História
A Esgrima
atravessou séculos. Segundo dados da Escola de Educação
Física do Exército, os chineses, vinte séculos antes
de nossa era, já tinham seus especialistas em manusear armas.
A Esgrima em si tem uma origem de, pelo menos, três mil anos.
Um templo egípcio construído em 1170 a.C., mostrava alguns
guerreiros semi despidos, empunhando armas pontiagudas, com
bicos de proteção.
No Egito, era comum esgrimir com porretes, conforme é
atestado por uma imagem encontrada num baixo relevo do templo
construído por Ramsés III, no alto Egito, um milênio antes
de Cristo.
A Esgrima nessa época era muito mais que um simples esporte,
era uma maneira de combater, como tal não havia nenhuma regra
precisa, porém surge a preocupação com a técnica para
aplicar e defender-se dos golpes. Em Roma, existiam escolas de
gladiadores onde se formavam os doctore armarum,
especialistas na arte de combater com armas brancas para
entreter o público. Na idade média, conforme se vê em
filmes da TV e do cinema, a Esgrima consistia na utilização
da espada na ofensiva e de escudos na defensiva, tanto como
forma de entretenimento, como para resolver contendas ou na
guerra.
Com o advento da pólvora, houve uma diminuição acentuada no
uso da Esgrima para combate, dando-a dimensões de uma arte.
A origem da Esgrima moderna foi na Espanha. Até o século
XVI, as escolas espanholas desfrutaram de grande renome.
Nessa época, embora várias interdições severas existissem,
o duelo privado ganhou grande impulso (cerca de oito
mil homens morreram em duelo entre 1588 e 1608, em Paris,
França).
Na Alemanha, durante essa mesma época, já haviam
corporações de mestre d’armas e, na Inglaterra,
associações de esgrimistas.
Entretanto, as primeiras regras e os primeiros tratados
didáticos pertencem aos Mestres Italianos (Viggiani,
Cavalcabo, Giganti). Agrippa, codificando a Esgrima,
enriqueceu-a , entre outras coisas, a prima, a segunda, a
terça e a quarta posições da Esgrima.
Saint Didier escreve o primeiro tratado de Esgrima, datado de
1573, na França, e somente nos séculos XVII e XVIII é que
os mestres franceses prescreveram os métodos que vigoram
atualmente. Também é nesta época que aparece uma arma
flexível e leve, o Florete.
Podemos destacar Thibaust, Besnard, Girard, Danet e
Labouissiëre(pai) como os principais mestres franceses da
época.
Labouissiëre (pai) foi o inventor da máscara de tela
metálica, marcando uma etapa muito importante na evolução
da Esgrima.
Os princípios da escola francesa são livres de qualquer
influência e repousam na sutileza e capacidade de julgamento
do esgrimista, dando realce à elegância e sobriedade às
atitudes.
Labouissiëre (filho), em 1818, em seu tratado das armas
completou teorias da Esgrima clássica, determinando as
paradas de quinta e sexta.
Jules Jacob, Baudry, Spinnewyn, sob a orientação de grandes
mestres, intensificaram um movimento pró-espada.
Saído da Hungria e utilizado na Cavalaria, o sabre tornou-se
leve e somou-se às duas outras armas.
A partir de 1891, o esporte tomou outra conotação deixou de
ser considerado apenas como uma forma de combate. Naquele ano,
surgiu a Associação do de difundir mais a
modalidade. Em 1894, fundou-se a Intercollegiate Feneiang
Association e estas duas pioneiras entidades
patrocinavam e incentivavam competições por todo o
território dos Estados Unidos.
No ano de 1896, este esporte foi introduzido nos I Jogos
Olímpicos, na Grécia. Nas olimpíadas de 1936, em Berlim,
foram utilizados, pela primeira vez, os aparelhos elétricos
que hoje são eletrônicos e auxiliam o árbitro sinalizando
os toques.
História
da Esgrima no Brasil
A introdução
da Esgrima no Brasil foi feita no final do século XIX, quase
ao término do regime monárquico, quando foi formado um grupo
de amantes do esporte na Escola da Praia Vermelha, na
cidade do Rio de Janeiro.
Durante o Brasil República, até 1922, as viagens de oficiais
à Europa e Argentina e a vinda do campeão Lucien de Merignar
contribuíram para incrementar a Esgrima. Uma sala D’armas
civil foi criada no clube Boqueirão do Passeio, cujo
encarregado era o Mestre José Ferreira da Costa.
A Esgrima, nesta época, era basicamente militar, fruto do
intercâmbio entre o oficialato. Neste mesmo período, em São
Paulo, a Força Pública, atual polícia militar, recebeu
alguns mestres que, em missões francesas ao estado,
organizaram a Esgrima entre outras modalidades. A Escola
de Educação Física da Polícia Militar guarda o
ensinamento da prática da Esgrima aos seus oficiais e
Sargentos
Em 1930, organizou-se uma competição no Rio grande do Sul e
em 1941 foi fundada a Federação Riograndense de Esgrima,
a FRGE.
No meio civil, cresceu a formação de salas de armas, o que
motivou a formação da
Federação Paulista de Esgrima, em 5 de junho de 1925.
Mais tarde, em 1927, funda-se a União
Brasileira de Esgrima, com a adesão da Federação
Paulista e de alguns clubes de Rio de Janeiro. Em 1914,
constitui-se a atual Confederação Paulista de Esgrima.
Atualmente, temos o Grande Centro de Capacitação Física
do Exército, o GCFEX, no Rio de Janeiro. Desenvolve e
promove cursos de Mestres d’armas, contribuindo para o
desenvolvimento e divulgação da Esgrima na América Latina.

Texto escrito por
Evandro Duarte Oliveira (Mestre D'Armas Internacional)
Paulo Henrique Gomes (Auxiliar Técnico)
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