Por Shanty Lee
CAP. I - Procura-se...
Voando velozmente em seu remo, pelos céus azuis do Nigenkai, Botan vai ao encontro de Kuwabara e Kurama para requisita-los para mais uma importante reunião no templo de Guenkai. O pedido urgente partiu do Koema o qual exigiu a presença de toda a turma, inclusive a de Hiei no entanto este encontrava-se no Makai e para contacta-lo Botan pede a Kurama esse favor.
Kurama não se sente confortável com tal pedido no entanto o atende uma vez que Botan fizera questão de frisar que a missão era muito delicada e perigosa. Mesmo insistindo nada mais foi dito, até porque ela também desconhecia os detalhes.
Uma reunião no templo de Guenkai foi marcada para o mais breve possível. Todos estavam curiosos e imaginavam ser mais um simples caso de demônios que desejavam invadir o mundo dos homens.
Era início de outono e a natureza, em contraponto a uma nova adversidade, presenteava a todos com sua indizível beleza, da mudança das cores das copas das árvores, assim como o florescimento de raras flores...
* * *
No mundo das trevas enquanto Hiei realizava seu árduo treinamento no meio da floresta negra, um território bastante temido por muitos youkais, percebe o inconfundível ki de Kurama deixando-o muito inquieto.
- "O que a raposa deve está querendo? Será que aconteceu alguma coisa no Nigenkai ou será mais uma missão estúpida do Koema?" Pensa Hiei freneticamente.
Parando sob a árvore na qual Hiei se encontrava Kurama põe-se a fita-lo esperando que descesse. E com um ágio salto Hiei coloca-se a sua frente falando visivelmente irritado:
- Hn! O que quer Kurama?
Kurama não se importa com seu característico mal humor e sem perder tempo passa o recado de Botan. Hiei após receber o comunicado não expressa a mínima vontade de comparecer a tal reunião entretanto Kurama insisti muito garantindo-lhe que era extremamente importante, inclusive para ele. Encomodado, Hiei assegura-se do bem estar de Yukina pelo jagan mas não vê nada de anormal. Ela estava muito feliz na casa do imbecil do Kuwabara, compartilhando de sua companhia, deixando-o ainda mais intrigado sobre a natureza do chamado... Decidindo então saciar sua curiosidade, Hiei abre um portal para o Nigenkai que termina exatamente nas imediações do templo. Com seu jagan sente a presença de Botan, da mestra, do Koema, Kuwabara e Kurama ,que já havia retornado do Makai, mas não a de Yusuke, pensando:
- Hn! Onde estará aquele projeto de demônio? Com certeza atrasado como sempre.
E em meio ao bater do bambu da fonte do templo de Guenkai Hiei se aproxima sorrateiramente do salão principal observando tudo, nele estava Koema e todos os outros sentados em circulo com expressões muito sérias, para, como em um passe de mágica, adentrar a sala com sua indiferença habitual fazendo todos se virar em sua direção, fitando-o.
- Hn!
Resmunga o Koorime intrigado com tanta seriedade e envergonhado com todos os olhares sobre si, falando Koema gravemente:
- Bom... Como Hiei já está presente vou lhes por a par dos acontecimentos. O caso é muito sério e poderá causar problemas não só no Nigenkai mas também no Makai e no Renkai.
Hiei arqueia uma sobrancelha e tenta imaginar quem poderia possuir tamanho poder capaz de ameaçar os três mundos e a soberania do rei Enma Daiou. Indagando displicentemente:
- Cadê o idiota do Yusuke?
Koema arregala os olhos e vira-se para Kurama perguntando-lhe:
- Você não contou a ele?
Dando um sorriso meio triste Botan esclarece falando baixinho:
- Quando Kurama foi dar o comunicado a Hiei eu ainda não o havia informado do ocorrido.
- Hn! Do que vocês estão falando? -
Indaga Hiei, o qual passa a observa-los com uma expressão muito furiosa esperando pela resposta. Kurama mostra-se apático e com um olhar enevoado, que ao percebe-lo escondendo a face com as franjas. Botan faz uma cara de choro e Kuwabara vira o rosto para o lado, e Koema começa a chupar a chupeta freneticamente sem saber o que dizer. E quando estava a ponto de exigir uma explicação chateado com tamanho silêncio, a mestra, tomando o seu chá calmamente mas não menos triste, declara:
- Yusuke desapareceu.
