Desde o início dos recentes projetos apícolas, iniciados com o Projeto Rainha, houve tentativa de se fundar uma cooperativa de apicultura visando dar vazão ao mel produzido no município de Mombaça, como também de alguns municípios circunvizinhos.

Foi criada inicialmente a Coopermel e em seguida, em Mombaça, a Coocentral, que entretanto não vingaram, pois foi pseudofundada por pessoas que parece visavam apenas suprir interesses próprios e outros que visavam tirar vantagens às custas dos ingênuos e inexperientes apicultores. Porém tal cooperativa não teve êxito, ou melhor, na verdade nunca existiu fisicamente e muito menos juridicamente.

Tal farsa somente serviu para encabreirar mais ainda nossos apicultores iniciantes e já descrentes e incrédulos em melhorias definitivas para o n osso setor apícola.

            Surgiu então uma nova idéia de se funda a COOSCEAPIS  Cooperativa Sertão Cearense de Apicultura, encabeçada em sua maioria por pequenos apicultores de boa índole, tendo de início um certo êxito. Vários apicultores se fizeram cooperados, deixando parecer que finalmente tinham tomado consciência de que tal instrumento era a única saída para nos livrarmos da situação servil e escravista atual. Tudo bem. Todos os trâmites legais foram feitos e a documentação necessária providenciada, havendo a participação de muitos cooperados nas primeiras reuniões. Tudo parecia que ia ser mais breve do que o esperado. Porém, mais uma vez a infiltração de alguns interesseiros e individualistas, incrédulos e de idoneidade duvidosa, Abortou o projeto, que se comparado com uma gestação, estaria no mínimo no sexto mês, ou seja, tinha tudo para dar certo.

Tais elementos infiltrados não só tornaram-se vilãos da causa, como também disseminaram idéias negativas para os outros, atingindo até mesmo alguns que também tinham interesse em ver aquela semente que estava sendo plantada dar bons frutos.

            Devido a tais causas, a idéia de fundação da Coosceapis tornou-se latente, mas não morta. Ela pode renascer a qualquer momento. Basta que os apicultores de boa fé, desejosos de uma solução íntegra e definitiva para a comercialização do nosso mel, deixem as discordâncias de lado e se unam nesse objetivo comum que tanto contribuirá no progresso da nossa apicultura.

            Deixo aqui então minha opinião, meu apelo e alguns pontos para reflexão:

Não é mais conveniente dividirmos entre os nossos o que é dado de mão beijada para forasteiros?

Não é mais conveniente repartirmos entre nós os lucros, ao invés de ficarmos a mercê de atravessadores desleais que até pactuam com os empresários em troca de migalhas lucrativas?

Não é mais conveniente negociarmos nosso mel de maneira justa ao invés de ficarmos dependentes de empresários chantagistas?

Não é mais conveniente darmos solidez às nossas causas comu7ns e nobres do que vivermos servilizados em prol de causas individuais de suposta estabilidade?

E por fim, não é mais conveniente nos tornarmos nossos próprios senhores ao invés de vivermos na perene escravidão que nos cerca e domina?

Vamos de vez nos unirmos e criarmos a COOPERATIVA, pois ainda é a melhor alternativa.                                                                                                                                                                                                         

Paulo Geovane

“Não há nada como um sonho, para criar um futuro”.