Meu
Sertão
Quero
aqui mais uma vez
Usando
o dom da rima
Indicar
para vocês
Onde
mora uma mina
Onde
mora a beleza
E
toda sua doutrina
Você
pode achar bonito
O
centro de Nova Iorque
As
belezas da Itália
Deseja
conhecer Tóquio
Mas
quando for no sertão
Você
vai tomar um choque
No
sertão eu vejo a lua
Vejo
até a cor do vento
Lá
a mata é uma rua
O
transporte é o jumento
Lá
mora a liberdade
Sem
truque sem fingimento
Eu
bebo água de grota
Planto
o milho, tiro o pão
Fico
alegre quando brota
Um
pesinho de feijão
Lá
mora a felicidade
Sem
nem uma destruição
No
sertão eu ouço pássaros
Cantar
livre sem parar
Eu
vejo a água dos rios
Correr
direto pro mar
Toco
no verde das folhas
E
vejo estrelas brilhar
Desce
a chuva tão descente
Numa
forma vertical
Vindo
lá do nascente
Trazendo
o bem sem mal
Fica
alegre o animal
O
homem e sua mente
Quando
então passa a chuva
Lá
vem o sol sorridente
Saindo
do mesmo jeito
Talvez
uma nova norma
Vindo
com muita beleza
Lá
do centro do nascente
Mas
ficam lindas mesmas
São
as folhas orvalhadas
São
as matas muito verdes
Escondendo
a passarada
E
no céu um arco-íris
Emborcado
como pires
Busco
uma explicação
E
não consigo encontrar
Como
pode tanta beleza
Existir
num só lugar
A
formiga trabalhando
Dia
e noite sem parar
Vivendo
em paz e união
Em
sua casa juntando
Comida
pra conservar
E
quando chegar a seca
Sossegada
repousar
Cumprindo
sua missão
Tudo
é tão organizado
Na
mais pura perfeição
Cada
um no seu serviço
Cumprindo
sua missão
Ninguém
atrapalha o outro
Ensinam
o que é mutirão
Finalizo
esse trabalho
Mas
não a inspiração
Passaria
o dia todo
Versando
o meu sertão
Se
quer ver o que falei
Venha
até o meu torrão.
João
Félix (Sítio Macapá) |