A Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp) deverá transferir,
até o fim deste mês, a operação dos 200
quilômetros de ferrovia dentro do porto de
Santos para uma empresa de propósito específico
formada pelas ferrovias Ferronorte, Ferroban,
Novoeste e MRS. O contrato entre as partes, com
assinatura marcada para o próximo dia 27,
determinará que as ferrovias deverão se
responsabilizar pelos investimentos na
modernização do material rodante e da via
permanente do porto, deixando de pagar, em troca,
pelos serviços de movimentação de cargas. Para as
ferrovias, o acordo eliminará um dos principais
gargalos do corredor ferroviário de exportação
de Santos. "Pretendemos reduzir o tempo de
transporte de cargas dentro do porto de até 4
dias para menos de 24 horas", prevê Nélson
Bastos, presidente da Ferronorte Participações
S.A., holding que controla a Ferronorte e a
Novoeste e detém 36% da Ferroban. Os valores dos
investimentos ainda não foram definidos.
O
presidente da Codesp, Wagner Rossi, informou que
a operação da área ferroviária do porto de
Santos será a última atividade a ser
transferida pela estatal para a iniciativa
privada. Rossi disse que a empresa não tem
recursos para investimentos na modernização
dessa área."Além disso, mesmo com a
cobrança de uma taxa pelos serviços, tínhamos
um prejuízo anual de R$ 18 milhões nessa
operação, por conta, entre outras coisas, do
número excessivo de funcionários
envolvidos", disse Rossi. "Esse acordo
poderá ampliar a saída e chegada de mercadorias
do porto de Santos pelo modal ferroviário, que
hoje corresponde a 4%, para até 12% em cerca de
dois anos."
Também
com o objetivo de reduzir gargalos e reduzir o
tempo do transporte ferroviário no corredor que
liga Alto Taquari (MT) a Santos, passou a vigorar
ontem um acordo operacional entre a Ferronorte e
a Ferroban. O acordo unifica o gerenciamento da
operação dos 1,3 mil quilômetros das duas
empresas, enquanto a Ferroban compromete-se a
intensificar um programa de investimentos
emergenciais na malha. Segundo a assessoria da
Ferronorte, o acordo ampliará a capacidade de
transporte do Mato Grosso a Santos para 1,4
milhão de toneladas por mês. Bastos acrescenta
que essa expansão dará condições para que a
Ferronorte construa, até 2002, o traçado entre
Taquari e Rondonópolis.
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