Reforma
Tributária foi aprovada em 1º turno na Câmara Federal e o governo
já se prepara para enfrentar o 2º Turno.
A oposição liderada pelo PFL procura por todos os meios
colocar obstáculos para que o governo não consiga ainda este ano
aprovar completamente a reforma. Entretanto, as lideranças
governistas estão convictas de que ainda existe um longo caminho a
percorrer, e qualquer canto de vitória antecipada poderá custar
caro ao governo.
A
equação montada pelo Palácio do Planalto ainda não conseguiu o
apoio integral dos empresários, sindicalistas, governadores e
prefeitos municipais. Por isso é que se acredita que a reforma
continuará recebendo emendas como parte das negociações do
governo com as alas interessadas, ao mesmo tempo, que o projeto de
reforma continua seguindo o rito regimental, de modo que em meados
de novembro já esteja aprovada nas duas casas legislativas.
Até
agora os empresários conseguiram uma vitória parcial em colocar no
texto da reforma que a alíquota do ICMS não poderá ultrapassar os
25%, mais ainda não conseguiram retirar os impostos que recaem
sobre máquinas e equipamentos adquiridos no exterior, destinados à
produção de bens. Por outro lado os sindicalistas procuram
influenciar para que as empresas possam produzir sem uma carga
excessiva de pesados impostos, de modo a garantir um preço melhor
para os produtos nacionais, conseqüentemente, abrir o mercado de
trabalho que hoje está muito restrito, com a taxa de desemprego em
todo país, nas alturas.
Os
governadores que desde do inicio foram convidados pelo Presidente
Lula para participarem efetivamente das reformas constitucionais em
curso, já conseguiram somar algumas vitórias, de modo a melhorar a
participação dos Estados no bolo tributário. A criação de
fundos de compensação irá garantir que não haverá perdas de
arrecadação. Entretanto, os municípios só conseguiram até agora
6,2% da arrecadação da CIDE, para quem tem a responsabilidade de
manter uma malha rodoviária no município.
Na
verdade ninguém ignora que, no arcabouço federativo, o município
é a grande base do desenvolvimento nacional. A Constituição
Federal de 1988 reforçou a autonomia dos municípios, explicitando
e ampliando as suas responsabilidades, contudo, sem destinar
proporcionalmente, recursos para atender a crescente demanda de
serviços pela comunidade.
Com
isso, os municípios de médio e pequeno porte enfrentam hoje uma série
de dificuldades, principalmente financeira, advindas da queda no
valor das transferências do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), que impede as Prefeituras tenham
condições de responder prontamente as necessidades e às
expectativas de melhor qualidade de vida para às populações de
sua jurisdição.
Logo,
o momento correto, para o desencadeamento de uma luta intensa para
melhorar a posição na reforma tributária é agora. O movimento
municipalista está a postos em Brasília, como também alguns
Prefeitos, mas a pressão tem que ser feita em cima de deputados e
senadores, que foram eleitos pelos que hoje aguardam com esperança
a contra partida do seu voto.
Portanto,
uma bem sucedida vitória na reforma tributária, vai permitir que a
miséria que vem se alastrando pelos pequenos municípios seja
combatida com sucesso, e que não seja mais preciso viver apelando
para as autoridades de Brasília, a procura de recursos que
pertencem de direito aos municípios. A esperança é que os nossos municípios tenham um
desenvolvimento sadio e forte, e que seja capaz de contribuir para
um estado pleno de direito e democrático.
Rui Alencar Andrade
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