Comentários
do Rui: Uma breve análise
da
agricultura de Mombaça
O município de Mombaça
está localizado na região semi-árida do sertão central do
Estado, com uma área de 2614 km² e uma população em torno de 4l mil
habitantes.
Sua agricultura é do tipo
tradicional caracterizada, principalmente, pelas
condições desfavoráveis de clima e solo, com baixo nível de
rendimentos de pastagens e poucos recursos disponíveis para serem
aplicados na produção de feijão, arroz, milho e algodão, este
desaparecido do município há muitos anos com a chegada do bicudo.
O solo tem baixa capacidade de armazenamento de água,
dificultando a
exploração agrícola, de modo que a agricultura fique totalmente
dependente de chuvas para completar o seu ciclo produtivo. Ademais, na última
década , o regime de chuvas tem se mostrado bastante irregular,
caracterizado pela chamada “seca verde”, conhecida pela má distribuição
das chuvas durante a quadra invernosa.
As fabricas de beneficiamento de algodão foram fechadas por
falta completa do produto; a produção agrícola de cereais é
pequena e a maioria dos agricultores vive num regime de agricultura de
subsistência, sem capital para realizar investimento transformador
das condições atuais do campo.
O crédito rural que no inicio dos anos oitenta chegou a
disponibilizar cerca de cinqüenta bilhões de reais anualmente, hoje só
dispõe de onze bilhões de reais e está concentrado em um número muito
reduzido de produtores das regiões sul, sudeste e centro-oeste.
Recentemente, surgiu outra fonte de financiamento, através do
desenvolvimento do sistema
cooperativo de crédito, graças à regulamentação mais favorável
propiciada pelo Banco Central, e que se torna uma fonte promissora de
financiamento da agricultura a custos mais moderados e condizentes com a
rentabilidade do setor. Entretanto, o setor agrícola de Mombaça não
suporta pagar empréstimos aos bancos tendo em vista que a produção
depende de chuvas e ninguém garante que elas sejam regulares. Ainda
mais,os agricultores não dispõem de capital para investir com retorno
duvidoso.
Para completar o cenário, a Escola Agrícola que tanto benefícios
vinha
trazendo para o município e os seus circunvizinhos, foi fechada sem
nenhum debate mais apurado junto à
comunidade, deixando de fornecer
ao mercado, técnicos agrícolas capazes de contribuírem
para
implantação de novas tecnologias e influenciar na mudança de
mentalidade do homem do campo.
Para enfrentar todas essas adversidades de solo e clima,
e ainda mais sem recursos para introdução de novas tecnologias no
manejo da produção agrícola, se faz necessário por parte das
autoridades ligadas ao setor agrícola do município, muita coragem,
conhecimento dos problemas, competência e visão estratégica. Para
tanto,é primordial que se faça um planejamento centrado em ações que
visem a
transformação da agricultura tradicional para uma agricultura capaz de
gerar ganhos de capital para todos agricultores, com o aumento da
rentabilidade das
propriedades rurais e que exerça ainda,o papel de veículo propulsor do
desenvolvimento do município,
criando mais empregos, gerando renda familiar e recolhendo mais impostos
para que o poder municipal tenha condições de oferecer melhor educação
e saúde aos seus cidadãos.
Rui
Alencar Andrade
WebMaster:
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Elias N. Sá Cavalcante
Editor/Redator:
Elias Eldo Sá Cavalcante
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O L H A D E M O M B A Ç A - Nº 12 - AGOSTO/2002 |