Seu
Lino Cavalcante reside há mais de 50 anos na mesma, casa, onde
sempre é procurado por estudantes e pesquisadores que buscam
relatos de suas experiências de vida e seus conhecimentos históricos,
notadamente do nosso município. Ele próprio um grande pesquisador
dessa história local, muito tem contribuído para saciar a sede de
cultura daqueles que o procuram.
Francisco Cavalcante de Morais, é este o nome de registro de
Seu Lino Cavalcante, nascido em 10 de julho de 1914, tendo portanto
completado 89 anos no último mês de julho.
É o filho mais velho do casal João Sabino de Morais e Ana
Cavalcante de Morais, tendo mais 7 irmãos, dos quais 3 homens e 4
mulheres. Nasceu no Sitio Barra do Serrote, extrema dos municípios
de Mombaça e Piquet carneiro, local esse que àquela época era
propriedade da família. Ali cresceu, trabalhando e freqüentando a
escola apenas no verão, pois na época das chuvas tinha que ajudar
nos serviços da agricultura, além de ter o caminho para a escola,
obstruído pelas enchentes dos riachos. Mesmo assim, teve razoável
aprendizado, tendo adquirido o gosto pela leitura, o qual preserva
até hoje.
É casado em segundas núpcias com Maria Nazaré Alves
Benevides, tendo nascido dessa união 8 filhos, dos quais 3 homens e
5 mulheres, sendo descendentes desses um total de 20 netos. Do
primeiro casamento, teve um casal de filhos.
Sua base de sustentação da família foi sempre a agropecuária,
tendo entretanto por um período
de 6 anos (40/46) se estabelecido comercialmente no ramo de
mercearia, voltando após isso a viver da agropecuária,
desenvolvida no Sitio Vartelô, herança de seus pais.
É um homem de muita coragem no enfrentamento das
dificuldades do cotidiano, não tendo medo nem de vivos nem de
almas. Aliás, ele relata um fato acontecido em sua juventude,
quando do retorno da casa de uma namorada, lá pras bandas do Sitio
Riacho da Palha. Na escuridão da noite enxergou um vulto no aceiro
do caminho, que botava a cabeça pra fora do mato e logo se
escondia. Perguntou quem era por três vezes e não obteve resposta,
sacando então do revólver e partindo em direção ao intruso de
arma em punho, e só ao encontrar-se a menos de dois metros de distância
do mesmo foi que percebeu tratar-se de um arbusto conhecido como
“mercúrio” ou “ciúme”.
|