O Gnomo Jacinto

O GNOMO JACINTO
Em algum ponto da floresta, o pequeno gnomo
Jacinto chorava enquanto conversava com o sabio Gnomo-mestre...
- Quando lembro de tudo o que ja me
aconteceu sinto o chão me faltar. Fico tonto, sabe? Por que
será que sofro tanto? Será que, por algum motivo, a Fada
da Sorte escolheu caminhos distantes dos meus? Será
que todos os contratempos a mim destinados resolveram acontecer
de uma só vez? Mestre, já não suporto viver assim...
O Gnomo-mestre, que reunia folhas numa
pequena cabaca, Ohou para o aprendiz e disse:
- Meu pequeno Jacinto, percebes o que
acontece com as lágrimas que derramas?
- Como assim? Senhor, eu não compreendo o
que dizes.
Apontando para algumas áreas da mata, o
velho e experiente gnomo respondeu:
- Olha com atenção. Por todo o caminho
espalham-se flores justamente nos lugares onde tens vertido teu
pranto. Tuas lágrimas mágicas tem feito brotar lirios, papoulas
e perfumadas alfazemas nos lugares onde caem.
Jacinto olhou ao redor e falou demonstrando
admiração e um certo aborrecimento:
- Mas então... quer dizer que o meu
destino é sofrer para fazer a floresta se encher de cor e
perfume? É preciso que meu coração morra aos poucos para a
Natureza se encher de vida? Isso nao e justo!
Com toda a tranquilidade, o Gnomo-mestre
respondeu:
- Os olhos veem o que querem ver. O
coração sente o que quer sentir. Então e essa a
interpretação que fazes? Se o teu sofrer, meu pequeno, faz
brotarem as flores mais belas, o que poderia então surgir do teu
sorriso luminoso? Se transformas o verde da floresta num tapete
multicolorido quando choras, o que poderia acontecer no momento
em que espalhasses a alegria? Não será esse o momento de mudar
a semente que espalhas? Percebes o poder que tens nas mãos? A
dor cumpre o seu papel e tem sua razão de ser. Sim, deve ser
vista. Mas os olhos nao podem se fixar nela por muito tempo,
senão perdem a chance de ver o crescimento que ela própria
fez acontecer.
As orelhas do gnomo Jacinto se movimentavam
enquanto recebiam as preciosas orientações do sábio, como se
não quisessem deixar escapar uma única palavra. Seus olhos,
agora mais atentos, notaram que uma luz começava a brilhar em
seu peito. Teve vontade de sorrir mas estava díficil, uma vez
que sua boca tinha perdido esse habito. Portanto fez um esforço
e logo, logo, seus dentes estavam a mostra. Foi ai que algo
incrível aconteceu: quanto mais ele ria mais crescia. Crescia e
crescia. Quem jamais poderia imaginar que Jacinto era um
gigante? Aquele pequeno gnomo era agora um gigante grandalhão e
sorridente. Ele continuou rindo e sua risada ecoava nas
montanhas e se transformava em música; música mágica que
curava os passarinhos feridos e as plantinhas doentes.
De uma hora para outra a floresta era só
brilho e festa. Jacinto procurou o Gnomo-mestre para agradecer,
mas não conseguia mais enxergá-lo. E foi ai então que,
fechando os olhos, ouviu uma voz que dizia:
"- Há e sempre havera uma forma mais
doce de viver. O sofrimento, no momento em que é percebido
como sofrimento, já está no ponto derradeiro da sua função e
precisa ser substituido por uma outra semente. Agradeça as
lágrimas do passado e diga-lhes adeus. O momento agora e de
focalizar os sorrisos do futuro. Há e sempre havera uma forma
mais doce de viver."
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Autor: [?]
Enviado por: Kleber Pieri
- Florianópolis/SC
E-mail: kpieri@hotmail.com
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