* * *
(Hiei)
A muitos anos quando cheguei no Nigenkai o primeiro ser o qual eu conheci foi o suposto youko Kurama, sob a forma de Shuichi Minamino, com a intenção de descobrir onde ele teria escondido minha irmã e depois mata-lo pela ousadia de tê-la seqüestrado. No nosso confronto eu perdi a batalha e ele me salvou a vida. Descobrindo que ele não era culpado pelo sumiço da minha irmã mas, apenas mais uma vítima da organização de humanos que roubavam demônios do Makai para que os divertissem; matando-os, escravizando-os ou utilizando-os como guarda costas. Passei a considera-lo como um aliado, uma forma de contato entre o Makai e o Niguenkai, um "curinga" que talvez pudesse me auxiliar encontrar o seqüestrador de Yukina ou até mesmo me manter oculto do Renkai. Quando no Nigenkai eu seguia para a casa dos Minaminos e na janela do quarto de Kurama ficava a observa-lo tentando descobrir o porquê dele ter preservado a minha vida e o motivo pelo qual ainda permanecia no mundo dos homens, com certeza ele tinha algum plano miraculoso. Era um enigma que ocupava o meu tempo até encontrar meios para a realização de minha vedeta. Pois, certo de que a minha frágil irmã já estava morta só pensava em vingança. Foi quando coincidentemente recebi o convite de um monstro idiota chamado Goki para roubar os três artefatos do Renkai, pertencentes ao rei Enma Daiou: A bola Gaki cujo poder era de roubar as almas humanas, o espelho das Trevas o qual realizava um único e qualquer desejo e a espada Kouma , objeto com o incrível poder de controlar e/ou transformar todo e qualquer humano em monstro das trevas. Sabia que não seria fácil então contei a Goki sobre Kurama e a possibilidade de aproveitarmos suas grandes habilidades no roubo. Hn! Finalmente Kurama me seria útil. Goki inicialmente duvidou da presença do youko Kurama no Nigenkai e quando frente a frente com o mesmo fraquejou com uma simples demonstração de poder.
O roubo foi um sucesso. Para a divisão dos tesouros não houve problema; Goki com sua insaciável fome queria a bola Gaki, Kurama o espelho e eu, é claro, a espada Kouma. Com ela eu poderia realizar minha vingança a todos esses malditos e enjoados humanos...
Em uma noite de lua crescente, sob seu brilho e força, em um dos parques da cidade de Tóquio eu, Kurama e Goki nos reunimos para decidirmos como iríamos dominar o mundo dos homens. Mas algo imprevisto aconteceu... Kurama decidira que não participaria do nosso plano. Na verdade ele nunca concordara ou discordara do mesmo, apenas aceitou participar do furto. Motivo?! Desconhecia mas em seu grandes olhos verdes era possível perceber um reflexo da mais pura dor e tristeza. Também não é da minha conta, a vida dele não me pertence e concomitantimente o problema dele é somente dele, não meu.
Contudo, fiquei com muita raiva, especialmente por até então considera-lo um quase amigo. Pensei em mata-lo mas em consideração ao que fizera por mim, naquele instante, exigi somente uma explicação:
- Você vai ter que explicar. Será que está pensando em tirar o corpo fora?
- Isso mesmo. Responde Kurama.
- Covarde! Enquanto se ocultava você ficou completamente envolvido com o mundo dos homens.
Goki ordena a devolução do espelho e ele se nega. Mas no momento em que Goki pretendia toma-lo a força surgi do nada um garoto humano com não mais de 14 anos.
- Paro, paro... Será que eu posso fazer companhia para vocês. Primeiro passem o tesouro para cá e depois vocês podem se entenderem, meus caros ladrões. Diz o garoto.
- E como você sabe que o tesouro está com agente? Pergunto.
Usava uma roupa escolar verde, um cabelo preto repleto de gel jogado para trás, tinha um sorriso maroto estampado em sua face e por sinal mostrava-se muito exibido. Dizia chamar-se Yusuke Urameshi e ser um detetive sobrenatural enviado pelo Renkai, evidentemente para recuperar os tesouros do rei Enma. Não senti nenhum ki extraordinário capaz de competir com qualquer um de nós mas havia algo estranho, uma energia confusa que não sabia explicar. Entretanto, estava muito puto da vida com a decisão de Kurama e assim que este partiu o segui para tomar satisfações.
Kurama desaparecera e não me animo em procura-lo apesar de poder encontra-lo facilmente com o meu jagan. Também sei que ele não fará nada para impedir-me de continuar o meu plano. Então fico a pensar naquele jovem detetive sobrenatural. Não vi nenhum poder mas se o Renkai o escolheu algo de especial havia nele. O que seria?
Os seus grandes olhos castanhos tinha um brilho diferente, expressavam um poder, uma convicção e uma total segurança, como se fosse um dos seres mais fortes dali. Seria uma luta interessante. Fiquei ansioso com o nosso próximo encontro pois com certeza haveria, uma vez que ele desejava a espada Kouma.
A batalha foi muito acirrada e apesar de toda a minha velocidade não pude vence-lo mas o que mais me impressionou foi sua extrema sorte em conseguir atingir-me pelas costas através do reflexo do espelho pois naquele momento não pude identificar se o seu golpe foi devido a sua incrível estratégia ou fora pura sorte. Outra coisa foi a energia espiritual que por um pequeno instante pareceu-me confusa, como que se a fonte do seu ki fosse das trevas, ou seja um youki, e não apenas uma energia espiritual. Se Kurama era misterioso ele parecia ser muito mais... É seus mistérios me entreteriam consideravelmente pois descobrir sua verdadeira identidade seria muito interessante. Muitas outras coisas inesperadas aconteceram mas desde então muitas vezes já me perguntei, será que foi naquele instante que me apaixonei pelo Urameshi ?
* * *
Hiei fica estático. Uma breve nuance de confusão surgi em sua face para depois ser substituída pela sua comum; fria e rígida. Como se tal notícia nada lhe significasse
E chupando sua chupeta Koema prossegue:
- A três dias fiquei sabendo da existência de um objeto mágico através do meu pai. Seu nome: Tsukura, um amuleto que têm a forma de pequeno mandala de ouro cujo poder é o de sugar a energia de qualquer oponente ou pessoa para o ser que o detiver. Ele contou-me que tal artefato encontrava-se escondido no mundo dos homens e era de fundamental importância que eu o trouxesse para a mansão secreta...
O Koorime já estava ficando impaciente com uma explicação tão longa e estava a ponto de torcer o pescoço de Koema pela resposta que queria ouvir, ou seja, onde estava Urameshi?
- Então enviei Yusuke para recupera-lo porque ele era o único que poderia retirar o amuleto de onde estava.
- Não compreendo - Diz a mestra.
- O amuleto pertencia ao seu pai Raizen o qual para esconder da cobiça dos monstros do Makai e também por representar um perigo para si mesmo, uma vez que desistiu misteriosamente de comer seres humanos, e o guardou aqui no Nigenkai. E só um descendente seria capaz de retira-lo de sua proteção mágica.
- Yusuke. - Fala tristemente Botan.
- E você o enviou sozinho? Por que não nos chamou para ajuda-lo? - Pergunta Kurama indignado.
Com essa declaração Hiei sente-se incomodado e novamente o ciúme invade o seu íntimo. Ele sempre pressentira que Kurama sentia algo pelo seu Yusuke e odiava quando tudo ficava tão evidente mas ele ainda sim confiava em sua amizade. Fazia um mês que havia partido para o Makai e deixara Urameshi no mundo dos homens, devido a certas circunstâncias. Apesar dos acontecimentos, não se preocupou porque sabia que Kurama estaria lá para ajuda-lo e, por causa do amor que sentia pelo seu Yusuke, daria a sua vida se fosse necessário.
- Eu não achei que fosse necessário, até o seu sumiço. - Declara olhando amedrontado para Hiei o qual como que em um passe de mágica, agarra o colarinho do Koema bravejando.
- Hn! Você é mesmo um idiota! - Garantindo para si mesmo que se algo acontecesse a Yusuke, o baixinho pagaria bem caro.
- Baixinho besta, só esse fato já significava um perigo! - Grita Kuwabara.
- Seu pai falou de mais alguém que soubesse de sua existência? - Pergunta Guenkai. A qual mirando Hiei faz com que ele a contra gosto largue um Koema quase molhado.
- Nem eu mesmo sabia da sua existência. - Confessa Koema, praticamente engolindo a chupeta de tanto medo.
- Sempre soube e pesquisei sobre muitos tesouros sobrenaturais mas nunca ouvi falar nesse amuleto. Logo, não consigo imaginar ninguém que pudesse estar interessado. - Fala Kurama.
- Com certeza a informação vazou. - Continua Guenkai.
- É o que penso. - Diz Koema.
- Mas se nem mesmo Kurama enquanto Youko sabia, quem poderia ser? Indaga Kuwabara.
- Talvez alguém do reino de Raizen ou até mesmo do Renkai... - Sugere Guenkai.
- Eu tenho outra dúvida, se o amuleto só podia ser retirado por Yusuke não havia necessidade de retira-lo de onde estava, então porque seu pai o pedira ? - Pergunta Kuwabara.
- É...bem... é que meu pai ainda não confia em Yusuke e antes que Urameshi descobrisse sobre o sua existência e poder Ele o queria de volta.
- Então Yusuke foi sem saber de nada, inclusive do perigo que corria. - Reflete Guenkai.
- Como você pôde Koema? - Desabafa Botan.
Com esse comentário Koema abaixa a cabeça se sentindo o pior dos seres mas ele só seguira as ordens do seu pai além do mais era uma missão tão secreta que acreditou que Yusuke não correria nenhum perigo...
- Mas quanto a Yusuke ele ainda esta vivo? - Pergunta Kurama e todos dirigem seu olhar para Koema.
- Eu não sei... apesar de seu espirito não ter chegado no Renkai, sua ficha está sobre o minha mesa e como já sabem existe certos youkais capazes de aprisionar ou mandar os espíritos para outras dimensões, como o Itsuke lembram ?!...
"Yusuke morto?!" pensa Hiei. Seu coração começa acelerar-se e o ar em seus pulmões parece não ser o suficiente. Tudo parece perder o sentido... Sentia que se não saísse daquela sala iria explodir. Então, de repente em uma velocidade extraordinária, desaparece da frente de todos deixando-os atônitos mas a mestra fala:
- Dê um tempo para ele. Assim que estiver assimilado tudo ele retornará.
- Espero que quando isso acontecer não seja tarde demais. - Lamenta Botan.
Por um momento o silêncio impera até
Koema continuar com as explicações necessárias a busca
do Yusuke e do amuleto Tsukura.
CONTINUA....