A festa

 

- Bem! Sendo assim, vou andando.

- Sim vai, que eu vou já a seguir. Vou só acabar o relatório e ponho-me logo a mexer.

- Então até amanhã!

- Tchau. Até amanhã!

Com a saída do Manuel, fiquei sozinho no escrritório. Tinha que acabar tudo o que tinha planeado fazer hoje. Só me faltava o raio do relatório. Sentei-me ao computador. Olhei através da janela para me concentrar, e deitei mãos à obra.

Rápidamente acabei a minha tarefa. Arrumei a secretária, enfiando a tralha ao molho para dentro das gavetas, desliguei o computador, saí e fechei a porta.

 Pronto, já cá estava fora, e esse facto só por sí, era um alivio.

Ia na direcção do Metro quando tocou o meu telemóvel. Atendi:

- 'Tou!?

- Olá, 'tás bom?

- Olá, Carla. Que é feito…?

- 'Tá tudo bem, e tu?

- Comigo também…

- Olha estou a telefonar-te porque o Nuno…lembras-te dele? O da Kapital!?

- Sim, lembro-me.

- Bem, então é o seguinte. Hoje o Nuno vai dar uma das suas conhecidas festas. Sabes que eu não perco as festas dele por nada, e desta vez gostava que fosses o meu par.

- Bem, sabes que esse tipo de festas não faz o meu género… mas. OK, eu vou. A verdade é que já ando curioso à algum tempo, em relação a essas festarolas.

- Então eu passo em tua casa, para te buscar, ás 10. 'Tá bom para ti?

- Sim, essa é uma boa hora.

- Então até logo!

- Tchau, até já!

A Carla era aquilo a que chamo, uma semi-namorada. Não havia qualquer espécie de compromisso entre nós. Passamos algum tempo juntos, mas só quando nos apetece aos dois. E hoje, por acaso, já tinha pensado nela umas quantas vezes. Coincidências.

 

Quando chegámos a casa do Nuno, eram 11 horas. A música estava alta.

Havia muita gente conhecida. Cumprimentei alguns. Outros não.

Fomos ao bar, servimo-nos e subimos para o andar de cima.

Era pelo que se passava aqui em cima, que estas festas eram muito conhecidas pela malta.

No primeiro quarto, já tinha começado a festa. Dois casais semi-nús em cima da cama, preparavam-se para o inevitável sexo em grupo.

Enquanto espreitava, a Carla começou a empurrar-me, carinhosamente, para junto dos outro dois casais. Não ofereci resistência. Deixei-me ir.

Já ao pé da cama, alguém me puxou. Fechei os olhos. A minha roupa voou. Quando voltei a abrir os olhos, já não era eu individualmente que penetrava uma das outras raparaigas, mas sim parte de algo que até ali nunca tinha sequer vislumbrado.

Acordei mais tarde sozinho. Vesti-me. Saí do quarto. Fui ao bar servi-me. Bebi, de um trago. Dei uma ultima vista de olhos pelos corpos nús espalhados por todo o lado.

Respirei fundo e fui para casa.

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