Não sei que nome dê a isto!

 

Há situações em que só me apetece escrever asneiras. Sim, asneiras.

Será que alguém pode passar a vida toda a escrever coisas com sentido.

Ter um discurso vertical.

Pode ser! Mas é de certeza um ser perturbado. As pessoas normais também dizem e escrevem merda de vez em quando.

A verdade é algo de tão estupidamente tangente, que só os loucos a procuram. Por outro lado, os que se estão a cagar são autênticos imbecis.

Já lá vão umas quantas linhas em que tive a ousadia de escrever algumas palavras proibidas em literatura, e nem por isso estou muito preocupado. Estou a deixar fluir um discurso, que de tão aberrante é capaz de ter alguma piada.

É evidente que não penso ganhar hoje, mas a liberdade que sinto por não ter um tema normal, é transcendente.

Talvez ainda estivesse a tempo de dar a volta à situação. Passava ao discurso indirecto, atribuía estas primeiras linhas a um louco que seria o personagem central duma história rocambolesca passada num manicómio… Mas não seria honesto.

Eu acho que os escritores que atribuem os seus pensamentos e sentimentos, eventualmente repreendíeis, são pessoas sem coragem. Isto porque não assumem a sua verdadeira existência. Pegam em personagens normais, e distorcem-nos até a anormalidade. Criam monstros a seu bel-prazer, depois acorrentam-nos em histórias dramáticas, sem sequer lhes dar a oportunidade de uma existência anormalmente normal.

Terá Kafka, alguma vez dado a Gregor a hipótese, de acordar do seu macabro sonho. Sim, porque quem verdadeiramente se sentiu um insecto foi Kafka. Mas não o assumiu. Agarrou no pobre Gregor, transformou-o naquele repelente ser, fechou-o num livro e no fim, a cuidado, matou-o.

Será de mais pedir um pouco de honestidade nas coisas que se escrevem?

É claro que sim! Reparem! Aqui estou a ser completamente honesto. E o que é que vou ganhar com isso? Provavelmente, nada. Mas ás vezes, vale a pena despejar um monte de barbaridades para o papel sem que se tenha um objectivo definido. Escrever só por escrever liberta-nos da vulgaridade. Apesar de que talvez seja aconselhável não mostrar o resultado final a ninguém. Mas hoje decidi fazer tudo ao contrário.

Vou dar este atrofio pessoal a ler.

Por favor não me fechem num manicómio. Lembrem-se que sou tão (a)normal como qualquer um de vocês. Ah... e já agora, sejam condescendentes, vejam lá se me dão uma votação porreira.

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