O papel da educação na

 

economia nacional

 

 

 

Realizou-se em São Paulo, no final do mês de junho, um Seminário sobre Competitividade, promovido pelo Fórum Econômico Mundial. O objetivo do seminário era estudar o papel da educação na economia do conhecimento, respondendo questões sobre o nosso sistema educacional, e se o mesmo atende o mercado de trabalho no Brasil; que valores educacionais devem ser implementados para aumentar a nossa produtividade e que prioridades devem ser atendidas em caso de investimento pesado na educação.

A questão sistema educacional x mercado de trabalho foi observado que é imprescindível que os estudantes sejam alfabetizados funcionalmente, ganhando habilidades específicas, sabendo resolver problemas e ter no mínimo treinamento para as suas profissões. Isso quer dizer que se deve preparar o estudante para ser útil ao mercado de trabalho, aprendendo a ser, a conviver, a conhecer e, sobretudo fazer. Dominar mais de um idioma, neste mundo globalizado, é essencial.

A respeito dos valores educacionais x produtividade foi destacada a necessidade de valorizar os aspectos pedagógicos do conteúdo educacional, recuperação do valor da disciplina, elevação dos aspectos éticos e morais e foco na questão aprender a aprender. Em suma, procurar trabalhar a pedagogia frente aos desafios de ensinar aos jovens em um mundo em rápida transformação, com informações em abundância e profundo questionamento das tradições.

No caso das prioridades de investimento foram considerados dois aspectos: um de curto prazo, relacionado com a qualificação do professor, agregada a questão salarial, pois se paga muito mal aos profissionais da educação neste país.  O de médio prazo tem-se que trabalhar a infra-estrutura educacional, principalmente, do ensino fundamental.

Logo, no campo geral, as sugestões do seminário apontam para a imperiosa necessidade do aperfeiçoamento de mecanismos de auditagem do padrão educacional, tanto de alunos como de professores, o maior envolvimento da comunidade com a escola e a modernização do modelo de administração da educação.

As sugestões aqui apresentadas agrupam idéias de pessoas de segmentos diversos da sociedade brasileira, que vêm se preocupando com aplicação eficiente dos recursos educacionais e o aperfeiçoamento profissional dos professores, todos prioritários para a melhoria na qualificação do sistema educacional brasileiro.

A preocupação da sociedade tem sentido, haja vista que uma pesquisa divulgada recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que o desempenho dos alunos brasileiros deixou muito a desejar. O estudo, realizado em 41 paises, colocou o Brasil em 37° lugar no que se refere à capacidade de leitura dos nossos estudantes. Essa deficiência é por todos nós conhecida, basta avaliar a capacidade de interpretação dos nossos estudantes nos exames de vestibular e do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Para adequar o sistema educacional brasileiro à era da economia do conhecimento depende, sobretudo, da maior participação da comunidade. Por meio de atitudes práticas e permanentes, a escola deve inserir-se no cotidiano da sua comunidade. A comunidade, por sua vez, deve envolver-se na rotina da educação, por meio de suas entidades representativas, e obrigatoriamente, os pais e responsáveis.

Portanto, para o bem dos nossos estudantes, das nossas comunidades e do país, a participação de todos é imprescindível.

Rui Alencar Andrade

 

 

 

E-mail: david@princesadomel.com.br

WebMaster: David Elias N. Sá Cavalcante

Editor/Redator: Elias Eldo Sá Cavalcante

F O L H A   D E   M O M B A Ç A - Nº 24 - AGOSTO/2003

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