado.

O demônio de fogo ficou durante mais um tempo estático, refazendo-se do susto enorme que
aquela RA-PO-SA tinha lhe provocado. Ia pagar caro por tal atrevimento.

Suspirando longamente pensou, seria essa sua rotina no Ningenkai? Nada para fazer... Arrumar
pelo menos um lugar para treinar, poderia ser um ótima idéia, ou morreria de tédio o dia todo
enfrentando tal situação... E este ainda era o primeiro dia, isso porque a aulas começariam
apenas em uns meses.
 
 

                                    ******
 
 
 

A semana transcorreu maravilhosamente. Cada segundo de seu tempo fora dedicado a Hiei, e
este dedicara a Kurama, um fazia o outro mais feliz a todo momento. Claro que as vezes a
raposa precisava deixar seu ninho e sair para fazer algumas coisa para/e com sua mãe...

"Sua mãe quase pegou-me aqui no quarto hoje..."

"Foi?"

"Hum-hum, ela foi varrer seu quarto, acho que nunca me vesti tão rápido na vida para sair de
lá..."

"Hum... para outras coisa já? Por isso estava esperando por mim aqui na praça?"

"Raposa!" ralhou suavemente "Sim, foi por isso..."

Ambos andavam muito calmamente pela movimentada rua. Era princípio de noite e logo tudo
estaria coberto pela imensidão azul marinha do céu.

"Agora... Precisamos conversar, Hiei"

"Aconteceu alguma coisa?"

"Sim! Ou melhor, vai acontecer, vamos nos mudar! Você e eu!" disse começando à distanciar-se
ao lado do koorime.

"Para onde?" inquiriu com ar infantil e curioso.

"Para um apartamento que meu padrasto me deu de presente pela minha entrada na faculdade,
ele também ofereceu-me trabalho em sua empresa, devo dizer que é um ótimo cargo,
principalmente para alguém que está começando, como eu."

Ambos sentaram-se em um banco próximo para conversar mais tranqüilidade. Não seria nada
fácil o que pretendia. Como apenas podia imaginar a reação de sua família, não tinha certeza de
uma coisa que fosse do que viria pela frente, poderia ser fácil... poderia ser difícil, mas só
vendo para assimilar realmente todos os fatos que estariam prestes a serem revelados. O que
poderia acontecer?

Como lidar com seu padrasto, a despeito de ele ser uma pessoa serena e passiva, não
agradava-o em aspecto algum. Afinal, ainda era uma pessoa estranha em sua vida. Um homem
que surgira e tomara o lugar de seu pai, não importava se estava morto, não era justo isso.

Porém, sua maior preocupação ainda era Shiori. Esta sim trar-lhe-ia grande sofrimento apenas
em pensar em toda a decepção que teria ao saber que seu filho namorava com um rapaz e não
com uma menina como sempre sonhara...

Não tinha idéia de com que cara chegaria para ela e contaria. Logo sua mãe... com quem
dividira muitas de suas incertezas, dores, mesmo que não fossem inteiramente reveladas. Assim
também dividira suas alegrias...

Uma pessoa em quem apoiara-se a vida toda. Sempre pela metade. Não tinha como negar,
aquela mulher era muito importante para ele...

Kurama lançou um olhar consternado para seu parceiro e este pareceu entender e não disse mais
coisa alguma, ficou apenas com seus pensamentos, enquanto o ruivo ficava com os seus.

A mão morna do youko afagou o pequeno rosto do koorime. Parecia tanto com uma criancinha,
ainda mais com aquele carinha de quem havia perdido-se de seus pais num shopping...
Abandonado...

Hiei deitou a cabeça sobre o colo do ruivo.

Kurama percebeu a grande preocupação que se mostrava abertamente nas íris vermelhas,
começou a fazer carinhos suaves em sua nuca de modo a faze-lo arrepiar-se todo, Hiei ronronou
baixinho fechando os olhos. Relaxando sob o toque suave... como gostava de ser acariciado
daquele jeito pelo youko.

"Não se preocupe..." sussurrou.

                                   * * * * * *
 
 

Kurama não pôde esperar até a mudança. Marcou um almoço em sua casa e disse a Shiori que
receberia alguém, uma pessoa que era muito amiga sua e que ainda iria morar no apartamento
com ele. Afinal seu padrasto havia dito que poderia arrumar quem quisesse para viver junto.

Shiori estava muito satisfeita, preparava tudo com perfeição. Seu filho parecia feliz, contudo,
um pouco inseguro, olhava para o relógio e para a porta o tempo inteiro.

"Não se preocupe, filho, quem você espera chegará logo..."

"É .. tem razão Kaasan" sorriu em agradecimento pelo conforto.

A senhora sorriu carinhosamente. Estava satisfeita, seu filho finalmente tornara-se um homem e,
ela que um dia pensou que nunca veria isso, sentia-se ainda mais feliz. Era tudo que Shiori
desejava, a felicidade de Shuichi. Logo ele, que sempre fora um filho tão maravilhoso durante
todos estes anos. Merecia muito mais que isso...

