João de Deus Ramos, filho de um comerciante algarvio, nasceu em S. Bartolomeu de Messines a 8 de Março de 1830.

Em 1849 matriculou-se no curso de Direito em Coimbra. Tornou-se um elemento preponderante da vida académica coimbrã, pelo que só concluiu o curso ao fim de dez anos. Nos três anos seguintes permaneceu em Coimbra, onde contactou com alguns jovens que, anos mais tarde, ganhariam destaque no panorama literário português — Antero, Eça, Teófilo Braga, Alberto Sampaio.

Procurou fazer carreira como advogado e jornalista, tendo passado por Évora e Beja, onde dirigiu O Bejense, entre 1862 e 1864, antes de se instalar em Lisboa. Teve uma breve passagem pela política, ao ser eleito deputado por Silves, em 1869.

Nesse ano publicou o primeiro livro de poemas, Flores do Campo. Anos mais tarde, em 1893, publicou a sua obra mais conhecida, Campo de Flores.

Tornou-se conhecido como pedagogo ao publicar a sua Cartilha Maternal (1876), adoptado em 1888 pelas Cortes como método oficial no ensino primário.

Embora, cronologicamente, pertença à segunda geração romântica, o seu lirismo evita os excessos sentimentais dos ultra-românticos, caracterizando-se pela musicalidade e simplicidade.

Faleceu a 11 de Janeiro de 1896, tendo sido objecto, no ano anterior, de uma homenagem promovida pela juventude coimbrã, que, dessa maneira, exprimia o apreço nacional pela sua obra.