E
ao entrarem no carro o silêncio
triunfou, apenas se ouviram as portas a baterem pareciam ecoar.
Ele ligou o
carro e seguiu. Ela tanto olhava
em frente como para ele, com um ar indeciso. Enquanto pelos lábios tímidos
dele saiu - Eu amo-te.
Não, não,
não me digas isso, não é verdade….
È sim.
Não é.
E ao parar o
carro no meio do engarrafamento, ela sai porta fora, e diz-lhe numa voz calma
e meiga.
Prefiro
acontecimentos efémeros e nunca esquecidos á expectativa incerta de um amor
idílico.
Ele fica
como que hipnotizado e como que num flash de imaginação a mira do olho
transforma-se num enorme ponto de interrogação, e á medida que ela se
afasta e desaparece no meio de chuva, ele repete o que ela dissera. E num
florecer acelerado ele sai do carro e corre na sua direcção. Ao avistá-la
grita
Espera,Espera…..
E ao chegar
perto dela, ele olha-a, não pensa em nada, apenas a beija, e ao simples toque
dos lábios a sua alma entra em ebulição, é como se nada mais existisse em
redor deles, como se a chuva tivesse parado, ele apenas saboreia
Eras capaz
de me amar?
Ele beija-a
novamente, suavemente, delicadamente. Ele afasta-se olha para ela e ela de
olhos fechados, ele volta a beija-la, beija-a reptidamente, até que dezliza a
face contra a dela como se num beijo perpétuo e ao ouvido diz
Acreditas no
que te digo? Mesmo que fossemos apenas os dois, apenas eu e tu, eu iria
amar-te sem nunca me cansar. E nisso escorrega a mão, pela face dela e
agarra-lhe na mão, acredita no que te digo.
Põe a mão
no meu coração e saboreia aquilo que eu tenho para te dar, sem perguntas nem
porquês, sente apenas pelo próprio sentir, e
encontrar a razão não num porque .
Com estas
palavras tento descrever, demonstrar
o que sinto por ti. Um amor tão profundo que nos engoliria a ambos, que nos
envolveria para sempre, sem nunca nos cansarmos.
Eu
suplico-te para que me deixes amar-te, para que me ames sem prisões, sem
porquês, sem conflitos nem intrigas, quero que te embebedes em mim, e por
mim, quero que te soltes dentro de mim de maneira a lá permaneceres por
querer. Mesmo que a tua sina não me inclua, mesmo que nas tuas mãos eu não
esteja escrito, eu escreverei.
Não te
posso dizer mais nada, não é gostares de acontecimentos efémeros, é
achares que ninguém é ou será capaz de te amar, de te querer, e teres
medo……
Eu
desisto….
Beija-a, e
afasta-se perde-se no meio da escuridão deixada pelas nuvens e lá em cima
por entre elas a lua meio cheia parece um grande sorriso que o ilumina
enquanto ela permanece parada á chuva, perdida e confusa, fecha e abre os lábios
e treme, quase como com medo do que lhe poderá sair da alma sem que ela
realmente consinta.
Ela grita -
Esperaaaaaa…………….