"A campainha ! Vá abrir a porta..."

Com passos contidos o rapaz ruivo dirigiu-se até a entrada, suspirou fundo e abriu...

Seu coração encheu-se de ternura ao encontrar com os rubis do koorime, Hiei estava com a
roupa que kurama comprara , uma calça jeans preta meio justa e uma camisa branca, tipo Don
Juan, um pouco aberta de manga comprida com o fio sem estar amarrado, deixando um
pedacinho do peito amostra, estava perfeito!

"Tadaima" cumprimentou Hiei da forma que Kurama lhe dissera para fazer.

"Okaeri, Hiei! pode entrar..."

"Obrigado."

O koorime estava nervoso e Kurama via isso, por esta razão procurou passar toda a calma
possível e imaginável para seu amante. Demonstrar tal sentimento não ajudaria nesta situação,
além disso, estava tudo sobre controle.

"Hiei, essa é minha mãe Shiori, lembra dela?"

"Shiori-san, claro."

"...." sorriu de forma curiosa "sente-se por favor"

Hiei sentou-se na poltrona junto a janela, Shuichii e Shiori no sofá próximo. Shiori olhava-o
meio espantada, fazia tempo que não via aquele rapaz, mas estava idêntico à última vez.
Impressionante...

"Faz tempo que não nos vemos, mas..." sorriu, "...você parece continuar com as mesmas feições
de antes."

"É..." limpou a garganta "as pessoas de minha família são assim ... o tempo passa, mas não
parece."

Shiori olhou para o filho, não pôde deixar de perceber a extrema alegria que dançava em seus
olhos. Suspirou tentando disfarçar a breve decepção que surgira em sua face, o que não passou
desapercebida pelo koorime. Buscou forças dentro de si, então sorriu e mais uma vez encarou
Shuichi, depois Hiei.

O telefone tocou e a senhora levantou-se para atender na cozinha, deveria ser seu marido.

"Eu já volto..." disse retirando-se.

"Esta bem mãe... Hiei..." replicou o ruivo, olhando intensamente para o demônio de fogo.

"Hn?"

"Você ficou lindo, sabia?"

"Hn!" resmungou com olhar baixo para não encarar a raposa.

"O que foi?"

"Kurama... você acha que sua mãe é uma humana boba?"

"Claro que não! Por quê?"

"É você o bobo aqui..."

"Hum?..."

"Ela já percebeu... ela não gostou de mim...! Se ela olhar para mim outra vez daquela forma, eu
não vou agüentar! Não posso ficar..."

"Tenha calma... não aconteceu nada, não precisa ficar assim Hiei." replicou acariciando
discretamente as mãos mornas do youkai.

"Shuichi!" era a voz de Shiori que vinha da cozinha.

"Eu já vou." respondeu ao chamado da mãe, então virou-se para seu preocupado amante para
tentar acalmá-lo "não faça nada , por favor!"

A raposa moveu-se graciosamente atravessando a espaçosa sala, mandando um beijo discreto de
um jeito descontraído e meio desaforado, como nada daquilo estivesse acontecendo, apesar de
muito apreensivo, o youkai respondeu com um sorriso distraindo-se por instantes.

Estava só outra vez, suspirou longamente, revirando os olhos amendoados. Como desejava estar
fora daquela casa neste instante, talvez por uma árvore qualquer, tirando uma boa soneca ou
melhor, trancado no quarto de seu amante e, tendo momentos deliciosos de prazer intenso como
Kurama era capaz de proporcionar-lhe sempre.

Shiori entregou uma pequena bandeja a seu filho para que servisse seu amigo. Comentou sobre
os olhos distintos do rapaz. Havia visto olhos como este apenas em uma outra pessoa, a esposa
de Kuwabara-san, Yukina. Shuichii não fez nenhum comentário sobre o parentesco entre os
youkais...

Shuichi chegou na sala e encontrou Hiei de pé fitando a janela. A raposa pôs a bebida sobre a
mesa ficando ao lado do koorime fazendo uma carícia discreta em seu braço.

Hiei suspirou, queria poder abraçar o youko, queria por sua cabeça no peito quente da forma
que mais gostava, ouvindo o bater suave de seu coração... talvez dormir, apenas dormir e estar
fora daquela situação. Tinha medo de que algo acontecesse e não pudesse mais ficar com sua
raposa.

"Shuichi... Hiei-san... a mesa está posta."

"Hum, vamos Hiei é por aqui... " disse indicando o caminho com um movimento de cabeça.

Os rapazes sentaram e a senhora começou a servir. Hiei não encarava a Shiori, enquanto
Kurama fingia normalidade.

"Hiei-san, desculpe por meu marido, mas ele teve um problema em seu trabalho, por isso não
pode vir."

"Não tem problema, Shiori-san" suspirou aliviado, um problema a menos.

"Quero que seja bem vindo à família."

