Simone e Hervé, FLUC |
Carta ao jornal PúblicoAgradecemos ao jornal Público por ter dado na sua edição de hoje (30/5) a
conhecer a situação dos leitores das universidades portuguesas neste momento
crucial. No entanto, quereríamos acrescentar alguns pontos essenciais
relativos ao retrato do leitor, uma vez que a apresentação feita corresponde
só a duas instituições que somam no máximo 30% deste corpo docente.
1-Com efeito, os leitores de língua estrangeira no ensino superior, dentro e
fora das universidades (Politécnico, ESE...) são maioritariamente oriundos
de países de origem radicados em Portugal e, muitas vezes,
luso-descendentes, constituindo assim o corpo docente universitário com
maior concentração de estrangeiros.
2-Conforme o artigo 12º do anteprojecto, e, aliás, como sempre foi desde
1979, os leitores não ensinam apenas línguas estrangeiras mas, por
conveniência de serviço, continuam a leccionar outras disciplinas em vários
níveis, inclusive o de pós-graduação (literatura, cultura, linguística,
formação de formadores etc. ).
3-Quanto aos salários, para além de lhes vir a ser suprimido o acesso ao
regime de exclusividade (e, por conseguinte, uma perda de 30% do ordenado),
já perderam com o Decreto Lei de Setembro de 1999 o direito à indexação
salarial com os assistentes, passando a ganhar menos.
4-Mais grave ainda, segundo os termos do artigo 87º do anteprojecto relativo
ao direito à aposentação, só os docentes da carreira é que virão a
beneficiar deste, excluindo de facto os docentes que não são da carreira,
isto é os leitores e os assistentes !...
Atenciosamente.Simone Lopes
Trav. Machado de Castro, 18
Coimbra
Hervé Baudry,
Bendafé
3150 Condeixa
239931997
Leitores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra