Poesias

 

Meu Sertão

 

Quero aqui mais uma vez

Usando o dom da rima

Indicar para vocês

Onde mora uma mina

Onde mora a beleza

E toda sua doutrina

 

Você pode achar bonito

O centro de Nova Iorque

As belezas da Itália

Deseja conhecer Tóquio

Mas quando for no sertão

Você vai tomar um choque

 

No sertão eu vejo a lua

Vejo até a cor do vento

Lá a mata é uma rua

O transporte é o jumento

Lá mora a liberdade

Sem truque sem fingimento

 

Eu bebo água de grota

Planto o milho, tiro o pão

Fico alegre quando brota

Um pesinho de feijão

Lá mora a felicidade

Sem nem uma destruição

 

No sertão eu ouço pássaros

Cantar livre sem parar

Eu vejo a água dos rios

Correr direto pro mar

Toco no verde das folhas

E vejo estrelas brilhar

 

Desce a chuva tão descente

Numa forma vertical

Vindo lá do nascente

Trazendo o bem sem mal

Fica alegre o animal

O homem e sua mente

 

Quando então passa a chuva

Lá vem o sol sorridente

Saindo do mesmo jeito

Talvez uma nova norma

Vindo com muita beleza

Lá do centro do nascente

 

Mas ficam lindas mesmas

São as folhas orvalhadas

São as matas muito verdes

Escondendo a passarada

E no céu um arco-íris

Emborcado como pires

 

Busco uma explicação

E não consigo encontrar

Como pode tanta beleza

Existir num só lugar

A formiga trabalhando

Dia e noite sem parar

 

Vivendo em paz e união

Em sua casa juntando

Comida pra conservar

E quando chegar a seca

Sossegada repousar

Cumprindo sua missão

 

Tudo é tão organizado

Na mais pura perfeição

Cada um no seu serviço

Cumprindo sua missão

Ninguém atrapalha o outro

Ensinam o que é mutirão

 

Finalizo esse trabalho

Mas não a inspiração

Passaria o dia todo

Versando o meu sertão

Se quer ver o que falei

Venha até o meu torrão.

 

João Félix (Sítio Macapá)

 

 

 

E-mail: hpmombaca@zipmail.com.br

WebMaster: David Elias N. Sá Cavalcante

Editor/Redator: Elias Eldo Sá Cavalcante

F O L H A   D E   M O M B A Ç A - Nº 23 - JULHO/2003

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