"Obrigado..." o koorime não sabia o que fazer, olhou para Kurama em busca de resposta e
recebeu apenas um sorriso calmo "é um grande prazer..." completou.

Shiori respondeu com um sorriso de entendimento e carinho.

O resto do almoço correu perfeito. Depois Hiei despediu-se, e após sair da casa dos Minamino
dirigiu-se para a cerejeira perto da janela de Kurama e ficou lá esperando que ele subisse.
 
 

                                   * * * * * *
 
 
 

"Shuichi..."

"Sim, Kaasan?"

"É verdade o que eu percebi?"

"Acho que é....desculpe."

"Pelo quê?"

"Sei o que esperava."

"Você está feliz?"

"Muito!"

"Era isso que eu esperava, apenas sua felicidade , meu filho. Conte-me um pouco sobre ele..."

"Está bem... ele sempre foi um pessoa fechada. Quando criança sua mãe morreu, nunca conheceu
seu pai, mas tem uma irmã, única parente viva. Por esta vida Hiei sempre foi rude e frio. Eu me
apaixonei por ele e consegui convencê-lo do meu sentimento, assim, aos poucos foi
acostumando-se com a idéia e admitiu que também sentia o mesmo por mim... Sou o primeiro
dele..."

"Vida triste..." comentou "se ele era assim como disse, seu amor conseguiu mudá-lo demais,
quanto tempo faz que estão juntos?"

"Muito pouco... apenas uns meses... Eu estava esperando o momento certo para revelar isso a
você. Ele é meio inseguro, entende? Nunca teve amor de pessoal alguma."

"Entendo.. por isso você deve tomar cuidado..."

"...por quê?"

"Ora, Shuichi... você deveria saber, alguém como Hiei-san deve ter muito medo de se deixar
amar deste jeito, então, você precisará amá-lo de forma muito especial. Apenas palavras e atos
não serão o suficiente, ele precisará de provas..."

"Provas..."

"Sim , mas não se preocupe, o tempo dará cada uma dessas provas. Agora, você tem certeza que
é amor?"

"Toda!"

"Não é paixão? ou atração, ou..."

"Pena? Não de jeito algum, é amor sim! Ele sente o mesmo."

"Ótimo, para que você não o machuque depois, e nem ele a você. Quando irá para o
apartamento?"

"Eu queria ir nesta semana..."

"Mas não tem nada lá."

Kurama sorriu , não queria se livrar de sua mãe, porém queria ir bem rápido para lá, desde que
tivesse um lugar para dormir e isso ele já estava resolvido. Além disso poderia aproveitar o
tempo com o koorime antes que as aulas comessem, pois o mês de abril estava chegando e com
ele seu tempo iria embora.

Na verdade, seu pequeno amante estava precisando de um pouco mais de atenção, as coisas
andavam meio confusas e Hiei esquecido em meio a elas. Kurama conhecia-o bastante para
saber que efeitos poderia provocar em seu amado.

"Tudo bem, meu filho... vá quando quiser, mas não esqueça de visitar sua mãe..." abraçou
Shuichi bem apertado, já sentindo saudades antes do tempo.

"Obrigado mamãe, desculpe se decepcionei a senhora..."

Shiori sorriu docemente. De certa forma não estava triste, afinal, seu filho estava feliz.

"Não há o que me decepcionar, Shuichii, fico muito satisfeita por você. Bom, agora eu vou
terminar de guardar a louça..."

"Está bem, vou para o meu quarto... tenho que ver algumas coisas."
 
 

                                   * * * * * *
 
 

Kurama entrou silenciosamente no quarto, o youkai havia tirado as botas e a calça, e estava
somente com a camisa, esticado sobre a cama, devia estar dormindo, após 5 ou 6 copos de sake,
deveria estar mesmo com sono. A raposa mudou de roupa vestindo apenas uma outra camisa
para ficar mais a bel-prazer.

Ligou a televisão deixando o volume bem baixo para não incomodar o koorime, por mais que
acreditasse que isso não seria problema para seu namorado, provavelmente dormiria em um
terremoto. Ajeitou-se ao seu lado, passou o braço por sob a cabeça de Hiei trazendo-o mais
junto de si, pôs o youkai bem junto ao peito; sentia a respiração aveludada bem próxima do
pescoço.

Estava de forma a ficar meio de lado para acariciá-lo, a mão macia levantou a camisa , só um
pouco, deixando a pálida barriguinha exposta e desprotegida totalmente a mercê de seus dedos
que bailavam, brincando, fazendo cócegas no pequeno umbigo.

O youkai ronronou baixinho em meio a seus sonhos. Kurama sabia o quanto o seu itoshii
apreciava este carinho, para Hiei era um dos carinhos mais íntimos dos permitidos a raposa.

Não havia nada de interessante na TV, fazer o quê? Veria assim mesmo...

Seu dia estava finalmente chegando...
 
 


por Yukina-chan
yukina_kokoro_hi@bol.com.br