Em certo sentido dramatico

 

Olhava as imagens coloridas de um antigo portfolium.

Pontos e traços unidos formavam espirais rendilhadas onde sombras cresciam por densidades, onde as ausencias transmitiam os brilhos.

Cores fortes como o azulao e o vermelho, contrapunham-se nos seus contrastes, aqui e ali salpicados por amarelos puros.Eis que para mim se concretizava o abstrato.Tinha-les encontrado conteudo.

 

Algumas dessas imagens eram somente indescritiveis.Apresentavam esquemas cromaticos estranhamente cuincidentes e homogeneos.Evoluçoes languidas , quase humidas.Contrastes freneticos mas indissossiaveis,borroes de intensa armonia como que descargas de funçao estetica..Pranhes de criaçao.

 

Eram tao belas e cheias as minhas imagens gostava de poder amplialas ,fazelas subir em balão, fazer delas cenários.cenários? tropeçei nesta palavra e bem de repente uma espécie de tempestáde cerebral sugeriu-me a ideia. Cenários...Teatro!

Iria escrever uma peça de Teatro.

Comecei o primeiro dialogo em tons enfaticos como convem a esta nobre arte da dramatizaçao:

 

- Era uma Tela maravilhosa, esguias figuras de mulheres brancas bailavam suspensas por om invisivel fio branco por entre montanhas completamente brancas pintadas num fundo de neve branca.

 

(o personagem enfatiza sempre a palavra Branco)

 

-E Vendeste- a ?  

 

(segundo personagem e uma mulher)

 

-Sim, 1200 contos, nada mal

 

-Ah (ironiza) Ainda há bons apreciadores de arte!!! (Abana a cabeça)

 

- Absolutamente

 

 

 

do autor

 

 

resta ja tao pouco dos antigos conceitos, das formas técnicas e cores.

Arborigenes despidos de tudo. Seres de Pvc e fibra óptica, be me pes sem tempo, espantalhos cabeças de monitor.

Somos em certo sentido dramáticos.

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