A
Tribu dos Clochardes conhece os caminhos do mal,
deixa
crescer as barbas, tapam a vergonha ancestral.
de
olhos luminosos,
são
anjos que o dia esqueceu.
A
tribu veste tudo o que o mundo já o usou
mete
á boca o restolho que ao mais pobre sobrou.
Pode
ser que hoje o frio não faça a barbaridade de ceifar outra vida a um
clochard
de tenra idade
Velho
clochard perneia pela cidade, surrupia um cartão sem data nem
validade.
Pode
ser que hoje o frio não faça a barbaridade de ceifar outra vida a um
clochard
de tenra idade
Na
tribu dos clochardes a amizade existe ! Dois a dois do mesmo sexo se é
que
o sexo existe.
E
na noite dos clochardes tudo é medo e incerteza, a familia uma lembrança
que
se afasta irreal
Na
vida de um clocharde nunca existe natal e a esmola mal lhes chega pró
seu
tabaco infernal.
Os
Sapatos sem sola ,de borracha
cheiram mal ,e os dentes putrefactos
repelem,
como é normal.
À
noite o clocharde fecha-se no seu cartão e de manhã se acorda sabe em
primeira
mão ,
que
na ponte ali ao lado morreu outro desgraçado, filho da mesma mãe que
não
proteje ninguem,
esquecido
pelo mesmo deus que o terá amaldiçoado ou no minimo esquecido da
data
de comparencia
em
trânsito julgado onde foi feita a defesa deste pequeno condenado.
A
Tribu dos Clochardes é de uma gente infernal, de cabelos sebosos,
grisalhos
e pestilentos, de pele suja sarnosa, e de dedos imundos
e
infectos,
e de unhas podres e grandes , e de olhos loucos alucinádos, e de
esgar
sibilino ou tactiourno.
Porque
o pão de cada dia é a sopa do barroso, engolida quente ou fria,
feita
com um azeite vinagroso em nada beatificado, e de batatas com grelo ,
ou
das sobras de ovos moles, que a cozinha dos pobres é feita da caridade
dos
que dão qualquer coisa aos pobres de cada cidade,porque quem é sem
abrigo
em quanto cá andar precisa como os outros de se alimentar.
Velho
clochard perneia pela cidade, surrupia um cartão sem data nem
validade.
Pode
ser que hoje o frio não faça a barbaridade de ceifar outra vida a um
clochard
de tenra idade
Velho
clochard perneia pela cidade, surrupia um cartão sem data nem
validade.
Pode
ser que hoje o frio não faça a barbaridade de ceifar outra vida a um
clochard
de tenra idade